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Monumento a Alfonsina Storni - praia La Perla / Mar del Plata |
La Negra que faleceu no ano de 2009 aos 74 anos, sempre me fascinou pelo poder de sua voz e forte presença de palco. Duas das principais musicas de seu repertório, a tornaram conhecida pelo mundo com uma das Divas representantes da musica latino americana - que foi Graças à La vida - (de Violeta Parra) e Alfonsina Y el Mar - (dos argentinos Ariel Ramirez e Felix Luna) composta em 1968 que me emociono até hoje quando a ouço.
Mas quem foi esta Alfonsina que se tornou tão reverenciada na voz de Mercedes Sosa e cujos os versos são de uma beleza poética tão peculiar?
Alfonsina Storni era uma poeta e escritora que nasceu na Suíça em 1892, mas passou a viver na Argentina desde os seus quatro anos de idade. Começou a escrever desde cedo e rapidamente conquistou vários prêmios pelas suas obras, sendo reconhecida em praticamente todos os países latino americanos.
O nome de Alfonsina Storni é lembrado como uma das grandes autoras da poesia em língua espanhola, tendo forte ligação com o movimento modernista do início do século XX, destacando-se como uma poetisa de vanguarda, e por ter colocado a sua condição de mulher e feminista contra normas antiquadas que vigoravam na sociedade portenha. Alfonsina faleceu de Câncer em 1938.
TRADUÇÃO DA MUSICA ALFONSINA Y EL MAR:
Pela branda areia que toca o mar, sua pequena pegada não aparecerá mais.
E um único passo de pedra e silêncio chegou até a água profunda, até a espuma.
Sabe Deus que angústia te acompanhou, que velhas dores calaram tua voz para recostar-te no sussurro dos caracóis marinhos, a canção que os caracóis cantam no fundo obscuro do mar.
Vai-se Alfonsina com sua solidão, que poemas novos foste buscar? E uma voz antiga de vento e de sal se quebra na alma e a está chamando. E te vais, como em sonhos. Dorme Alfonsina, vestida de mar.
Cinco sereiazinhas te levarão por caminhos de algas e coral e fosforescentes cavalos marinhos farão uma ronda a teu lado. E os habitantes da água vão nadar ao teu lado.
Baixa a luz um pouco mais, deixa que durma em paz. E se chamarem não diga que estou, diga que Alfonsina não volta. E se chamarem não diga que estou, diga que me fui.
Vai-se Alfonsina com sua solidão, que poemas novos foste buscar? E uma voz antiga de vento e de sal se quebra na alma e a está chamando. E te vais, como em sonhos. Dorme Alfonsina vestida de mar.