MORRO DO MACACO:


Depois de muitos verões aproveitados nas águas mornas e quase sem ondas de Bombinhas, conheci o Morro do macaco, localizado entre as praias da Conceição e Morro Grande. 



O passeio é feito à pé e do alto do morro tem uma bela vista privilegiada, de tirar o fôlego. É uma visão de 360 graus da região. Por ser uma trilha de baixa dificuldade é muito procurada pelos visitantes que por lá se aventuram.


Quem conhece Bombinhas sabe que o prazeroso naquele lugar, não esta somente em desfrutar as praias comprovadamente paradisíacas daquele recanto da costa Catarinense como: Prainha, Retiro dos Padres, Sepultura e Quatro Ilhas, mas fazer alguns passeios que possibilitam um reconhecimento mais atento aos detalhes da região, assim como um contato mais intimo com a natureza.




Como boa parte do município está localizada dentro da Mata Atlântica, com áreas ainda preservadas e intocáveis, há diversas trilhas que revelam paisagens exuberantes em Bombinhas. 

Aos mais aventureiros a sugestão é pegar a trilha que parte da Praia de Zimbros, localizada na extremidade direita, e seguir em direção às praias: Deserta, Cardoso, Vermelha, Triste e à cachoeira da Praia Triste que apesar da exaustiva caminhada, o passeio é inesquecível.

PARQUE NACIONAL DO MORRO DO MACACO



Este morro possui uma altitude de 150 metros e pode ser acessado por uma trilha de mata nativa com duração de 30 minutos, até o seu topo onde é possível apreciar também o Arquipélago do Arvoredo e as Praias de Zimbros e Mariscal. No local existe ainda a possibilidade de voo livre. 
Outra dica imperdível e apreciar o Pôr do Sol lá de cima.
Outra opção é fazer trilhas ecológicas no pequeno morro da praia de Quatro Ilhas, próxima à praia de Bombinhas e também em direção à Praia da Tainha.

Visitando Caará

Ontem enamorei-me com o Sol que irradiava seu brilho pelas copas das árvores. O verde da mata, a agua rolando ora sinuosa, ora transbordante e branca sobre as pedras lisas, quase afiadas. Mais tarde vi a primeira, depois a segunda e então a terceira queda onde nasce o rio, ainda límpido, transparente, um rio chamado Sinos, que se polui em seu percurso. Foi um belo passeio em Caará!

FÉRIAS NO CHILE E OUTRAS CIDADES.




Eu deveria me sentar aqui, diante deste computador e escrever detalhadamente sobre a minha experiência, sobre a minha viagem para o Chile. Contar que a ideia inicial era de ir para o Peru e conhecer Macchu Picchu, mas que tivemos que mudar de rumo pois dois ou três dias antes da viagem desabou uma tempestade que inundou a região de Ollantaytambo e Cuzco deixando tudo debaixo água e que foram bloqueadas qualquer passagem que levassem até as montanhas na cidade perdida dos Incas. O trem que levaria os turistas para Macchu Picchu pelas montanhas ficou interditado e as noticias dadas pela TV e Internet repetiam que o país estava um caos, que turistas estavam sendo resgatados por helicópteros de lugares de difícil acesso, com fome, sede e frio, que faltava recursos para os resgates e que a região estava em estado calamitoso por no mínimo sessenta dias até a chuva parar, até o governo peruano buscar verbas para reparação dos lugares destruídos pela enxurrada. E que amigos e parentes ligavam-me aconselhando-me que eu não fosse. E que eu fiquei frustrado como qualquer pessoa que planeja uma viagem destas e vê tudo literalmente desabar na ultima hora e se vê impossibilitado por motivos que independem de si, dos responsáveis pela excursão, do governo peruano. E então para não perder dinheiro, tempo de férias e a possibilidade de sair da rotina, alteramos o roteiro das férias em direção a o Chile. Eu gostaria de ter me organizado e feito algumas anotações dos lugares, datas e horários por onde passamos e que são lindos, mas descobri ser uma pessoa por vezes desorganizada para este tipo de coisa. Gostaria de ter tirado mais fotos e mais bonitas do que as que tirei, de ter escrito sobre as pessoas legais que conheci e dividí espaço na excursão, da emoção de ter feito uma viagem destas com meu filho que estava visivelmente feliz e amigos especiais, mas tudo vira uma emoção só e a gente acaba esquecendo de fazer registros que mais tarde se lamenta de não ter feito. 


A sensação de estar no meio do deserto, numa região completamente árida, subir em lugares íngremes na Cordilheira dos Andes, a falta de ar ao enfrentar 4.800 metros de altitude com dificuldade de respirar adequadamente tendo a impressão de morte por asfixia a qualquer momento. Os Gêiseres del tatio a uma altura que pode atingir 1 talvés 3metros de altura, as piscinas naturais com 36 graus, de temperatura, o vale de La luna onde se assiste o pôr do sol sobre as montanhas, o deserto do sal. A arquitetura e modernidade de Santiago do Chile e seus surpreendentes e dóceis cães de rua, o metrô, as belas igrejas e mosteiros, as praias do Pacífico como Valparaiso e Vinãs del Mar e em Antofagasta de geografia particularmente selvagem, diferente. San Pedro do Atacama, cidadezinha isolada no meio do deserto com telhados de palha e barro, mas repleta de turistas do mundo todo. Os passeios noturnos pelos bares de Córdoba e Salta na Argentina, a comida que deixava muito a desejar para a nossa daqui do Brasil. Eu deveria sentar-me aqui diante do computador e descrever muito mais coisas e detalhes bons e ruins sobre esta viagem a o Chile. Eu deveria dar dicas de lugares onde se come bem e paga-se barato, sobre particularidades interessantes de cada lugar onde estive e também os hábitos e cultura do povo local, eu deveria agradecer por esta oportunidade ímpar, mas acho que tudo ficou tão surpreendentemente preso em mim que ainda não consigo por pra fora tudo que ví e sentí e fico fazendo estes post em pedaços, na medida em que vou lembrando destes dias que estive por lá.


Vantagens e desvantagens:

Bom viajar de ônibus para o Chile tem vantagens e desvantagens. As desvantagens é ser uma viagem longa, demorada e cansativa, com dificuldade as vezes de encontrar local adequado e que satisfaça à todos para comer, tomar banho e fazer as necessidades fisiológicas, principalmente a 2 que é proibido no banheiro do onibus. Algumas vezes os deslocamentos de uma lugar para outra são feitas a noite e então se perde a noção de onde se está e alguma parte de locais que se quer ver ou fotografar de perto. Por outro lado, durante o dia, o onibus fez varias paradas possibilitando-nos contemplar paisagens belíssimas. As Aduanas, principalmente a Chilena, gostam de dar chá de banco em estrangeiros e não demonstram nenhuma simpatia com a gente e parecem demorar deliberadamente para liberarem a documentação. Saímos de Porto Alegre, cruzando por Uruguaiana, Santa Fé, Córdoba, Mendonça, Cordilheira dos Andes, Santiago, Valparaíso, Vinas Del Mar, Antofagasta, Salta, Corrientes, retornando por Uruguaiana até Porto Alegre, totalizando 6.721km de experiencias incríveis.

Córdoba:

Na Argentina a cidade que mais me chamou a atenção por sua beleza e vida social intensa foi Córdoba, segunda maior cidade argentina com jeito interiorano. É considerada a capital da Cultura das Américas e a primeira capital oficial da Argentina. É também um centro cultural e histórico pela chegada de Jesuítas que lá se instalaram no século passado e construíram a Manzina Jesuitica, complexo religioso que ocupa um quarterão de área construída. Ficamos um dia e uma noite em Córdoba e no dia seguinte seguimos viagem passando por Mendonça em direção a Santiago.

Mendonça:
É um importante polo na produção de Vinhos e azeite, a cidade está localizada aos pés da cordilheira dos Andes e pode ser considerada como um oásis, pois é vastamente arborizada e está numa região semi-desértica. A cidade é abastecida por sistemas de irrigação provenientes de dois rios que tem origem do degelo dos Andes.
Na foto acima eu meu filho, estamos sobre a cordilheira e ao fundo a barragem de agua proveniente do degelo das montanhas mais altas. Olhando por fotos, não se tem noção da grandiosidade disto tudo. Os penhascos e as montanhas são imensas, causando uma sensação de medo e fascínio.


Santiago: 

Depois de cruzarmos pela cordilheira e enfrentar por horas a cara amarrada dos funcionários da Alfandega, chegamos em Santiago ao entardercer. Nos hospedamos no Hostel Santa Lucia no centro da cidade, cujo o café da manhã eu não gostei. Na maioria dos hostel em que ficamos, os cafés eram do tipo solúvel e muitas vezes eram servidos sem que o leite fosse fervido.


Odeio café que não é passado em saco. Outra particularidade o café tinha um gosto horrível, sorte termos levado algumas caixas de café brasileiro na bagagem. Também não gostei muito da comida chilena e dos banheiros que pareciam artigo de luxo na maioria dos lugares que entramos. Alguns restaurantes mesmo com uma boa apresentação, disponibilizavam banheiros no fundo do estabelecimento e em péssimas condições de uso.


Apesar da minha insatisfação alimentar, Santiago é uma cidade moderna, rica e com muitas coisas interessantes e culturais para se ver como museus, catedrais, praças, pórticos, construções arquitetônicas antigas, muitas festas nas ruas durante o dia, bares e restaurantes onde se pode sentar ao ar livre e apreciar uma boa comida e bebida. 

Tem uma boa rede de metros e o cotidiano da população bem movimentada. Os banheiros públicos são pagos e a o menos no centro da cidade, construídos no subterrâneo das avenidas principais. Santiago parece estar dentro de uma enorme bacia, cercada de montanhas por todos os lados por onde se olha.


Os cães de rua em Santiago:
Outra particularidade que chamou a atenção de todos os integrantes da excursão, é a quantidade de cães que vagam pelas ruas de Santiago por serem abandonados por seus donos. São cães dóceis e de porte grande que peseiam pelas ruas como se estivessem no patio de suas casas. Não são mirrados e sujos como os nossos, possibilitando até que se passe a mão sobre eles, sem ficar com aquele cheiro desagradável. Não são afugentados pela população e tambem não demonstram medo. Atravessam as ruas e são respeitados pelos veículos que circulam. Se por um lado são abandonados por seus donos, de alguma forma a população os acolhe. Inumeras vezes percebi sob as calçadas recepientes com agua e comida. No dia em que visitei o Palácio de La Moneda, com todo o protocolo de segurança, revista de bolsas e detectores de metais me surpreendi ao ver pelo menos dois destes cães deitados no pátio interno ao lado dos guardas.

E olha com certeza não eram cães de guarda treinados não, é como se a população os adotasse e mantivesse uma relação de respeito por eles. Como se fosse um hábito institucional no país. Em Córdoba, percebemos o mesmo respeito pelos animais.

Santuário Inmaculada Concepón:
Ainda no centro da cidade é possível se ter uma visão panorâmica de toda a Santiago ao visitar este Santuário numa região alta por onde se chega através de um bondinho puxado por fios de aço. O local é cheio de bancas que vendem artesanato, comida e outros utensílios locais.


Muitos fiéis sobem até o lugar para louvar a santa, mas o ganho maior é ver a cidade lá de cima e usufruir dos bares e restaurantes com mesas sobre as calçadas, na parte baixa e central da cidade com artistas de rua fazendo shows e tocando instrumentos que pouco conhecemos.




Valparaiso e Vinas Del Mar:
Depois de muitos paseios, compras e incursões por toda a cidade e mais uma noite no hostel, seguimos viagem no outro dia pela manhã em direção a o litoral do Pacifico para conhecer Valparaiso e Vinas Del Mar. Valpariaso é uma cidade portuaria e lá almoçamos num restaurante panoramico a o som de La barca.


Apelidei os musicos de Chitãozinho e Xororó chilenos. As praias chilenas são completamente diferentes do que estamos acostumados a ver por aqui no Brasil, tem pouca vegetação, muitas pedras e a agua é fria de doer os ossos.


Vinas Del Mar é mais sofisticada e fiquei impressionado com sua infraestrutura, shoppings, estacionamentos subterrâneos e restaurantes sofisticados e caros. Outra coisa que me chamou a atenção foi uma placa nas areias de Valparaíso, escrito: "Em caso de Tsunami, evacue a área".Um dos cartões postais de Vinas Del Mar é este relógio de flores, construído na praça central da cidade à poucos metros do mar.

Pacífico/ Panamericana e as casinhas no deserto:
Seguimos viagem pela rodovia Panamericana na beira do Pacifico, até encontrarmos o deserto. Era magnifico apreciar o mar recortado por enormes pedras de aspecto vulcanico e do outro lado a imensa região árida do Deserto do Atacama que a cerca de 400 anos não chove e é considerado o mais alto e mais seco do mundo, localizado na região norte do Chile, com cerca de 200 km de extensão. Nossa próxima parada, o deserto e São Pedro do Atacama.
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VIADUTO 13


Esta semana fiz um roteiro de lugares que quero conhecer aqui no sul e estou me organizando para poder conhece-los. Um deles é o viaduto 13 e sua denominação não tem nada a ver com azar, mas no fato de ser o décimo terceiro de uma sequencia de viadutos que se inicia na cidade de Muçum, conhecida como a "Princesa das Pontes". O viaduto 13 foi construído pelo exercito na ferrovia do trigo a EF-491 pelo 1º Batalhão Ferroviário do Exército Brasileiro durante a década de 70, tendo sido projetado desde o final da Segunda Guerra Mundial, pela empresa SEEBLA - Serviços de Engenharia Emílio Baumgart. Com seus 143 metros de altura e 509 de extensão, foi inaugurado pelo então presidente Ernesto Geisel em 19 de agosto de 1978, e é tido como o maior viaduto ferroviário da América Latina e o segundo mais alto do mundo, atrás apenas do Viaduto Mala Rijeka, em Montenegro, de 198 metros de altura. Suas fundações são do tipo sapata corrida e estão enterradas a 21 metros abaixo do nível do solo. Cada pilar é formado por quatro paredes de 80 centímetros de espessura média. De Porto Alegre até lá são 154 quilômetros via BR- 116, passando por Canoas, Estrela, Lajeado. Depois entre a direita na RS- 130, em direção a Arroio do Meio, Encantado até chegar em Muçum. De ônibus dá em torno de 2 horas e a passagem, menos de R$40,00. Eu vou até lá, prometo e depois eu conto!

Encurtamento dos dias

Li ontem no Jornal O Sul, jogado em meu colo por um colega, que o terremoto no Chile, segundo informações divulgadas pela NASA, pode ter encurtado a duração dos dias em função dos abalos sísmicos que possivelmente alterou o eixo da Terra em 8 centímetros. Essa mudança refere-se ao eixo em torno do qual a massa do planeta se equilibra. O geólogo Richard Gross da agência-(NASA) chegou a este resultado preliminar, através de uma simulação matemática feita em complexos sistemas de computadores de que o abalo deve ter reduzido a duração de cada dia em 1,26 microssegundos. Para efeito comparativo, ele relatou que o terremoto de 9,1 graus que atingiu a Ilha de Sumatra na Indonésia em 2004, deve ter reduzido a duração dos dias na Terra em 6,8 microssegundos e alterado o eixo em 7 centímetros. Embora o terremoto no Chile tenha sido um pouco mais fraco (8,8 graus) sua incidência ocorreu e latitudes mais baixas da linha do Equador, agravando seus efeitos. Segundo estudos da Física, um forte terremoto desloca quantidades imensas de rochas, o que acaba alterando a distribuição da massa terrestre. Quando isso acontece, há um impacto direto sobre a velocidade da rotação do planeta. Nesse caso, a Terra passa a dar uma volta em torno de si mesma mais rapidamente. Logo, o movimento de rotação (que dura 24 horas ou um dia) acaba ficando levemente mais rápido.

Susto na cidade

O trânsito de Porto Alegre parou hoje por mais de 2 horas. Por aqui, isto é anormal!. Era engarrafamento por todos os lados que conduziam ao centro da cidade. Os veículos não andavam e os pedidos de socorro solicitados ao SAMU levavam mais de vinte minutos para serem atendidos pelas ambulâncias que ficavam presas no meio do engarrafamento. Mais tarde soube-se que tratavam-se de dois artefatos suspeitos que foram colocadas dentro do Túnel da Conceição, um dos acessos viários importantes que levam ao centro e também de entrada e saída da cidade e a rodoviária. Os artefatos foram encontrados pela brigada militar que acionou o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). Embora a imprensa tenha divulgado ser apenas um, haviam comentários dos próprios agentes de trânsito (azulzinho) e policiais (brigadianos), de que se tratavam de dois e que foram explodidos dentro do túnel em ação preventiva. Os objetos suspeitos, semelhantes a uma garrafa pet, com fitas isolantes e um relógio visível foi encontrado por um pedestre que desconfiado, avisou a Brigada Militar.

Pensando

Existem espaços que se abrem na nossa vida, onde atraímos situações que inicialmente são prazerosas, mas que de uma hora para outra, parecem não andar e ficam num fluxo lento, travada, em contra mão, trancada e a gente alimenta isto tudo empatando e absorvendo nestas coisas menores algumas possibilidade que acabam atrasando as maiores por certa comodidade, sob pena de mais tarde olharmos para trás e pensarmos no quanto perdermos tempo, no quanto andamos lento, no quanto pode ser tarde para arregaçarmos a manga e investirmos no que realmente queríamos se não estivessemos envolvidos nestes espaços que se abrem cómodos parecendo favoráveis e reforçados as desculpas que inventamos para empurrarmos com a barriga o que nos leva a o memso lugar ou a nenhum.

Quem diz o que quer, ouve o que não quer!

Ontem quando entrava na sala de emergência cirúrgica para deixar um paciente, percebi que duas colegas de trabalho, ja em fase de aposentadoria, que vinham em minha direção comentavam alguma coisa sobre mim, até por que não fizeram questão de esconder, e eu fixei os olhos sobre elas dando a entender que eu havia percebido que falavam de mim. Então uma delas em atitude corajosa me disse:
_Eu estava falando pra ela, que tu parece uma bixa velha com este rabinho. (referia-se ao meu cabelo preso por um elástico) E ainda gordo deste jeito!..
Eu na hora, pretendia responde-la com qualquer coisa mais ofensiva que me viesse a cabeça, mas foi tudo tão rápido e envolvido naquele clima de cinismo e bedoche que não foi posivel evitar o constrangimento, o destemperamento e a raiva que me avermelhou a face.
_Pois é, parece que quando vamos ficando mais velhos, vamos também perdemos a noção do ridículo, seja pela nossa aparência ou pelo que falamos para os outros sem o mínimo respeito. É a velhice!.._ respondi-lhe saindo.
Acho que ela entendeu embora eu quisesse falar mais!

O que é isto companheiro?

Hoje acordei com uma pequena indisposição emocional mesmo com o sol convidativo brilhando lá fora e invadindo minhas janelas. Desde que cheguei de viagem minha casa está uma bagunça generalizada e não consigo cavar ânimo para coloca-la em dia. Tenho me perguntado o por que de tudo isto se sou uma pessoa organizada e potencialmente FELIZ!!!

Se cada dia cai

"Se cada dia cai dentro de cada noite, há um poço onde a claridade está presa.
Há que sentar-se a beira do poço da sombra e pescar luz caída com paciência."
Pablo Neruda .

Fonte: Marcador de pagina de couro de minha amiga, esquecido sobre a mesa.

Personalidade e criatividade

Este é o Richard, um cara que conheci na viagem para Buenos Aires e que parece ter dois metros de altura, cara de soldado romano e a alegria de um garoto de 16 anos. Estuda Publicidade e se veste de forma criativa. Chamou-me a atenção os seus tênis pintados por ele mesmo com muita criatividade. Alias, ele se veste todo com muita personalidade e criatividade. Comprou um capacete de gerra num brechó e uma gigantesca bandeira rasgada de um morador de rua na cidade portenha!

MAR DE ANTOFAGASTA

Quando viajamos, lembramos de algumas pessoas especiais, que gostaríamos de estar conosco naquele lugar, curtindo o ambiente, as outras pessoas, as novidades que descobrimos, isto é inevitável. Queremos que elas compartilhem conosco as vivências agradáveis que estamos experimentando, lembramos de algumas conversas que tivemos com elas e que ficam registradas dentro de nós. Em Antofagasta, de frente para o mar, lembrei de Lucia me falando de seu desejo de sentar numa cadeira de praia, os pés na areia granulada, olhando para o Pacífico até a linha do horizonte. Quando molhei meus pés na água gelada, lembrando de suas palavras, pensei em silencio estar lhe prestando uma homenagem, mesmo ela não estando mais entre nós.

Conheci o mar de Antofagasta no caminho para San Pedro do Atacama, não a cidade Antofagasta propriamente dita, (que dizem ser uma grande metrópole), mas o que vi, já dava para se encantar com a beleza selvagem deste lugar magnifico, composta de pedras vulcânicas, areia grossa, conchas  gigantescas e pedaços de corais espalhados entre as pedras.



Não me atrevi a tomar banho no mar, pois não queria me arriscar a ficar horas dentro do ônibus com o corpo salgado, mas mergulhei os pés na água para sentir sua temperatura. Gelada!.. O mais incrível deste lugar é que de um lado você se encanta com o mar batendo nas pedras e do outro a paisagem solitária e inóspita do deserto. Paramos por uma hora para descansarmos e depois seguimos viagem em direção a imensidão do deserto pela Pan-americana, com a intenção de fazer mais algumas paradas no deserto para admira-lo.




ORIGEM DO NOME:
Antofagasta está localizada no norte do Chile e é conhecida popularmente no país como a Pérola do Norte. Há uma série de teorias para explicar a origem de seu nome, porem sem apresentar um consenso claro a respeito. Entre as diversas teorias eu particularmente acredito na composição quechua onde anta (significa cobre) e pakai, que significa (esconderijo) a junção dos nomes mais tarde traduziu-se em Esconderijo de Cobre, já que historicamente Antofagasta teve sua economia baseada na produção industrial e a exploração de minerais onde o cobre era  a principal atração.

Doce sabor de voltar

Estou em casa preparando o meu almoço, arroz com linguiça e lembrando que alguns dias atrás, sentia muitas saudades da minha comida, do meu café, da minha cama, do meu banheiro, de toda a minha casa. As palavras cantada por Elba nunca fizeram tanto sentido quanto agora, neste momento: "Estou de volta pro meu aconchego, trazendo na mala bastante saudade. Querendo um sorriso sincero um abraço, pra aliviar meu cansaço e toda esta minha vontade..." Faz sentindo a musica, pois é sempre bom retornar pra casa, depois de uma viagem, caso contrario, acho que não agregaria a importância necessária a nossa vida. Que bom retornar pra junto de amigos, da família que dividimos experiências, sonhos, verdades, mentiras. Que bom voltar a cruzar por ruas conhecidas, deitar em nossa cama e sentir nosso próprio cheiro, sem presa pra levantar. O voltar dá um sentido de missão cumprida, um gosto doce as nossa aventuras!

CEMITÉRIO DA RECOLETA, UMA ARTE A CÉU ABERTO




Visitar cemitérios pode parecer algum tipo de sentimento mórbido ou de quem não tem mais nada a fazer na vida, mas não para mim que busco nestes lugares a beleza arquitetônica de alguns jazigos, a época em que foram construídos, a paz causada pelo silencio característico destes lugares e algumas historias como por exemplo sobre quem ocupa aquelas tumbas.
Dia 17, enquanto caminhava pelos corredores do cemitério da Recoleta, bairro elegante e reduto da antiga aristocracia portenha em Buenos Aires, me perdi entre os estreitos passeios, admirando os enormes anjos esculpidos em pedra ou bronze. Algumas sepulturas em mal estado de conservação, outros de uma beleza inigualável.


O cemitério da Recoleta é uma dos mais visitados do mundo e suas tumbas guardam os restos mortais de famílias tradicionais, além de grandes personalidades históricas como Evita Perón e outras mistificadas como Liliana Crociati, morta por uma avalanche na Áustria em 1970, onde passava lua de mel.
Além da beleza do lugar, outra coisa que me chamou a atenção é a forma com que as pessoas são sepultadas em seus mausoléus. Elas não são enterradas como costumamos fazer por aqui no Brasil, o caixão é simplesmente colocado em local de destaque, ficando visível a quem passa diante dos mausoléus.


Este sepulcro que fotografei sem nenhuma proteção de vidro,  a o contrario da maioria, estava como se pode ver na foto, completamente aberto, causando aos turista que passeavam no local, um ar, eu diria, de surpresa!..
Taquicardia e frio na espinha à parte e deixando de lado o preconceito e a superstição, encontramos neste cemitério, trabalhos esculpidos em granito, mármore e bronze que são verdadeiras obras de arte. Um verdadeiro acervo escultório e arquitetônico a céu aberto dignos de admiração e reconhecimento cultural.

SÃO PEDRO DO ATACAMA. PARTE 1

A ESCULTURA DE UMA MÃO NO DESERTO:
Depois de muitas horas olhando pela janela do ônibus, vendo areia, pedras, cactos gigantes e plantas espinhosas, alguém gritou: Olha a mão, olha a mão!.; Então o motorista fez algumas manobras com o ônibus e paramos para fotografar a grande mão feita em concreto, enterrada no chão, no meio do nada, parecendo um gigante enterrado no vazio do deserto.
Neste momento, tivemos o prazer de conhecer também Eduardo Prata, engenheiro portuário que aos 50 anos decidiu que faria viagens de motocicleta sem nunca ter pilotado uma antes. Treinou durante seis meses e partiu para o mundo. Nos confidenciou que sua próxima viagem é conhecer a Ásia (de moto é claro). Prata deu uma entrevista no programa do Jô Soares e possui um site que conta sobre as suas viagens:http://www.eduardoprata.com.br/
Ficamos algumas horas por ali, brincando e tirando fotografias, depois seguimos viagem cruzando a noite a dentro pelo deserto atacamenho, chegamos em São Pedro do Atacama pela manhã bem cedo, ainda sem clarear o dia. Não sei precisar quantas horas de viagem levou...



UM VILAREJO DE FILME DE COWBOY MEXICANO?
São Pedro lembra aqueles vilarejos de filmes de cowboy mexicano, com construções baixas, de paredes e telhados de adobe, ruas estreitas e muita poeira vermelha, dando a impressão de que a qualquer momento um pistoleiro saltará de alguma esquina com arma em punho. Mas não se engane na primeira vista; existe uma variedade de bares, pubs, restaurantes, pousadas, lojas de artesanato para atrair todo o tipo de turista.


Afinal a cidade vive disto. Se durante o dia o calor aproxima-se dos 40 graus, durante a noite cai para temperaturas quase negativas.
Em torno das 8 horas da manhã já havia movimentação de moradores locais deslocando-se para o trabalho e em seguida iniciamos a incursão pelo centro da cidade, com a bela visão do vulcão Licancabur de 5.916 metros de altitude do nosso lado, cujo nome significa, vulcão do povo e faz divisa com a Bolívia. 


SÃO PEDRO DO ATACAMA:
É uma cidadezinha considerada o centro cultural atacamenho e portanto precisávamos descobri-la. Batemos perna quase que a manhã toda entre lojinhas de artesanato, prédios culturais e agencias de turismos que nos levassem a outros pontos turísticos do lugar. 


Depois do almoço fomos à pé, conhecer o Pukara de Quitor à 3 quilômetros do centro da cidade e que é considerado um dos sítios arqueológicos mais impressionantes das Américas, por seu tamanho e antiguidade. Seguimos por uma estrada onde notamos o escoamento de água por canaletas que abastecem a cidade. Esta água escorre do desgelo das montanhas por quilômetros de distancia. Depois de caminharmos por uma estrada poeirenta e muito sol na cabeça, chegamos ao Pukara de Quitor.


O PUKARA DE QUITOR:
É uma gigantesca fortaleza pré-Inca, datada do século XII, e foram construídas estrategicamente nas encostas dos morros e totalizam 2,5 hectares com mais de 160 cômodos, para defender o povo atacamenho dos ataques dos Incas, em 1450. Depois de ocupado, foi a vez dos Incas defenderem-se contra os espanhóis nesta mesma fortaleza ocupada. Na entrada da fortaleza tem um posto de controle que vende ingressos para a visitação e um pequeno museu com exposição de utensílios da época. Segundo informações do guia, o local ficou conhecido como "Pueblo de Las Cabezas, pois os espanhóis decepavam as cabeças dos caciques e exibiam-nas ao povo sobrevivente, a fim de mostrar sua soberania. No dia de nossa visita, fazia um calor de quase 40 graus, que nem o uso de protetor solar foi suficiente para nos proteger.


O retorno ao centro da cidade de São Pedro do Atacama, fizemos de carro, por que tem momentos em que 3 quilômetros parece ter mais 3 zeros.
Em San Pedro, fechamos o pacote turístico que nos prometeu levar no dia seguinte para conhecermos outros lugares nas imediações da cidade, que ficavam a cerca de 100 Km de distancia. Estava incluído neste pacote: Visita ao Gêiseres Del Tatio com café e bufê, trilha sobre o Vale da Morte e subida até o Valle de La Luna para assistir a o Pôr do Sol. Como estávamos num grupo grande, conseguimos um bom desconto.

UMA NOITE DIFÍCIL:
Como a saída para o passeio era bem cedo, quase na madrugada, resolvemos por votação ficarmos na rua e aguardarmos o horário sem ter de pagar um pernoite por poucas horas de sono. "Ledo engano", percebemos nesta noite, como uma cama macia fazia falta!..
Nos organizamos num único grupo e nos acomodamos entre bancos e muretas do jardim, no local que era a unica praça da cidade, arborizada. "Nossa primeira experiencia como moradores de rua". Disse uma das meninas integrantes do grupo.


A POLICIA CHILENA:
Fizemos uma roda de viola e na medida em que a noite atravessava a madrugada a cantoria e o bate papo foi diminuindo e o frio congelando os nossos corpos dificultando o sono. Eramos acordados pela polícia local, os carabineiros, a cada hora e que me lembravam a mistura de policiais florestais e os de um presídio de segurança máxima. Se comunicavam num espanhol rápido e agressivo, impondo mais medo do que respeito. Pediam que nos levantássemos e examinavam nossos pertences a procura de coisas ilícitas, com uma lanterna na mão. Os carabineiros do Chile atuam como policiais. A diferença da policia de lá, para a policia de cá, é que eles tem autoridade para resolver qualquer tipo de problema. Estão sempre em ponto estratégicos e são muito respeitados por isso no país. Quando menos se esperava eles apareciam de carro, praça à dentro em alta velocidade, quase derrapando na nossa frente e armados com pistolas, acordando o grupo inteiro. Faziam uma espécie de pressão psicológica meio cinematográfica. Vigiavam até se as pessoas que passavam por ali, carregavam bebidas alcoólicas, o que é terminantemente proibido nas ruas depois da meia noite, mesmo estando a bebida lacrada (mandavam colocar fora).
Em torno das 5 h da manhã, nos dirigimos ao local onde sairiam as Vans que nos levariam a o passeio esperado. Eu particularmente estava cansado por não ter dormido, sentindo frio por ter sido acordado pela ronda dos carabineiros a toda hora.

GÊISERES DEL TATIO:
As Vans eram todas brancas e sem identificação de que agencia pertenciam. As diversas agencias de turismo da cidade ofereciam pacotes e davam descontos no caso de um grupo grande como o nosso que encheu uma Van e um micro ônibus.
Nosso motorista era visivelmente um chileno nato, pelos seus traços rudes de (indígena) e de um espanhol despreocupado em ser entendido. Falava pouco e meio autoritário, dirigia a camionete em alta velocidade sobre as estradas de chão, com muita areia e pedregulhos que saltavam na lataria do veiculo e pó que invadiam as nossas narinas mesmo com as janelas fechadas. 
Subíamos montanhas à cima e em alguns pontos enxergávamos penhascos abaixo de nós que me fazia pensar: Se cairmos daqui, não sobrará nada pra contar desta história!..
Na medida em que cruzávamos pelo alto das montanhas, mais desconfortável eu ficava. Além daquela poeira terrível que entrava pelos orifícios de ventilação do veiculo, ia me faltando a respiração de modo que eu inspirava forçadamente três à quatro vezes para conseguir um pouco de oxigênio em meus pulmões. Ficava angustiado, irritado e lembrando de alguns pacientes que eu já atendera na eminencia de morte, por edema pulmonar e que possivelmente apresentavam os mesmo sintomas que eu estava sofrendo naquele momento. Tentava não fazer alarde e posicionar a cabeça de forma a favorecer a respiração difícil. Eu sabia que era efeito da altitude e mesmo tendo tomado o tal chá de coca, pouca coisa pareceu ter ajudado naquele momento. Ter a sensação de morte por asfixia não é nem de longe algo fácil. Sentia alem de tudo, taquicardia, cansaço e um total desânimo.


Quando chegamos no local dos gêiseres, no VULCÃO TATIO a uma altitude superior a 4.000 m., ainda com pouca luz do dia, enxerguei os vapores saindo da terra como uma visão inesquecível e aos poucos fui me recuperando daquela sensação de morte. Dentro do veiculo eu e algumas pessoas, tentavam de alguma forma se restabelecer do mal estar das alturas, afinal estávamos a uma altitude de 4 .500 metros e não queríamos provocar susto em ninguém, pelo nosso estado deplorável.


Faz bastante frio no complexo do Tatio, onde as temperaturas chegam a ser muito negativas. Informaram-nos neste dia estar apenas -3 graus com uma sensação de -6 graus e com as rajadas de vento. Não é à toa que o passeio começa tão cedo, pois é o horário em que os vapores quentes em contato com a temperatura baixa, mostra toda a sua plenitude e beleza e quando surgem os primeiros raios de sol, a luz reflete no vapor, formando imagens mais bonitas ainda. Ao mesmo tempo, o sol diminui o frio e logo a temperatura já se torna mais agradável.


Os mais jovens e corajosos do grupo enfrentaram a piscina térmica natural, com águas inacreditavelmente à 33 graus. Eu não me senti encorajado e por pouco passou desapercebido o café com pães, biscoitos, croissãs e sucos servido ali mesmo em meio aos gêiseres. Neste dia eu senti que iria morrer antes de chegar lá em cima, num dos lugares mais belos que já vi.


Mas o passeio não terminou por aqui, depois de mais algumas doses de café quente e aguardar o dia clarear, fomos conhecer o valle de la Muerte e o valle de La Luna que se tornaram um dos pontos atrativos mais bonitos do passeio.




VALLE DE LA MUERTE:
Batizado com este nome, segundo a lenda que antigamente as pessoas morriam ao tentar cruzá-lo e ossos de pessoas e animais eram encontrados e confundidos com pedaços naturais de gesso. Outra lenda, diz que quando foi descoberto era comparado a Marte e por uma confusão de fonemas, pensaram que a palavra Marte, era Morte. Tal como determina a secura do Deserto do Atacama, ninguém pode viver neste vale. O Valle de la Muerte é um festival de cores e uma eterna mudança de formas. Com cerca de 2 km de extensão, fica no caminho para o Vale da Lua, próximo à cidade de San Pedro de Atacama, à 4 km do centro.


A CARRANCA NO ALTO DA MONTANHA:
Na foto abaixo, percebemos no alto da montanha, uma formação parecendo com uma carranca vigiando do alto, quem passasse pelo vale. Estas esculturas naturais se formam à partir de ventos que mudam de direção a todo o momento na região, causando um clima ainda mais mistico a o lugar. Seguimos viagem a pé, sem sentir cansaço, a paisagem era de tamanha beleza que esquecíamos inclusive da falta de folego ocasionada pela altitude. Chegamos então ao Vale de La Luna.


VALLE DE LA LUNA:
Este vale é famoso por sua formação ser parecida com a superfície lunar, devido os afloramentos salinos ocasionados por agentes naturais. Dizem que durante à noite, ouve-se estalos como se o solo estivesse se quebrando em função de sua excessiva cristalização. Eu cheguei a passar a mão no chão e levar até a boca, para me certificar se era realmente salgado; pois acreditem, realmente é. Mais adiante uma outra formação rochosa, nos chamou a atenção.



AS TRÊS MARIAS:
Trata-se de uma formação rochosa que se ergue da superfície salgada, numa exótica escultura natural. Não sei por que recebe este nome, pois nem de perto me fez lembrar de mulheres ou santas.

O PÔR DO SOL:
Avistamos nas proximidades, muitas vicunhas e pássaros, que eu me perguntava do que se alimentavam, naquele imenso deserto salgado. As vicunhas são animais selvagens e saiam em disparada à qualquer aproximação humana. Fomos deixados pelas Vans na base de uma montanha de areia onde deveríamos subir e aguardar o espetáculo do Pôr do Sol.


A subida era íngreme e castigava a todos por causa do ar rarefeito. A região toda se caracteriza por seu ar límpido e seco, permitindo ver o outro extremo da grande planície a mais 70 quilômetros de distancia. A sensação é realmente de se estar num outro planeta.


O Pôr do Sol sobre as montanhas do deserto, é um show de luzes e cores jamais visto e tem-se a impressão de estarmos assistindo a um eclipse. Saímos de lá deslumbrados com tamanha beleza. Este com certeza é um dos lugares que jamais esqueceremos por sua grandiosidade e extrema beleza. 
Até a próxima viagem..,

HOMENAGENS AOS MORTOS NO DESERTO DO ATACAMA.


O bom de se fazer uma viagem de ônibus e não de avião a estes lugares inóspitos, como o Deserto do Atacama é que você pode ir parando e desfrutando de toda a beleza do lugar, que vai se modificando na medida  que se observa cada detalhe. Enquanto cruzávamos pela região mais árida do planeta, eu observava pela janela do ônibus algo que aguçou minha curiosidade a ponto de pedir ao Ton, coordenador da excursão, que parássemos de andar, para que eu pudesse ver de perto do que realmente se tratava aquilo.
Eram miniaturas de casas e até  vilarejos com muitas casinhas coloridos, construídos na beira da estrada ou em pontos estratégicos sobre o terreno íngrime e acidentado do deserto. Eram muitas, na beira da estrada com algumas inscrições em espanhol, (adornos, cruzes, flores de plástico, bilhetes, fotografias, utensílios empoeirados), dando a impressão de se tratar de alguma espécie de sepultura ou oferendas aos mortos.


Fotografamos várias e mais adiante, quando paramos, talvez no único posto de abastecimento no meio do nada para o famoso esvaziamento da bexiga, lancharmos o estranho sanduíche de pão, carne e guacamole (pasta de abacate) e esticarmos as pernas, perguntamos para uma senhora que atendia no balcão, do que se tratava aquelas casinhas na estrada. Na minha dificuldade de entender o espanhol e a rapidez com que ela falava, pude compreender apenas que eram homenagens dos moradores locais aos seus mortos. Estávamos certos eu concluí!

Não pude entender, pela rapidez com que falava, se estavam sepultados ali, mas aquilo tudo me causava uma estranha sensação de angustia, tristeza e surpresa pela forma como eternizavam as lembranças de quem tinha partido. O Ton nos alertou para uma coisa que não havíamos até então pensado. Aquele lugar era tão distante de tudo e de recursos como um hospital e principalmente de um cemitérios, que por que não utilizar todo aquele espaço para isto e assim deixar seus mortos por perto.



O lugar era tão desértico, que parecia inacreditável alguém conseguir viver por lá, cercado por tanta areia e pedras. Dava a impressão de estarmos numa cidadezinha fantasma de um filme de faroeste.
Lembro-me de alguém ter comentado: - Mas que lugar mais punk!
O deserto possui suas belezas peculiares e a o contrario do que se pensa, ele vai sutilmente mudando de paisagem, sob o clima quente e seco na medida em que a gente vai observando-o atentamente. Em alguns pontos é aquela infinita planice de areia, noutros composto de pedras soltas e alguns cactos de todos os tamanhos e plantas espinhentas, quase impossível de se caminhar. Também magnificas montanhas e abismos inacreditáveis. Mas seu aspecto rustico e selvagem nos presenteia com uma sensação jamais sentida antes.


O deserto de Atacama está localizado na região norte do Chile. Com cerca de 200Km de extensão, é considerado o deserto mais alto e mais árido do planeta, pois raramente chove na região, em consequência das correntes marítimas do Pacífico, que não conseguem passar para o deserto, por causa de sua altitude. Assim, quando se evaporam, as nuvens úmidas descarregam seu conteúdo antes de chegar ao deserto, podendo deixá-lo durante muito tempo sem chuva.
Isso o torna de uma aridez incrível. As temperaturas no deserto variam entre 40 graus de dia à 0 graus à noite. Em função destas condições existem poucas cidades e vilas por lá;  uma delas, muito conhecida, é São Pedro do Atacama, que seria nossa próxima parada e posto minha impressão: Aqui.  


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