Dá um tempo!..

Tenho lutado por minha licença premio a mais de três anos, mas ontem assinei-a sob protesto e alguma pressão, por não fazer horas extras conforme as necessidades do serviço, que muito já fiz e foi convenientemente esquecido. 
Ora o serviço tem suas necessidades e eu as minhas, que neste momento  urge de algum tempo de lazer ao que me sobrou de energia por tanto tempo sendo esmagada pelas deficiências da maquina publica e administrativa. 
São mais de 120 dias de licença vencida para pleitear no mínimo 30 dias e ganhar apenas 15 dias. Faça-me o favor; Dá um tempo!
Eu fico me perguntando o porquê de tanta concorrência para entrar no serviço publico, se uma das poucas vantagens que sobrou foi a estabilidade (ainda não derrubada), e o resto vem caindo gradativamente a cada mandato que passa, (conforme a corda vai apertando no pescoço de cada administrador). 
Poucas são as estatais que oferecem hoje, aos seus servidores tratamento diferenciado a que eles tem direitos constitucionais. Os direitos são cada vez menores em relação aos deveres.

Tá tudo devagar.

Para um vôo alto e distante é necessário aparar delicadamente a ponta das asas, ficar de ouvidos atentos e sensível à todas as formas de comunicação; inclusive as internas e silenciosas. Precisa-se distensionar, buscar recursos dentro e fora.
Hoje o mundo está parecendo rodar em slow motion e em certos momentos no sentido contrario. As ligações não retornaram e eu pareço estar de mãos atadas a espera de um sim ou um não. Desde às dez no telefone, tentando e nada, parecendo que estou mendigando um favor, mas que pagarei com juros e correção monetária. Tanta coisa ainda para resolver e nada e eu sem querer levantar a bunda do sofá, me recuso. Penso melhor com ela relaxada.
Minha avó disse certa vez, que quando nos sentimos assim, devemos dobrar meias na gaveta, já que permanecer com ideias fixas, só nos levam ao descontrole e desejos do tipo homicídio em massa. Por algum tempo eu pensava que o sangue que corria nas veias de minha avó, não fosse vermelho, mas de um verde fosforescente como a luz dos vaga-lumes e eu estava certo, mais do que certo.

Cisco.



Gosto de frases curtas cuja a ideia que transmitem ao serem ouvidas, são fortes, grandes, profundas, com sentido, emocionalmente pessoais. Não precisam de muitos elementos gramaticais para se fazerem entendíveis, batendo em minhas emoções e na vivencia obvia do dia a dia, dos gestos simples, transformada em poesia ou versos combinados de bom gosto.
Lembro quando ouvi "Diariamente" de Nando Reis, na voz de Marisa Monte e achei a musica tão delicada e criativa que fiquei por semanas ouvindo-a.
Por esses dias me identifiquei com "Cisco" de Zeca Beleiro e Carlos Careqa, belamente interpretada por Thays Gulin, cantora Curitibana de voz doce e afinadíssima que lançou seu segundo CD- "Oooooooo" em 2011 pela Som Livre.
A musica a que me refiro, está na oitava faixa do primeiro CD- Thays Gulin de 2006, ao lado de outras composições de Zé Ramalho, Chico Buarque, Nelson Sargento, Tom Zé, Arrigo Barnabé, Otto, Jards Macalé, Evaldo Gouveia, Jair Amorim e Anelis Assumpção, arranjadas com muito bom gosto por Fernando Moura na construção do disco.


Veja a letra da musica:

Cisco no olho, pisco
Carne no dente, mordo
Água no leito, chovo
Molho na tela, tremo

Vida no ralo, morro
Fruta no talo, como
Corte no pulso, sangro

Sangue na veia, pulso
Medo do escuro, grito
Luz no inferno, canto
Flores no escuro, claro
Rato no queijo branco

Água na bica, banho
Boca na boca, sugo
Calo no pé, danço
Couro na brasa, queimo


Disco no prato, risco
Bala na agulha, tiro
Papa na língua, calo
Vela ao vento singro

Faca no peito, cravo
Cravo num terno lindo
Fruta no prato fundo
Vinho na taça, brindo

Cego, mas sigo
Vou só, só comigo




E aí.., larari, larara...

Tá bom, eu não falo só para os 17 que me seguem aqui, mas aos que ficam no anonimato e também para as dezenas que moram em mim e me revelam coisas diariamente. Eu não tenho medo da minha complexidade, nem vergonha de parecer perdido. Eu já nasci perdido, somente aprimorei a mentira de parecer resolvido! Mas acontece que eu saí por aí; E aí.., la ra ri..,  la ra ri..,  la ra ri..,  la ra ra,  la ra ra...

Tenho andado de...

...olhos pequenos e isto não é legal. Até a vendedora simpática das Lojas Renner me chamou a atenção sobre esta minha expressão no mês passado, claro, com muita delicadeza. Ouvi dizer, não por ela, que o forçado aperto de pálpebras, é para esconder a alma não só dos outros, mas da gente mesmo. Será que isto é mesmo verdade? Fiquei tímido com sua observação espontânea.
A verdade é que ando muito cansado, desanimado, com muitos planos para este mês de Novembro, mas com pouco entusiasmo para dar segmento nestes projetos pessoais, já algum tempo sonhado.
Tenho ido a muitos espetáculos, passeios, bate papos, mas isto não esta sendo o suficiente para que meus olhos se abram e se iluminem. Eu já notei duas coisas em mim que tem se alterado muito nestes últimos meses, minha resistência física e meu olhos. De qualquer forma sucumbir ou levitar é sempre uma decisão pessoal e solitária.

Azia.

Era esta palavra que eu queria lembrar antes de ontem para expressar o que eu estava sentindo, mas não me vinha a cabeça: Azia, é isto! Eu ganhei um bolinho de batata com carne moída que tomei com café e foi o caos. De repente comecei a sentir uma pequena ardência abaixo da garganta que me causou preocupação. 
É assim que começa, uma pequena irritabilidade na garganta e vai piorando até que todo o tubo digestivo fica irritado e ardendo sem parar. 
É assim que a azia se manifesta em mim, como um inimigo disfarçado e que aparentemente não quer nada por que bateu na porta errada e na segunda oportunidade, vem com tudo. Pior, eu sem nenhum remédio em casa para melhorar.
Pensei em encher um copo de leite e espremer meio tubo de creme dental, se funcionasse no outro dia eu venderia a patente da descoberta. 

Alice não mora mais aqui

Alice não mora mais aqui, mudou-se na semana passada silenciosamente, sem que eu e os outros soubessem a o certo que rumo seguira na vida. Isto também não importa, quando morava aqui em baixo, quase não fazia ruídos, escondia-se dentro de si, dando a impressão de que já havia se mudado para algum lugar secreto sem avisar a ninguém. 
De qualquer forma, seus gatos adotados ficaram soltos, perdidos pela rua, enroscando-se em pernas estranhas, esperando a ração dada todas as manhãs e fim de tarde na calçada. 
Os gatos não a seguiram, gatos não se adaptam a novos ambientes sem terem certeza de que são realmente amados, são orgulhosos de sua liberdade sobre telhados. Ou será que não foram convidados a partirem com ela? Alice devia saber disto, por isto não os levou consigo.

JAQUIRANA, A CIGARRA CANTADEIRA

Como não ficar curioso com um lugar cujo o nome significa cigarra cantadeira e apresenta  tantas belezas naturais como: Mata nativa, rios turbulentos que viram cascatas que despencam por entre as rochas, lajeados que se pode trafegar de carro por cima das águas, uma igreja toda construída de madeira que dispensa maiores comentários?..



Meu destino neste fim de semana, foi a cidade de Jaquirana localizada à 209 quilômetros de Porto Alegre e que eu estava curioso para conhecer. 
Desde que realizei o passeio no feriado da Semana Farroupilha com um grupo de amigos à Bom Jesus, São José dos Ausentes, Cambará do Sul e que postei aqui no blog com o título de "Montenegro o pico mais alto do RS", Jaquirana localizada entre as três cidades visitadas, não me saiu mais da cabeça, ficou como uma lacuna a ser preenchida, um lugar de muitas referencias em belezas naturais e que não foi conhecido pela falta de tempo disponível, tornando-se naquele momento apenas um ponto de passagem que lamentei não conhecer, mas prometi retornar.
Participaram deste passeio em Jaquirana, além de mim, Athos e Rosane, já que os outros participantes, das aventuras anteriores, tinham compromissos marcados nesta data. 
Saímos de PoA em torno das 9h30min., paramos em São Francisco de Paula para almoçarmos no Restaurante "Sabor da Serra" às 11h52min. e seguimos viagem até Jaquirana no único acesso à esquerda antes de entrar em Cambará do Sul.

 
Sábado 15/10:

JAQUIRANA: 
É uma cidade pequena e tranquila, perfeita para descansar e curtir as belezas naturais da região como cachoeiras, altiplanos, trilhas ecológicas, passeios à cavalo ou mesmo apreciar a vida simples e pacata de seus moradores em pequenas vilas e fazendas à beira da estrada separadas por taipas e alguns cemitérios de família no fundo dos quintais. O gado pastando sobre os vastos Campos de Cima da Serra, de um verde inigualável e de beleza bucólica e singular.

SIGNIFICADO DO NOME:
O nome Jaquirana, tem origem indígena e significa Cigarra cantadeira, "Ya qui rana" na língua tupi-guarani. Os primeiros habitantes da região, foram os índios Caáguas, antes da chegada dos colonizadores alemães e italianos que iniciaram o plantio e comercialização do setor madeireiro, existente até hoje.


Decidimos fazer o percurso por via Cambará do Sul, uma vez que tínhamos interesse em visitar a Cascata dos Venâncio e o Passo do S com localização mais próxima desta cidade, embora com a estrada de chão sabidamente em precárias condições de tráfego, até o nosso primeiro destino.


VILAS BARRACÃO E DOIS IRMÃOS:
Cruzamos por algumas vilas como a do Barrocão e Dois Irmão que na sua mais pura simplicidade, são capazes de exibir sem qualquer visão poética da minha parte, o verdadeiro retrato de um povoado do interior com suas belezas, mas possivelmente com dificuldades de buscar recursos básicos como saúde em função da distancia.


CASCATA DOS VENÂNCIOS:
Passando pelas duas vilas citadas acima, são mais ou menos 13 quilômetros até a Fazenda Cachoeira, localizada Do lado direito da estrada e bem sinalizada. A cascata fica dentro da fazenda onde se percorre mais ou menos 2 quilômetros até ela. O local ainda é pouco frequentado, o que o torna ainda mais atraente. É cobrado ingresso de R$ 5,00 por pessoa, já que se trata de uma área particular.


O dono ou administrador da fazenda, traz consigo uma planilha, onde anota o nome dos visitantes e a placa do veiculo para controle; oferece também produtos coloniais como queijos, pães, linguiças, alem de água mineral, refrigerantes e cerveja. O acesso de carro é razoável e existe a possibilidade de acampar, porem sem nenhuma estrutura como banheiros, luz elétrica, rede de água e esgoto. No espaço próprio para o banho de rio, cascata e acampamentos, as arvores são todas catalogadas e possui alguns recipientes para a coleta de lixo.


As cascatas são muito bonitas e é o resultado da vazão do Rio Camisas que formam 4 quedas deslumbrantes, cada uma maior que a outra, na medida em que vão descendo o vale, cercado de muitas pedras e mata nativa, causando uma sensação indescritível de paz e interação com a natureza absolutamente preservada.


Estando lá, decididamente não se percebe o tempo passar diante do ruído da água batendo nas pedras, do vento que soprando delicadamente entre a densa mata e alguns pássaros que sobrevoavam em busca de alimentos; Alguns desconfiados com a nossa presença.


Depois de algumas horas, admirando a inegável beleza da Cascata dos Venâncio, decidimos seguir caminho para o Passo do S, quando percebemos que por pura distração, já havíamos passado da entrada para seu acesso, então fomos em busca de uma pousada para garantirmos nosso descanso e voltarmos no dia seguinte.


A POUSADA:
A Pousada de nossa escolha foi a Cantina Koraleski, na mesma estrada onde trafegávamos, (Rua São José-877), a aproximadamente uns 200 metros de distancia do centro da cidade. Administrada por um casal muito simpático de Caxias do Sul, (dona Mary e Sr. Clóvis), que se instalaram em Jaquirana há 14 anos e construíram a cantina.


Nos instalamos num quarto com uma das parede e outros detalhes decorativos de cor vermelho, que dona Mary chamava orgulhosamente de o quarto da Paixão.
Apesar de pequena, a cidade oferece varias opções de hospedagem para quem deseja permanecer nela por mais tempo, ou pelo menos uma noite como foi o nosso caso, uma vez que costuma fazer muito frio nesta região quando anoitece.
Tão logo acomodamos nossos pertences na Pousada, fomos até o centro da cidade e já localizamos a praça central com esta simpática escultura, que parece uma miniatura de trem com rodas de carreta, lembrando algum brinquedo infantil.


O QUE VER NO CENTRO DA CIDADE:
O centro da cidade, não deve passar de duas ou três quadras, onde encontram-se um pequeno supermercado, o posto de gasolina, o hospital, a igreja, uma lan house, um clube social onde deve acontecer festas, bailes, uma agropecuária e duas ou três lojinhas de artigos femininos.


O ponto mais movimentado da cidade, o point, fica no único posto de gasolina, onde circulam caminhoneiros que ali se aglomeram numa lancheira, enquanto aguardam o tempo para talvez seguirem suas viagens. São caminhões de vários tamanhos e modelos, alguns carregados de madeiras, outros vazio como este da foto abaixo, que apelidei de Bat caminhão por lembrar de certa forma, o carro do Batman.


IGREJA MATRIZ SÃO SEBASTIÃO:
Logo em frente da praça, fica a igreja Matriz, toda construída em madeira, datada de 1948 em estilo barroco português, possuindo em seu interior a imagem de São Sebastião, também em madeira, trazida da Espanha.


MONUMENTO AO CRISTO LIBERTADOR:
Há duas quadras da praça, uma escadaria branca, leva ao Morro da Cruz, onde está localizado um monumento chamado de Cristo Libertador. São 167 degraus até o monumento exigindo média resistência física. Para quem não possui ou não quer se cansar, é possível chegar de carro por um acesso na rua atrás do morro.


Lá de cima é possível ser presenteado com uma visão belíssima de parte da cidade e todas as ondulações de morros e coxilhas características desta região.


TRINCHEIRA DA REVOLUÇÃO:
Além do monumento, existe sobre o Morro da Cruz, uma trincheira que serviu de refugio na revolução de 1923. Esta Trincheira é caracterizada por três orifícios escavados na terra e servia de esconderijo aos Chimangos na revolução contra os Maragatos.


Surpreendentemente não existe nenhuma inscrição que faça alguma referencia do local a o fato histórico e sua importância, ou mesmo alguma proteção contra a ação de vândalos. Apenas uma barra de ferro com listras amarela, circula o local, onde o mato cresce livre e se vê vestígios de lixo jogados no seu interior, deixando claro o desinteresse das autoridades em conservar este patrimônio histórico.


Voltamos para a Pousada e nos recolhemos cedo. Depois de uma manhã e um pedaço da tarde trafegando por uma estrada esburaquenta, poeirenta, caminhar até a cascata dos Venâncios e andar pelo centro da cidade, estávamos necessitados de um banho e uma cama macia.
Bingo!., não consegui ver nem o final do capitulo da novela das nove.

Domingo 16/10:
A PROCURA DO PASSO DO "S":
De manhã depois do café, pagamos o pernoite e caímos na estrada novamente em busca do Passo do S, cuja as sinalizações para se chegar, achei muito deficiente, já que algumas placas mostravam distancias mas não sinalizava o acesso à se tomar. Por sorte um dos moradores nos informou que a estrada ficava ao lado de uma casa amarela, o que já era uma referencia, visto que casas na beira da estrada era coisa rara. Mas a casa amarela dada de referencia, era de um amarelo tão pálido que não parecia amarelo, mas creme. Enfim!..


Na única casa amarela na estrada, pedimos informação ao seu morador (um senhor muito alegre), que nos confirmou estarmos no caminho certo. Deste ponto dado como referencia, vindo desta vez, no sentido Jaquirana para Cambará do Sul, entramos à direita, numa estrada de terra, que levou cronometradamente 1 hora para chegarmos, fazendo uma distancia de apenas 12 quilômetros.


Antes de chegarmos percorremos muito chão, uma laje que atravessava um rio sem sinalização e portanto de nome desconhecido, estrada ora esburaquenta, ora com pedras soltas, ora em estagio de desmoronamento pela possível ação das chuvas.


O que na verdade eram apenas 12 quilômetros sendo percorridos, parecia ter sido acrescido com mais um zero, dando a sensação de que levaríamos uma eternidade para chegarmos.
Estávamos ansiosos e sem nenhuma sinalização para termos a certeza de que estávamos no caminho certo, sendo guiados apenas por nossa intuição, até que de repente avistamos duas placas no final da estrada que acabava diante do lajeado. Havíamos enfim chegado!


ENFIM, NO PASSO DO "S":
É um extenso lajeado por onde corre o Rio Tainhas formando uma bela cachoeira, ao despencar sobre um profundo poço de pedras. O local é apropriado para banho e Camping, porém (sem nenhuma estrutura). É possível atravessar o rio à pé, à cavalo ou de automóvel, quando o rio está em seu nível normal. Existem algumas estacas delimitando o caminho, mas percebi que muitas foram retiradas dificultando a visibilidade do trajeto.


SIGNIFICADO DO NOME:
O nome Passo do S, tem como origem a formação rochosa do lajeado em forma de uma letra "S", onde no passado serviu de passagem aos tropeiros que vinham de outras cidades e estados em busca de gado para o sustento da população.
Acompanhando a correnteza do rio, podemos contemplar a grande queda d' água transformada numa grande cascata chamada de Cascata Passo do S.


Jaquirana é representado por um território físico de 895 quilômetros e dotado de uma região caracterizada por montanhas, vales, campos e áreas de mata nativa.
O Município é recortado por rios, sendo os mais importantes: O Rio das Antas, Tainhas e Camisas.
Sua população de aproximadamente 6.000 mil habitantes é muito hospitaleiro. A cidade está à 920 metros de altitude e tem um clima muito frio no inverno, chegando à gear e nevar nas temperaturas mais baixas.
Ficamos longas horas caminhando sobre o extenso lajeado, admirando tudo em volta e nos surpreendendo em como a natureza foi generosa com este lugar.


Deixamos de conhecer outros locais de interesse como: A cascata Princesa dos Campos, o Ponto do Funil, as Duas Pontes, o Passo da Ilha, mas sabíamos que em apenas dois dias era impossível conhecer tudo. Desta forma, abrimos um precedente de um dia voltarmos para conhecermos o que ficou para traz. Até o próximo!..

Pedido de perdão de 9 por3 metros.

Faz alguns dias que passo pela esquina da avenida Antonio de Carvalho com a Protásio Alves e me deparo com este Outdoor, que me parece um pedido de perdão publico, de alguém muito apaixonado e que se arrependeu de ter cometido algum erro. Mas que erro seria? Eu gosto de outdoors, eles sempre me chamam a atenção, ainda mais se tratando de um apelo como este. Eu fico pensando se eu seria capaz de uma atitudes corajosa dessas: Um pedido de perdão de 9 por 3 metros de tamanho.

O que é bom, simplesmente não me basta.




Uma amiga me perguntou na semana passada, no sarau, se eu já tinha ouvido o novo CD de Maria Gadu e Caetano veloso, com o proposito de investigar se valeria o investimento de assistir-los no show marcado para este mês de Outubro, aqui em Porto Alegre e que será no dia 27 às 21 horas num especial de lançamento do DVD 'Multishow Ao Vivo'. e eu fiquei pensando silenciosamente: Se tu soubesse o quanto eu sou complicado!..
O show será no Pepsi on Stage com preços que variam respectivamente de R$ 80,00 a R$ 240,00 e que eu não acho um absurdo de caro, em se tratando dos quilates que representam o cantor baiano e sua afilhada Maria Gadu, hoje conhecida e reconhecida entre os que apreciam MPB.
O talento de Caetano Veloso é incontestável e firmado numa carreira que ultrapassa mais de quatro décadas e uma obra musical marcada pela releitura e renovação, considerada de grande valor intelectual e poético. Maria Gadu dona de uma voz impar, grave, compassada, e muito atraente, descoberta por Milton Nascimento, João Donato e o próprio Caetano veloso em 2009 quando estourou no meio artístico e popular com musicas de sua autoria em seguida tocadas em novelas de grande audiência.
O que acontece, é que eu estou naquela fase emocional, onde o que já é conhecidamente bom  não tem me bastado, me tocado como era para eu mesmo esperar; como se o gosto mesmo comprovadamente bom, tivesse perdido a excelência por já ser conhecido. Acho que é uma fase, que vem e passa, mas enquanto não passa estou querendo dar atenção a outras vozes e ritmos menos óbvios. Gosto de Maria Gadu e indiscutivelmente de Caetano Caetano Veloso, mas sinto não estar receptivo como eu gostaria de estar neste momento. Quem sabe, como diria o próprio Caetano, eu venha me  arrepender, ou não!..

A Romaria dos Motoqueiros

Ontem de manhã, ouvia-se desde cedo o ronco de motocicletas circulando pelas avenidas de Porto Alegre. Eram tantas deslocando-se em grupos por entre os carros, que num dado momento eu cheguei a comentar com colegas na troca de plantão, que os motoqueiros estavam invadindo o mundo, perecendo uma praga bíblica de gafanhotos ruidosos. Riram do meu comentário humorado, dizendo que eu estava surtando,  que trabalhamos no SAMU e o maior indice de acidentes de transito que atendemos são com motociclistas envolvidos. 
Eu havia esquecido da Romaria dos motoqueiros em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, que acontece todos os anos no dia 12 de Outubro, levando fiéis à pé e de duas rodas a arquidiocese de Porto Alegre para receberem a benção e depois seguirem procissão até o Centro Cultural Porto Seco. A romaria foi criada e incentivada pelo padre holandês João Peters, que exercia atividades sacerdotais na Igreja Nossa Senhora das Dores e na Brigada Militar, cuja corporação chamava carinhosamente de "briosa" e que faleceu aos 73 anos de idade por complicações cardíacas e respiratórias.
Ontem foi cerca de 40.000 fiéis presentes, sendo 25.000 motociclistas, conforme divulgou o RBS Noticias. Ora num transito caótico, ocasionado principalmente pelo excesso de automóveis que circulam pelas ruas da cidade e concorrem a vagas cada vez mais escassas de estacionamento e avaliando o baixo custo e benefícios de se adquirir uma moto é fácil crer que elas em algum momento dominarão o mundo.

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...