Gosto de pássaros, particularmente de corujas pelo seu olhar misterioso e sua fama de passaro agorento. Mas um dia andando de carro numa estrada que fazia divisa com uma fazenda, no interior, vi um estranho pássaro pousado num tronco de uma cerca e nunca mais esqueci da sua exótica aparência. Estava quase anoitecendo e só consegui distingui-lo por pura sorte. Era um Urutau, passaro solitario, de hábitos noturnos e que dificilmente se deixa ver. Estava estático naquele tronco, como se fizesse parte dele e mantinha o pescoço esticado para o alto e os olhos fechados. Sua cor mesclada em tons de marrom, preto e cinza, permitia-lhe ser confundido com um tronco velho de arvore e passando quase desapercebido.
Interessado por sua história, fui pesquisar sobre ele. Em algumas regiões ele é conhecido por outro nome- Jurutaui na Amazônia, Ibijouguaçu entre os Tupis e Mãe da Lua para os Mineiros. Não constrói ninhos no periodo após acasalamento, pois deposita seus ovos nos orificuios e cavidades naturais das arvores. Seu grito se faz ouvir após o anoitecer como uma espécie de lamento triste e assustador. Para alguns parece semelhante ao clamoroso lamento de uma mulher, que termina com amortecidos e dramáticos ais.
Entre tantas lendas e mitos sobre o Urutau, selecionei esta, que achei das mais belas para postar aqui no blog:
Interessado por sua história, fui pesquisar sobre ele. Em algumas regiões ele é conhecido por outro nome- Jurutaui na Amazônia, Ibijouguaçu entre os Tupis e Mãe da Lua para os Mineiros. Não constrói ninhos no periodo após acasalamento, pois deposita seus ovos nos orificuios e cavidades naturais das arvores. Seu grito se faz ouvir após o anoitecer como uma espécie de lamento triste e assustador. Para alguns parece semelhante ao clamoroso lamento de uma mulher, que termina com amortecidos e dramáticos ais.
Entre tantas lendas e mitos sobre o Urutau, selecionei esta, que achei das mais belas para postar aqui no blog:
Conta a lenda que uma bela moça Nheambiú, filha do Tuxaua da nação Guarani, se apaixonou profundamente por um bravo guerreiro Tupi chamado Cuimbaé, que havia sido feito prisioneiro pelos Guaranis. Nheambiú pediu aos seus pais que consentissem no seu casamento com Cuimbaé. Porém, esse e os posteriores pedidos foram terminantemente negados, com a alegação de que Cuimbaé era um Tupi, ou seja, um inimigo mortal dos Guaranis. Não suportando mais o sofrimento, Nheambiú desapareceu da Taba, causando um enorme alvoroço. O velho cacique mobilizou então todos os seus guerreiros para que procurassem, por todo o lado, a sua preciosa filha. Após uma longa busca, a jovem foi encontrada no coração da floresta, paralisada e muda, como uma estátua de pedra. Ao vê-la, o pai sacudiu-a, mas ela não deu nenhum sinal de vida. Então, o seu pai mandou chamar o feiticeiro da tribo, que a examinou dizendo o seguinte ao cacique: - Nheambiú perdeu a fala para sempre; só uma grande dor poderá fazer Nheambiú voltar ao que era. Então começaram por informar a jovem índia de todas as notícias mais tristes possíveis: a morte do seu pai e a de todos os seus amigos. No entanto, nada surtiu efeito. A jovem continuou inabalável e intacta. Então o pajé da tribo aproximou-se e disse: - Cuimbaé acaba de ser morto. Nesse mesmo instante, o corpo da jovem moça estremeceu todo e ela, soltando repetidos lamentos acabando por desaparecer da mata. Todos os que ali se encontravam, cheios de dor, acabaram transformados em árvores secas, enquanto Nheambiú se transformou num Urutau ficando a voar, noite após noite, pelos galhos daquelas árvores amigas, chorando a perda do seu grande amor.
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