Nesta noite de Sábado, de frio e de chuva, decidi assistir um filme que encontrei na Internet. Uma pequena cena deste filme, me chamou a atenção, fazendo-me entrar nos becos pessoais da introspecção, enquanto recolhia-me sob as cobertas.
A cena era de um casal de namorados, na sala de um apartamento em Nova Iorque, onde pareciam estarem se conhecendo. Faziam perguntas, um para o outro, mas as respostas que trocavam, eram um tanto evasivas, reticentes, parecia que não falavam um com o outro, mas respondiam para si mesmo, as suas próprias questões pessoais pendentes. Uma reflexão sobre a vida e eles mesmos, eu diria!..
Num certo momento, ela se aproximou de uma janela e ele perguntou o que ela estava vendo. Ela então respondeu:
"Uma arvore, carros passando pela avenida e outros prédios iguais a este, com pessoas como nós dentro deles. Metade delas acham, que nada vai dar certo, a outra metade acredita em magia. Elas vivem em guerra..."
Achei instigante e profunda esta observação feito pela moça, que descrevia o retrato da sociedade moderna e solitária, das pessoas que vivem nas grandes metrópoles, presas em cubículos verticais e que vê seus destinos trassados peça falta de sorte, ou por forças invisíveis que vão alem de seus controles.
Talvez estivesse falando deles mesmos, da guerra que estavam travando intimamente, para que a relação desse certo, dos traumas e medos, que os impedia de se entregarem livremente um ao outro, por acreditarem que não daria certo, mas que a outra metade acreditava (em magia), na possibilidade desse encontro...Eles também estavam em guerra?..