Dia das Mães Parte 1 e Parte 2

Parte1:
De manhã levantei-me cedo, e então fiquei tipo cachorro, girando indeciso em volta da cama. O Sol começou a brilhar mesmo depois da chuvarada de ontem, que parecia que se estenderia semana à dentro. Da minha casa é possível se ouvir o apito do futebol na praça e o ruído dos ônibus esmagando os paralelepípedos da rua. Hoje é Dia das Mães e pensei ir abraçar a minha. Nada comprei pra ela, nem mesmo flores que costumava dar quando me encontrava sem opções. Pareço estar dominado pelo desalento, pelo cansaço e por outros sentimentos que no momento não sei definir.
Está tudo com cara de feriado, de desânimo, de final de festa sem nem ter começado. Mas hoje é domingo, domingo Dia das Mães e eu preciso dominar este meu avesso, me harmonizar, alegrar mais este dia!..

Parte2:
O almoço,
foi uma lasanha de frango carregada no sal e que também por descuido grudou no fundo da travessa. Minha irmã se sentiu prejudicada por ter feito tudo sozinha.
Estavam todos tensos com uma certa irritabilidade difícil de conter. Na mesa troca de frases irônicas, olhares desaprovadores. As crianças gritavam e corriam pela casa o tempo todo, parecendo nervosas. Me mantive calado, forçando serenidade, lembrando que um dia poderei sentir falta até mesmo destes dias!..


DESFAZENDO TABUS

Hoje pela manhã, fui fazer meu passaporte do qual fiquei surpreso com a simplicidade e rapidez com que foi feito. Os dias são outros e eu pensei que a coisa toda fosse mais complicada do que realmente foi. Ficava imaginando que teria de ficar numa sala fechada com algum funcionário da Policia Federal com cara de desconfiança me fazendo perguntas pessoais do tipo: Usa drogas?... Já esteve envolvido com alguma coisa ilícita que não seja drogas?... Qual a cor da sua cueca?.. Pinta o cabelo?.. Tua mãe te amamentou quando eras bebe?... Em que escola estudou?... Quais foram suas melhores e piores notas na escola?... e depois de terminada a entrevista e torcer para que liberem o documento e a o invés disto, receber um sonoro NÃO! 
Meu Deus, como a gente cria histórias infundadas na nossa cabeça da qual levamos tempo para desmistifica-las, historias ridículas que tiramos não sei de onde e transformamos em tabus!.. Bom, mas todo o pesadelo acabou quando me vi sentado numa sala com pessoas normais , sorrindo, falando de coisas normais e aguardando a hora de serem atendidas. Fui chamado na hora marcada, 9h.45min. e resolvi tudo em menos de trinta minutos com uma jovem atendente alegre e prestativa. Dei andamento no passaporte na semana passada através do site oficial da Policia Federal, http://www.dpf.gov.br/ onde é possível fazer todo o cadastramento e agendamento para o dia e hora que se tem disponibilidade. Tem varias opções de datas e horários. No mesmo site, seguindo passo à passo é gerado uma guia de recolhimento (GRU) com uma taxa de R$148,00 que deve ser pago no banco e depois apresentada com os documentos solicitados na Policia Federal. No dia e hora agendados a coisa é tão simples com fazer uma carteira de identidade. 
Tiram a foto na hora e copiam as impressões digitais de todos os dedos. Em torno de 10 dias estará tudo pronto e é só ir busca-lo apresentando o documento de identidade, sem qualquer tortura física ou emocional, num prazo de até 90 dias!

Eu vi o Olívio hoje

Hoje eu vi o Olívio. Este mesmo que vocês estão pensando, Olívio Dutra, que foi prefeito de Porto Alegre em 1988 e um dos fundadores do PT, que não sei quanto à voces, mas que para mim traz muitas saudades de um governo transparente, honesto e sem truculências, onde a palavra de um governante valia mais que estas emendas constitucionais e quando a cidade ainda nem conhecia o jingle "Porto Alegre é Demais e ete. e tal..." de um tal prefeito chamado Fogaça!
Eu estava no carro, na esquina da Bento Gonçalves com a Aparício Borges, esperando a sinaleira abrir, quando ele cruzou do meu lado cumprimentando-me, e saindo em direção a estação de ônibus na frente da Igreja São Jorge. Estava visivelmente com a pele bronzeada e seu famoso bigode grande, sua marca registrada, era notoriamente inconfundível.
Mas uma pessoa publica cruzar na minha frente e cumprimentar-me sorridente como se fosse um velho conhecido de anos, talvés não valesse um post, o que vale pena contar é que enquanto atravessava a rua rapidamente, quase correndo à passos largos, naqueles poucos minutos, talvés segundos, as pessoas que estavam dentro de seus carros ou mesmo na rua, na parada de ônibus começaram a gritar Olívio!.., Olívio!.., eufóricas como se estivessem diante de um ídolo, um amigo, ou mesmo num comício politico. Evidentemente ele deve ter se agradado com toda aquela manifestação publica de simpatia a sua pessoa, mas de onde eu estava, já não conseguia mais enxerga-lo e em seguida a sinaleira abriu não dando tempo de eu também gritar, Olívio!.

Texto 8

Encontro de dois.
Olho no olho.
Cara a cara.
E quando estiveres perto
eu arrancarei
os seus olhos
e os colocarei no lugar dos meus.
E tu arrancara
os meus olhos
e os colocara no lugar dos teus.
Então, eu te olharei com teus olhos
e tu me olharas com os meus.

Fernando Pessoa

CONCEIÇÃO EU ME LEMBRO MUITO BEM!..

Lembrei de um tio, irmão de minha mãe, que sempre promovia passeios e festas e então convidava todos os parentes, amigos, vizinhos para participarem. Eu era pequeno, mas lembro-me que era uma gritaria no pátio, em manifestações de alegria. Gente desfilando panelas, pratos, bebidas. Ele organizava também alguns acampamentos de fins de semana e chegava a fazer varias viagens no mesmo dia carregando as pessoas em sua Kombi velha. 
Eram viagens longas de ida e depois de volta, levando e trazendo, todas aquelas pessoas na maior disposição. Tinha prazer em promover sopões, carreteiros, feijoadas e sei lá mais o que para aquelas numerosas pessoas que se reuniam a sua volta numa grande mesa, onde ele sentava na cabeceira. 
Lá pelas tantas já embriagado, fazia um discurso quase sempre incompleto ou então cantava um pedacinho da musica gravada pelo Caubi Peixoto, que era seu ídolo, completamente fora do ritmo e era sempre a mesma canção: "Conceição eu me lembro muito bem!..." Todos ajudavam-no a cantar este pedaço da musica e depois caiam numa gargalhada só. 
Eu ficava observando-o mas não conseguia entende-lo.
As vezes quando somos muito jovens não temos noção de algumas coisas e eu parecia não ter quase nenhuma, mas com o tempo fui percebendo que ele era um agregador, uma pessoas que tinha prazer em espalhar alegria e viver cercado de pessoas que apreciavam e valorizavam tudo isto que fazia. Tinha outra questão que eu pensava as vezes: Que talvez ele precisasse de atenção, que necessitasse de muita gente a sua volta, para se sentir amado e respeitado por suas ações. De qualquer forma seus motivos não alteravam os resultados que causava naquelas pessoas também carentes de tantas coisas.

Texto 9: ÁGUA VIVA

E depois de uma tarde de quem sou eu
E de acordar a uma hora da madrugada em desespero...
Eis que as três horas da madrugada eu me acordei
E me encontrei.
Simplesmente isso:
Eu me encontrei calma, alegre
Plenitude sem fulminação
Simplesmente isso
Eu sou eu
E você é você
É lindo, é vasto
Vai durar
Eu sei mais ou menos
O que vou fazer em seguida
Mas por enquanto
Olha pra mim e me ama
Não
Tu olhas pra ti e te amas
É o que está certo.

             Clarice Lispector

PASSEIO AO MORRO DA BORUSSIA EM ÓSORIO.

Oi, estou mais uma vez por aqui, neste Diário de Bordo, para contar de um novo passeio realizado com amigos dia 01/05/2010, depois de ler as dicas de Ane em seu blog e as informações positivas de Carlinhos Steil, trilheiro, musico e sua esposa Ada, que nos ajudou a chegar lá, no Morro da Borussia em Osório.
Os amigos, foram os mesmos que me acompanharam à Vespasiano Corrêa, (Ademir, Denair, Ana Carla, Vanderlei, Bruna, Giovane, Athos, Carol, Cris e Beto), acrescido de mais cinco participantes, (Ada, Anita, Alba, Germano e o pequeno Mateus). O passeio desta vez não tinha como objetivo fazer trilhas e agitar a adrenalina, mas conhecer a região e aproveitar o dia para o lazer, que segundo as previsões do tempo, prometia ser claro e de sol quente, merecedor de um churrasco na beira de um lugar tranquilo como a Cascata da Borrussia.


Chegamos tarde no morro, depois do meio dia, por não termos nos organizado quanto ao horário de saída de PoA e o ponto de encontro, pois alguns participantes saíram de seus plantões de 24 horas cansados e então tudo ficou mais livre e sem rigidez de horários. Fomos nos encontrando na medida do possível em pontos combinados nas estradas, através de ligações pelo celular até completar a caravana. O morro é um dos tantos lugares bonitos do Estado, com aproximadamente 370 metros acima do nível do mar, onde é possível avistar todo o complexo lagunar do litoral norte, além do Parque Eólico, um complexo sistema de 75 torres com 98 metros de altura, cada uma com capacidade de gerar energia renovável e não poluente, colocando o Brasil no round mundial entre os países que desenvolvem este projeto sustentável de primeira linha. 
Almoçamos o churrasco numa propriedade rural,  na beira da cascata onde nos cobraram uma taxa de R$ 4,00 por pessoa, (isto serve para manter a estrutura local, com churrasqueiras, banheiro, praça, cancha de bocha, trilha ecológica e grama aparada e limpa) e depois saímos para conhecer outros pontos atrativos do lugar.


A cascata é muito bonita e até chegarmos a ela, passamos por uma estradinha de terra com construções antigas e pequenas capelas que nos reportavam ao passado e a rotina simples e de qualidade de vida dos moradores do interior. Na mesma estrada encontramos placas indicando cada localização e inclusive a entrada para Caraá e a nascente do Rio dos Sinos, a poucos quilômetros dali.


A cascata da Borussia é convidativa para um gostoso e demorado banho, pois nos dá aquela sensação agradável de paz quando se ouve o ruído da água sobre as pedras limosas. Em alguns pontos possui águas profundas conforme indica nas placas distribuídas pela propriedade e isto merece toda a atenção e cuidado. Ficamos por ali, algumas horas almoçando e depois de fazer a digestão, seguimos em frente.


Fomos até o mirante na encosta do morro, onde é possível avistar todo o complexo de lagos e estradas que cortam a região. Este mirante é construído com grossos troncos de madeira e a base estrutural em concreto, mas a o escalarmos, sentíamos ele tremer pela força do vento e o movimento das pessoas que ali passavam, causando uma certa instabilidade e (medo) de não ser tão seguro. Lá de cima é fantástico e dona Anita pode identificar até a escola onde estudou.



Na foto acima o Vanderlei, (Lelei para os mais íntimos), se apoia nas pernas de um dos companheiros do passeio, simulando medo de altura. Pessoas como ele, são o que eu chamo de "o estimulador do grupo", por que através do bom humor e brincadeiras inesperadas, proporcionam um clima de gozação e relaxamento necessário em alguns momentos de silêncio e tensão.


O próximo local que visitamos foi o morro da antena, onde atraem muitos jovens para vôos livres de paraglider e que nos informaram estar desativado no momento. Fica num ponto ainda mais alto que o mirante. Os prédios neste local, são todos grafitados num colorido alegre como mostra a foto a baixo.


Neste momento começava a escurecer e depois de um lanchinho básico, restirado da sacola mágica da Denair, decidimos pelo caminho de volta à PoA, pela estrada velha que sai no Capavari, onde o trafego de veículos é baixo e podíamos passar do lado dos cataventos do complexo eólico da região. Eles são fantasticamente grandes e tem-se a impressão de estarmos diante de uma área espacial futurística, como os de filmes de ficção científica.


Ficamos um bom tempo por ali admirando o movimento das grandiosas hélices e nos perguntando se elas seriam quantas vezes maiores que a das grandes aeronaves. Além disto a gente fica olhando para elas com aquela mesma sensação de quem é atraído pelas chamas do fogo e não consegue desviar o olhar, seu movimento nos deixa introspectivo, com os pensamentos por vezes soltos e desconectados mexendo por vezes com alguns sentimentos místico que não se sabe explicar!..



Já era noite e então nos despedimos entrando cada um em seu carro e eu fiquei pensando que estes passeios não só nos proporcionam conhecer lugares interessantes que favorecem o respeito pela natureza, como também nos dá a chance de uma integração afetiva com as pessoas que participam e o compartilhamento destas energias, que evidentemente são positivas e nos deixam meio que enebriados, pensativos, querendo fazer outros, muitos outros passeios, além dos que já fizemos, reforçando laços!


Mais fotos aqui:


Tantos anos descuidando de mim, que eu só poderia me transformar nisto: Um egoísta cujo o objetivo é tratar de ser feliz buscando prazer nas pequenas coisas dadas pela vida. Mas também não sou destes egoístas cujos os ganhos pessoais não divide com as pessoas, os amigos, a familia, e por quem tenho apreço. Eu divido minhas pequenas alegrias, convido-as para participar de meus sonhos, minhas descobertas, acreditando que só podemos ser felizes nestas condições: Viver na mais plena e possivel Verdade compartilhando pequenas coisas da vida!

Amor e pagode.

"Tudo que sei sobre o amor eu aprendi com o pagode" diz o titulo de um post num blog que andei vasculhando na internet e que me fez pensar na facilidade que seria se fosse assim.
Então eu fiquei pensando muito mais sobre isto, sobre o que as pessoas realmente sabem sobre o amor, o que eu pessoalmente sei sobre ele? Se eu amei de verdade? Se existem falsos sentimentos de amor? O que realmente sei dos sentimentos mais profundo das pessoas que me amaram? Eu me conheço o suficiente? Eu reconheço este amor? O que eu sei de mim e dos sentimento dos outros afinal?..
Será que me deixei ser amado? Depois que ele nasce e cresce, em que momento inicia a morrer fazendo a luz do olhar diminuir até se apagar? Ah!., eu gostaria tanto de ter aprendido coisas sobre a amor, somente com as letras simples e as batidas quentes de um pagode!...

Coação.

Na esquina da Salvador França com a avenida Ipiranga hoje à tarde enquanto eu esperava a sinaleira abrir, observei alguns vendedores de laranjas, se espalharem por entre os carros oferecendo o produto com a segunte frase: (Mata, mata esta!..), o refrão era repetido incesantemente, enquanto encostavam o saco de frutas quase no rosto das pessoas pela janela dos veiculos. Eu me esforcei para acreditar, que o termo matar se referia a "comprar laranjas" e que propositalmente pelas trocas de olhares maldosos entre eles, que eram em três, não se utilizavam deste recurso como forma de coagir as pessoas presas em seus carros a comprarem o produto.

Um problema de todos!

Ontem, quando fui atender uma jovem adolescente de 12 anos que convulcionou numa escola da Lomba do Pinheiro, lembrei do caso do empresário agredido no super mercado por chamar a atenção de um homem que estacionava o carro na vaga de cadeirantes. Bom, uma história não tem nada a ver com a outra, são historias diferentes!.. Mas fiz a relação por perceber que mesmo vivendo em dias de discussões e debates na mídia em geral e também vivenciadas pelo personagem Luciana, nas cenas da novela das nove, e que acredito que a maioria das pessoas assistem, os hábitos da sociedade pouco mudaram com relação aos portadores de deficiencias. A começar por órgãos públicos, escolas e postos de saúde fora do eixo central da cidade que são em maior numero e não possuem entrada acessível para uma cadeira de rodas ou mesmo uma maca para a realização de um socorro adequado. No meu entender isto é inaceitavel! No mesmo dia, Durante à tarde, fui atender um outro jovem acometido de traumatismo craniano por ter sido empurrado por um colega num barranco de mais de dois metros, surpreendi-me com o mesmo problema de acesso para resgata-lo com segurança, além de veículos estacionados na entrada da escola, obstruindo a passagem da maca.
Eu me pergunto, como é possível estimular alguma mudança de atitudes nas pessoas, se os próprios estabelecimentos públicos de ensino e de saúde básica que deveriam servir de exemplo não possibilitam, ou se adequam as necessidades de seus usuários. A instalação de rampas de acesso é uma opção que deveria virar lei surpervisionada por favorecer não só aos cadeirantes e portadores de outras deficiências, mas a qualquer pessoa que sofra um acidente e necessite ser resgatado com segurança. Antes de pensar-mos que a construção destas rampas favoreçam apenas uma minoria, devemos lembrar-mos que ela se estende a todos as pessoas na eminencia de um socorro quando necessário. Uma lei mesmo existindo no papel, não serve para nada, quando não é cobrada e estimulada a sua execução.

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...