Alô alô, Oléria: Testando

Foi por acaso que eu liguei a TV no canal Câmera numa noite destas e me deparei com esta simpática cantora brasiliense com muita presença de palco, esbanjando voz e com um swing tão contagiante que eu pensei que ela fosse baiana. Nada haver, não é mesmo, já que basta ser brasileira.


Com muita energia e uma voz marcante, ela mistura samba, funk, soul, bossa nova, hip hop. Seu nome é Ellen Oléria e foi vencedora na categoria “melhor intérprete” no Festival Interno de Música Candanga de 2003 e 2006; no Festival e Música dos Correios de 2004 e 2006; e do Prêmio Sesc de Música de 2005; entre outros. Eu postei este vídeo que achei no Youtube para vocês conferirem o seu talento. Na minha opinião ela é das grandes e tem muita chance de ir longe.


Duos brasileiros.

Depois de muitas tentativas frustradas, para conseguir via Internet uma senha que eu deveria depois trocar por um ingresso de entrada no show "Duos brasileiros" desta Sexta- feira as 20h., no Salão de Atos da UFRGS, eu decidi pelo risco de ir assistir ao ensaio aberto na Quinta- feira, pois este não havia a necessidade de ingresso e me permitiria ao menos ter uma ideia do como seria o show, caso não conseguisse vê-lo. No final, a sorte foi minha aliada e consegui facilzinho, facilzinho, três ingressos para assistir ao show e também já assistir ao ensaio uma noite antes, que diga-se de passagem, estava muito, mas muito bom! 

A proposta deste mês de Outubro pelo projeto Unimúsica da Pró-Reitoria- UFRGS, foi de colocar no palco juntos nada menos que, Ná Ozzeti com seu vasto curriculo como cantora e compositora que eu já conhecia de outras apresentações, com André Mehmari no piano; Mônica Salmaso que eu não havia assistido em nenhuma apresentação ao vivo, mas que tenho a maior admiração por seu trabalho, técnica vocal e afinação indiscutível ao lado de Teco Cardoso saxofonista e flautista renomado; Izabel Padovani que foi pra mim a surpreendente revelação pela sua grande qualidade musical e o fato de não conhecer seu trabalho e a o lado do baixista gaúcho Ronaldo Saggiorato.

O Show:
Bem, eu não preciso dizer que o show estava magnifico e a plateia os aplaudiu de pé após cada musica. O encontro dos seis musicistas foi o casamento perfeito na arte de tocar e cantar, costurado de excepcional entrosamento, harmonia e sensibilidade, proporcionando aos presentes, momentos raros da melhor musica contemporânea brasileira. 


O Repertório:
As musicas escolhidas para o repertório do show, foram entre outras as indiscutíveis: Gabriela- de Tom Jobim; Pra Que Discutir com Madame- de João Gilberto; Canto Em Qualquer Canto- de Ná Ozzeti; Minha Palhoça- de J.Cascata; Baião De Quatro Toques- de Zé Miguel Visnik; Casamento De Negros- de Violeta Parra; O Ciume- de Caetano Velosos; Felicidade- de Lupicínio Rodrigues; Pés No Chão de autoria de Maria João e Mario Laguinho,  cuja musica soa como improviso vocal, mas possui letra em forma de jogo sonoro delicioso e sofisticado. Esta ultima, interpretada belissimamente por Izabel Padovani que você pode ouvir aqui e Mônica Salmaso durante a noite de ensaio e no espetáculo.



O Ensaio Aberto:
Eu ainda não havia participado de ensaios aberto ao público e achei por demais interessante, pela oportunidade de se conhecer a construção de arranjos, harmonia vocal e alguns improvisos necessários na montagem de um espetáculo. Além disto parece surgir entre os músicos e a platéia que os assiste, uma certa cumplicidade do tipo, quando é mostrado os segredos de uma boa receita antes do prato ficar pronto. Nestes momentos (de exercício musical), nada é definitivo e por isto é ensaiado varias vezes uma mesma musica na busca da perfeição final. Isto termina por oferecer uma gama de interpretações em vozes e tons diferentes que acaba enriquecendo quem ouve e gosta de boa musica. 
Às vezes tudo parece estar pronto, mas um pequeno detalhe, faz com que a musica ou a letra perca ou ganhe uma valorização maior e necessária, o que é preciso rever, ajustar, produzir novos efeitos. O ensaio aberto passa ser não só um prolongamento antecipado do que será o show, mas uma continuidade dele, um show à parte.
Como disse Mônica Salmaso sentada no chão do palco, ao lado dos outros músicos, num papo descontraído conosco da platéia. "A gente combina, combina e na hora do show descombina tudo do que foi combinado!" Risos.

CHEIROS INCONFUNDIVEIS

Hoje saindo do edifício onde moro, depois de abrir a porta do elevador, senti aquele cheiro forte de perfume Lancaster, que nem sei se ainda existe no mercado para venda e se existe deve ter baixado de posto por sua fama de perfume extremamente forte e usado por boêmios de conceitos duvidosos. Era desta forma que minha família relacionava o perfume a pessoa. Lembro-me de seu cheiro forte desde os tempos da adolescência quando ganhei um vidro e me perfumava excessivamente com sua essência e minha mãe reclamava do cheiro. 

Os tempos são outros e acho que não só caiu de moda pela substituição de outras fragrâncias mais modernas, como também se eternizou na lembrança das pessoas que viveram nos anos 60 e 70, junto com a aparecimento do jeans nos meados dos anos dourados. 
Cheiros como o Lancaster, do Almíscar Selvagem e do Patchouly, ficaram gravados na memoria olfativa e emocional de quem os usou ou conviveu com o seu cheiro, marcando personalidades subjetivamente como  forma de vida e de atitudes de uma época.
Muita gente que usava o Patchouly, acreditava que sua fragrância era feito da maconha, assim como o Almíscar do sêmen de um bode oriundo de Malta. É claro que isto não é verdade. Hoje temos tantas fragrâncias à nossa disposição, que  até nos confundimos com os diversos cheiros que por vezes são tão similares. 
Uma coisa eu sei, mesmo depois de muito tempo e de saírem de moda, estes perfumes são inconfundíveis até hoje.

Nos buracos haviam monstros

Eu estava num hotel ou numa pousada, quando da janela do quarto, no segundo andar, percebi um grande buraco e muito profundo, rente a estrutura do prédio. Curioso e impressionado com aquela descoberta, desci até a rua para saber do que se tratava e com uma maquina fotográfica para registrar, o que me parecia por demais estranho. 
Algumas pessoas, moradoras do lugar que caminhavam pela rua, me confirmaram a sua existência, alertando-me para que eu tivesse cuidado, pois a região era cheio deles e muitas pessoas e também casas, já haviam sido literalmente engolidas por eles.
Gritei para o meu colega Garcia e para o Junior, filho de uma amiga, que estavam hospedados comigo, mas eles pareciam não me ouvirem, demonstravam a certa distancia, desinteresse ao meu chamamento. 
Irritado com a desatenção deles, cruzei por um terreno íngreme e de pouca vegetação para ter acesso ao estranho buraco, quando percebi no caminho uma enorme pedra com pequenos orifícios onde haviam olhos atentos que me observavam. Os olhos eram assustadores e não humanos; eram tão grandes como destas figuras mitológicas assustadoras. Aproximavam-se e afastavam-se dos orifícios de pedra demonstrando algum receio de terem sido descobertos. Eu sentia não ter forças para continuar o caminho ou retornar, somente acordar daquele pesadelo e esquecer aqueles olhos que me observavam desconfiados.

Quantas vezes se morre?

_O que o senhor esta fazendo aqui moço, se eu morri ontem? Me perguntou o idoso, deitado sobre a cama, com os olhos de pouco brilho e aspecto de doente.
_Como o senhor pode ter morrido ontem se esta falando comigo e agindo como se estivesse vivo? Revidei num clima de brincadeira.
Risos.
_Eu morri  quatro vezes senhor. Hoje voltei, pouco antes do senhor chegar, mas ninguém acredita em mim, dizem que invento façanhas como um mentiroso. Morrerei muitas vezes ainda e agora pode ir, estou bem!

Noite de autógrafos

Aconteceu nesta Quinta-feira 29, na Livraria Saraiva, segundo piso do Shoping Praia de Belas a noite de autógrafos do novo livro de Fernando Morais "Os Ultimos Soldados da Guerra Fria", que conta a história da Rede Vespa, um grupo de agentes cubanos infiltrados nos Estados Unidos, na década de 1990, com o objetivo de espionar grupos anticastristas sediados na Flórida. Fernando Morais para quem não está lembrado é escritor dos livros "A Ilha" de 1976 relato de uma viagem a Cuba e "Olga" lançado em 1985 e reeditado em 1994 que descreve a trajetória trágica de Olga Benário, recrutada pelo governo soviético para dar proteção ao líder comunista brasileiro Luís Carlos Prestes, com quem viveria um romance antes de ser presas e deportada pelo governo Vargas e morta na camara de gás na Alemanha nazista.
Morais fez uma declaração sucinta do processo de criação de seus livros e em particular do ultimo, assim como a participação de sua esposa historiadora, a quem ele chama de italiana, e que o ajudou através de criticas positivas no tipo de linguagem a ser usado no livro, mantendo os cuidados necessários a qualidade que exigia a história. Falou das entrevistas feitas com alguns membros do grupo cubano e de algumas dificuldades em suas pesquisas de campo para a elaboração da história.
Logo depois de sua palestra e da abertura de espaço aos presentes fazerem perguntas, a fila de autógrafos começou a crescer tanto que dobrou pelos corredores da livraria, assim como no balcão de vendas do livro. Lastimei por não ter comprado o livro antes e ter a sua assinatura na contracapa, mas a o mesmo tempo sei o quanto me torno impaciente nestas filas intermináveis.

Sentimentos primários

Acordei com fome de café, pão e manteiga, mas antes eu queria morder aquele mamilo saliente por traz daquela tatuagem de Shakira, que não me sai da cabeça, somente para vê-lo inchar e depois sangrar discretamente. Não, não é tesão, é apenas curiosidade mesclado a sentimentos primários e de maldade, para ver como ele se comportaria depois da mordida. Por hora, vou preparar o meu café  para não ter de afiar os dentes.

Dois.

Observar esta chuva caindo me transforma em dois: Um que fica introspectivo, buscando poesia em detalhes naturais ou camuflados desta vida e o outro. Bom o outro é absorvido pela ansiedade que prende seu corpo entre quatro paredes, deixando-o tão limitado quanto as gotas de chuva que caem e espatifam-se no asfalto. Qual liberdade estes dois buscam, a da alma ou a do corpo? 
Não seria tudo uma coisa só, ou apenas conceitos modificados pelos jogos de palavras? Introspecção e ansiedade não vem da mesma caverna subterrânea?
Ah essa chuva fina que se arrasta pela manhã!.. E ainda este vento frio que assobia pelas arestas...

AS PALMEIRAS SOBRE A PONTE


Que bom que o inverno se foi sem deixar saudades daqueles dias de muita chuva e frio como a muito tempo não se via e sentia por aqui. Até eu que gosto de invernos, já estava angustiado com tanta chuva, que me limitava possibilidades, impedia passeios e adiava alguns encontros. 
Mas independente dos dias frios e chuvosos que se foram e os de temperaturas amena que agora tem feito no inicio da Primavera, a cidade tem exibido alguns ângulos e detalhes, que antes não havia me chamado a atenção, como nestes últimos dias. 
Inúmeras vezes passei pelo cruzamento da Avenida Ipiranga com a João Pessoa e percebia alguma coisa  diferente, mas sem que me detivesse na evidencia, no raro detalhe, visível na minha frente. Talvez meus olhos percebessem o erro, mas meu cérebro não processava o que via.
Falo das Palmeiras plantadas sobre a Ponte na Avenida João Pessoa, que cruza sobre o Arroio Diluvio. Passamos tão apressados ou tão desatentos, que não nos damos por conta que estão plantadas sobre uma ponte cuja a superfície obviamente está suspensa e isto a torna esteticamente muito singular a outras. 
Me pergunto como estas enormes palmeiras conseguiram fixar suas raízes, crescerem e se tornarem tão majestosas e fortes num lugar que aparentemente me parece tão improprio para resistirem rajadas de vento sem tombarem, o que provocaria grandes estragos? 
Durante o inverno e nas estações de vento, elas se curvam tanto que dão a sensação de que a qualquer momento poderão cair.

Li no blog "Amigos da Rua Gonçalves de Carvalho", num post recente (de autoria de Angela Tavares), que estas palmeiras foram plantadas em 1940 por ocasião do bicentenário da cidade, no governo de Loureiro da Silva, que através de um projeto cujo conceito era "Monumentar" a cidade, objetivava enfeita-la para as comemorações de seu aniversário, além da revitalizar pontes e praças. 
O novo prolongamento da avenida além da ponte em estilo “Art nouveau”, ganhariam canteiros centrais, ornados com Palmeiras Imperiais. 
Eram muitas as edificações a serem feitas num curto prazo de tempo e os trabalhadores foram orientados para executar o plantio nos canteiros da avenida, saltando o leito da ponte. Sem se darem por conta, plantaram também onde não estava previsto. 
As palmeiras cresceram e o descuido dos trabalhadores, transformaram estas palmeiras num cartão postal pouco conhecido de quem passa por ali.

Onde nasce o Diluvio?




Mas afinal, onde nasce o arroio Diluvio?
O Dilúvio é o maior riacho que corta a cidade de Porto Alegre, em consequência a este fato, acaba cruzando por grande parte dos trechos urbanos da cidade que em décadas passadas, inundava com grande frequência alguns bairros localizados a sua margem como o Menino Deus, Azenha, Santana e a Cidade Baixa. 
O Arroio Dilúvio nasce na Lomba do Pinheiro, Zona Leste da Cidade, na Represa da Lomba do Sabão localizada no Parque Saint-Hilaire em Viamão. Recebe vários afluentes como os arroios dos Marianos, Moinho, São Vicente e Cascatinha e deságua no limite entre os parques Marinha do Brasil e Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia).


Arroio Moinho/ Vila João Pessoa 

Seu nome de origem era Arroio Sabão por nascer na represa de mesmo nome, mas as frequentes chuvaradas com consequentes inundações, acabaram lhe conferindo um segundo nome, Diluvio.
Antigamente, o riacho dasaguava na Ponta da Cadeia, (que hoje não existe mais), ao lado da Usina do Gasômetro, e antes de chegar ali passava embaixo da Ponte de Pedra, que existe ainda hoje, perto do atual Largo dos Açorianos.


A microbacia do Dilúvio tem cerca de 80 quilômetros quadrados, dos quais 19% estão localizados no Município de Viamão. 
Este importante córrego da cidade recebe anualmente 50 mil metros cúbicos de terra e lixo em suas águas. Isso equivale a dez mil caminhões-caçamba cheios. O Riacho carrega ainda o esgoto cloacal de três bairros para o Guaíba. Por isso, o Arroio Dilúvio e seus afluentes necessitam de limpeza e dragagem periódicas.

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...