MINA DU VELOSO EM OURO PRETO.


Ouro Preto é cheia de antigas minas de ouro, escavadas em seus morros, no patio das casas, algumas escondidas pelo mato que cresceu ou pela urbanização que foi se aglomerando com o passar do tempo e que durante a construção de algumas casas, foram sendo redescobertas. Dizem que são mais de quinhentas espalhadas por toda a cidade.



A Mina Du Veloso é uma dessas muitas minas de extração de ouro, que mostra não só as relevâncias politico sociais da época da colonização, mas que serve principalmente de registro e conta a saga do negro, que foi retirado de sua terra (Africa) e introduzido nesta região como escravo, para trabalhar nestes locais altamente insalubres, até a morte.
Acredito que este seja o lado B da historia, fundamentado quando se faz um turismo voltado para se conhecer as estruturas sociais e politicas de uma sociedade que era escravagista e não apenas para o lado glamoroso como igrejas fabulosas e recobertas de ouro em suas paredes. É importante sabermos todo o processo desta construção da historia.


Em meado de 1804 existia na região, hoje denominada São Cristóvão, uma grande movimentação de senhores donos de terras e escravos, provocada pela efervescência de mineração de ouro. A antiga propriedade do Coronel José Veloso do Carmo, possuía em sua totalidade um conjunto vasto de minas que invadiam morros e planície de Vila Rica, extraindo ouro por mãos habilidosa de escravos, que já conheciam a técnica em seus países de origem. 


Uma dessas minas hoje, está aberta e revitalizada para a visitação, com o objetivo de resgatar não só a historia do ciclo do ouro, mas a valorização do negro, enquanto fonte de trabalho e de sua cultura valorosa, sendo a forma de trabalho mais penosa e pesada exercida pelos negros africanos escravizados no Brasil, entre os séculos XVII e XVIII.
Tem um ditado que os guias que acompanham os turistas pelas minas ilustram durante suas palestras e caminhadas que diz o seguinte: "Os portugueses ficaram com a ostentação, os ingleses com a riqueza e nós com com os buracos".
São 400 metros de galerias para percurso e dois salões com poços d’água que brotam por entre as rochas.
A mina foi comprada por Eduardo Ferreira que foi criado no bairro São Cristóvão e decidiu recuperar a Mina Du Veloso, para recontar o trabalho de extração de ouro feito no século XVIII.

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