Vim do trabalho meio pensativo e fiquei olhando janelas e mais janelas de diversos modelos, enquanto me dirigia para casa. Caminhando pela calçada, observava atentamente seus traços, cores, tamanhos, que por vezes não combinavam com as portas e as casas a que pertenciam.
Janelas sempre me pareceram ter vida própria e eu também ficava imaginando de que forma elas abririam suas folhas para a rua, para a luz, na direção do Sol como as plantas fazem.
Sempre me chamaram a atenção, pois são silenciosas, pulsáteis, tensas e reveladoras. Me parecem ocultar segredos de um bau escuro, antigo e esquecido.
São testemunhas de estórias guardadas. Combinam com cotovelos doloridos que se apoiam à espera de respostas sem vozes.
Enquadram sombras e rostos, que observam o mundo, a vida andando rápida, buscando lembranças, sonhos, fantasias, pistas de um tempo que fugiu, sem dar explicações...
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