Nunca acreditei que somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos, senão seriamos culpados por tantos contrapontos que acontecem a nossa volta, assim como atitudes geradas por mal entendidos que passaríamos o resto da vida tentando corrigir ou defender nossos atos mal interpretados por quem nos cercam, e consequentemente alguns desajustes que causamos involuntariamente nos sentimentos e intenção das pessoas. Isto produziria uma eterna luta em nome de uma responsabilidade que talvés não tivéssemos. Mas será que somos também responsabilizados pelo que falamos, uma vez que nossas palavras, gestos, atitudes fazem parte de um kit atribuído a uma impressão nem sempre verdadeira do que somos e de nossas intenções?
Devo dividir as responsabilidades em cinquenta por cento para quem fala e mais cinquenta para quem ouve, ou não devo dividir nada me abstendo deste complexo mecanismo moral de somos feitos? As vezes não é necessário nem abrir-mos a boca para que sejam construído conceitos erróneos a nosso respeito, e eu que o diga!..
Ontem uma amiga sentada no restaurante ao meu lado, disse ter convidado um outro amigo para compartilhar daquele momento agradável e que se tratava de uma pessoa muito bacana, morador a poucas quadras de onde estavamos. Minutos depois ele apareceu sentando a nossa mesa e elogiando o lugar do qual não conhecia, o clima, a noite, enfim... Era uma noite realmente quente e isto favorecia a um agradável papo descontraído à três, à quatro, à cinco, regado a um chopp gelado e a musica que tocava ao fundo, se não fosse o cara partir para ataques de sedução contra minha amiga dando a impressão de que só estava ali por esta razão e que foi convidado por segundas ou terceiras intenções produzidas por sua equivocada ideia de que tudo poderia ser um subterfúgio.
Passado mais algum tempo, tudo foi se transformando numa situação de constrangimentos: Ele persistindo na impetuosidade sedutora, ela tentando mostrar o mal entendido e eu a procura de uma forma de cantar para subir e dar-lhes espaço para que as coisas fossem resolvidas da forma mais civilizada possível.
O jeito foi arranjar a velha desculpa: -Vou até o banheiro e já volto!.. Quando retornei, ele já estava se encaminhando em direção a porta de saída sem a preocupação com despedidas.
Se Saint-Exupéry pudesse ler este post, talves se perguntasse: -Mas o que tem a ver esta historia com minha frase filosófica? Eu diria: -Nada, nada a ver, por que tem coisas que não tem nada a ver mesmo, são apenas mal entendidos!
Se Saint-Exupéry pudesse ler este post, talves se perguntasse: -Mas o que tem a ver esta historia com minha frase filosófica? Eu diria: -Nada, nada a ver, por que tem coisas que não tem nada a ver mesmo, são apenas mal entendidos!
Carinha que não se toca é foda!
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