Faz parte

Quando saímos, normalmente não sabemos o que vamos encontrar e dai a adrenalina aumenta a ansiedade cresce junto com o ruido quase ensurdecedor da sirene. Algumas vezes faço um trabalho silencioso comigo mesmo, para baixar o facho e adquirir serenidade. Em algumas situações precisamos disto para confortar e também não ser-mos atingidos por sofrimentos alheios. Como ser humano que penso ser, devo dividir-me entre o profissional, amigo, pai de familia e o que a vida me exigir. A o contrario do que pensam, não tenho sangue frio, mas a plena conciencia de que alguém tem que fazer este trabalho.

Somente no papel

Gente, o que é isto?
Faz mais de 10 anos que trabalho no SAMU e nunca ouvi tantas reclamações dos usuários contra o serviço, como tenho ouvido nos últimos meses. Pensando bem, acho que sempre ouvi, só está aumentando a cada dia. As pessoas chegam a vir a onde se estou trabalhando (atendendo) e começam a reclamar. As queixas mais freqüentes são:

-Pedimos uma ambulância e não mandaram!

-Levaram mais de meia hora para chegarem!

-Aquela mocinha que atende ao telefone, só faltou me pedir carteira de identidade e CPF!

-Aquele médico que atendeu ao telefone parece um animal!

-liguei uma três vezes e eles batiam o telefone na minha cara, moço!

Nos hospitais, dito referencia, então: quando não nos ignoram completamente nos tratam como os piores inimigos. Humilham-nos na frente de familiares e pacientes e inventam todos os tipos de mecanismos burocráticos para dificultar o nosso serviço. A técnica mais comum é prender a maca, alegando que estão sem, quando se vê um monte delas estacionada pelos corredores. Outra resposta é a de que não tem vaga, que todos os leitos estão lotados, que deveríamos levar o paciente para outro lugar. Pergunto-me então sobre a tal portaria ministerial que tanto ouvimos falar no percurso árduo de nossas profissões que regulamenta nosso serviço e é clara sobre a aceitação de pacientes atendidos pelo SAMU mesmo com vaga zero.

Um dia destes fui tão mal recebido por uma profissional médica de um hospital de Porto Alegre que se eu não tivesse imbuído na minha responsabilidade profissional, teria abandonado o paciente ali mesmo e fugido pela porta de incêndio. Era um paciente acamado e que sentia muita dor. Mesmo clara para todos, que ali estavam presentes, a sua situação de enfermidade, ela perguntou se ele poderia aguardar consulta no corredor.

Respondi que não, pois ele sentia muita dor. Então com ar de pouco caso me respondeu que para nós do SAMU tudo era grave e mesmo sabendo dos problemas de superlotação dos hospitais nós insistíamos em jogar pacientes lá dentro. Depois se virou para o familiar que acompanhava-nos e concluiu com arrogância: -Viu como está isto aqui... Depois quando morrem a culpa é nossa!

Esta cena dramática é que me faz pensar na situação caótica, que vive nossos serviços de saúde. Com suas salas de emergência, sempre lotadas e com profissionais estressados e pouco preparados como este. Senti-me extremamente desconfortável por fazer parte do mesmo sistema que ela. Fui embora decepcionado com uma política de saúde que funciona e é respeitada somente no papel.



Telegrama de um Hospital Português

*Uma amiga me mandou por e'mail

Picuinhas

Tem dias que acordo com a sensação de que algo está errado. Digo isto, por que começo a procurar instintivamente respostas que muitas vezes não acho para me acalmar ou então me deixar ainda mais inquieto. Nestes momentos de pura comoção e irritabilidade, encontro manchas no teto, buraquinhos no reboco das paredes e sujeira no tapete do quarto.

Quando vou para o banheiro iniciar minha higiene pessoal, o gosto do creme dental tem sabor diferente, o sabonete outro aroma. Depois começo a contar os azulejos e procurar novas imperfeições. Tenho um método particular para isto: conto-os de quatro em quatro e depois confirmo minha contagem, multiplicando os da vertical pelos da horizontal, buscando assim o retângulo perfeito.

Às vezes, perco-me nos cálculos e reinicio a contagem.

Que saco! Sei que alguma coisa está errada com os objetos a o meu redor, na minha casa, no meu bairro, no meu banheiro.

Meu deus! Acho que sou do tipo que alimenta neuroses viscerais através de picuinhas sem a menor importância. Tento respirar fundo, me situar para diminuir a angustia, já que não sei a quem responsabilizar por tantos erros.

Odeio Supermercados


Enfrentar filas de bancos, pra mim é o fim do mundo. Supermercados então nem se fala, é como se me convidassem para dar uma voltinha no inferno para ver como está o tempo.
Não gosto do cheiro de supermercados, com aquela mistura de açúcar, sabonetes e carne defumada. E aquela gente toda atropelando meus calcanhares eu tenho vontade de esganar. Alguns ainda pedem desculpas, mas outros ignoram totalmente a agressão cometida e agem como se tivesse com plenos poderes de exterminar quem estiver pela frente. Será que se colocassem sinaleiras nos corredores resolveria o problema de engarrafamento? Sem falar nos funcionários que fazem a reposição nas prateleiras. Esses vêm com seus tratores de madeira e um edifício de mercadorias em cima, gritando aos quatro ventos: Dá licença .. Dá licença, me deixa passa ai senhor... Se não fosse pelo tom de voz eu diria até que são educados.
Mas o pior de tudo é fazer compras com mulher. Elas olham tudo, principalmente o que não vão comprar. Investigam preços, olham a quantidade e principalmente o prazo de validade. Nada contra, o problema é o tempo que levam na investigação. Depois olham pra gente com olhos laços e deferem a ultima facada com palavras doces e resignação:
-Eu sei que é um saco, mas alguém tem que fazer!
Crianças em supermercado é outro problema. Caem no chão, abrem mercadorias sob o olhar apatetado dos seus pais e ainda são habilitadas por eles a dirigirem carrinhos vazios, atropelando o que encontrarem pela frente.
A única coisa que falta e colocarem portas giratórias como nos bancos. Ai sim o inferno está completo!

Essa tal Felicidade


Quando as coisas começam a não dar certo na sua vida você fica atônito e logo se pergunta: Onde foi que eu errei?

Já passei por algumas situações e devo dizer que certos questionamentos só nos deixam mais infelizes e atrasam nosso processo de indução a outro estágio, quem sabe menos frustrante. Alguns questionamentos devem admitir que valham a pena para reformulação de valores e crescimento da alma. Mas outros sinceramente não creem que valem tantos sacrifícios. Às vezes pensamos que somos felizes quando na realidade nos faltam tantas coisas para isto.
Ouvi pessoas dizerem que tinham sido felizes e não sabiam. Mas me pergunto pode-se ser feliz sem saber que somos? E se somos, como podemos abrir mão deste tesouro que tanto buscamos em nossas vidas? Será que vivemos sob nuvens contaminadas de sentimentos instáveis que depuram dia a dia nossa estabilidade emocional, nossa certeza do que realmente queremos para nós?
Às vezes tenho a sensação que não comandamos nossa própria vida, como não mandamos em nossos sentimentos. Que somos coautores de nossa própria história. Como se alguém a escrevesse e fossemos só tampando os furos para satisfazer quem a assiste.
Planejamos tantas coisas, mas logo temos que alterar o curso em submissão a o que o dito destino oferece para os nossos dias. Lutamos tão pouco por nossos objetivos, abrimos tantas lacunas para a vida escrever o que bem entende sem nossa permissão consciente.
Bebemos água às vezes sem vontade, só por que temos que beber, casamos para sermos felizes, temos filhos para perpetuar esta felicidade, mas não nos perguntamos se é isto que queremos realmente. Flagelamo-nos em sentimentos que não queremos ter, e desejos que gostaríamos de experimentar sem ter que pagar tão alto preço por eles. Fragmentamo-nos sem obter respostas e sem a certeza de onde foi que erramos.

SONETO DA SEPARAÇÃO:

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

(Até um dia meu anjo) Vinicius de Moraes.

'O homem moderno gosta de viver em grupo, mas parece não saber viver relacionamentos felizes, saudáveis, tendo-se em vista as grandes inovações tecnológicas que permitem a produção de bens de consumo em enorme quantidade o que estimula uma luta intensa e constante entre as pessoas em busca de possuir para ganhar status. A sociedade é impulsionada pela mentalidade do comprar e de que vida boa é a vida do consumo cada vez mais alienado das necessidades reais de cada pessoa.' Marilda Rabelo Ribeiro do Valle1

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Guaxupé

No Limite da Realidade



Li esta semana na internet, entre tantas coisas que habitualmente leio, alguns textos curiosos. O que mais chamou a atenção foi um escrito por Susan Blackmore com o título de: No limite da realidade, onde ela fala sobre sonhos e seus mecanismos. Não vou me atrever a falar com vocês sobre os tópicos científicos que contém o texto, mas apenas pincelar algumas coisas que me chamaram a curiosidade. O tema central é o sonho e como sou um sonhador inveterado, este assunto aguçou meus vermes cerebrais.
Por exemplo, ela faz a seguinte colocação: Que em algum momento de nossas vidas nós aprendemos a controlar nossos sonhos.

Lembro de alguns momentos em que eu acordava no meio de um sonho agradável pela manhã e deliberadamente voltava a dormir para terminá-lo da maneira que mais desejava. Também já me ocorreu a experiência de perceber durante o sonho que estava sonhando, dando a sensação de estar no comando do sonho. Isso segundo ela, se chama sonho lúcido e que estamos realmente dormindo e sonhando, quando isso acontece. Estudos comprovam que algo em torno de 40% das pessoas informa ter tido essa experiência variando consideravelmente os sonhos ligados a vôo e quedas.
Outra experiência que já tive com sonhos, foi a sensação de que deixei meu próprio corpo, para viajar para outros lugares, as vezes desconhecidos, ou visitar algum amigo que não via a muito tempo. Isso descrito no texto chama-se projeção astral e acomete 15% das pessoas.
E quando você sonha que acordou quando na realidade ainda está dormindo? Você pode jurar que fez varias coisas quando na realidade não fez.
Numa manhã,pensei ter levantado da cama as 5:45 como sempre faço para me preparar para ir a o trabalho. Escovei os dentes, tomei meu banho, quando já ia colocar a água na cafeteira, percebi que ainda estava na cama e o relógio ainda não tinha despertado. Isto é o que Susan chama de falso despertar.
Em uma pesquisa paralela de 224 estudantes universitários de primeiro ano, ela descobriu que 83% afirmaram terem tido falso despertar.
Tive outra experiência com sonho: De repente eu notei que estava deitado em minha cama parcialmente acordado. Podia ouvir ruídos a minha volta como o do ar condicionado ligado. O barulho da água do chuveiro, enquanto meu filho tomava seu banho para ir a escola, mas não conseguia me movimentar na cama. Como se estivesse paralisados, sem forças em todos os músculos do corpo. Senti que quando tentei me esforçar para sair daquela situação ruim meu corpo parecia doer de uma forma diferente do que habitualmente é a dor. Entrei em pânico com a sensação absoluta de morte e que precisava fazer algo por mim. Tentei relaxar ainda em meu desespero e acho que consegui dormir, mesmo por alguns segundos e acordar em seguida.
No texto escrito por Susan ela descreve esse tipo de experiência que tive como Paralisia do sono, e que existe pouca pesquisa sobre ela. Há evidências de pessoas que sofrem de paralisia do sono são bem ajustadas psicológicamente, e não há nenhuma evidência de patologias ou doenças associadas a ela. Outro estudo realizado no Japão descobriu que 40% das pessoas alegavam tê-la experimentado. Nos experimentos de Susan, ela descreve ter descoberto que 34% das crianças e 46% dos adultos relataram tê-la experimentado.

O buraco é mais embaixo.


Dia desses, estava conversando com alguns colegas de trabalho e entre tantos assuntos pautados sobre risos e discordâncias da galera que só ouve e pouco se envolve, surgiu o assunto vencer na vida.

Alguém entre nós deve ter dito que fulano ou sicrano tinha vencido na vida por estar com um apartamento bem montado e desfilando de carro do ano, novinho em folha. Fiquei ouvindo aquelas baboseiras e contrabalanceando mentalmente sobre as diversidades de valores que cada indivíduo atribui a o seu ideal de bem estar e por que não arriscar dizer de felicidade.

Ora se estamos bem, afinal, estamos felizes!

Na verdade sabemos que não é bem assim, que tudo funciona. Que nossas cabeças são complexas e não funcionam da seguinte maneira:

Tenho isto, logo sou feliz!

Sou aquilo, logo estou realizado!

Talvez devêssemos fazer uma introspecção minuciosa de nossos valores reais para podermos quem sabe organizar uma lista do que precisamos para nos realizarmos. O que eu acho sinceramente que seria uma perda de tempo. Não acredito que nossas realizações sejam montadas por equações desta forma.

Será que algumas pessoas que moram em seus palácios luxuosos e que estão com seus dias contados pelo câncer estão realizadas?

O jovem play boy com seu Porsche estourando da loja não pensa em trocar seu carro usado a poucas semanas por outro mais fashion a fim de realizar seus sonhos?

O garanhão com suas tres amantes insacíaveis está satisfeito e não pensa em consquistar uma quarta que está lhe dando mole?

Sinto que o buraco é mais embaixo. Que os desejos de nossas realizações são interminaves.

Vencer na vida, chiii, mais ainda!

Peixe assado do Beto


01-peixe grande de qualquer tipo.
12-cervejas bem gelada para animar o assador.
E só esperar ele dizer: Tá pronto pessoal! enquanto a Cristina grita:
-Tu ta bebendo demais Beto!

trouxinhas de repolho. Hummm!


Tive um desejo louco a quase duas semanas atrás de comer trouxinhas de repolho com guisado.
Chegava a sonhar e dava água na boca, quando lembrava. Que situação!
Acho que dá tanto trabalho pra fazer que nem me atrevo tentar. Mas hoje fui salvo por um ser divino que me ofereceu uma porção, antes que eu enlouquecesse definitivamente. (Borba!)
Comprovadamente homens tem desejos mesmo não estando grávidos e não só de trouxinhas de repolho...mas de carinho de mãe.


  • Trouxinhas de repolho c/ guisado:
Cozinhe algumas folhas de repolho na agua com sal, até os caules ficarem moles.
A quantidade de folhas será igual a o numero de trouxinhas.
Reserve.
  • Recheio:
1kg de carne moida.
01- tomate sem casca.
01-cebola grande picada
1/2-pimentão picado
01-dente de alho picada
sal
pimenta a gosto
Frite e coloque o guisado dentro das folhas de repolho, formando as trouxinhas e firmando-as para não abrir c/ palitos de madeira.
  • Pulo do gato:
depois de montadas pode-se cobri-las c/ molho de sua preferencia ou frita-las passando na farinha de trigo ou ovos batidos em neve.

  • Contra indicação:
Quando fritas podem se tornar extremamente gordurosas e de calorias altissimas p/ quem está de dieta.
Apenas cozidas se tornam mais leves, porém ingeridas em grande quantidades provocam gazes. Que horror!

'Existem pessoas que voce tem tantas coisas para dizer a elas mas quando tenta... As palavras ensaidas na cabeça dominam de tal forma a sua emoção que se forma um bolo na sua garganta impedindo que voce prossiga. Colocam voce em nocaute. Borba, obrigado pelas coisa mais simples, pelos olhares sem palavras, pelo silencio as vezes necessario.

bilhete

'Meu caro amigo, estou te escrevendo por que faz muito tempo que não cruzo por ti, nas ruas da cidade, nos bares de pouco movimento onde costumavamos frequentar.
Me preocupo as vezes, que tenhas partido. Afinal, tantos ja foram sem mandar avisar.
Lembro de ti em grandes momentos de minha vida e tenho saudades por conta do tempo que jamais voltará. Não lembro teu telefone e o endereço acho que perdi.
Vou deixar este bilhete por aqui. Talves leias.

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...