A COR DESTA CIDADE SOMOS NÓS

foto by  Eurico Salis
A cor desta cidade é cinza, uma mistura de todas as cores vibrantes que já não enxergamos mais. Sua voz é o ruido dos motores, dos buzinaços, das freadas, xingões, tiros, dos vendedores ambulantes gritando, de gente falando alto ao celular, chorando baixinho, uma profusão de sons e cores que produz sua própria identidade.
A gente também contribui e faz parte disto, na intenção de ser ouvido, de ganhar um voto de atenção que é rapidamente dispensado, esquecido. Somos co-responsável por este caos.


GESTOS DE PREGUIÇA E OBSCENIDADE INCONSCIENTE

Depois que desperto, volto a deitar na cama. Troco os dias pela noite, Ponho a cabeça onde coloco os pés, os pés onde descanso a cabeça. 
Gosto dessas inversões extravagantes em que submeto meu corpo cansado, onde contrario costumes, regras e horários; De experimentar ângulos diferentes, de inverter, perder toda a noção do espaço que ocupo, de me alongar, de esticar e encolher os músculos em exercícios de liberdade, preguiça e obscenidade inconsciente.


PIMENTÕES VERMELHOS


Sonhei que caminhava de braço dado, com uma amiga, numa grande plantação, dentro de um condomínio de apartamentos na cidade, onde encontrava-se além de uma variedade de verduras, flores e frutos, pimentões vermelhos.
Os pimentões eram enormes e de proporções anormais e por isto me chamavam a atenção, enquanto caminhávamos e falávamos sobre a vida, sobre as relações que não se acabam, as que são conturbadas, e as que rapidamente são esquecidas. Era uma conversa animadora e estimulante, embora ela tivesse menos da metade da minha idade. Falávamos também sobre os embustes da emoção, dos sentimentos que se perdem, dos que camuflamos no coração e nos arrependemos mais tarde.
Mas os pimentões enormes e vermelhos, não saiam do meu campo de visão, durante o sonho, na conversa animada e depois que acordei. Não saiam da minha cabeça.
Que  relação tinham os pimentões naquilo tudo, pensei com meus botões. Será que é por que pimentões lembram de corações?.. Não sei!

A POUPANÇA BAMERINDUS CONTINUA NUMA BOA

"O tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus continua numa boa". Esqueci que muita gente não conhece este jingle da década de 90, alguns nem eram nascidos. Mas eu vivi esta época e quase sempre me lembro dele, quando percebo que certas coisas na vida não mudam, continuam sempre do mesmo jeito, estáticos e sem qualquer alteração profunda. 
Isto também vale, pra pessoas do nosso meio de relações, que a gente acredita terem mudado na sua essencial, com a modernidade, com a evolução de alguns costumes e que nada.., continuam pensando ou pelo menos agindo da mesmas forma, pra nossa decepção. O discurso é um e a atitude é outra. Talvez a culpa não seja deles, mas da gente que investe numa mudança que nunca aconteceu.

E AGORA JOSÉ?

           


    E agora, José? 
    A festa acabou, 
    a luz apagou, 
    o povo sumiu, 
    a noite esfriou, 
    e agora, José? 
    e agora, você? 
    você que é sem nome, 
    que zomba dos outros, 
    você que faz versos, 
    que ama, protesta? 
    e agora, José?

    Está sem mulher, 
    está sem discurso, 
    está sem carinho, 
    já não pode beber, 
    já não pode fumar, 
    cuspir já não pode, 
    a noite esfriou, 
    o dia não veio, 
    o bonde não veio, 
    o riso não veio 
    não veio a utopia 
    e tudo acabou 
    e tudo fugiu 
    e tudo mofou, 
    e agora, José?...

DA VIDA.



Vejo a vida onde não parece ter,
 Assim percebo milagres que se acendem no escuro.
Nos objetos que às vezes encontro.
No brinco perdido.
No sapato empoeirado, debaixo da cama.
No que está pendurado no varal, dançando a o vento.
No que foi perdido no chão e fica escondido,
zombando, rindo, me virando a cara.
Ademais, tudo em volta, me parece igual,
vazio e morto.
 Sumariamente morto.

SIMPLES ASSIM.


Hoje ouvi, de uma pessoa, que não tem a minima noção de como funciona a vida, os sentimentos humanos, enfim,.. Que não tem noção da sua própria ignorância quando acredita que suas ideias preconceituosas, fundamentam com lógica, entre outras coisas, a razão de existir a homossexualidade humana, um verdadeiro absurdo. 
Ele conta que uma irmã da sua congregação religiosa, foi surpreendida pelo único filho, que confessou ser gay e saiu de casa. Desesperada com a revelação do filho, esta irmã procurou uma outra (irmã) que depois de ouvir sua historia, prometeu ajuda-la a encontrar uma resposta de Deus para este dilema, através de orações. Depois de algumas semanas orando à Deus, ouviu uma voz que lhe dizia ao ouvido: "Pergunte a ela como foi a relação dela com o marido, nos últimos anos!.."
Assim que teve uma oportunidade, esta irmã procurou a outra e lhe fez a pergunta. Chorando e envergonhada a irmã explicou, que por motivo de uma doença que contraíra e a fazia sangrar, decidira fazer somente sexo anal com marido a algum tempo, o que lhes garantia uma maior segurança nas relações. Por outro lado, muito surpresa, não imaginava que seria punida por Deus, por aquela atitude.
Bom, arrependida de seu pecado, ela parou de fazer sexo anal com o marido e o filho que tinha ido embora, retornou pra casa.
Conclusão deste caso: A homossexualidade do filho era um castigo de Deus, porque seus pais praticavam sexo anal,  considerado um pecado. Simples assim.

* Eu fico pensando que algumas pessoas quando não conseguem uma resposta lógica pra suas duvidas e embates na vida, inventam qualquer absurdo para justifica-lo e transformam numa verdade absoluta pela falta de alcance. Em alguns casos, colocam Deus como um juiz poderoso e pronto a castigar quem não segue a cartilha moral, criada pelo próprio homem moralista e não Deus.

CAIA A TARDE FEITO UM VIADUTO.



"Caia a tarde feito um viaduto e um bêbado trajando luto, me lembrou Carlitos..." Eu me perguntava o que que significava na musica "O Bêbado e a Equilibrista", magistralmente interpretada por Elis Regina, esta expressão; caia a tarde feito um viaduto, já que viadutos não caem rotineiramente como as tardes, então fui atrás de resposta junto a o seu Google que prontamente informou. Para os curiosos como eu, aí vai, mastigadinha:

Em 20 de novembro de 1971, o Rio de Janeiro viveu uma de suas maiores tragédias: Um trecho de 50 metros do Elevado Engenheiro Freyssinet — mais conhecido como viaduto Paulo de Frontin — desabou sobre o cruzamento da Rua Haddock Lobo com a Avenida Paulo de Frontin, na Tijuca, matando 29 pessoas e ferindo outras 18. O acidente no elevado, que ocorreu na manhã de um sábado, mobilizou a cidade durante vários dias, com a população acompanhando o passo a passo da retirada dos escombros e do resgate dos corpos das vítimas.
O desabamento aconteceu quando um caminhão betoneira de 2,5 toneladas — carregando oito toneladas de cimento — tentou atravessar o vão da Haddock Lobo. O peso fez a construção quebrar, com as vigas e o concreto desabando sobre os carros que aguardavam no sinal. Depois do desastre, num trecho de 122 metros do elevado, sobraram apenas as colunas.
O texto acima, é credito do Acervo do Jornal O Globo. 
Han han, agora já sabemos!




AINDA HÁ TEMPO PRA MUDAR

Encontrei este vídeo postado na pagina do Face book de uma colega de serviço, também de raça negra e fiquei aqui matutando com meus botões: O preconceito é uma merda, um sentimento tão profundo e dissimulado, guardado, escondido, que as pessoas não se dão conta, que também estão discriminando ou então ajudando a promover a discriminação. Quando assisti este vídeo fiquei pensando e me perguntei:
Por que esta mulher do vídeo é chamada a atenção para manter seus cabelos presos e não pode deixa-los soltos, usa-los como bem quiser? Por que é negra? Por que é gorda? Por que alguns a acham feia?
Posso até estar radicalizando, mas uma grande parcela das pessoas em geral, banalizam e ridicularizam o que é diferente dos seus conceitos de beleza. Conceito este que as vezes nem elas se encaixam.


MOSAICO.

Tem dias que construímos algo, que parece aos outros olhos, magia ou mentira. Mas tudo é realidade guardada dentro de cada pessoa, construída através de olhares, de gestos pessoais que se revelam na identificação da sua própria alma. Acreditem, cada um de nós é um mosaico da sua própria natureza e arte a ser descoberto e revelado. Somos muitos, no quanto podemos ser!..

CHORINHOS DE RUA.

Às vezes é necessário parar, dar um tempo, olhar pros lados, sentar, sentir e assistir o que nos parece tão comum no dia a dia e não é. Uma apresentação de chorinhos na rua da Praia, é sempre bem vindo a os nossos ouvidos.

RESTAURANTE GRIL DA PRAÇA XV


Caminhando por Porto Alegre, descobri, por acaso, na frente da Praça XV, um prédio datado de 1884, que foi restaurado e transformado num belo restaurante já a três anos, conforme me informou seu proprietário. Na entrada, uma porta de vidro adesivada com uma fotografia de uma porta antiga com pintura descascada pelo tempo, quase não se percebe que ali existe um restaurante decorado com muito bom gosto e comida simples, mas com um toque de criatividade a ser experimentada. Depois de cruzar a entrada, uma escadaria leva a o andar superior, descortinando o amplo restaurante decorado com muito bom gosto.


Com pé direito alto, paredes que exibem os antigos tijolos de barro, janelas e portas de madeira originais e treliças no teto, dão ao conjunto aquele toque perfeito de modernidade e do antigo ao Restaurante Gril da Praça XV. que lembra os antigos armazéns de Chelsea em New York, transformados em Pubs, Galerias de arte e de Moda perfeitamente ajustados ao contexto estético dos tempos contemporâneos. Tem mais, além de bonito,  o bife livre sai por um preço justo: R$ 20,00.

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Deixa eu ser desses meninos franzinos e encardidos
Que colecionam tampinhas de garrafa pet.
Que criam invenções e jogam pro alto.
Que constroem cidades com caixinhas de fósforo.

Mostrem-me o Sol, me aponte a Lua.
Eu quero ir até elas..

Deixa eu molhar meus pés sujos no leito do teu rio.
Assim terei histórias para contar aos meus.

UMA ESTRANHA LUZ REDONDA.

Hoje a noite quando fui com uma amiga até o seu carro estacionado na rua, vimos uma luz refletindo-se acima das copas das arvores, na praça em frente. Uma luz redonda que parecia de uma grande lanterna, se mostrando bem visível a os nossos olhos. Brinquei que poderiam ser seres extra- terrestres e que eu até poderia ir com eles.
Ela então me abraçou e disse que nós ainda precisávamos um do outro. Entrou em seu carro e foi embora. Eu ainda tentei avistar a estranha luz, mas não encontrei.

UMA FIGA COMO CONSOLO


Às vezes é necessário fazer uma figa e mandar todo mundo pra aquele lugar, porque não tá fácil viver neste planeta... A figa não vai mudar muita coisa, a não ser uma cara de desaprovação de algumas pessoas, e nos dar uma sensação de alivio, de placebo para aguentar todo este mal estar geral.
Amigos, conhecidos que encontro na rua, ficam me dizendo:
É, pois é!.. É isto!.. Tá deste jeito e parece que vai piorar!.. É, não tem mais saída!  Por que não tem mais o que dizer, além de meias palavras, frases desconstruídas, desestimuladas.
Pra cada lado que se volta o olhar, parece haver algo rançoso que precisa ser substituído ou posto fora de uma vez por todas.
Perdemos a confiança, a esperança em quase tudo, nos governantes, nos patrões, nos vizinhos, na sociedade, no mundo, na possibilidade de encontrar um amor e viver feliz. A sensação que fica, é de uma grande conspiração rolando em conjunta e prestes a explodir a qualquer momento. Talvez uma figa sirva de consolo!

BOLO FERMENTADO.


Se eu pudesse, eu resistiria a tantas coisas que me acomete a vida, como a mágoa, a descrença e sentimento de impotência que moram em mim e formam buracos, que filósofos, psicanalistas, críticos políticos de plantão no Face book, não conseguiram resolver com seus comentários. Afinal todos vivem na mesma Samsara, né mesmo?
Estes sentimentos, são como ervas daninhas, que crescem na alma, quando percebo tanta injustiça, discriminação e violência estimulada por pessoas que não possuem discernimento do mal que cometem.
Vivem da mentira, são enganadas com falsos códigos de ética, de moral, de justiça; vivem presas ao que não são e defendem uma liberdade que nunca tiveram.  
Foram catalogadas, engolidas pela massificação que transformou a todos numa fermentada massa de bolo que cresce a cada dia. Aguardemos vê-lo crescer e se esparramar pra fora da forma.

NADA SE CRIA, TUDO SE COPIA.

Daí que eu resolvi brincar para diminuir o peso do estres. Faço isto sempre que posso, através das lentes da maquina de fotografar, nas paginas disponíveis do meu blogue, que é o meu livro de anotações mentais, emocionais e psicanalíticos. E daí, vai acontecendo...
A intensão, não é, nem nunca foi, deixar com que as pessoas ficassem parecidas, mas sim, fazer com que as fotos lembrassem de outras situações e com alguma semelhança e então brincar com isto.
Todos nós, seguimos um roteiro de criatividade, que registramos de algo que vimos (uma imagem, uma situação, etc..) e que guardamos em nossas gavetas emocionais, para um dia utilizar, mesmo numa brincadeira como esta.

Grace Jones / Givanildo


Frida Khalo / Alba Borges

Elis Regina / Alba Borges.

VAZIO

Sinto que neste momento, algo se fecha em mim, entro em recesso e sem data para me recriar, sem inspiração para escrever, sem vontade de opinar sobre qualquer coisa. Estou com as minhas emoções esvaziadas. É isto que sinto, um vazio, que não sei quando voltará a se preencher, e se transbordar como antes...
Estes vazios surgem de tempo em tempo, no inesperado do dia, potencializando-se a noite, criando buracos que logo, logo, devem ser preenchidos com expectativas, sonhos, devaneios, esperança nova.

ESMOLEIROS E INCENDIARIOS


A gente aprende observando, ouvindo a opinião de outras pessoas, que nem sempre é a mesma nossa opinião, daí que alguns panoramas pessoais mudam e agente fica pensando... 
Eu ouvi alguém me dizer, que existem pessoas que vivem esmolando pela vida. Esmolam favores, atitudes, sentimentos e atenção de quem não quer ou não pode dar o que elas desejam, fazendo-as se sentir eternas vitimas da desatenção, do descaso.
Hoje aprendi sobre os incendiários que dramatizam tanto algumas situações comuns, que criam celeumas e discussões acerbadas acerca de uma situação comum, sem nenhuma razão justificável. Transformam coisas simples em pequenos dilemas construído por eles mesmos e nunca assumindo autoria.
Quando acusados de atiçarem fogo em situações simples e que poderiam ser resolvidas de outra maneira, agem como se estivessem sendo injustiçados, respondem que só estavam soprando para ver o fogo se extinguir. Enfim, nem os esmoleiros, nem os incendiários se auto reconhecem. O mundo é cheio deles.

UMA MÃE EMPRESTADA.

Lembro-me que gostava mais da tia Maria, do que da minha própria mãe e de todo o resto da família que a vida me apresentou e hoje por alguma razão, voltei a sentir sua falta, do calor de seus braços que me aninhavam nas noites solitárias de inverno, quando cobertores eram poucos e cães uivavam nas esquinas da minha rua.
Tia Maria era vista por alguns parentes e conhecidos, como uma andarilha. Depois do trabalho, saia a visitar parentes que a acolhiam em suas casas, em função de algumas privações pela qual passava. Caminhava grandes distancias, arrastando sacolas que mal conseguia carregar. 
Embora tivesse um marido, preferia muitas vezes pousar fora de casa. Talvez quisesse fugir de sua dura realidade.
Lembro-me de vê-la chegando na minha casa, carregando suas sacolas, do seu silencio, do seu sorriso, da paciência para me ouvir e de me contar histórias, da sua sensibilidade que às vezes a fazia chorar e a lamentar as dificuldades e pobreza em que vivia, do seu visível carinho por mim e de me ter como a um filho.
Curioso lembrar dela, neste momento, nesta noite chuvosa em que o vento dobra as arvores, sentir sua falta, do seu café com leite e pão torrado, do seu lenço preso na cabeça, do seu vestido presenteado por alguma patroa, do seu cheiro de mãe emprestada e que agora, me causa esta saudade apertada.
Se eu pudesse, eu a traria de volta, lhe serviria o mesmo café, com pão torrado e falaríamos dos velhos tempos. Ouviríamos o vento soprar lá fora, dormiríamos juntos e abraçados.

VIAJANDO NA MAIONESE.


De repente olhei para este objeto sobre a cômoda do meu quarto e pensei: Parece com um disco voador se não fosse um prato decorativo e discos voadores, lembram alienígenas cujo o objetivo é dominar todo o planeta e escravizar a raça humana. 
Mas também me fez lembrar do prédio do Congresso Nacional em Brasilia, idealizado por Niemeyer em forme de um H, com uma cúpula maior e convexa, que representa a Câmara dos Deputados e do outro lado uma cúpula menor e concava, que abriga a sede do Senado Federal. 
Nossa, tô louco então?. Tenho que parar de viajar na maionese!..

LA POESIA NO REDUTO BOÊMIO.


Minha paixão por cafés, não é de hoje e quando me refiro a eles, não estou falando da bebida, mas do ambiente onde são servidos esta maravilha, capaz de provocar as mais diversas inspirações poéticas que se pode colher da vida.


Dentre todas as classificações que se pode fazer de um cafe como: os de bairro, os de tribos, os de esquina, os de meio de quadra, os alternativos, os literários, parece-me que todos tem algo em comum, o encontro com o intimismo e as emoções que se afloram principalmente quando ajudadas por uma ambientação que o tempo ajudou a construir.


O café e bar La Poesia, no número 502 da Rua Chile, em San Telmo - Buenos Aires, é desses lugares típicos, mesas e cadeiras de madeira simples e antigas, pé-direito alto, piso cerâmico quadriculado e que serviu desde os anos 1970, para o encontro de artistas, intelectuais e boêmios, que promoviam concorridos saraus de musica e poesia nas noites portenhas.




O RESTO QUE SE DANE FUTEBOL CLUB.


Tenho me decido pelo silencio, ou melhor, também nada escrever aqui no blogue, por que a essa altura do campeonato, tenho me sentido o mais chato das criaturas existente no planeta. Não consigo mais ter a atenção através da fala e da escrita que muitas vezes se torna massante. O mundo é visual, é virtual, isto basta e o resto que se dane futebol club.

SEM ENCAIXE.


Quanto mais eu desperto de sonhos, menos eu desejo me encaixar. E você, como se sente diante desta sociedade que mantem seu caminho "regular" - "regulado" - "regrado"? 
Esta sensação subliminar dos objetivo predefinidos e que normalmente são usados como uma forma sutil e dissimulada de incentivar algum tipo de comportamento normativo, me faz parecer tão experimental e sem sentido, quanto passageiro e fica somente aquela sensação de que algo se esvaziou e que sobrou apenas uma semente sem gosto na boca.

ABISMOS


Às vezes andamos na beira de abismos, livres, soltos, desatentos, avoados, desafiando as leis da gravidade, sem percebermos algumas de nossas fragilidades humanas e o perigo que corremos, alheios a tudo.
Mas abismos deixam de ser abismos, quando não temos medo, ou nossa ingenuidade se faz tão maior que eles...

PLANTAÇÃO DE VIRA-SOIS


Tá certo, tu acertastes tudo sobre mim, mas não o suficiente para me entender e conhecer de fato quem sou e como se processam certas dores em mim!..
Sim, eu sou triste, inconformado, tenso, às vezes derrotista, incrédulo, desligado, raivoso, agressivo, auto destrutivo, ciumento, contemplativo, egoísta, indiscreto, sensível, temeroso, fatalista... Mas, às vezes, tomo umas doses pra relaxar e também fugir de mim!
Mas como faço para mudar este quadro que assisto afundar diante de mim, de todos os lados, sob a claridade dos dias?
Esta falta de confiança no mundo dos homens que tomam decisões, nas pessoas que defendem e obedecem regras, sem se perguntarem se servem para elas e pros outros, se elas não olham no olho, não respondem as perguntas mais simples e significativas da vida e ficam em silencio com um sorriso sem graça, disfarçado, caminhando no escuro, fingindo que o mundo é uma plantação de gira-sois.

UM DOS ESTOPINS DO CAOS.


As pessoas estão cada vez menos gentis, mais arrogantes e desconfiadas. Também estão menos confiáveis, menos prestativas, menos pacientes e intolerantes. 
As pessoas não olham mais pro lado, para ajudar um deficiente visual a atravessar rua. Também não olham mais pra cima, para levantarem da cadeira e dar lugar a uma mulher grávida, ou para um idoso no coletivo cheio. 
As pessoas estão impacientes e com muita pressa. Não se olham mais nos olhos, estão de olhos fixos na telinha do celular, buscando popularidade, afinidades ou fugindo de quem está perto...


Vizinhos não se cumprimentam mais, estranhos muito menos. Um não enxerga o outro. Criaram uma invisibilidade como escudo de proteção. Mas do que se protegem tanto?
Não se ouvem mais, não se permitem mais ouvir, enxergarem-se. Não se permitem mais serem solidários, fraternais, humanos e isto é um dos pontos nevrálgicos que ascende um dos estopins da violência interna de cada um e que fermenta o caos social de cada dia. 

O HOMEM E SEU RELÓGIO.

Vi um homem morto, caído sobre a calçada. Um jovem homem morto, de cabelos loiros amarrados no topo da cabeça, corrente de prata no pescoço e brinco de pedra azul na orelha.
Olhos verdes que ficaram cinzas e distantes, sem brilho, sem vida, parados.
Corpo imóvel, pálido, franzino, ensanguentado, que a nada respondia. Quase que o ergui da calçada sozinho e o sacudi pelos ombros.
Estendido e sem qualquer sinal de vida, congestionava a avenida, enquanto curiosos se acumulavam em sua volta, num reconhecimento a morte estabelecida.
Seu silencio parecia não ter sentido.
Alheio a tudo e a todos, se mantinha caído e em silencio. Silencio que dizia tudo...
Tinha um relógio preso no pulso, cujo o ponteiro ironicamente movimentava-se em ritmo coordenado e perecendo ter vida própria. Vida que talvez roubara de seu dono.


PONTOS DE SOMBRA E DE LUZ.


Numa manhã dessas, eu estava saindo para trabalhar, quando fui surpreendido por aquele momento em que não é noite, por que não está completamente escuro e também não é dia, porque a luz ainda não se completou. Fiquei pensando se este era o momento zero do tempo, os pontos que se entrelaçam e viram uma coisa só. Também havia chovido durante a noite, e as possas d´água haviam se transformado em retalhos de espelhos sobre as ruas, refletindo, arvores, galhos, lixo, qualquer coisa inesperadamente magica.

CHUVA E JAZZ.

A chuva no inicio da noite, chegou violenta com o som Cool, do genial trompetista Chet Baker, que eu ouvia dentro do quarto e me fazia transportar desta terra para outras terras,. Longe de tudo, para outros mundos que não existem mais e que eu acho fundamental para o exercício de compreensão da nossa existência, dos pensamentos, da cultura, da vida. Compreensível mas Inexplicável tudo isto...

Criado até os dez anos em Oklahoma, este cara partiu para Los Angeles no final dos anos 1930, quando começou a estudar teoria musical. Chet Baker sempre foi influenciado pelo seu pai, guitarrista, de quem herdou a paixão pela música e de quem ganhou, aos 10 anos de idade, um trombone.
Amante do Jazz, não tardou em conquistar o sucesso, sendo apontado como um dos melhores trompetistas do gênero logo com o seu primeiro álbum.
Chet Baker esteve no Brasil para duas apresentações na primeira edição do Free Jazz Festival.
Morreu aos 58 anos, em Amsterdã, de forma trágica e misteriosa: na madrugada de 13 de maio de 1988, ao cair da janela do Hotel Prins Hendrik. Até hoje, há controvérsias sobre as circunstâncias de sua morte — acidente ou suicídio.

BÚFALO, DISSE O ÍNDIO.


Eu me pergunto por que o índio disse: "Búfalo". Voces também já se perguntaram?.. Possivelmente deve ter sido sua resposta aos homens brancos, que não entendiam por que razão estes lutavam até a morte sem desistirem daquelas terras, que consideravam uma benção. Os brancos inicialmente interessados no ouro encontrado naquelas terras, dizimaram praticamente toda a sociedade indígena, no que foi considerado o maior genocídio do seculo XIX.
O Búfalo, é considerado por muitas tribos, com sendo um símbolo de abundancia, pois sua carne alimentava o povo, o couro fornecia vestuário e abrigo, os ossos ferramentas de sobrevivência.
Alem da fotografia que gostei muito, a frase escrita sobre a rocha, é uma reflexão sobre os vigentes interesses humanos.

PEDRAS E MARGARIDAS.


Daí que às vezes, fica difícil escolher de que forma encarar a vida e as relações que nela firmamos, se com emoção ou com a razão e neste caminho, circulam as pessoas com quem convivemos.
Um pouco de respeito as diferenças e a não invasão, já restringe alguns malefícios e serve para respirarmos melhor e não nos sentirmos violentando nem violentados. Por que às vezes, a mão que oferece uma frágil margarida, é a mesma que joga pedras sem perceber que machuca. 

CORES E LUZES SOBRE O RELENTO

Descobri algumas fotografias guardadas, que quero postar. Fotografias tiradas em diversos lugares por onde passei e cuja a intensidade de cores e luzes me chamaram a atenção.
As paredes, são de um velho estacionamento de veículos, no bairro Azenha, cuja a superfície não são lineares, com rebocos velhos, tijolos aparentes e desalinhados, desgastes causados pelo relento, mas que serviram de tela a o artista desconhecido, cobrir com sua criação.



OLA COMO VAI EU VOU INDO E VOCÊ TUDO BEM

Depois daquele tombo, até posso te receber na minha casa, te  estender a mão, te oferecer um copo d´água, um cafe, um suco gelado, uma dose de uísque, uma sessão de cinema no Netflix, com paradas para comentários e pipocas salgadas. É que neste momento tá difícil abrir este espaço, que eu acho demasiado e grande!
Mas o que me preocupa realmente é se depois do tombo que levastes, com pequeno arranhão no joelho, algo mudou, a ficha caiu e se percebestes que a vida não é um jogo de regras lineares, e que por isto, foge dos nossos planos, do nosso domínio e habilidades...
Eu continuo aqui, percebendo meus erros, tratando minhas doenças, meus preconceitos, minhas crises existenciais, meu egoísmo e descobrindo que tenho tantos defeitos, quanto aqueles que já critiquei e abominei e que ninguém é tão alto suficiente e capaz de modificar o rumo da vida, a forma das pessoas pensarem e dai resgata-las pro nosso mundo que pode ser equivocado e escravocrata. 
O que às vezes parece ser nosso, não é nosso, é de outro, é de ninguém, tem outro destino traçado. Talvez a humildade, a aceitação de nossos erros, nos torne todos parecidos e nos aproxime de um consenso de ideias, sem tantas disputas e discriminações. Daí fica mais fácil abrir algum espaço e conversarmos à vontade.

É HORA DE ACORDAR


As vezes as palavras ditas com propriedade e no tom da verdade, do discernimento e com segurança de mestre, mudam o rumo de sua intensão revelando pequenas facetas e possíveis fraudes alimentadas pela vaidade. Isto é percebido, por que ninguém pode articular tanto tempo com mentiras, sem deixar rastros, pistas, atos falhos que o incrimine ou mostre sintomas de sua doença.
Mas este pseudo mentor vaidoso, que elabora estratégias, que se reconhece intelectualmente como dono único da verdade, só percebe que suas influencias, mal intencionadas foram descobertas, quando os da plateia, que o ouvem se silenciam, levantam-se e saem dando as costas neste mesmo clima de silencio.
Então, é hora deste pseudo mentor acordar e perceber que a vaidade, o egocentrismo, não possui tanto força assim sobre os comuns, somente sobre os que ainda mantêm algum laço de dependência!

Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...