Foi neste Domingo à tarde, que me reuni com amigos para visitar à pé, alguns pontos do centro histórico de Porto Alegre. A intenção não era somente fazer turismo pela cidade, mas uma busca por recantos que nos servisse de inspiração, curiosidade e pano de fundo para sentarmos, trocarmos idéias, falarmos de sonhos, de viagens, beber um café e assistir outras pessoas que talvez faziam o mesmo em alguns bares e cafés, servidos de mesa e cadeiras na calçada ensolarada da antiga Rua da Praia.
O local de encontro foi no largo da Prefeitura Velha, às 14h 30 e participaram deste passeio, Leonardo, vindo de Belo Horizonte, Rosane, Rose Milene, Tom e eu.
Como a maioria dos estabelecimentos comerciais estavam fechados por ocasião do Domingo, foi muito tranquilo e propicio para o que intencionávamos fazer: Relaxar, brincar, trocar informações.
Os lugares que visitamos, foram:
Mercado Publico, Chalé da Praça XV, Galeria Chaves, Viaduto Otávio Rocha, Praça da Fernando Machado entrada do antigo Beco do Cemitério, Curia Metropolitana, Escadaria da Rua João Manoel, Palácio Piratini, Catedral Metropolitana, Praça da Matriz, Teatro São Pedro e o Multi palco, Igreja N. Sra. das Dores e alguns prédios históricos, Praça da Alfandega e o Santander Cultural.
Para que a postagem não fique por demais extensa, separei alguns tópicos, que achamos os mais interessantes neste passeio.
Chalé da Praça XV:
Nossa primeira parada foi no Chalé da Praça XV, em frente ao Mercado Publico, recentemente reinaugurado com amplo salão envidraçado e um deque onde os clientes disputam mesas para um happy hour à sombra das arvores centenarias.
O novo espaço que faz parte da ampliação do Chalé, possui uma fachada retangular e a lateral curva, além de apresentar um ambiente contemporâneo e ao mesmo tempo, que remete ao Chalé antigo por causa dos detalhes como o piso em cinza, preto e branco e alguns mobiliarias da época.
A área interna possui uma capacidade para até 140 pessoas e a área externa, com mesas e lounges, com uma capacidade para 80 pessoas. Fomos recepcionados por um simpático garçom que nos falou sobre a história do Chalé e outros pontos da cidade como o Mercado Publico e a Galeria Chaves também recentemente remodelada.
O sistema de atendimento é à la carte com cardápio que oferece especialidades como carreteiro de charque, feijão mexido, além da salada italiana-(caprese). A carta de bebidas, fica por conta dos vinhos oriundos da Serra Gaúcha.
O horário de atendimento é diariamente das 11h às 0h, com capacidade de 400 lugares. Aceita reservas pessoais e para eventos em ambientes a o ar livre e fechado, como também todos os cartões de credito e cheques sob cadastro.
O Chalé da Praça XV, inicialmente foi construído todo em madeira em 1855, para abrigar uma sorveteria. Foi reformado varias vezes e novamente em 1971 depois de ter sido destruído por um incêndio. Foi tombado como patrimônio histórico da cidade, mantendo a função de restaurante.
Construído com elementos desmontáveis de aço, madeira e vidro, seu estilo é eclético e revela a preferência pelo pitoresco da época de sua construção.
Encontram-se contudo elementos nitidamente Art Nouveau na decoração, principalmente no gradeamento metálico que cerca a área ao ar livre e no terraço, onde se tem uma visão panorâmica do Mercado Publico e parte do centro histórico da cidade.
Depois seguimos pela rua Jose Montaury, subimos a Avenida Borges de Medeiros, próximo da Esquina Democrática que também já foi no passado a Esquina do Zaire, até a Galeria Chaves totalmente reformada, na Rua dos Andrades.
Galeria Chaves:
A Galeria Chaves, datada de 1936 possui um espaço imponente, criada para a atividade comercial na cidade e segundo o senhor Google, seu estilo remete aos modelos dos palácios Renascentista, com três blocos principais, cinco pisos e um subsolo. Os corredores são compostos por balaustres, arcos e pequenas colunas jônicas, claraboias, pisos decorados e vitrais.
Seu projeto foi concebido pelo arquiteto e escultor Fernando Corona, que também foi mestre de uma geração de escultores gaúchos. Nesta Galeria também funcionou o Espaço N.O criado pela artista plastica Ana Torrano e Vera Chaves Barcellos, destinado à arte e a cultura contemporâneas, inspirado no Other Books and So, de Amsterdã,) e a Galeria Obra Aberta.
O espaço hoje abriga uma de suas sedes a Fundação Vera Chaves Barcellos. A proposta do Espaço N.O foi a de discutir variados aspectos da produção contemporânea e abrir espaço para manifestações de vanguarda e experimentalismos em termos de pesquisa formal, meios e novas linguagens, através de cursos, palestras, concertos musicais, exposições, eventos multimídia, leituras dramáticas e performances. O Espaço N.O. patrocinou cerca de 90 eventos em sua trajetória, e marcou presença em mostras nacionais e internacionais.
O projeto e execução de revitalização da Galeria Chaves, custou cerca de 3 milhões aos cofres públicos, que inclui escadas rolantes, 15 lojas extras, 2 restaurantes e 1 elevador panorâmico.
Os lugares que eu mais frequentava nesta galeria, nos meus anos dourados de 70 à 80, eram a King's Discos especializada em discos raros e o Café Chaves, dono de um dos cafés mais gostosos e cheirosos da cidade.
Viaduto Otávio Rocha:
Saindo da galeria Chaves, seguimos até o Viaduto Otavio Rocha, (Viaduto da Borges como é conhecido pelos porto alegrenses), na Avenida Borges de Medeiros, cuja a obra monumental datada de 1914, tinha como objetivo ligar as zonas Sul, Leste e Central da cidade, até então isoladas pelo chamado morrinho que impedia o livre acesso para estas regiões.
O viaduto é uma imponente estrutura de concreto armado, com três vãos. No centro, ao nível da avenida, existem dois pórticos transversais com dois grandes nichos. Em ambos os lados da avenida Borges foram levantadas amplas escadarias de acesso até o nível do viaduto, na Avenida Duque de Caxias, sustentadas por grandes arcadas debaixo das quais existe uma série de pequenos estabelecimentos comerciais e instalações sanitárias.
Os passeios são revestidos de mosaicos de cimento, e este revestimento foi feito de reboco de pó de granito, imitando pedra aparelhada. Desde sua construção o Viaduto Otávio Rocha é um importante ponto de referência de Porto Alegre, por isto, tombado em 31 de outubro de 1988. Cada lance da escadaria tem o nome referente as 4 estações do ano: (Outono, inverno, Primavera, Verão).
Praça na entrada da Rua São Sebastião:
Nossa quarta parada foi na pequena praça na Rua Fernando Machado que dá fundos para a Catedral Metropolitana e o Palácio Piratini, onde no passado foi a Rua São Sebastião, também conhecida pelos antigos moradores da cidade, de Beco do Cemitério, cuja a historia eu postei
AQUI no Diario de Bordo.
As arvores foram plantadas enfileiradas lado à lado e diante do muro, formando uma espécie de barreira ao acesso do patio da Catedral. Mesmo assim provoca em quem passa, um surpreendente e bonito visual, além de uma sombra magnifica para descanso.
Do outro lado da rua, mais outra surpresa, construções tão antigas, que chamam a atenção por seus traços arquitetônicos e bucólicos. São construções que ainda resistem corajosamente ao tempo. São casas muito antigas e algumas até abandonadas, cujo o cheiro deste abandono impressionantemente chega até a rua.
Escadaria da Rua João Manoel:
Seguindo ainda pela Rua Fernando Machado, antiga Rua do Arvoredo, subimos a escadaria da Rua João Manoel que também encanta pelo seu desenho arquitetônico, despontando entre pequenas construções antigas e algumas arvoredos. Uma Porto Alegre que parece ter estacionado no tempo e que poucas pessoas de fato conhecem.
Poucas pessoas sabem desta mudança, mas no dia 22 de Janeiro de 2008, o bairro Centro de Porto Alegre mudou de nome, passando a se chamar Centro Histórico, através da LEI Nº 10.364 sancionada pelo prefeito na data acima.
O objetivo é resgatar os traços deixados pelo passado, ainda vivos em prédios, ruas, praças, becos, lugares que construíram a identidade politica, social e cultural da cidade, já quase esquecida.
A Prefeitura, junto com outros órgãos governamentais e grupos colaboradores estão trabalhando na criação de dispositivos que despertem o interesse da população e segmentos do comercio e industria, criando também algumas medidas para que se estabeleça um olhar diferenciado para o que será um novo futuro através da mudança de conceitos. O que na minha opinião, já era em tempo de tomar estas medidas.