A NOITE É UMA CRIANÇA DESALMADA.

A noite a ninguém pertence e se pertencer, é dos loucos, dos insones, dos anjos, dos poetas, dos pichadores de paredes, dos guardas noturnos, das prostitutas, dos ladrões, dos cachorros fujões, dos gatos que fazem festinhas nos telhados, dos casais que se desentendem, dos sem tetos que dormem sobre laminas de papelões nas calçadas, das sombras das arvores que desenham monstros, das estrelas distantes, da lua minguante, do motor que ruge ao longe, da bala perdida a procura de um alvo, do tapa na cara, do café preto requentado, do cigarro aceso na janela entre aberta, da porta arrombada sem impressões digitais. A noite é uma criança agitada, desalmada, solitária, que inventa outros mundos para brincar.

FARRA DE TEATRO ABRE ESPAÇO PARA DIÁLOGO NA USINA DO GASÔMETRO.


As intervenções urbanas, assim como os teatros de rua, tem como objetivo  fundamental abrir uma porta de comunicação com a sociedade em ambientes públicos e de grande circulação, através de cenas isoladas ou interativas, despertando reações e sentimentos vivenciadas no cotidiano das pessoas, de modo a faze-las questionarem-se sobre esses embates sociais e a  postura delas diante de tudo isto.



Aqui em Porto Alegre, a Farra de Teatro tem sido o porta voz desta atitude inovadora de se comunicar através da arte cênica, questionando e sensibilizando a população para os dilemas que a sociedade contemporânea enfrenta no seu dia a dia, como o alto índice de jovens mortos em acidentes de transito provocados pelo consumo de álcool e drogas, a violência urbana interpessoal como estupros que a sociedade em geral dá as costas, o desperdício da água,  a solidão. Questões essas que são pertinentes e muito discutidas na atualidade, mas que ainda assim, devem ser mais observadas e discutidas.


O evento que completa 10 anos em 2015, alterna-se em grandes cenas conjuntas, acompanhadas de canções, poesias, e fragmentos sonoros e textuais, onde todo o elenco de atores participa, dando grande dramatização cênica, a um espetáculo inesquecível que não só nos presenteia de beleza, mas nos faz repensar em todos os processos equivocados a que somos submetidos, sem nos darmos por conta disto, como os padrões comportamentais alienantes que induz ao descomprometimento coletivo com as questões afetivas básicas, como humanização, a atenção, o respeito e o amor ao ser humano com suas diferenças.



O QUE FAÇO COM ESSA PIZA, JOGO NO LIXO?

A porta estava fechada e sobre ela uma grade branca, selava a ideia de que não havia ninguém em casa. Nenhum som ou luz se propagavam, nenhum suspiro, nenhum cheiro, muito menos o latido do cão que ficava preso na espera de ser levado pra rua. 
Vou me embora, pensei, pois estou em cima da hora, meu cargueiro parte cedo da manhã e... Outro dia eu volto e trago esta pizza de quatro sabores que gostas e encomendei pra te dar.

NÃO ESCREVA O QUE EU TE DIGO, SOU UM LOUCO.

Sou uma pessoa contraditória por natureza, portanto não escreva o que eu te digo. Amanhã tudo pode parecer uma grande mentira! Acho que desde que nasci sou assim divisível em minhas opiniões, com duvidas que me parte a alma em duas, desejos que se multiplicam e subtraem, verdades que ora se somam e me transforma em outro. Acho que não poderia ser diferente neste mundo tão cheio de divisões e incertezas do que realmente é a verdade e que caminho a seguir.
A contradição faz parte de mim, transformando-me ora num louco, ora num sensato. Ao mesmo tempo que eu sou um modelo pra muitas pessoas , eu sou uma ameaça pra essa sociedade.

BRASIL, LÍDER MUNDIAL EM AGRESSÃO A PROFESSORES.


O Brasil é líder mundial em agressão a professores, seja por alunos ou país que se sentem ameaçados ou desrespeitados pela autoridade do professor ou da instituição. A Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria de Educação do Estado, optam pela cautela no que diz respeito às medidas que um professor vítima de agressão deve tomar. 
A orientação dada aos docentes da rede municipal é de que toda situação de violência, seja entre estudantes ou envolvendo profissionais de ensino, deve ser resolvida dentro da própria escola, a partir do diálogo. No caso de ocorrer uma agressão mais grave, um boletim de ocorrência deve ser feito numa delegacia que conta com estabelecimento específico, o boletim deve ser feito na Delegacia do Adolescente. Por fim, o caso será encaminhado à Vara da Infância e Juventude ou ao Ministério Público da região, cuja a punição, em geral, são medidas sócio-educativas.
Agora me digam, o professor já vive numa sobre carga de trabalho redobrado, muitas vezes tendo de trabalhar em mais de uma escola por não receber um salario digno de sua formação e responsabilidade e ainda é desrespeitado, humilhado e agredido,  dentro do seu ambiente de trabalho por delinquentes protegidos por uma lei  cuja a punição é tão branda, que parece estimular ainda mais os agressores. Ser professor deixou de ser um sacerdócio, para dar lugar a uma complicada e espinhosa tarefa de sobrevivência entre lobos.

BUKOWSKI, O VELHO SAFADO.


"As pessoas engolem Deus sem pensar, engolem o país sem pensar. Esquecem logo como pensar, deixam que os outros pensem por elas".
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Charles Bukowski, autor deste pensamento, foi uma especie de poeta marginalizado de seu tempo, contista e romancista, nascido na Alemanha, mas que passou a viver na America desde os 3 anos de idade. Com problemas de alcoolismo, mulherengo, sua obra era de caráter (inicialmente) obsceno e estilo totalmente coloquial e de uma aparente forma desleixada com a escrita, onde abordava temas como: prostituição, alcoolismo, porres, relacionamentos baratos e experiências pessoais, fascinando gerações que buscavam uma obra ousada e diferente com a qual pudessem se identificar. Talvez uma das suas principais características como autor, tenha sido a solidão e a desconfortável desagregação humana ao convívio social cercado de regras. Morreu de leucemia aos 73 anos, em 9 de Março de 1994. Em seu túmulo lê-se a inscrição: "Don't Try", "Não Tente".


REABERTURA DO CINE CAPITÓLIO, UM DOS MARCOS DA CULTURA EM PORTO ALEGRE.


Uma notícia boa: Após uma década de obras, foi entregue nesta sexta feira - dia 27/03/2015, o Cinema Capitólio, na esquina da Av. Borges de Medeiros com a Rua Demétrio Ribeiro, no centro da Capital. O cinema volta a operar com 164 lugares, que além da sala de projeção, conta com uma área para guardar o acervo do audiovisual gaúcho, com uma sala multimídia reservada para cursos e exibições de filmes e um espaço de pesquisa (que poderá ser usada mediante agendamento prévio).
Para que voltasse a bater o coração do velho Capitólio, foram investidos R$ 6,7 milhões - (R$ 4,1 milhões investidos pela Petrobras e R$ 1,1 milhão via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, Ministério da Cultura, e recursos da Prefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio..
O cinema considerado um patrimônio dos porto-alegrenses, foi sucesso na época dos cinemas de rua da capital, na década de 20. Após fechar as portas em 1994, começou a ser reformado em 2004 e entregue após 10 anos. Retoma as atividades com uma programação especial, que exibirá clássicos de Fellini, Luchino Visconti e Godard.
A reabertura do prédio histórico, veio a calhar com as comemorações do aniversário de 243 anos de Porto Alegre, nesta semana.
Infelizmente eu não pude ir no dia em que o cinema abriu suas portas para a população porto-alegrense, mas fiquei contente por saber através do G1, que mais um patrimônio histórico cultural foi entregue a cidade, por conta da sua importância.

A TORCEDORA RACISTA.


De repente lembrei da torcedora gremista flagrada pelas câmeras da televisão, chamando o jogador Aranha de macaco. A moça depois da repercussão negativa que causou, diz estar arrependida e garante nunca ter sido racista, uma vez que possui muitos amigos negros (que inclusive a defenderam neste caso) e que sua intenção na partida de futebol quando chamou o jogador de macaco, jamais foi ofender, mas sim tirar a atenção do jogador em campo, o que muitos outros torcedores estavam fazendo, porem não foram flagrados como ela foi. Eu me pergunto se o fato das pessoas se relacionarem bem ou mesmo terem amigos negros, se este sentimento de empatia se sobrepõe aos conceitos de natureza racistas adquiridos no decorrer da vida?


Outra questão: Não foi a primeira vez que Patricia Moreira, comparou um jogador negro a um macaco, já fazia isto ha algum tempo. No seu Instagram mostrava para amigos, e quem quisesse ver, um macaco de pelúcia com a camisa do time rival.
O que mais me deixa surpreso nisto tudo é que apesar de todas as campanhas antirracismo que vem se espalhando pelo mundo, as pessoas ainda reincidem no mesmo erro, talvez acreditando que com elas será diferente por estarem entre uma multidão, supostamente protegidas pelo anonimato.
De qualquer maneira, a garota, seus familiares e amigos, receberam uma lição que não esquecerão para o resto de suas vidas.

PROVAS CONTUNDENTES.



Mesmo parecendo uma piada, isto realmente aconteceu comigo, quando retornei de viagem:
_O que, você foi a Paris e nem me disse nada? _reclamou um colega olhando algumas fotos que tirei com o meu Smartphone na cidade luz.
_Hum, e onde está você aqui?_Perguntou-me ansioso.
_Tirando as fotos!.._ respondi abrindo outras fotos no dispositivo em que eu aparecia.
_E como vão saber que isto não é uma montagem?
_Não sei, mas não é uma montagem. Eu realmente estive lá.
_Sabe de uma coisa: Se eu fosse para um lugar desses, faria provas mais contundentes de que eu realmente estive lá, por que este não é qualquer lugar.
_ O que por exemplo, mostrar o passaporte carimbado?_Perguntei.
_Algo ainda mais contundente!.
_Hum, do tipo se jogar da torre Eiffel, sair em alguns jornais da Europa e no Jornal Nacional?
Risos.

O TALENTO NÃO EXIGE RAÇA OU COR DE PELE.


Uma amiga, postou na semana passada em sua pagina no Facebook, um vídeo onde uma mulher branca, possivelmente uma bailarina, dançava com um menino negro, cuja a habilidade de movimentos era de chamar a atenção de quem os assistia, Eu particularmente fiquei impressionado com sua precocidade. Pra mim, também chamou-me a atenção, um comentário feito abaixo do vídeo, que me pareceu além de elogiável, também preconceituoso por afirmar que "talento não tem cor nem raça", dando a entender que alem do talento do menino, a outra questão observada, foi a sua cor e raça.
É, eu reafirmo que talento não pode e nem deve ser definido por raça ou cor de pele, caso contrario como se explicaria o reconhecimento artístico de Josephine Baker, Henry Lane, Sammy Davis Jr., Michael Jackson, Jacaré, Adriana Bombom, Ismael Ivo (da foto acima) e tantos outros dançarinos negros, que se fizeram conhecidos através da sua arte. Existe um preconceito inconsciente herdado das classes dominantes, que faz as pessoas fazerem observações, sem pensar no que estão dizendo. As vezes é preferível acreditar que as palavras foram apenas mal colocadas!

TRANSAMERICA.


Assisti ontem na casa de uma amiga o filme Transamerica que conta a história de um transexual chamada Bree, que uma semana antes de fazer a cirurgia de readequação sexual, descobre ter um filho de 17 anos que precisa de ajuda. Sua psicóloga proíbe que ela se submeta à cirurgia sem resolver esse assunto, por isso Bree viaja para Nova Iorque para encontrar o garoto.
A história se desenrola durante a viagem de volta para Los Angeles onde Bree e o filho fazem uma emocionante descoberta juntos, sobre seus passados. O filme tem seu seguimento e final lineares e sem grandes surpresas, porem abre espaço para aquelas discussões sobre a aceitação das diferenças perante os dogmas morais instituídos nos laços familiares e a sociedade.
O filme é uma produção independente norte-americano de 2005, do gênero drama, dirigido por Duncan Tucker.

FIQUEI LIVRE DESTA PEDRA NO MEU SAPATO.


Quem nunca foi alvo de maledicências, que atire a primeira pedra. A fofoca é um prato indigesto cuja culpa não sabemos se damos pra quem a trouxe ou pra quem a fez!
Há mais de dez anos, um casal de conhecidos, foi jantar na minha casa. Eu era ainda casado e eles foram recebidos por mim e minha esposa, que preparamos de jantar um found de carne que eles nunca tinham experimentado antes, acompanhado de vinho tinto-seco, pois era inverno e achamos que aquela refeição era a ideal. Tudo foi muito tranquilo e divertido, pois riamos muito e falamos sobre diversos assuntos interessantes. Depois eles se despediram e foram embora, parecendo satisfeitos com tudo. Passado algumas semanas, soube através de uma outra pessoa, de acesso a eles, que haviam comentado terem jantado na minha casa e que se surpreenderam por perceberem que eu era uma bicha enrustido, casado com uma machorra, este foi o termo mal educado usado por eles, para nos definir. Eu e minha ex esposa, que desde aquela época já não tínhamos e nunca tivemos problemas com gays, lésbicas, gordos ou negros, nos surpreendemos por que o comentário  além de deselegante, tinha um cunho caustico,  debochado e preconceituoso. 
Claro que eles foram excluídos sumariamente das nossas relações, sem que tomassem conhecimento dos motivos, mas ficou aquela pedra solta dentro do sapato, quando se é acusado inocentemente de algo que é uma inverdade e ainda concebido por um preconceito e não por algo que seria apenas uma diferença a ser respeitada (se fosse verdade) e não discriminada e fofoqueada de forma maldosa como fizeram.
Passado todo este tempo, soube que ainda estão juntos e abraçando alguns problemas pessoais em sua casa, pois o filho que naquele tempo era uma criança estranhamente silenciosa e que agora já deve estar beirando os vinte e poucos anos, confessou ser gay, o que causou um grande alvoroço familiar. Achei corajosa a atitude do jovem que abriu espaço para a sua verdade e que sem saber, tirou aquela pedra incômoda de dentro do meu sapato.

DELAÇÃO OU EXTORSÃO PREMIADA?


_Amigoo!., o correto é delação premiada e não delegação premiada!_ disse o vigilante de um posto de saúde, ontem, zombando do seu colega de trabalho que estava com um jornal entre as mãos.
De vez em quando se aprende uma expressão nova vinculada na TV e nos jornais, para enriquecer o nosso conhecimento e preencher as vagas lacunas do nosso vocabulário mental. Algumas expressões se tornam difíceis, por não fazerem parte do nosso mundinho, do nosso dia a dia medíocre e passam batidas ou soam estranhas aos nossos ouvidos, mas como o mundo gira e temos que acompanha-lo, estar bem informado é essencial, para não parecermos mais idiotas do que já parecemos, neste mundo de corruptos espertos e cheio de truculências jurídicas.
Delação premiada é um benefício legal concedido a um criminoso delator, que aceite colaborar na investigação ou caguetar seus companheiros de crimes. Esse benefício é previsto em diversas leis brasileiras, fazendo com que o X-9, receba benefícios que vai desde: a diminuição da pena de 1/3 a 2/3; cumprimento da pena em regime semiaberto; perdão judicial.
A delação premiada é constantemente criticada, porque é uma forma do criminoso se livrar das suas responsabilidades, narrando fatos ou incriminando pessoas de forma inverídica, razão pela qual muitos a chamam de "extorsão premiada". 

NOVELA BABILÔNIA SURPREENDE NO PRIMEIRO CAPITULO.


Depois de tantos apelos, expectativas frustradas, para que saísse afinal o tão esperado beijo gay nas novelas passadas de horário nobre da TV Globo e desmistificado por Felix e Nico, personagens de Amor a Vida, que hoje no primeiríssimo capitulo da novela Babilônia, quando menos se esperava... As duas grandes e respeitadas atrizes, Fernanda Montenegro e Natália Timberg que interpretam duas senhoras gays que vivem há 35 anos juntas, nos presentearam com um natural e rápido beijo, mostrando que os tempos são outros e que vale a pena reivindicar por mudanças sim, ate que todos venham a se acostumar, sem resistência com uma verdade que já existe ha anos e que sociedade finge não enxergar. A tradicional família brasileira já deve estar jogada aos pés da igreja implorando para a novela acabar.


Fiquei pensando se a ideia dos autores da nova novela em construir os dois personagens, não foi inspirado em Vivian Boyack, de 91 anos, e Alice Dubes, de 90, que se casaram numa cerimônia em Davenport, Iowa, nos Estados Unidos, ano passado, após longas décadas de relação dentro do armário.

LAMPIÃO DA ESQUINA.

Em plena ditadura militar os ativistas João Silvério Trevisan, Darcy Penteado, Aguinaldo Silva, Peter Fry e João Antônio Mascarenhas, todos intelectuais assumidamente gays, fundaram o  Lampião da Esquina, que mesmo tendo durado apenas quatro anos, marcou época por tirar a pauta LGBT do armário em plena ditadura Geisel. mesmo tendo circulado durante o abrandamento de anos de censura promovida pelo Golpe Militar de 1964.
Em formato tabloide, o Lampião da esquina causou furor no seu curto tempo de existência (1978-1981), pois alem de dar informações importantes e retirar o "gay" da margem social, abrindo o discurso às minorias, (o que era considerado tabu na época), sua  publicação representou sobretudo, uma classe que não possuía voz na sociedade, mostrando-se importante para a construção de uma identidade nacional pluralista. As edições foram restauradas e digitalizadas pelo Centro de Documentação Prof. Dr. Luiz Mott em 2010 e disponibilizadas no site do Grupo Dignidade em formato PDF.

A GENTE NÃO ESTÁ COM A BUNDA EXPOSTA NA JANELA PRA PASSAR A MÃO NELA...


Este blog não era para falar de politica, porque não gosto de politica, mas as coisas tomaram um rumo tal, que não comentar é se calar, é consentir com tudo o que esta acontecendo de errado neste país. Viver na ingenuidade de que as coisas vão melhorar, que são fases, que são armações articuladas pela oposição também corrupta que quer derrubar o governo, não parece convencer a mais ninguém.
Acontece que ontem o povo saiu as ruas, mostrando que são brasileiros e que se interessam pela melhora e crescimento do pais como uma nação que poderia ter dado certo, se não fosse as roubalheiras, as truculências, a impunidade dos poderosos. E os poderosos, a gente sabe, vão além dos políticos.
A manifestação nas principais capitais do país, ecoou também no exterior reunindo gente de todos os tipos e bolsos - principalmente aqueles bolsos que estão cansados de serem saqueados. Sim, haviam sujeitos gritando "Fora Dilma!", mas muito mais cartazes pedindo punição aos corruptos do que impeachment. Da vez passada quando o povo saiu as ruas com suas caras pintadas pedindo o impeachment de Collor, alguns cantavam o refrão da musica de Cazuza. 
"Brasil mostra tua cara quero ver quem paga pra gente ficar assim. Brasil qual é o teu negócio? O nome do teu sócio? Confia em mim.."
Enquanto eu assistia pela televisão alguns flaches do protesto, pois estava de plantão no meu trabalho, fiquei pensando na musica de Gonzaguinha "É", cuja letra me parece definir bem os sentimentos do povo brasileiro neste momento de indignação.


É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...

A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...

É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...

É! É! É! É! É! É! É!...

É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...

A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...

É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...

SALTO VENTOSO.


Salto ventoso é uma cachoeira com 55 metros de queda d'água, caindo sobre uma caverna em forma de ferradura, no município de Farroupilha, na Linha Muller, Distrito de Nova Sardenha, a doze quilômetros da cidade. 
Seu diferencial com relação a outras cachoeiras consiste na possibilidade oferecida ao visitante de visualizar a queda por trás da água. 


Existe uma passagem em seu contorno, que tal qual um túnel metade fechado, metade aberto, permite às pessoas um passeio completo pela cachoeira. Quando o sol bate dentro do boqueirão sobre a fenda da água, refletem-se várias cores nas paredes da caverna.
De Porto Alegre a cachoeira são 108 quilômetros (01 h. 45 min.) pela RS-122.
Existe um projeto de construção de um deck metálico na parte inferior da cascata. Atualmente, quando as pessoas passam de um lado para outro da cascata, sobre um caminho de chão de terra batida e com a umidade é perigoso para as pessoas resvalarem e caírem. Então a criação de um deck metálico de aço galvanizado, para não ter problema de enferrujar, resolverá este problema de segurança. Na parte superior, também vai ser feito um mirante para as pessoas poderem chegar perto da queda e olhar a queda da parte de cima.



Além disso, serão construídas trilhas para que os turistas possam conhecer o parque onde foi gravado o filme O Quatrilho.
Até a próxima viagem!

QUEM CALA MORRE CONTIGO. QUEM GRITA VIVE CONTIGO.


Noite passada, depois de duas taças de vinho para tentar acelerar o sono e nada conseguir, me dediquei a assistir videos de Elis Regina, disponibilizados na Internet e que considero a maior interprete da musica popular do país e que é impressionante o quanto eu ainda me emociono a o vê-la cantando tão viva, com aquela voz afinadíssima e tão cheia de recursos técnicos que lhe era peculiar. 
Comecei assistindo alguns pedaços de shows como "Falso Brilhante", "Transversal do Tempo", "Essa Mulher" e "Saudade do Brasil"- de 1980, cujo o repertório me parece tão atual aos dias de insatisfações que estamos vivendo hoje. 
Neste show, tem uma musica em especial, que sempre me chamou a atenção por sua sonoridade agressiva e força empostada na voz de Elis, que me emocionava demais e fazia-me perguntar com angustia em função de sua beleza, dramaticidade dos arranjos e letra, que musica era aquela cuja a dor era evidente e o que estava querendo dizer?..
A musica a que estou me referindo é "Menino", autoria de Milton Nascimento, que foi escrita em homenagem ao estudante Edson Luis assassinado no dia 28 de Março de 1968, num confronto com a policia Militar no restaurante Calabouço no Rio de Janeiro, em plena Ditadura Militar. O estudante de apenas 18 anos, foi morto com um tiro certeiro no peito, disparado a queima-roupa por um oficial da PM. A bala, segundo laudo pericial, perfurou seu coração alojando-se na espinha. 
Seu corpo foi conduzido em passeata por amigos e estudantes, até o prédio da Assembleia Legislativa, sob cerco de polícias civis e militares, onde foi realizado a autópsia e aconteceu o velório. Ironicamente no dia de seu enterro, os cinemas da Cinelândia indicavam em seus cartazes os seguintes filmes: “A noite dos Generais”, “À queima-roupa” e “Coração de Luto”. 


O assassinato de Edson Luís foi o estopim para o que seria um dos piores momentos políticos e sociais vividos no Brasil, gerando a Passeata Dos Cem Mil, no dia 4 de abril do mesmo ano, com a adesão de inúmeros artistas e intelectuais como:
Cacá Diegues, cineasta. Caetano Veloso, cantor e compositor. César Benjamin, político. Chico Buarque de Holanda, cantor e compositor. Clarice Lispector, escritora. Dilma Rousseff, política e economista. (atual presidente) Edu Lobo, cantor e compositor. Fernando Gabeira, político. Gilberto Gil, cantor e compositor. Grande Otelo, ator. Hélio Pellegrino, psicanalista, poeta e escritor. José Dirceu, líder estudantil. Luís Travassos, líder estudantil. Marieta Severo, atriz. Milton Nascimento, cantor e compositor. Nana Caymmi, cantora. Nara Leão, cantora. Norma Bengell, atriz e cineasta. Orestes Quércia, político. Paulo Autran, ator. Tancredo Neves, político. Tônia Carrero, atriz. Vera Silvia Magalhães, líder estudantil. Vladimir Palmeira, líder estudantil. Wellington Moreira Franco, político. Zuenir Ventura, jornalista.
A musica foi composta por Milton Nascimento em 1968, que ficou receoso de que achassem que ele estaria se aproveitando do acontecido pra lançar a música, que só foi gravada em 1976. 
A letra, forte, segue abaixo:

            "Quem cala sobre teu corpo
     Consente na tua morte
      Talhada a ferro e fogo
             Nas profundezas do corte
              Que a bala riscou no peito
                                Quem cala morre contigo
                                    Mais morto que estás agora
                                 Relógio no chão da praça
                                 Batendo, avisando a hora
                      Que a raiva traçou
                                          No incêndio repetindo
                                         O brilho de teu cabelo
                                             Quem grita vive contigo."

INTERVENÇÃO MILITAR, JÁ.


Por vezes fica difícil a adaptação compulsória com alguns colegas de trabalho, que expõe suas ideias de forma sumaria e equivocada, sobre a atual situação politica do país, mas a cada dia que passa, percebo que se aprende com as diferenças, através de discussões civilizadas em busca do senso comum. A adaptação se faz necessária e se dá pela persistência, pela crença num crescimento mutuo e respeitoso das divergências ideológicas.
Mas penso também, que é inaceitável a ideia, de que uma intervenção militar seria o melhor caminho para restabelecer uma democracia digna neste país. Quem acredita nesta ideia, sofre de amnésia ou desconhece completamente o que é viver debaixo de uma ditadura, impedido de exercer seus direitos de cidadania e sem liberdade de expressão. Ignora que famílias inteiras foram humilhadas, destruídas, que pessoas foram torturadas até a morte e jogadas em valas comuns em nome da segurança nacional. Esqueceu que o que houve por aqui foi uma luta covarde e armada de desiguais, onde foram suprimidos a dignidade e os direitos humanos. Será que já esqueceram desta terrível imagem de Vladimir Herzog, torturado e morto nas instalações do DOI-CODI?


Quando navego pelas redes sociais e leio que alguns internautas estão aclamando ou defendendo o regime militar, percebo o quanto anda equivocada e desesperada a nossa sociedade, por uma reforma politica necessária que redesenhe a democracia de forma competente e verdadeira.  Mas a retomada de militares ao poder é um retrocesso politico desnecessário por conta de uma repressão e crimes que jamais serão justificados e esquecidos.


Essas pessoas que hoje tem a liberdade de reclamarem nas redes sociais de uma politica incompetente, corrupta e articulosa, esqueceram que estão praticando o seu direito de liberdade de expressão, de cidadania, que antes não tinham e que expor sem medo as suas insatisfações com a atual governança é uma legitimidade democrática conquistada; Que no passado, pessoas também insatisfeitas, saíram as ruas, ousaram reclamar seus direitos e foram torturadas, mortas, exiladas e taxados de comunistas.
Eu fico estarrecido, quando entro numa pagina como esta aqui, que defende as ações da ditadura militar, como uma forma de defesa a família e a democracia. Que diz que liberdade demais é perigoso e ainda ameniza os crimes feitos pela ditadura brasileira, chamando-a de Dita branca por se tratar de uma contra revolução ao domínio comunista e que exterminou menos gente se comparada com a de Pinochet no Chile, e Hitler que dizimou a população judaica.

QUEM FOI MATINTA PEREIRA?


Eu ando chato e por esta razão tenho bebido vinho todas as noites e achado as pessoas a minha volta também muito chatas e com os mesmos discursos chatos de sempre. Acho que como eu, essas pessoas não aguentam mais viver debaixo de tanta mentira e corrupção. No meu caso algumas taças de vinho servem para dar aquela equilibrada no velho carburador de ideias e não me sentir tão fracassado diante de lutas que trouxeram mudanças, mas que a gente ainda quer mais, precisa de mais, muito, muito mais.
É o rombo na Petrobras, é o impeachment de Dilma, a aclamação de algumas pessoas desesperadas para que retorne o militarismo e a ditadura neste país e fica aquela sensação de que perdemos ou fomos enganados.
Fiquei ouvindo esta musica brasileiríssima, até o amanhecer e pensando no quanto ela cabe na diversidade dos meus sentimentos. 
"É pau, é pedra, é o fim do caminho, é um resto de toco, é um pouco sozinho, é um caco de vidro, é a vida, é o sol, é a noite, é a morte, é um laço, é o anzol. 
É peroba do campo, é o nó da madeira, caingá, candeia, é o Matinta Pereira..."
Eu sou antigo e somente as coisas antigas parecem me tocar quando tocam. Afinal já chegaram as águas de março por aqui e eu tenho a curiosidade de saber quem foi Matinta Pereira!..
Conta a lenda, que à noite, um assobio agudo perturba o sono das pessoas e assusta as crianças, ocasião em que o dono da casa deve prometer tabaco ou fumo. Ao ouvir durante a noite, nas imediações da casa, um estridente assobio, o morador diz: - Matinta, pode passar amanhã aqui para pegar seu tabaco. No dia seguinte uma velha aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim de apanhar o fumo. A velha é uma pessoa do lugar que carregaria a maldição de 'virar' Matinta Pereira, ou seja, à noite transformar-se neste ser indescritível que assombra as pessoas. 
A Matinta Pereira pode ser de dois tipos: com asa e sem asa. A que tem asa pode transformar-se em pássaro e voar nas cercanias do lugar onde mora. A que não tem, anda sempre com um pássaro, considerado agourento, e identificado como sendo 'rasga-mortalha'. 
Dizem que a Matinta, quando está para morrer, pergunta:' Quem quer? Quem quer?' Se alguém responder 'eu quero', pensando em se tratar de alguma herança de dinheiro ou jóias, recebe na verdade a sina de 'virar' Matinta Pereira.

VIDAS PARALELAS.

As vezes cai no parapeito da minha janela, raios, tempestades, vento, rosas vermelhas, cravos, flores de um amarelo murcho, água da chuva, raios de sol, poeira, ruídos não identificados, buzinas, chamados, sombras que parecem ser do outro mundo, sensações, vibrações, arrepios.., me deixando por semanas assutado
Mas este mundo que por alguns instantes se parece estranho, que é meu e de quem acredita na sua existência, tem vidas paralelas que eu particularmente não quero desvendar, apenas o respeito. Isto me basta!

EXISTE RACISMO REVERSO?


Uma coisa que eu me pergunto, quando estou em alguma roda de pessoas discutindo sobre racismo, é se existe ou não, racismo de negros contra brancos, ou como gostam de chamar, o tão famigerado racismo reverso. Ontem eu ainda conversei com um colega do trabalho, que acredita existir muito mais racismo entre negros para com os brancos, do que o contrario.
Lembro de ter observado na minha infância e juventude, algumas atitudes reprovadoras por algumas pessoas da minha família, de origem negra, quanto ao fato de nós, os mais jovens, nos relacionarmos com outros jovens brancos do bairro. Havia aquelas observações pesadas por parte deles como: "Aquele teu amigo branco, esteve aqui te procurando!..." o que me fazia questionar se aquela atitude de descontentamento notória, tinha ou não fundamento, se não era um protecionismo que a o mesmo tempo era racista, fazendo-me viver entre a cruz e a espada e aquela sensação culposa de estar traindo a minha própria raça e família.


Eu fui pesquisar na Internet sobre este assunto, e caí na pagina de Djamila Ribeiro, que é blogueira, feminista e possui uma pagina chamada "Escritório Feminista", onde esclarece alguns pontos conceituais para se pensar:
"Racismo é um sistema de opressão, e para que haja racismo, deve haver relações de poder envolvidos. Negros não possuem poder institucional para serem racistas, pois a população negra sofre um histórico de opressão e violência que a exclui. Para haver racismo reverso, deveria ter existido escravização por mais de 300 anos da população branca, negação de direitos a essa população. 
Muitas vezes o que pode ocorrer é um modo de defesa, algumas pessoas negras, cansadas de sofrer racismo, opressão, agem de modo a rejeitar de modo direto a "branquitude", mas isso é uma reação à opressão e também não configura racismo".
"Há que se fazer a diferenciação aqui entre sofrimento e opressão. Sofrer, todos sofrem, faz parte da condição humana, mas opressão é quando um grupo detém privilégios em detrimento de outro". Brancos são mortos por serem brancos? São seguidos por seguranças em lojas, shopping centers? ..


Em nossa cultura poderíamos enumerar o vasto número de piadas e termos que mostram como a distinção racial é algo corrente em nosso cotidiano. Quando alguém autodefine que sua pele é negra, muitos se sentem deslocados. Parece ter sido dito algum tipo de termo extremista. Talvez chegamos a pensar que alguém só é negro quando tem pele “muito escura”. Com certeza, esse tipo de estranhamento e pensamento não é misteriosamente inexplicável. O desconforto, na verdade, denuncia nossa indefinição mediante a ideia da diversidade racial e é no passado onde podemos levantar as questões sobre como o brasileiro lida com a questão racial. A escravidão instituída em solo brasileiro, mesmo sendo justificada por preceitos de ordem religiosa, perpetuou uma ideia corrente onde as tarefas braçais e subalternas são de responsabilidade dos negros. O branco, europeu e civilizado, tinha como papel, no ambiente colonial, liderar e conduzir as ações a serem desenvolvidas. Em outras palavras, (brancos) nasceram para o mando, e (negros) para a obediência.
O tema racismo ainda é complicado para muitas pessoas, principalmente quando se trata da lei. Mesmo com implantação de legislação contra o racismo, existem aqueles que não sabem diferenciar determinadas atitudes como prática de crime de racismo ou não. Uma das maiores confusões que as pessoas podem cometer é confundir racismo e injúria racial.
Injúria racial ocorre, quando são ditas ou expressadas ofensas a determinados tipos de pessoas, tendo como exemplo chamar um negro de “macaco”. Esse exemplo já ocorreu em vários casos no futebol, em que jogadores foram ofendidos por essa palavra e alguns entraram com processo. No caso, seriam julgados como injúria racial, onde há a lesão da honra subjetiva da vítima. A acusação de injúria racial permite fiança e tem pena de no máximo oito anos, embora geralmente não passe dos três anos.
Já o racismo é mais grave, considerado como um crime inafiançável e imprescritível. Para o crime ser considerado como racismo, tem que menosprezar a raça de alguém, seja por impedimento de acesso a determinado local, negação de emprego baseado na raça da pessoa. Como exemplo, pode-se considerar o impedimento de matrícula de uma criança em uma escola por ela ser negra.
Resumidamente, o racismo impede o prática de exercício de um direito que a pessoa tenha. A injúria racial se determina pela ofensa às pessoas por raça.

O RECONHECIMENTO DE ERROS, TE TRANSFORMA NUMA PESSOA MELHOR.


Um dia recebi no meu WattsAp, uma mensagem em forma de uma brincadeira, mas que no fundo tratava-se de uma manifestação discriminatória e homofóbica, que logo respondi indignado e postei aqui no blog sem pudores, com o titulo: DESTA VEZ EU NÃO QUIS COMER A BANANA PACIFICAMENTE NO MEIO DO CAMPO.
Junto da mensagem abusada que me enviaram, acompanhava um vídeo com um cantor desconhecido cuja a letra da musica também fazia apologia a homofobia, como se tudo não passasse de uma curiosa piada para se gargalhar.
Entre todo o xingamento que fiz, em resposta a "brincadeirinha" lembro também de ter escrito o seguinte: "Este cara do vídeo é vergonhosamente um dos pior cantores que já ouvi e o pior é que ele não parece ter um pingo de inteligencia pra perceber a merda que está cantando e o mal que está fazendo pra própria carreira. Um dia caras como ele, perceberão que se expor desta maneira é pior do que dar o cu, é inclusive menos digno, tu não achas?"
Hoje nesta manhã chuvosa em Porto Alegre, me deparei com a noticia de um rapper chamado Fabio Brazza se desculpando através de um vídeo, pelas piadas homofóbicas que fez em suas musicas, durante sua carreira. Assista aqui. Não, não se trata do mesmo cantor do vídeo que me enviaram, mas penso, que bom se fosse!
Segundo Brazza, membros da comunidade LGBT estabeleceram um diálogo saudável, fazendo-o pensar e reconhecer a falha.
"Sou produto dessa sociedade machista e sempre achei normal (piadas homofóbicas)... Quero pedir desculpas a todos que ofendi, porque não foi a minha intenção. Vou mudar e não ser cúmplice dessa homofobia terrível que está no Brasil", afirmou Brazza.
Esta atitude de reconhecimento feita por Brazza tem o meu sincero respeito e reacende a esperança na possibilidade de mudanças num pais onde só em 2012,  quarenta e quatro por cento dos assassinatos cometidos no pais, foram por questões homofóbicas. Muda Brasil!

OS INVISÍVEIS DO INICIO DO SECULO XX.



Por um longo tempo da minha vida, na adolescência, eu acreditei que as provas de um segredos (fotos, cartas, objetos, diários), pudessem ser guardados em gavetas chaveadas, baús, sótãos, porões e jamais serem descobertos.
Com o passar do tempo, mais crescidinho, comecei a pensar diferente: Que segredos podiam ser descobertos sim, pois nada permanece guardado, escondido para sempre. 
Os segredos terminam se perdendo na poeira, no lixo, ou vendidos para um brique, um mercado de quinquilharias e que com o passar do tempo, se tornam publico a qualquer anonimo que se interesse por eles, exposto numa prateleira ou caixa de papelão, onde todos tem acesso. Bem, isto é apenas uma reflexão!..


Acho que foi o que aconteceu com Sebastien Lifshitz, autor e cineasta que apos descobrir e arrecadar algumas fotos em mercados de pulga e vendas de garagem ao longo de suas viagens, decidiu montar um livro que busca mostrar uma perspectiva diferente sobre a cultura gay do inicio e meados do seculo XX.
Os Invisíveis: Vintage Portraits of Love and Pride, é um livro de fotos de uma época em que ser gay era necessário viver enrustido, sobre as duras e implacáveis penas da sociedade. Toda esta historia me reporta a uma composição do Chico que fala de amor, de relações, de fragmentos descobertos:

Não se afobe, não/ Que nada é pra já /O amor não tem pressa/ Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário/ Na posta-restante/ Milênios, milênios/ No ar
E quem sabe, então/ O Rio será/ Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão/ Explorar sua casa/ Seu quarto, suas coisas/ Sua alma, desvãos
Sábios em vão/ Tentarão decifrar / O eco de antigas palavras/ Fragmentos de cartas, poemas/
Mentiras, retratos/ Vestígios de estranha civilização ...

LARANJAS VERDES


Laranja verde quando não amarela não dá caldo, resseca no galho, fica dura e em seguida cai do pé rolando na direção do esquecimento.
Todas que chegaram, com o passar dos dias, vem quebrando as unhas, antes bem acabadas e de esmalte vermelho. Quebraram por que antes de ter garra é preciso ter humanidade e perceber que não se ganha batalhas em cima dos oprimidos e que leis são para todos e é por isto, que uma a uma sobe no palco ditando regras, mas levam inesperadamente aquele tombo feito a Madona na entrega dos Brit Awards, o maior premio da musica pop britânica.

CAVANHAS O BAN BAN BAN DA CIDADE


Ontem foi o aniversario de uma amiga, então fomos comemora-lo à noite no Cavanhas da Barão. Cheguei meio tarde (tipo 21 h 30 min. e o combinado era 20 h. 30 min.). 
Os outros convidados já haviam comido; Piza, hamburguês, que dizem ser a especialidade da casa, mas que pra mim passa.
Nunca fui um assíduo frequentador da casa, mas sei que é um Ban ban ban, um clássico da cidade, aberto desde 1986, com varias filiais espalhadas pela capital.
Achei o atendimento confuso, garçons desinteressados e pouco simpáticos. Para tirar a má impressão fomos até o Cavanhas da Lima e Silva para beber apenas cerveja. Bingo, o tratamento foi outro.


O AMOR NÃO TEM RÓTULOS, A GENTE É QUE PÕE.


Ja postei aqui no blog, que eu acho pertinente estes projetos de intervenção urbana, não só pela beleza e criatividade, mas pela profunda mensagem inserida no poder da imagem, que atinge cada pessoa que o visualiza.
Com o objetivo de ir contra os preconceitos das pessoas no dia a dia, a campanha “Love Has No Labels” fala sobre como o amor não tem fronteiras.
Em um vídeo mostrando apenas o raio-x dos participantes, vemos como somos todos iguais e como não há limites para manifestar o amor: seja de uma mulher para uma mulher, entre duas irmãs, uma família com dois pais ou um casal convencional.
Uma ideia simples, mas que apresenta o amor como o que há de mais belo e especial na vida, independente das diferenças.
 

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...