O aniversário do Ton

Hoje é Sexta, saída de plantão, frio de renguear cusco, como diz o ditado aqui no sul. Eu poderia até ficar em casa pensando na morte da bezerra, mas decidi apelar para uma perfomance menos intimista e mais social e dar uma chegadinha no Zelig para abraçar o Ton, de aniversário hoje e quem sabe rever alguns amigos, jogar conversa fora, coisa e tal...
Bom, parece que vai rolar até um bolo (com velinhas de parabéns), que ele disse que aumentaria de tamanho depois que eu confirmei presença.

Horas depois!..

Estavam presentes o aniversariante, a noiva, o primo, a prima, Aracy e o tio que ficou pouco tempo e logo saiu prometendo voltar e não voltou. Depois chegou outras pessoas que eu não conhecia e que são possiveis candidatos as excursões.
Bem, como estava frio, tomei duas taças de vinho tinto e quando pedi a terceira, o garçon informou que havia terminado o estoque. Me ofereceram então uma garrafinha que parecia uma "amostra grátis", eles juraram que era bom vinho e inclusive melhor do que eu estava tomando antes. No segundo gole, percebi que não era assim "uma Brastemp", (mais ácido e forte), porém passivo de tomar mais umas três taças, sem causar aquelas posiveis complicações pré e pós porre. O bolo foi colocado na mesa, sem velas e meio desmoronado, brincamos que foi feito no Chile, na semana do terremoto, estava com gosto de bolo de aniversário e enfeitado com farelos de côco. Não cantamos "parabéns pra você", acho que ninguem lembrou disto, pois estavam todos envolvidos em planos de viagem. Conheci o Eder que é paulista e candidato a o paseio para Matchu Pitchu, que já conhece e pretende retornar para fazer a trilha inca; se pós gradua em arqueologia na UFRGS, (parece que é isto, a o menos foi o que entendi). Ele me pareceu muito simpatico, daquelas pessoas que tem assuntos interninaveis para se conversar por horas, talvés semanas. Se não fosse inapropriado, convidaria-o a sentar numa outra mesa para falarmos de assuntos diversos. Bom, o segundo a sair foi eu, já desejando me jogar na cama macia e quentinha da minha casa.


Breu, Grupo Corpo

Particularmente eu gosto de dança contemporânea e nem sei quando começei a gostar, mas lembro que numa noite, fiquei até a madrugada assistindo na TV Educativa. Por acaso o grupo Corpo é um dos meus favoritos. Breu, é a tradução poética da violência dos dias em que vivemos, através de movimentos densos e agressivos, sem perder a magnifica harmonia gestual e cadenciada do grupo. A trilha sonora é de Lenine e coreografia de Rodrigo Pederneiras, uma união perfeita.

Sonhos

Sonhei que estava visitando um lugar paradisíaco, com muitos lagos, árvores e recantos que jamais pensei que pudessem existir. Depois entrei numa pequena e antiga cidade, onde as igrejas centenárias eram construídas em madeira numa cor azul tão clara que pareciam a cor das nuvens. Uma amiga do meu lado, me dava lições de historia sobre a construção das capelas antigas e algumas inscrições escritas em aramaico. Caminhávamos de braço dado observando tudo atentamente, naquele lugar de indescritível beleza e simplicidade. Em alguns momentos nos olhamos perplexos e nos perguntamos, o que fazíamos ali.

Sarau no Farofa

Sexta à noite com toda aquela chuva, peguei carona de amigos até o Sindicato dos Bancários para algumas horas de distração no sarau de poesia e musica que acontece uma vez por mes, agora no restaurante Farofa (cujo os elogios, já postei aqui no blog). Protagonizado pelo musico Beto Harmann, com vários trabalhos infantis reconhecidos e publicados, o evento disponibiliza o encontro de pessoas ligadas aos mais diversos segmentos artisticos com o intuito de divulgar poesias, textos, composições musicais autorais e também de autores conhecidos. Os sarais, para quem desconhece, são eventos onde as pessoas promovem encontros com a finalidade de se expressarem artisticamente através da dança, musica, poesia, leitura de livros e também outras formas de arte como pintura e teatro. Bastante utilizado no século XIX, hoje tem sido reutilizado por seu carater de descontração, intimidade e prazer. Há alguns meses atrás estes encontros aconteciam no Bar Van Gogh, que eu particularmente achava incomodo por questões de espaço e luminosidade do local, agora no Farofa, ficou perfeito!

Endereço: Rua General Camara 424.
Horario: 20h às 24h.
Corvette: R$ 5,00.

Coco antes de Chanel

Estas noites frias, me tem posto cedo debaixo das cobertas para assistir alguns filmes locados aqui perto de casa, então depois do banho, me preparo com um copo de café e escolho na hora, o que pretendo assistir primeiro.
Terça-feira foi a vez de "Coco antes de Chanel" filme que criei expectativas em torno da historia da mais célebre estilista do século 20, cujo nome se tornou sinônimo de elegância e sofisticação, mas que na verdade, causou-me a surpresa de ser superficial e fraco, onde os personagens pareciam desprovidos de interioridade e emoção. Apesar de relativa beleza fotográfica e algumas movimentações de cenas como as filmadas na rua e no cabaret onde Coco trabalhou, o resto me pareceu uma fragmentação do que poderia ser mostrado de fato. A cena inicial, onde Coco e sua irmã, ainda pequenas, são abandonadas pelo pai num internato de freiras, talvés tenha sido na minha opinião o ponto alto, dando-me a sensação que assistiria um filme pelo menos interessante. O filme não toca, não convence, não toma a atenção do expectador e peca pelo essencial, uma historia mal contada e de escassa emoção.

Teoria pessoal

Esta semana conversei com Gianne e entre tantas observações por nós divididas, percebi sua ansiedade por conta da emoção abalada e sua teoria pessoal, onde tudo que se ganha, também se perde numa proporção inversa e dolorosa. Me perguntei se isto é uma verdade ou uma impressão provocada pela dualidade humana, cujos ângulos de visão pessoal modificam a perspectiva de nossas leituras pela a vida? Isto é lei de igualdade matematica ou constatação de nossas eternas insatisfações e erros repetindo uma equação incompreendida? Ora, estas conversas não levam à soluções, mas ajudam a perceber que não estamos no barco sozinhos!

O Fabuloso Destino de Amelie Poulain

 

Eu tenho sentido muita raiva nesta ultima semana, mas isto não faz com que eu focalize este sentimento nas pessoas, mas em algumas circunstâncias estressantes, que o cotidiano cria e me enreda, nos momentos menos esperados em que a imunidade psíquica parece estar baixa.
É necessário cuidar para não chegar ao extremo e me transformar num monstro de garras afiadas, mudar o foco, a sintonia, a energia.
Buscar um antídoto que impeça estas ações nocivas pode ser difícil ou um elemento de sorte. No meu caso, acho que fui sorteado quando escolhi em meu recolhimento, assistir ontem à noite, "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain"- de Jean Pierre Jeunet, com magnifica atuação de Audrey Tautou. Resumidamente, o filme trata não só de sensibilidade, mas de elementos transformadores, em como é possível transformar sonhos e reconstruir vidas através de pequenas atitudes e assim conferir beleza em gestos tão simples. É um filme não para pensar, mas para sentir e se surpreender. Entre as cenas que me chamaram a atenção, destaco:

  1. A morte cômica de sua mãe.
  2. A forma como ela incentivou seu pai a conhecer os lugares que sempre desejava conhecer, mas que arrumava desculpas infundadas, que o impediam.
  3. As fitas que enviava para o velho pintor vizinho, motivando-o a ter uma visão mais sensível e bela sobre a vida e arte.
  4. Encontro de Dominique Bretodeau com sua caixinha de pertences da infância, no abrigo telefônico. Quem não o assistiu, eu recomendo. Vale a pena!

Dando o braço

Eu falei hoje, falei no Sábado e lembro de ter falado tantas outras vezes, que em certos momentos precisamos ser pego pelo braço como crianças assustadas e ser-mos conduzidos, por que ficamos meio cegos, sem referencias e somos tomados de medos e inseguranças. Bom, conselhos é bom pros outros e as vezes pra gente mesmo. Eu só não entendo, por que fico marrando e não me permito de vez enquando ser conduzido? Medo de dependencias?.. De ser cobrado depois?.. E dáiii?...

Outro resultado

Mesmo frio, a festa de ontem estava animada e eu muito pouco, embora me esforçasse para melhorar. O problema é que meu egoísmo superava até os motivos que me levaram estar lá. Eu senti que trabalhei para que tudo chegasse ao ponto em que chegou, mas meus sentimentos de dependência parecem que não acompanharam na mesma velocidade as atitudes.
Sabe aquele diretor que monta um texto e aguarda um resultado que não acontece por que ninguém entendeu a sua ideia?... Então ele chega pra todos e diz: _Vocês não estão preparados para isto!..

Resultado

Sabe quando vc se sente traído, embora a razão te diga que é tudo invensão da cabeça e ainda assim, vc continua com a mesma sensação desconfortavel? Melhor dizendo, quando vc tem a sensação de que quase tudo parece estar contra vc, (amigos, colegas, vizinhos, estranhos...)e o que não está contra, também não parece estar a favor?... É uma fase?.. Mas que fase é esta?
Não, eu não sinto como se isto fosse uma conspiração, ao contrário, talvés uma crise paranóica, mas tenho sentido minha relação com as pessoas diminuida, completamente improdutiva e dispensável.
Relevar,... para Revelar-se!..

Vida e Morte discutidas



Ontem à noite, assisti um documentario na TV Futura (que não lembro o nome), mas que me fez pensar sobre estas questões reticentes da vida. Na verdade reticentes por serem nebulosas e causarem mais dúvidas do que certezas, quando falamos à respeito. O programa abria discussão entre os moradores de uma região ribeirinha muito pobre, objetivando a visão deles sobre questões como vida, morte, medo de morrer, céu e inferno, (vida depois da morte). Pude perceber que dentro da simplicidade daquelas pessoas, de seus traços rudes, de olhar de quem leva uma rotina dura e resignados a sua própria condição precária, que seus anseios são os mesmos nossos, mas com o diferencial da simplicidade, descomplicação e inocência com que vêem e aceitam estas mazelas de difícil compreensão e aceitação.
A maioria das pessoas vivem de maneira à serem felizes, não importando as condições que a vida lhes oferece e as dificuldades por que passam. Que existem perguntas que a melhor resposta no turbilhão de dúvidas, é a que temos para nos dar e isto nos basta diante da complexidade de temas como a vida e a morte.
Quando perguntado a um velho senhor, sobre o que ele achava da vida e da morte, ele respondeu deitado em sua rede de descanso: "A vida são as coisas simples que fizemos, trabalhar, namorar, viver com alegria e colorir os dias como uma obra de arte, ao contrario disto o individuo já está morto sem a o menos saber da sua condição de morto."
Sobre o medo da morte o outro respondeu que a temia e desta forma criava uma resistência a sua chegada. "Quando não temos medo a gente se entrega sem restrições e defesa, ela então te leva mesmo".

Raça

Eu digo que ela tem raça e razão sobre muitas coisas, porque tem um jeito especial de olhar, avaliar e descomplicar aquilo que parece não ter solução, porem em outros momentos suas reflexões pessoais tornam-se tormentas e desencadeiam climas instáveis que poderiam ser detectados e reavaliados com a simplicidade e razão de quem parece funcionar somente quando o problema é dos outros. Bom, é preciso paciência e saber que alguns situações alheias as nossas, reservam saidas desiguais para cada pessoa, onde permeiam suas diferenças. Assim, reservo-lhe o meu aféto!

Putz!..

Esta semana me tem sido cansativa, pois tenho encontrado algumas dificuldade para alinhar as ideias e me manter equilibrado em meus objetivos pessoais. Nunca me senti tão ausente e desatento como tenho estado e com a tarefa difícil de marcar os xis nos espaços corretos. Certas decisões não são como bilhetes de apostas ou testes vocacionais, é necessário marcar a opção certa, arriscando não ter outra chance. Este excesso de sono, deve ter motivações intrínsecas ainda não reveladas!..

Por mera curiosidade hoje li meu horóscopo, estranhamente nada parecia se afinar comigo. Entre os intervalos das ocorrencias, dormi como se estivesse dopado e meu colega indignado por não ter com quem converssar, exclamava cada vez que eu acordava: "É a Treva!"

Ressureição

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida, que eu já ficando especialista em ressurreições. Bobeou eu morrendo de tédio, de raiva, de medo, de incertezas, de alegrias, de paixões. Desta forma a ressureição se dá noutro sentido, quando abro os olhos e bato de frente com a realidade, nos momentos de respiração profunda.

Desconectado

Depois de alguns dias perdendo o sinal da Internet aqui em casa, no Domingo deu os doces geral e eu simplesmente não conseguia me conectar. A antena Wireless mostrava no cantinho da tela que estava desligada e nem mesmo ligando o laptop direto na conexão não conseguia acessar nada. Bom, ontem de noite o técnico da NET veio aqui em casa, mexeu em tudo que era possível, (fios, modem, reconfigurou o laptop) e conseguiu se conectar me dizendo que o sinal sempre esteve presente, mas que talves por desatenção, eu tivesse apertado acidentalmente o botão que liga/desliga a conexão sem fio e então a geringonça não funcionava. Posso jurar que nada fiz, mas enfim, minha tensão de ficar off me provou a dependência que tenho pelo mundo virtual e aceitei resignado sua opinião.

Implicância e preconceito

Quero fazer uma ressalva aqui no blog: Primeiro dizer que não sou bonzinho e quem me conhece percebe de cara, que tenho minhas implicancias e momentos de mal humor. Alem disto alimento certos preconceitos com bases intuitívas que são os mais dificeis de conceituar, por não existir uma razão especifica ou de facil entendimento que os justifique. É a quela coisa de bater o olho e encontrar algo que não passa credibilidade e confiança, por sentir que tem algo desencaixado e que não ingrena. Dada as circunstancias de uma mera convivencia, bem que tento aceitar inicialmente, mas depois acabo admitindo pra mim mesmo, minhas impossibilidades de aféto e meu preconceito com relação a pessoa.

Tolerância zero

Eu não sei quanto a vocês, mas eu não consigo repentinamente zerar meus sentimentos de irritabilidade quando sou provocado. Eu tenho necessidade de um período maior para digerir as questões e contestações que me são feitas em momentos inopurtunos. Eu preciso de tempo, respirar fundo, contar até dez para me refazer de algumas criticas que me são jogadas na cara! Me veio isto a cabeça, por que hoje assisti um casal que brigava na fila do posto de saúde. Ela falava alto e ao mesmo tempo tapeava o braço do cara, parecendo meio descontrolada. Eu não sei sobre o que exatamente discutiam, mas ele indignado com a atitude da moça tentava se afastar a o mesmo tempo em que ela puxava-o de volta. Num rápido momento ela disse de um jeito irônico: (-Ouve o que eu to te dizendo, não fuja, tu sempre foge! ..) E ele quieto, visivelmente envergonhado e enraivecido com a delicada situação na presença de estranhos, parecia querer sumir dali.
Mais tarde, quando voltei a cruzar por eles, a conversa parecia ter mudado de rumo, ela ainda puxava-o pelo braço, mas pedia desculpas. Falava de voz macia, numa tom quase beirando a meiguice, olhar de quem implora atenção e depois deitava o rosto no peito dele dizendo: (-Olha me desculpe eu não queria falar isto que eu falei, estava nervosa. Tu me ama? Diz que me ama!..) Ele silencioso parecia completamente desconsertado.
As pessoas que estavam na volta, olhavam para os dois, meio assustadas estranhando aquela cena de lavagem de roupa suja em publico.
Mesmo sem saber as razões daquele embaraço, tive uma pequena identificação com a atitude daquele cara, que parecia não conseguir zerar as provocações que recebera. Talvés como eu nesses momentos, ele precisasse de um tempo maior, respirar fundo e contar até dez!

Café pra louco tem açucar?

Café pra louco tem açúcar?... Eu pensei que esta frase criativa daria titulo de blog, quem sabe, de um livro, embora o real sentido dela, somente quem a proferiu tenha uma explicação lógica e (emocional) para dar. Ela foi responsável pelo inicio de uma relação de aféto. Algumas frases ou palavras conseguem adquirir uma profundidade magica, transformadora em nossas vidas. Como se alavancasse emoções subterradas, esquecidas, desatentas e quando ouvidas na hora certa, algo se descristaliza e volta a pulsar, nos sacode, nos remete a o preenchimento instintivo de uma falta que nem mesmo nós sabíamos que tínhamos. Então flores se abrem!..
E voce, lembra de alguma?..

Sub mundo?

Hoje recebi muitas mensagens em meu celular, mas uma, apenas uma, me causou expectativas capazes de me pôr de cabeça para baixo, mas em seguido me recompus por acreditar que algumas vezes entramos em mundos imaginários que criamos. Ou seriam sub mundos?... O fato é que eu queria que isto fosse uma verdade e não uma mentira.

Um sinal...

O gato estava lá, pronto pra ser levado. Por que não te encheste de coragem e o colocastes no carro? Acho que ele iria numa boa sem estardalhaços. Não seria um roubo, mas uma adoção. As vezes necessitamos destas atitudes não politicamente corretas, que nos torna meio bandidos e de atitudes impulsivas. Poderia ser um sinal, a possibilidade de abertura dos portões da audácia , da coragem. Amanhã quando te arrependeres, ja será tarde!
Boa noite!

Vaidades

Ontem uma médica conhecida por seus cabelos multicoloridos, de um hospital de trauma também conhecido de Porto Alegre, veio na minha direção receber um paciente na sala de emergência. Enquanto passávamos o paciente da maca da ambulância para a maca da sala, ela observou:
-Os funcionários do SAMU estão precisando de uma dieta!
Seus colegas que estavam ajudando na transferência do paciente, ficaram mudos e pela troca de olhares, visivelmente envergonhados com a observação da médica. Então meu colega muito humorado e as vezes também indiscreto, comentou sorrindo:
-É, a senhora é bastante magra doutora!
E ela vaidosa e se (sentindo...) completou:
-E olha, (disse mostrando o corpo e fazendo poses) eu estou com duas blusas de manga longa, dois moletons e este blusão que vocês estão vendo. A vantagem do nosso amigo aqui, (disse referindo-se a mim) é que em dias como hoje ele não sente frio!
Depois que eu e meu colega saímos dali, comentamos em segredo sobre a sua indiscrição e que se a pusessem sem roupa e pintassem-na de verde, facilmente seria confundida com um louva- deus.

Antes que o pêndulo pare.

No final da tarde e inicio da noite, tenho dois compromissos, a missa de um mês de morte de uma amiga e o aniversário de outra. Enquanto isto eu fico aqui pensando neste movimento que a vida dá, feito um pêndulo que se movimenta de um ponto ao outro e nem percebemos o leque de coisas que acontecem nesta trajetória. O pêndulo parece nunca parar de oscilar, mas num dado momento ele para e então não temos mais tempo de agregar valores na nossa vida ou dividir vivencias com as pessoas e então nos resta ficarmos surpresos. Ontem, durante as poucas saídas que tive, para prestar atendimentos no plantão, fui obrigado a ouvir o motorista cantar as musicas que sempre canta imitando Pavarotti, os poemas de sua autoria que sempre declama e que ele repete varias vezes sem timidez ou dar trégua a os ouvidos de quem o ouvem. Teve um momento que ele arriscou o que ainda não tinha feito, fingir cantar em inglês. Foi um horror!.. Às vezes nos olhávamos de canto de olho, eu de cara feia, mas não tinha jeito, sua insistência, o impedia de calar a boca se quer por alguns minutos e depois demos muita risada de tudo aquilo que nos parecia tão ridículo. Pensei em como damos pouco valor a estas coisas que parecem tão sem importancia e que valorizamos somente depois que não mais a temos.

Discriminação ao Vivo na Bandeirantes

Por falta de opção assisti durante a tarde de hoje, o finalzinho do programa da Márcia Goldsmith na TV Bandeirantes, onde ela entrevistava o tal de Dr. Rei, apresentador e também um dos protagonista de um reality show exibido nos canais de TV nos Estados Unidos e aqui no Brasil pela Rede TV, com o nome de Dr. Hollywood. O médico contava para a entrevistadora a sua trajetória de vida, desde a infância, casamento, até o seu reconhecimento com cirurgião plastico no mundo das celebridades americanas. Terminado a entrevista de Márcia, iniciou o "Brasil Urgente", jornalismo- informativo e na minha opinião sensacionalista, cujo o apresentador Carlos Datena, iniciou seu programa fazendo um comentário sobre o entrevistado de sua colega, que me deixou pasmo. Foi mais ou menos assim:

Upgrade

Hoje dei inicio a uma serie de decisões que por falta de coragem ficava protelando com inúmeras desculpas. As vezes é necessário olhar pra cima, pra baixo, pros os lados, e em todas as direções, ouvir opiniões, estar atento e permitir-se a indução de caminhos necessários e já decididos. Ficamos por vezes cegos em situações que se embaralham, que se acomodam e que num dado momento precisam de um upgrade.
A quem me deu o braço já agradeci!

O Caso da rua Airton Senna- 26

Tânia mora na rua Airton Senna-26, tem cinquenta e quatro anos e perece apresentar todas as patologias que um ser humano comum temeria só de pensar em adquirir. Hepatite B e C, HIV positivo, Câncer de Fígado e dois ou três tumores cerebrais inoperáveis. Seu marido, que também é seu cuidador, chama a ambulância a todo o momento para conduzi-la para algum serviço de saúde, alegando que ela esta mal por que geme o tempo todo e caminha pela casa durante a noite caindo sobre o que resta de mobília, sem dar-lhe um minuto se quer de descanso merecido. Além disto, as vezes é agressiva, se urina na roupa e tenta mata-lo em momentos em que esquece que ele é seu marido e que depende unicamente dele pra tudo nesta vida. Ele conta com certo orgulho, que vivem juntos a vinte e três anos e que a cerca de cinco, apareceu todos os tipos de complicações na saúde da esposa. Carrega uma bíblia numa pasta e outra menor no bolso para agarrar-se a Deus na espera de um possível milagre que modifique esta situação. Reclama da ineficiencia dos serviços de saúde e da negligência de médicos que lhe informam do pouco a ser feito no caso de Tânia, um quadro cronico, sem qualquer possibilidade de reversão. A equipe do posto se angustia quando recebem Tânia para consulta. Dizem que ela não tem nada, que os sinais vitais estão normais, que nada aparece nos exames e que o marido quer livrar-se dela acomodando-a por dias numa maca, possibilitando a ele alguns momentos de descanso. O que fazer com este caso da rua Airton Senna-26 que todo o SAMU incansavelmente ja conhece?

Levantando a Moral

Encontrei um amigo que involuntariamente me fez bem falando de seus projetos, de uma possibilidade de vida melhor, de uma qualidade de vida que ele acredita ser sustentável. Pediu férias e aguarda uma licença de seu trabalho público para tratar de interesses por dois anos. Torço os dedos para que concedam! Melhor que conquistar projetos é sonhar com eles. Nos abraçamos e lhe desejei uma boa viagem de trabalho em sua carreta. As vezes retomamos forças por atitudes de pessoas pela qual não esperamos obter.

Vulnerabilidade

Hoje tive um dia infeliz, atendendo pessoas infelizes, cansadas, carentes, desesperadas, pobres, revoltadas com a própria sorte. Tem dias em que me encontro assim, vulnerável a tudo isto e não consigo me proteger atrás da minha armadura profissional, do meu escudo invisível emocional. Tudo me abala, nada me deixa satisfeito, nenhuma piada me faz rir de verdade. Então fico forçando uma naturalidade absolutamente falsa, que parece não convencer a ninguém e que me distancia do que realmente sou.

Viver a Vida- Útimo capitulo

Terminou a novela do Manuel Carlos, Viver a Vida e eu achei tudo tão rápido, como se faltasse alguma coisa, parecendo um final improvisado, feito às pressas, como se o autor não tivesse mais tempo de dar um final digno para a estória de cada personagem no prazo estipulado pela direção. Ou então a intenção do diretor foi essa mesma, de passar uma estória sem um final linear, incoerente e reticente como é a vida real, mesmo tratando-se de uma trama de novela e ter chegado a o seu final. Não, eu não esperava um final feliz para os bons e justiça arrebatadora para os vilões. Até por que nesta novela parecia não haver vilões, e sim personagens com erros tão humanos e parecidos com os nossos que às vezes eu mesmo me identificava com algum deles e compreendia a atitude de outros. Em particular eu não esperava que Luciana voltasse a andar, que Marcos deixasse de ser um crápula e homem infeliz com as mulheres como sempre foi desde o inicio da novela, que Teresa perdoasse Helena e que Isabel aprendesse a calar mais sua boquinha cheia de verdades, por que sou desses telespectadores que aprendeu, vivenciou e se surpreendeu com a evolução dos conceitos de telenovelas brasileiras. Que novelas devem transmitir muito mais verdades cotidianas do que ficções absurdas e deve caminhar ao lado de nossa realidade. Sou do tempo de O Astro de Janet Clair, Vale Tudo de Gilberto Braga, onde os bons pagaram por seus erros e os maus fugiram para fora do país, como é verdadeiramente a nossa realidade. Sou de um tempo em que as novelas de Manuel Carlos me causavam mais emoção como em Laços de Família, Por Amor e Paginas da Vida. Esta foi tão insossa que passou despercebida, que venha a próxima!

Comi meu sanduiche de Terça

Confundí os dias. Pensei que hoje fosse Terça, quando na verdade é Segunda e então comi meu sanduiche de pão integral de Terça e me sinto traindo uma regra que eu inventei para por um pouco mais de ordem na minha vida gastronomica, mesmo me confundindo às vezes, como aconteceu hoje. "Sanduiche de pão integral nas Terças e gelatina de grosselia nas Segundas". Como pude esquecer desta regra?.. Bom, isto que faço, não é bem um conceito ordeiro de vida é uma especie de regra louca para loucos que querem se acorrentarem em pequenas regras absurdas, acreditando que é possivel ter alguma ordem em tudo isto, não é mesmo? Hoje levantei cheio de novas regras confusas, acreditando que fosse Terça e Terça é dia de elabora-las para talvés esquecer de outras regras que acredito serem mais rigorosas na Quarta, na Quinta e na Sexta e prefiro sufoca-las com sanduiches de pão integral que costumo comer nas Terças e não nas Segundas.
Bom este post foi apenas uma brincadeira sobre as regras que criamos no nosso dia à dia, acreditando que certas disciplinas impostas por nós memos, nos tornarão mais organizados, equilibrados.

GENTILEZA GERA GENTILEZA


Ontem pela manhã me vi agraciado ao assistir o Globo Rural, que apresentava a matéria que encerrava a série dos melhores momentos do programa em 2005. A reportagem era sobre Monty Robert, um cauboi americano encantador de cavalos e precursor da doma gentil., cujo termo (Doma) ele não gosta de usar por se tratar de dominação. Sua técnica chamada Join Up (juntar-se), que consiste em comunicar-se com o cavalo em seu próprio idioma, convencendo-o a nos aceitar como seu lí­der. Desta maneira se forma uma união na qual homem e cavalo trabalham juntos em uma relação com base na confiança, comunicação e respeito mútuo. A reportagem mostrou inclusive pessoas emocionadas que assistiam as apresentações publicas do cauboi com os animais em sua fazenda, assim como a utilização benéfica de sua técnica na equoterapia, aqui no Brasil. Monty, ganhou centenas de prêmios, escreveu vários livros, já vendeu mais de cinco milhões de cópias mundo afora. Foi lido até pela rainha da Inglaterra, que se tornou amiga dele e determinou que a doma gentil fosse adotada na Grã Bretanha. A reportagem é longa, bonita, sensível e prende o telespectador por dar uma lição de vida. Mostra que a gentileza é capaz de gerar vínculos maiores que um habito social marcado a uma simples e mecânica troca, como confiança, amizade, lealdade, respeito. Meu colega que costuma utilizar com frequência esta frase: "Gentileza gera gentileza", pode sentir seu verdadeiro sentido durante o programa. Coloco aqui uma das páginas do Globo Rural que descreve mais detalhadamente sobre o tema.

Metade

Ja postei em algum lugar!.. Acho que me lembro vagamente de ter postado em alguma página do meu blog, se não um pedaço como agora, a letra inteira da musica de Cancanhoto e que tenho alguma identificação. Às vezes me sinto assim, ou então fico assim derepente pela metade, quando numa conversa ou telefonema, sou remetido à buscas infindáveis de nós mesmos, em dialogos que não tem resposta, ou que tem as mesmas já ditas, não renovadas e sem efeitos e tudo parece por vezes uma grande perda de tempo, de energia, de aproveitamento do que poderia ser uma conversa agradavel e uma troca positiva entre pessoas que se gostam e se respeitam.
Daí que me ponho cansado, desestimulado, como agora, por me sentir impotente de fornecer ajuda, de complementar idéias e até compreende-las. Surgem desencontros, falhas na comunicação.
Bom, amanhã posso melhorar e voltar a ser o que fui quando cheguei em casa. Amanhã tudo deve melhorar eu sei e então não ficarei como me sinto agora, impotente! Não a palavra certa é desnecessario!

Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim....

Festa de Integração

O encontro de hoje à noite no Zelig Bar com os novos excursionistas que viajarão dia 17 de Julho para Matchu Pitchu e Buenos Aires, foi agradável e eu, Ton e Juliano relembramos dos momentos alegres, curiosos, alguns difíceis mais contornáveis e de muita integração positiva entre os componentes da excursão para o Chile e que fizemos parte em Fevereiro passado. Percebí a expectativa estampada no olhar dos novatos, enquanto conversavamos e Chegavamos a conclusão que o melhor de tudo, é a amizade que se estabeleceu entre as pessoas que dividiram estas e outras experiências juntas e que mais tarde se encontram para relembrar e comemorar com nesta noite. Ah, ganhei um Cd com alguns registros da viagem e descobri que não gosto de Chop e´a cerveja artesanal (Coruja) servida no Zelig!

Embaraços

Ontem atendi uma idosa, cujo o filho, insistia em dizer que nos conhecíamos de algum lugar, mas que não lembrava a o certo de onde. Me falou onde trabalhava, onde estudou, com quem se casou, quantos filhos teve e até do pai que desapareceu por um ano e depois foi encontrado morto por assassinato. Fiz também algumas tímidas referencias sobre mim, mas nada fechava. Ele ficava me observando de canto e as vezes coçava a cabeça como se buscasse da memória, outras informações que o fizesse lembrar de alguma coisa. Eu poderia jurar que não o conheço ou então sofro de alguma amnésia grave! Ao final do atendimento que prestei, levou-me até o portão de sua casa, agradecendo e depois ficou me observando com uma expressão no rosto de quem lastima por algo e fica naquela viagem de lembranças e pensando: Como pode a gente não se lembrar?.. Eu postei outros textos em que falo sobre a semelhança que tenho com outras pessoas e assim possivelmente sou sempre confundido com alguém, mas o cara de ontem, demonstrava tanta certeza de que me conhecia, que por momentos dava a impressão de que eu é que não me esforçava para ser lembrado. Sai embaraçado com esta história.

Odeon Snack Bar‎

O show de Gil como era de se esperar, foi contagiante e agitou toda a platéia com suas musicas e mais ainda com as conhecidas como expresso 222. Dificil ficar parado diante daquele ritmo meio baião, meio raggae. Pena que foi curto, mas também por dez reais o ingresso, quem poderia esperar por um show de longa duração? O termino veio com aquele gostinho de quero mais e um balanço baiano agitando a alma gaúcha.

Dali fui com amigos, para um happy hour no Bar Odeon, reduto de boemios e intelectuais que procuram um ambiente menos agitado, ao som de piano- flauta e as vezes sax. O Bar é inspirado nos pubs de Buenos Aires e Montevidéu, com um pequeno palco montado à direita da entrada, do qual o piano toma grande parte do espaço, tornando-se uma atração inusitada. O bar presa pela simplicidade no atendimento, como na carta de petiscos a serem consumidos, como o famoso bolinho de bacalhau, o tira gosto imprescindivel e o chop gelado. Com ar de anos 40-5o, quadros com propaganda de cervejas e um poster de Bogart numa das paredes, passa aquela sensação de saudosismo, onde Plauto Cruz com sua flauta apresenta classicos da MPB, chorinhos, Jazz.
Vale a pena conferir!
Endereço:
Rua General Andrade Neves, 81- Centro. Fone 3224-5752.

Gil e Bule Bule em PoA

De tarde fui dar uma paseada no centro da cidade, especificamente no Cais do Porto onde está acontecendo a Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, neste projeto que é o Brasil Rural Comtemporâneo e que acho uma ideia muito legal. Foram distribuídas dentro dos antigos armazens, estandes com exposição e venda de artesanatos, comidas típicas de norte a sul do pais, pães caseiros, cucas, geleias, queijos, sucos naturais, cervejas artesanais, etc. Na praça da cachaça, além de uma variedade, trazidas de diversos estados, uma mini destilaria demonstra como é produzida a bebida. Foi construída também, uma área que chamam de Espaço Piquenique, com mesas e cadeiras sobre um deck, às margens do Guaíba, onde servem almoços, lanches e bebidas. Segundo me informaram, funciona até as 22horas. A noite, à partir das 19h., show do Ricardo Serraria e convidados e as 20h 30min. Gilberto Gil, Bule Bule (musico, escritor, compositor, poeta, cordelista, repentista, ator e cantador) e as Sambadeiras do Recôncavo. Bule Bule atualmente ocupa o cargo de Gerente de Cultura da Prefeitura Municipal de Camaçarí, diretor da Associação Baiana de Sambadores e Sambadeiras do Estado da Bahia e da Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel. Recentemente foi premiado com o Prêmio Hangar de Música no Rio Grande do Norte, junto com Margaret Menezes e Ivete Sangalo.
Depois, como quem não queria nada, me dirigi ao palco para dar uma espiadinha no ensaio de Gil com seus convidados no palco montado ao lado da Usina do Gasômetro. Com a ajuda de um segurança solícito, cheguei até eles, sem muita dificuldade. Vestido com calça Jeans, sueter vermelha e sandálias, Gil ajudava seus convidados nos ensaios e adequação do som para a noite. O Show promete bombar e os ingressos são vendidos no local, por apenas R$10,00.
Estas atividades culturais e gastronomicas nos faz pensar no potencial que é o cais do porto da cidade e cujo o projeto de reativação parece demorar tanto.

Propostas!

Esta semana recebi o dono do apartamento que alugo a dois anos com uma proposta de venda, acompanhado do dono da imobiliaria. Os dois muito simpaticos. Mas quem não é simpatico no jogo de interesses? No outro dia a imobiliaria telefonou-me oferecendo outro imóvel para locar. Espertinha!.. Fiquei com a pulga atras da orelha! Um querendo vender e o outro alugar. Conversamos superficialmente sobre uma nova proposta, pois quem gosta de perder num é?
Bom, não sei se fico, se compro, se saio, se choro, se planto raizes por aqui definitivamente ou enquanto der!..
Aprendi tambem a deixar o barco andar um pouco mais pra ver se me jogo no mar com tubarões, ou surge outro barco salvador!

O que está havendo com meu blog?

Algumas vezes tenho pensado sobre a seriedade do serviço oferecido pelo (Blogspot) aos seus usuários. Tenho observado em meu blog que nem todas as funcionalidades oferecidas pelo serviço tem realmente acontecido. São fotos e vídeos que inúmeras vezes publico e que simplesmente desaparecem como um toque de mágica das paginas. Hoje, só para me certificar, revisei todas as postagens antigas e percebi que sumiram todos os vídeos. Também na hora da publicação de fotos, tem sido um verdadeiro jogo de paciência para que a mesma seja concluída durante o uploade da imagem (transferência de dados de um computador local para um servidor). Será que a escolha do que deve ou não ser colocado no blog tem sido deles? Existe algum limite de transferência ou censura do qual não tenho conhecimento? Eu particularmente não recebi nenhuma notificação e desconheço qualquer coisa à respeito. Entrei no fórum de ajuda do Google para blogeiros que passam por problemas semelhante e percebi apenas respostas complexas e evasivas. Gostaria somente que minhas postagens continuassem da forma como escolhi posta-las e que vídeos e imagens colocadas por mim retornassem magicamente para suas paginas como desapareceram!

Eu tenho mais de 20 anos

Eu pensei numa musica que fechasse com os sentimentos que levantei da cama hoje e então me veio esta musica cantada por Elis, neste dia em que completo cinquenta e dois anos de vida.
Acordei cedo com a ideia de fazer muitas coisas diferentes, mas acho que estou num período menos criativo que os demais. Devo me manter paciente.. Muito paciente, é o que esta certo!..
Há, o vídeo do Youtube que coloquei aqui em baixo, que alguns viram e outros talvez não, desapareceu como sempre acontece.

Samba de Raiz no Odomodê

Por indicação de uma amiga, fui assistir no domingo, o grupo musical "Serrote Preto" no espaço cultural Afro sul- Odomodê, nas proximidades da minha casa. Como a apresentação era as 19h e eu não conhecia o lugar, cheguei cedo para me ambientar e assegurar-me de um bom lugar para assistir o show. Estava uma noite fria e chuvosa, mas mesmo assim, não pude dispensar uma cervejinha para estimular o espirito. O espaço é simples e se divide em uma área ao ar livre e outra coberta, com palco onde é realizada as apresentações. Os frequentadores eram uma mistura de gente simples e intelectuais conhecidos da cidade, o que já me pôs a vontade e prestar a atenção nos musicos chamado "Central do Samba", que se apresentavam antes do Serrote Preto subir a o palco. Composto de quatro músicos, resgatavam com o violão, cavaquinhos, percussão e voz, o samba de raiz pouco representado na industria da cultura nacional e muitas vezes esquecido pelo publico em geral. Em alguns momentos tive a sensação de estar num daqueles botequins da Lapa, apreciando jóias raras da nossa cultura. Bom, identificação imediata. Impossível não se encantar e impedir que a ponta dos dedos ritmasse na borda da mesa. Quanto ao serrote preto?..., minha atenção ficará para uma próxima vez!


Texto 10

O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!

Florbela Espanca
Batizada com o nome Flor Bela de Alma da Conceição, foi uma poetisa portuguesa. A sua vida de trinta e seis anos foi tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização e feminilidade.

Dia das Mães Parte 1 e Parte 2

Parte1:
De manhã levantei-me cedo, e então fiquei tipo cachorro, girando indeciso em volta da cama. O Sol começou a brilhar mesmo depois da chuvarada de ontem, que parecia que se estenderia semana à dentro. Da minha casa é possível se ouvir o apito do futebol na praça e o ruído dos ônibus esmagando os paralelepípedos da rua. Hoje é Dia das Mães e pensei ir abraçar a minha. Nada comprei pra ela, nem mesmo flores que costumava dar quando me encontrava sem opções. Pareço estar dominado pelo desalento, pelo cansaço e por outros sentimentos que no momento não sei definir.
Está tudo com cara de feriado, de desânimo, de final de festa sem nem ter começado. Mas hoje é domingo, domingo Dia das Mães e eu preciso dominar este meu avesso, me harmonizar, alegrar mais este dia!..

Parte2:
O almoço,
foi uma lasanha de frango carregada no sal e que também por descuido grudou no fundo da travessa. Minha irmã se sentiu prejudicada por ter feito tudo sozinha.
Estavam todos tensos com uma certa irritabilidade difícil de conter. Na mesa troca de frases irônicas, olhares desaprovadores. As crianças gritavam e corriam pela casa o tempo todo, parecendo nervosas. Me mantive calado, forçando serenidade, lembrando que um dia poderei sentir falta até mesmo destes dias!..


DESFAZENDO TABUS

Hoje pela manhã, fui fazer meu passaporte do qual fiquei surpreso com a simplicidade e rapidez com que foi feito. Os dias são outros e eu pensei que a coisa toda fosse mais complicada do que realmente foi. Ficava imaginando que teria de ficar numa sala fechada com algum funcionário da Policia Federal com cara de desconfiança me fazendo perguntas pessoais do tipo: Usa drogas?... Já esteve envolvido com alguma coisa ilícita que não seja drogas?... Qual a cor da sua cueca?.. Pinta o cabelo?.. Tua mãe te amamentou quando eras bebe?... Em que escola estudou?... Quais foram suas melhores e piores notas na escola?... e depois de terminada a entrevista e torcer para que liberem o documento e a o invés disto, receber um sonoro NÃO! 
Meu Deus, como a gente cria histórias infundadas na nossa cabeça da qual levamos tempo para desmistifica-las, historias ridículas que tiramos não sei de onde e transformamos em tabus!.. Bom, mas todo o pesadelo acabou quando me vi sentado numa sala com pessoas normais , sorrindo, falando de coisas normais e aguardando a hora de serem atendidas. Fui chamado na hora marcada, 9h.45min. e resolvi tudo em menos de trinta minutos com uma jovem atendente alegre e prestativa. Dei andamento no passaporte na semana passada através do site oficial da Policia Federal, http://www.dpf.gov.br/ onde é possível fazer todo o cadastramento e agendamento para o dia e hora que se tem disponibilidade. Tem varias opções de datas e horários. No mesmo site, seguindo passo à passo é gerado uma guia de recolhimento (GRU) com uma taxa de R$148,00 que deve ser pago no banco e depois apresentada com os documentos solicitados na Policia Federal. No dia e hora agendados a coisa é tão simples com fazer uma carteira de identidade. 
Tiram a foto na hora e copiam as impressões digitais de todos os dedos. Em torno de 10 dias estará tudo pronto e é só ir busca-lo apresentando o documento de identidade, sem qualquer tortura física ou emocional, num prazo de até 90 dias!

Eu vi o Olívio hoje

Hoje eu vi o Olívio. Este mesmo que vocês estão pensando, Olívio Dutra, que foi prefeito de Porto Alegre em 1988 e um dos fundadores do PT, que não sei quanto à voces, mas que para mim traz muitas saudades de um governo transparente, honesto e sem truculências, onde a palavra de um governante valia mais que estas emendas constitucionais e quando a cidade ainda nem conhecia o jingle "Porto Alegre é Demais e ete. e tal..." de um tal prefeito chamado Fogaça!
Eu estava no carro, na esquina da Bento Gonçalves com a Aparício Borges, esperando a sinaleira abrir, quando ele cruzou do meu lado cumprimentando-me, e saindo em direção a estação de ônibus na frente da Igreja São Jorge. Estava visivelmente com a pele bronzeada e seu famoso bigode grande, sua marca registrada, era notoriamente inconfundível.
Mas uma pessoa publica cruzar na minha frente e cumprimentar-me sorridente como se fosse um velho conhecido de anos, talvés não valesse um post, o que vale pena contar é que enquanto atravessava a rua rapidamente, quase correndo à passos largos, naqueles poucos minutos, talvés segundos, as pessoas que estavam dentro de seus carros ou mesmo na rua, na parada de ônibus começaram a gritar Olívio!.., Olívio!.., eufóricas como se estivessem diante de um ídolo, um amigo, ou mesmo num comício politico. Evidentemente ele deve ter se agradado com toda aquela manifestação publica de simpatia a sua pessoa, mas de onde eu estava, já não conseguia mais enxerga-lo e em seguida a sinaleira abriu não dando tempo de eu também gritar, Olívio!.

Texto 8

Encontro de dois.
Olho no olho.
Cara a cara.
E quando estiveres perto
eu arrancarei
os seus olhos
e os colocarei no lugar dos meus.
E tu arrancara
os meus olhos
e os colocara no lugar dos teus.
Então, eu te olharei com teus olhos
e tu me olharas com os meus.

Fernando Pessoa

CONCEIÇÃO EU ME LEMBRO MUITO BEM!..

Lembrei de um tio, irmão de minha mãe, que sempre promovia passeios e festas e então convidava todos os parentes, amigos, vizinhos para participarem. Eu era pequeno, mas lembro-me que era uma gritaria no pátio, em manifestações de alegria. Gente desfilando panelas, pratos, bebidas. Ele organizava também alguns acampamentos de fins de semana e chegava a fazer varias viagens no mesmo dia carregando as pessoas em sua Kombi velha. 
Eram viagens longas de ida e depois de volta, levando e trazendo, todas aquelas pessoas na maior disposição. Tinha prazer em promover sopões, carreteiros, feijoadas e sei lá mais o que para aquelas numerosas pessoas que se reuniam a sua volta numa grande mesa, onde ele sentava na cabeceira. 
Lá pelas tantas já embriagado, fazia um discurso quase sempre incompleto ou então cantava um pedacinho da musica gravada pelo Caubi Peixoto, que era seu ídolo, completamente fora do ritmo e era sempre a mesma canção: "Conceição eu me lembro muito bem!..." Todos ajudavam-no a cantar este pedaço da musica e depois caiam numa gargalhada só. 
Eu ficava observando-o mas não conseguia entende-lo.
As vezes quando somos muito jovens não temos noção de algumas coisas e eu parecia não ter quase nenhuma, mas com o tempo fui percebendo que ele era um agregador, uma pessoas que tinha prazer em espalhar alegria e viver cercado de pessoas que apreciavam e valorizavam tudo isto que fazia. Tinha outra questão que eu pensava as vezes: Que talvez ele precisasse de atenção, que necessitasse de muita gente a sua volta, para se sentir amado e respeitado por suas ações. De qualquer forma seus motivos não alteravam os resultados que causava naquelas pessoas também carentes de tantas coisas.

Texto 9: ÁGUA VIVA

E depois de uma tarde de quem sou eu
E de acordar a uma hora da madrugada em desespero...
Eis que as três horas da madrugada eu me acordei
E me encontrei.
Simplesmente isso:
Eu me encontrei calma, alegre
Plenitude sem fulminação
Simplesmente isso
Eu sou eu
E você é você
É lindo, é vasto
Vai durar
Eu sei mais ou menos
O que vou fazer em seguida
Mas por enquanto
Olha pra mim e me ama
Não
Tu olhas pra ti e te amas
É o que está certo.

             Clarice Lispector

PASSEIO AO MORRO DA BORUSSIA EM ÓSORIO.

Oi, estou mais uma vez por aqui, neste Diário de Bordo, para contar de um novo passeio realizado com amigos dia 01/05/2010, depois de ler as dicas de Ane em seu blog e as informações positivas de Carlinhos Steil, trilheiro, musico e sua esposa Ada, que nos ajudou a chegar lá, no Morro da Borussia em Osório.
Os amigos, foram os mesmos que me acompanharam à Vespasiano Corrêa, (Ademir, Denair, Ana Carla, Vanderlei, Bruna, Giovane, Athos, Carol, Cris e Beto), acrescido de mais cinco participantes, (Ada, Anita, Alba, Germano e o pequeno Mateus). O passeio desta vez não tinha como objetivo fazer trilhas e agitar a adrenalina, mas conhecer a região e aproveitar o dia para o lazer, que segundo as previsões do tempo, prometia ser claro e de sol quente, merecedor de um churrasco na beira de um lugar tranquilo como a Cascata da Borrussia.


Chegamos tarde no morro, depois do meio dia, por não termos nos organizado quanto ao horário de saída de PoA e o ponto de encontro, pois alguns participantes saíram de seus plantões de 24 horas cansados e então tudo ficou mais livre e sem rigidez de horários. Fomos nos encontrando na medida do possível em pontos combinados nas estradas, através de ligações pelo celular até completar a caravana. O morro é um dos tantos lugares bonitos do Estado, com aproximadamente 370 metros acima do nível do mar, onde é possível avistar todo o complexo lagunar do litoral norte, além do Parque Eólico, um complexo sistema de 75 torres com 98 metros de altura, cada uma com capacidade de gerar energia renovável e não poluente, colocando o Brasil no round mundial entre os países que desenvolvem este projeto sustentável de primeira linha. 
Almoçamos o churrasco numa propriedade rural,  na beira da cascata onde nos cobraram uma taxa de R$ 4,00 por pessoa, (isto serve para manter a estrutura local, com churrasqueiras, banheiro, praça, cancha de bocha, trilha ecológica e grama aparada e limpa) e depois saímos para conhecer outros pontos atrativos do lugar.


A cascata é muito bonita e até chegarmos a ela, passamos por uma estradinha de terra com construções antigas e pequenas capelas que nos reportavam ao passado e a rotina simples e de qualidade de vida dos moradores do interior. Na mesma estrada encontramos placas indicando cada localização e inclusive a entrada para Caraá e a nascente do Rio dos Sinos, a poucos quilômetros dali.


A cascata da Borussia é convidativa para um gostoso e demorado banho, pois nos dá aquela sensação agradável de paz quando se ouve o ruído da água sobre as pedras limosas. Em alguns pontos possui águas profundas conforme indica nas placas distribuídas pela propriedade e isto merece toda a atenção e cuidado. Ficamos por ali, algumas horas almoçando e depois de fazer a digestão, seguimos em frente.


Fomos até o mirante na encosta do morro, onde é possível avistar todo o complexo de lagos e estradas que cortam a região. Este mirante é construído com grossos troncos de madeira e a base estrutural em concreto, mas a o escalarmos, sentíamos ele tremer pela força do vento e o movimento das pessoas que ali passavam, causando uma certa instabilidade e (medo) de não ser tão seguro. Lá de cima é fantástico e dona Anita pode identificar até a escola onde estudou.



Na foto acima o Vanderlei, (Lelei para os mais íntimos), se apoia nas pernas de um dos companheiros do passeio, simulando medo de altura. Pessoas como ele, são o que eu chamo de "o estimulador do grupo", por que através do bom humor e brincadeiras inesperadas, proporcionam um clima de gozação e relaxamento necessário em alguns momentos de silêncio e tensão.


O próximo local que visitamos foi o morro da antena, onde atraem muitos jovens para vôos livres de paraglider e que nos informaram estar desativado no momento. Fica num ponto ainda mais alto que o mirante. Os prédios neste local, são todos grafitados num colorido alegre como mostra a foto a baixo.


Neste momento começava a escurecer e depois de um lanchinho básico, restirado da sacola mágica da Denair, decidimos pelo caminho de volta à PoA, pela estrada velha que sai no Capavari, onde o trafego de veículos é baixo e podíamos passar do lado dos cataventos do complexo eólico da região. Eles são fantasticamente grandes e tem-se a impressão de estarmos diante de uma área espacial futurística, como os de filmes de ficção científica.


Ficamos um bom tempo por ali admirando o movimento das grandiosas hélices e nos perguntando se elas seriam quantas vezes maiores que a das grandes aeronaves. Além disto a gente fica olhando para elas com aquela mesma sensação de quem é atraído pelas chamas do fogo e não consegue desviar o olhar, seu movimento nos deixa introspectivo, com os pensamentos por vezes soltos e desconectados mexendo por vezes com alguns sentimentos místico que não se sabe explicar!..



Já era noite e então nos despedimos entrando cada um em seu carro e eu fiquei pensando que estes passeios não só nos proporcionam conhecer lugares interessantes que favorecem o respeito pela natureza, como também nos dá a chance de uma integração afetiva com as pessoas que participam e o compartilhamento destas energias, que evidentemente são positivas e nos deixam meio que enebriados, pensativos, querendo fazer outros, muitos outros passeios, além dos que já fizemos, reforçando laços!


Mais fotos aqui:


Tantos anos descuidando de mim, que eu só poderia me transformar nisto: Um egoísta cujo o objetivo é tratar de ser feliz buscando prazer nas pequenas coisas dadas pela vida. Mas também não sou destes egoístas cujos os ganhos pessoais não divide com as pessoas, os amigos, a familia, e por quem tenho apreço. Eu divido minhas pequenas alegrias, convido-as para participar de meus sonhos, minhas descobertas, acreditando que só podemos ser felizes nestas condições: Viver na mais plena e possivel Verdade compartilhando pequenas coisas da vida!

Amor e pagode.

"Tudo que sei sobre o amor eu aprendi com o pagode" diz o titulo de um post num blog que andei vasculhando na internet e que me fez pensar na facilidade que seria se fosse assim.
Então eu fiquei pensando muito mais sobre isto, sobre o que as pessoas realmente sabem sobre o amor, o que eu pessoalmente sei sobre ele? Se eu amei de verdade? Se existem falsos sentimentos de amor? O que realmente sei dos sentimentos mais profundo das pessoas que me amaram? Eu me conheço o suficiente? Eu reconheço este amor? O que eu sei de mim e dos sentimento dos outros afinal?..
Será que me deixei ser amado? Depois que ele nasce e cresce, em que momento inicia a morrer fazendo a luz do olhar diminuir até se apagar? Ah!., eu gostaria tanto de ter aprendido coisas sobre a amor, somente com as letras simples e as batidas quentes de um pagode!...

Coação.

Na esquina da Salvador França com a avenida Ipiranga hoje à tarde enquanto eu esperava a sinaleira abrir, observei alguns vendedores de laranjas, se espalharem por entre os carros oferecendo o produto com a segunte frase: (Mata, mata esta!..), o refrão era repetido incesantemente, enquanto encostavam o saco de frutas quase no rosto das pessoas pela janela dos veiculos. Eu me esforcei para acreditar, que o termo matar se referia a "comprar laranjas" e que propositalmente pelas trocas de olhares maldosos entre eles, que eram em três, não se utilizavam deste recurso como forma de coagir as pessoas presas em seus carros a comprarem o produto.

Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...