Texto 9: ÁGUA VIVA

E depois de uma tarde de quem sou eu
E de acordar a uma hora da madrugada em desespero...
Eis que as três horas da madrugada eu me acordei
E me encontrei.
Simplesmente isso:
Eu me encontrei calma, alegre
Plenitude sem fulminação
Simplesmente isso
Eu sou eu
E você é você
É lindo, é vasto
Vai durar
Eu sei mais ou menos
O que vou fazer em seguida
Mas por enquanto
Olha pra mim e me ama
Não
Tu olhas pra ti e te amas
É o que está certo.

             Clarice Lispector

PASSEIO AO MORRO DA BORUSSIA EM ÓSORIO.

Oi, estou mais uma vez por aqui, neste Diário de Bordo, para contar de um novo passeio realizado com amigos dia 01/05/2010, depois de ler as dicas de Ane em seu blog e as informações positivas de Carlinhos Steil, trilheiro, musico e sua esposa Ada, que nos ajudou a chegar lá, no Morro da Borussia em Osório.
Os amigos, foram os mesmos que me acompanharam à Vespasiano Corrêa, (Ademir, Denair, Ana Carla, Vanderlei, Bruna, Giovane, Athos, Carol, Cris e Beto), acrescido de mais cinco participantes, (Ada, Anita, Alba, Germano e o pequeno Mateus). O passeio desta vez não tinha como objetivo fazer trilhas e agitar a adrenalina, mas conhecer a região e aproveitar o dia para o lazer, que segundo as previsões do tempo, prometia ser claro e de sol quente, merecedor de um churrasco na beira de um lugar tranquilo como a Cascata da Borrussia.


Chegamos tarde no morro, depois do meio dia, por não termos nos organizado quanto ao horário de saída de PoA e o ponto de encontro, pois alguns participantes saíram de seus plantões de 24 horas cansados e então tudo ficou mais livre e sem rigidez de horários. Fomos nos encontrando na medida do possível em pontos combinados nas estradas, através de ligações pelo celular até completar a caravana. O morro é um dos tantos lugares bonitos do Estado, com aproximadamente 370 metros acima do nível do mar, onde é possível avistar todo o complexo lagunar do litoral norte, além do Parque Eólico, um complexo sistema de 75 torres com 98 metros de altura, cada uma com capacidade de gerar energia renovável e não poluente, colocando o Brasil no round mundial entre os países que desenvolvem este projeto sustentável de primeira linha. 
Almoçamos o churrasco numa propriedade rural,  na beira da cascata onde nos cobraram uma taxa de R$ 4,00 por pessoa, (isto serve para manter a estrutura local, com churrasqueiras, banheiro, praça, cancha de bocha, trilha ecológica e grama aparada e limpa) e depois saímos para conhecer outros pontos atrativos do lugar.


A cascata é muito bonita e até chegarmos a ela, passamos por uma estradinha de terra com construções antigas e pequenas capelas que nos reportavam ao passado e a rotina simples e de qualidade de vida dos moradores do interior. Na mesma estrada encontramos placas indicando cada localização e inclusive a entrada para Caraá e a nascente do Rio dos Sinos, a poucos quilômetros dali.


A cascata da Borussia é convidativa para um gostoso e demorado banho, pois nos dá aquela sensação agradável de paz quando se ouve o ruído da água sobre as pedras limosas. Em alguns pontos possui águas profundas conforme indica nas placas distribuídas pela propriedade e isto merece toda a atenção e cuidado. Ficamos por ali, algumas horas almoçando e depois de fazer a digestão, seguimos em frente.


Fomos até o mirante na encosta do morro, onde é possível avistar todo o complexo de lagos e estradas que cortam a região. Este mirante é construído com grossos troncos de madeira e a base estrutural em concreto, mas a o escalarmos, sentíamos ele tremer pela força do vento e o movimento das pessoas que ali passavam, causando uma certa instabilidade e (medo) de não ser tão seguro. Lá de cima é fantástico e dona Anita pode identificar até a escola onde estudou.



Na foto acima o Vanderlei, (Lelei para os mais íntimos), se apoia nas pernas de um dos companheiros do passeio, simulando medo de altura. Pessoas como ele, são o que eu chamo de "o estimulador do grupo", por que através do bom humor e brincadeiras inesperadas, proporcionam um clima de gozação e relaxamento necessário em alguns momentos de silêncio e tensão.


O próximo local que visitamos foi o morro da antena, onde atraem muitos jovens para vôos livres de paraglider e que nos informaram estar desativado no momento. Fica num ponto ainda mais alto que o mirante. Os prédios neste local, são todos grafitados num colorido alegre como mostra a foto a baixo.


Neste momento começava a escurecer e depois de um lanchinho básico, restirado da sacola mágica da Denair, decidimos pelo caminho de volta à PoA, pela estrada velha que sai no Capavari, onde o trafego de veículos é baixo e podíamos passar do lado dos cataventos do complexo eólico da região. Eles são fantasticamente grandes e tem-se a impressão de estarmos diante de uma área espacial futurística, como os de filmes de ficção científica.


Ficamos um bom tempo por ali admirando o movimento das grandiosas hélices e nos perguntando se elas seriam quantas vezes maiores que a das grandes aeronaves. Além disto a gente fica olhando para elas com aquela mesma sensação de quem é atraído pelas chamas do fogo e não consegue desviar o olhar, seu movimento nos deixa introspectivo, com os pensamentos por vezes soltos e desconectados mexendo por vezes com alguns sentimentos místico que não se sabe explicar!..



Já era noite e então nos despedimos entrando cada um em seu carro e eu fiquei pensando que estes passeios não só nos proporcionam conhecer lugares interessantes que favorecem o respeito pela natureza, como também nos dá a chance de uma integração afetiva com as pessoas que participam e o compartilhamento destas energias, que evidentemente são positivas e nos deixam meio que enebriados, pensativos, querendo fazer outros, muitos outros passeios, além dos que já fizemos, reforçando laços!


Mais fotos aqui:


Tantos anos descuidando de mim, que eu só poderia me transformar nisto: Um egoísta cujo o objetivo é tratar de ser feliz buscando prazer nas pequenas coisas dadas pela vida. Mas também não sou destes egoístas cujos os ganhos pessoais não divide com as pessoas, os amigos, a familia, e por quem tenho apreço. Eu divido minhas pequenas alegrias, convido-as para participar de meus sonhos, minhas descobertas, acreditando que só podemos ser felizes nestas condições: Viver na mais plena e possivel Verdade compartilhando pequenas coisas da vida!

Amor e pagode.

"Tudo que sei sobre o amor eu aprendi com o pagode" diz o titulo de um post num blog que andei vasculhando na internet e que me fez pensar na facilidade que seria se fosse assim.
Então eu fiquei pensando muito mais sobre isto, sobre o que as pessoas realmente sabem sobre o amor, o que eu pessoalmente sei sobre ele? Se eu amei de verdade? Se existem falsos sentimentos de amor? O que realmente sei dos sentimentos mais profundo das pessoas que me amaram? Eu me conheço o suficiente? Eu reconheço este amor? O que eu sei de mim e dos sentimento dos outros afinal?..
Será que me deixei ser amado? Depois que ele nasce e cresce, em que momento inicia a morrer fazendo a luz do olhar diminuir até se apagar? Ah!., eu gostaria tanto de ter aprendido coisas sobre a amor, somente com as letras simples e as batidas quentes de um pagode!...

Coação.

Na esquina da Salvador França com a avenida Ipiranga hoje à tarde enquanto eu esperava a sinaleira abrir, observei alguns vendedores de laranjas, se espalharem por entre os carros oferecendo o produto com a segunte frase: (Mata, mata esta!..), o refrão era repetido incesantemente, enquanto encostavam o saco de frutas quase no rosto das pessoas pela janela dos veiculos. Eu me esforcei para acreditar, que o termo matar se referia a "comprar laranjas" e que propositalmente pelas trocas de olhares maldosos entre eles, que eram em três, não se utilizavam deste recurso como forma de coagir as pessoas presas em seus carros a comprarem o produto.

Um problema de todos!

Ontem, quando fui atender uma jovem adolescente de 12 anos que convulcionou numa escola da Lomba do Pinheiro, lembrei do caso do empresário agredido no super mercado por chamar a atenção de um homem que estacionava o carro na vaga de cadeirantes. Bom, uma história não tem nada a ver com a outra, são historias diferentes!.. Mas fiz a relação por perceber que mesmo vivendo em dias de discussões e debates na mídia em geral e também vivenciadas pelo personagem Luciana, nas cenas da novela das nove, e que acredito que a maioria das pessoas assistem, os hábitos da sociedade pouco mudaram com relação aos portadores de deficiencias. A começar por órgãos públicos, escolas e postos de saúde fora do eixo central da cidade que são em maior numero e não possuem entrada acessível para uma cadeira de rodas ou mesmo uma maca para a realização de um socorro adequado. No meu entender isto é inaceitavel! No mesmo dia, Durante à tarde, fui atender um outro jovem acometido de traumatismo craniano por ter sido empurrado por um colega num barranco de mais de dois metros, surpreendi-me com o mesmo problema de acesso para resgata-lo com segurança, além de veículos estacionados na entrada da escola, obstruindo a passagem da maca.
Eu me pergunto, como é possível estimular alguma mudança de atitudes nas pessoas, se os próprios estabelecimentos públicos de ensino e de saúde básica que deveriam servir de exemplo não possibilitam, ou se adequam as necessidades de seus usuários. A instalação de rampas de acesso é uma opção que deveria virar lei surpervisionada por favorecer não só aos cadeirantes e portadores de outras deficiências, mas a qualquer pessoa que sofra um acidente e necessite ser resgatado com segurança. Antes de pensar-mos que a construção destas rampas favoreçam apenas uma minoria, devemos lembrar-mos que ela se estende a todos as pessoas na eminencia de um socorro quando necessário. Uma lei mesmo existindo no papel, não serve para nada, quando não é cobrada e estimulada a sua execução.

Os pastéis mais gostosos



Hoje quando passei na frente do balcão da padaria, aqui perto de casa, lembrei dos pasteis que comia nas férias, quando eu ia para Camboriú veranear. E era Camboriú mesmo, cidade pequena, calma e com grande concentração de evangélicos desfilando com bíblias debaixo do braço, muitas vezes confundida com Balneário Camboriú. Ficávamos, eu e a família, na casa de parentes e durante o dia pegávamos o carro e passeávamos pelas praias menos movimentadas e badaladas que o Balneário de Camboriú, que não gostávamos pelo excesso de gente e a areia cinza e úmida debaixo dos pés. Nossas preferidas eram, a Praia dos Amores onde havia saltos de paragliders e Cabeçudas, esta ultima no município de Itajaí que é uma pequena praia com árvores frondosas que estendiam suas sombras sobre areia e do qual podia-se avistar uma pequena igreja no alto do morro que nunca visitei. Numa das vezes que estive em Bombinhas, levei um amigo, o David, até lá para conhece-la e então deslumbrados com a possibilidade de deitar na areia sem utilizar guarda-sol, terminamos pegando no sono ali mesmo, debaixo daquela sombra maravilhosa. Mas voltando aos pastéis de Camboriú, eram simplesmente espetaculares no sabor e no tamanho, que substituíam uma janta e eram fritos na hora e vendidos pelo absurdo preço de cinquenta centavos, enquanto que em outros lugares pastéis do mesmo tamanho eram vendidos à um real e cinquenta ou dois reais. Esta pastelaria era o point de uma cidadezinha de pouco movimento e agrupava todos os jovens da cidade nos fins de semana. O refrigerante era vendido em litrão e assim fazíamos a festa. Alguns anos depois, quando retornei à esta cidade, a pastelaria já havia fechado acerca de dois anos. Deve ter quebrado pela falta de lucro, uma pena! E acho, que nunca mais encontrei pastéis tão gostosos quanto aqueles.

Acordos

Semana passada encontrei Iara, uma ex-colega de trabalho que eu não via, faz muitos anos. Trabalhávamos no hospital da PUC e nesta ocasião, era uma das mulheres mais bonitas e elogiadas daquele setor e não só se diferenciava pela beleza, mas pela delicadeza e educação que eu percebi, mantém até hoje. Nos encontramos por acaso no corredor do super mercado e depois de relembrar-mos das correrias e piadas que fazíamos no corredor do hospital e de outros colegas que simplesmente desapareceram nesta vida e que não mais vimos, me confidenciou que estava vivendo com um colega de trabalho que insistia desde de muito tempo para ficarem juntos, mas que ela resistia, por acreditar que não caberia mais um homem em sua vida depois da viuvez. Até que um dia, após muita insistência dele, resolveu dar-lhe uma chance. Bom, como diz o ditado,"Tiro dado bugio deitado" Vivem juntos a mais de oito anos e segundo ela, cada um no seu quadrado! Neste momento ele se aproximou, colocando algumas compras no carrinho e me cumprimentou sorridente. Eu não lembrava dele, mas disse se lembrar de mim. Fiquei curioso, mas não tive coragem de perguntar: Se viviam cada um no seu quadrado por que usavam o mesmo carrinho de super mercado e descordavam de alguns utensílios escolhidos na prateleira fazendo cara de desaprovação um para o outro? Era apenas uma fato coincidênte? Depois pensei que acordos são acordos e o que serve pra uns, não serve para outros. Estas regras do bem viver, são tão pessoais que não se discute. Cumprimentei-os mais uma vez, desejando felicidades aos dois e fui embora.

Cais

Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de me lançar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar.


"Acordei preso a esta musica, então logo que levantei e saí para trabalhar, ela se fixou de tal forma na minha cabeça sem que eu pudesse retira-la. Cantei-a o dia todo. Até que tentei substituir-la por outras, mas foi impossivel, ela se manteve soberana até o meu retorno para casa!"

Quiméras semelhanças.

Cheguei em casa faz poucos minutos. Dirigi meu carro até em casa, debaixo de chuva numa noite escura e de trânsito arrastado, mas cheguei são e salvo. Desde ontem estou numa ansiedade de ver pessoas, de conversar e logo que saí do trabalho, desviei o rumo para visitar amigos. Tomei um cafezinho na casa de um, depois não encontrei o outro e mais tarde jantei com um terceiro que estava de aniversário com muitos amigos em sua volta. Hoje churrasco na casa de outra amiga e mais tarde bolinhos de chuva com chá de maçã...
Ah, hoje disseram-me novamente que sou parecido com o Vando, o cantor colecionador de calcinhas. Há alguns meses atrás, acharam-me parecido com ele, quando gargalhei durante um jantar entre amigos. Lembrei-me na ocasião, que em Buenos Aires, me acharam parecido também com o Milton Nascimento quando experimentei um boné numa feira de rua, parecido com o que ele usava em suas aparições na TV. As vezes temos muitas caras que lembram outras pessoas e nos surpreendemos pela semelhança. Eu até que estava realmente parecido quando olhei-me no espelho e acho que só não levei o boné por causa do comentário do amigo. Acho Milton único em suas qualidades artísticas, como em seus traços fisionômicos. Quanto a mim eu ficaria desconsertado se surgisse alguma referencia do tipo: Aquele cara parecido com o Milton ou com o sorriso do Vando... Mas acredito que isto não cola, são quiméras semelhanças!

O METIDO DO ESTACIONAMENTO

Me surpreendi dias atrás com algumas pessoas, trocando opiniões sobre a agressão sofrida pelo empresário num Super mercado aqui em PoA, ao chamar a atenção de um homem que estacionava seu veiculo numa vaga para cadeirantes
Estas pessoas pareciam não aprovarem a atitude do empresário e chamavam-no de metido e que por isto sofreu a agressão que lhe resultou num traumatismo craniano e hospitalização. Pareceu-me que na opinião destas pessoas, o empresário era o culpado e assinou sua sentença ao tentar conscientizar o homem que ocupava a vaga, para um questão social importante e que tem sido discutida nos meios de comunicação como forma de sensibilizar e educar a sociedade. Eu concordo quando disseram que esta ocorrência só adquiriu notoriedade nacional pelos meios de comunicação, por que a vitima é um "empresário respeitável" e não um João ninguém e ser um "empresário agredido", faz toda a diferença na nossa sociedade hipócrita. Mas eu me pergunto de que forma podemos combater estas atitudes de desrespeito que assistimos no nosso convívio diário se não nos posicionarmos através da demonstração de que somos contrários a elas?.... Talvez ele tivesse se comprometido demais ao reclamar diretamente para pessoa do qual egoisticamente cometia o erro. Talvez ele devesse reclamar para a segurança ou administração do Super mercado, se ele desconfiasse que a pessoa do qual ele chamou a atenção fosse um lunático, agressivo e então poupando-se do pior. Mas as pessoas pela qual cruzamos nas ruas, (e estacionamentos de supermercados,..), parecem não trazerem suas loucuras estampadas na cara e nem se sabe até onde elas podem chegar se forem contrariadas. O jeito é desconfiar de todos, calar-se, fingir que não viu, omitir-se e deixar tudo como está. É isto? De uma coisa eu sei, o medo nos faz refém e esta agressão é injustificável e todas as pessoas com um pouco de consciência, deveriam reclamar sim, nem que fosse ao Papa, quando presenciasse uma atitude destas, sem medo de ser chamada mais tarde de metido.

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...