FELPUDA.

Ainda nesta vibe do Diz Croquettes, abri minha gaveta de memórias e de repente sem esforço, a o natural, deparei-me com uma lembrança de mais de 30 anos. Alguém se lembra, ou já ouviu falar de Luíza Felpuda? Não, eu acho que não!.. Nem eu lembro do seu rosto, mas sei de sua história!
Felpúda era um conhecido travesti de Porto Alegre e descendente de uma família ilustre do estado, que mantinha uma casa de encontros para homossexuais em pleno anos 60. Felpuda era respeitada, mas também evitada.
Foi morta por seu jovem amante com varias golpes de faca. Além da morte trágica, Luíza Felpuda foi fadada ao esquecimento pelo que foi e representava.

CAFE FRIO E SEM AÇÚCAR, EU PASSO...


Chega de ranços, de margarina e chimia misturadas no pão, de correntes solidarias no Facebook, das mesmices, das queixas que ouço diariamente, da violência nas ruas, do estupro, do desaparecimento de alguém, de atropelamentos com mortes.
Tá na hora de abrir a porta e ir de encontro as novidades positivas e a tantos outros prazeres que a vida pode oferecer e contar.
Se me vierem com chorumelas, dor disto e daquilo, da gotinha de sangue encontrada no vaso sanitário, tô fora, tô saindo pela porta de emergência.
Em 2017, quero ouvir e viver coisas novas, conhecer pessoas, viajar mais, experimentar coisas que ainda não experimentei. Então não venha com café frio e sem açúcar, que eu passo pro uísque sem gelo.
Mas isto são planos, vamos que caia um meteorito sobre a Terra?

DZI CROQUETTES.

E eu estava aqui na ponta do pais tomando chimarrão e aprendendo a dançar chula, quando aconteceu esta revolução de costumes. Eu queria ter visto este show de perto e não pude ver, por que se deu no Rio de Janeiro por tão pouco tempo, antes da censura se dar por conta e proibir. 


Na década de 70, mais precisamente em 1974 no Rio de Janeiro, treze homens jovens, másculos e peludos entravam no palco com figurinos glamourosos: Saias curtas, sapatos altos, maquiagem carregada (purpurina, enormes cílios postiços) e corpos quase nus, em plena vigência do ato institucional nº 5, na ditadura militar no Brasil.
Em poucos anos, foram responsáveis por uma revolução de comportamento, libertando-se de valores morais com relação à masculinidade e feminilidade,


O grupo chamado Dzi Croquettes era composto por Lennie Dale, Wagner Ribeiro de Souza, Cláudio Gaya, Cláudio Tovar, Ciro Barcelos, Reginaldo de Poli, Bayard Tonelli, Rogério de Poli, Paulo Bacellar, Benedictus Lacerda, Carlinhos Machado, Eloy Simões e Roberto de Rodriguez.
A androginia do grupo chocou as autoridades do regime militar e o espetáculo foi censurado. O grupo se exilou então em Paris, onde reestreou a peça e se apresentou no Le Palace com grande sucesso.


O grupo acabou esquecido por mais de duas decadas pela falta de memória nacional, porém no ano passado, voltaram a ser lembrados através de um documentário premiado pelo juri e publico do Festival Rio. O nome Dzi Croquettes surgiu, quando dois de seus componentes, Ribeiro e Tonelli encontraram-se na Galeria Alaska, tradicional ponto gay em Copacabana. A inspiração veio de uma banda dos anos 60 de S. Francisco, chamada The Croquettes, que resolveram aportuguesar para Dzi Croquettes

PRA QUE DISCUTIR COM A MADAME?

A madame viaja de ônibus ou de carona e chega disfarçada de boa camaradagem, sedução e idéias prontas, articuladas como o movimento elegante de suas pernas. 
Tenta enredar em suas teias, contando historias destorcidas e algumas pitadas de veneno.
Tem oito pernas para saltar, oito olhos para vigiar.
Seu coração é endurecido e ciumento, busca fazer seguidores para as suas crenças e propósitos egocêntricos. É mal resolvida em seus afetos e no seu olhar, carrega um brilho que violenta, o pico da piramide, o veneno da aranha, que paralisa suas vitimas.
É sutil, ardilosa, elegante. Usa batom vermelho, faz trico com gestos elaborados e bebe cerveja ouvindo jazz. Pra que discutir com a madame?

UM SONHO EM PARTICULAR

Como é possível alguém do presente, invadir com um jeito envaidecido, meu sonho particular? Era somente um sonho esta manhã, que acontecia no passado e que me fez reconhecer tudo em volta e chorar de saudades.
Ah!... Não venha comer minhas amêndoas e beber  todo o meu suco de uva...

NUNCA É TARDE PRA APRENDER

Acredito que no começo, criaram uma linha invisível para ser seguida e preenchida com traços ordenados e planos, mas esses traços só serão traços, se houver um espaço entre eles como uma costura e este espaço, causar alguma desordem entre a sequencia de traços iguais, possibilitando enxergar-se a linha invisível em seus diversos pontos.
Seria este espaço vago o da desordem e criatividade, já que não existe criatividade sem tirar tudo da ordem. A criatividade é resultado de uma grande desordem nos traços dessa linha invisível. Acreditem!!



CAINDO, CAINDO, NÃO RESPONDENDO.

Desde ontem está tudo oscilando por aqui, demorando pra entrar, caindo, não reconhecendo, não abrindo, atrasando, retomando a o ponto perdido, buscando, não encontrando, dando erro, buscando novamente, girando num compasso lento e eu não vou entrar nesta vibe. 
Vou tomar um banho, colocar roupas leves e sair, ver a vida, movimento, respirar o ar da rua, por que aqui nada destrava, nada responde, nada acontece..

CÓDIGOS DE IDENTIFICAÇÃO

Algumas vidas, são como feridas que sangram por anos e nada faz estanca-las. Depois persiste um processo de cicatrização lenta, com pequenas recaídas e algumas vitórias.
Não se curam por completo, ficam pedaços sangrando na alma, fermentando dores, criando raízes e passando por vários estágios de transformação, em busca de uma nova identidade que posteriormente será identificada através de um numero ou código.

GUERRILHAS URBANAS.

Nestas guerrilhas de sobrevivência na selva urbana, muitos inocentes perdem a vida enquanto algozes ganham chances através de regras que não temos compreensão.
Tá difícil ser eu e entender estas sentenças matemáticas, jurídicas, sociais.., que antes me pareciam fáceis de serem digeridas. O mundo parece ter inchado seus valores e esmaga linhas de raciocínio. Não se sabe mais em quem confiar, pra onde ir, quem seguir, o que é certo ou errado e a visão de quem está dentro e de quem está de fora dividem as opiniões.
Lembrei da cena de um filme. Ou foi um sonho? As pessoas saiam as ruas armadas até os dentes e matavam indiscriminadamente qualquer um que cruzasse em seu caminho, pelos motivos mais banais. Centenas de corpos eram amontoados e recolhidos na calçada, a qualquer hora do dia, por policiais e outros responsáveis por esta tarefa. Nesta hora, uma sirene soava estridente, enquanto o resto olhavam assustados.

GAVETAS QUE SE ABREM.

Lembranças se parecem com gavetas que se abrem sem o nosso comando, para acessar conteúdos guardados e a minha gaveta abriu esta semana contendo esta frase ouvida algumas vezes.

"Existe três coisas que eu adoro nesta vida:
Sexo com amor, sexo e sorvete!"


Parece uma frase absolutamente inocente, né mesmo? Mas tem coisas que vão tomando força no nosso interior, pela forma como nos foram ditas e então se constitui numa profunda verdade e até particulariza um caráter, uma vida, que se contrapõe a os de tantos outros, pela diferença, pela intensidade, pela maneira simples e verdadeira de ser. 
Ficam guardadas em nossas gavetas, que ora se abrem, como numa saudosa lembrança de quem as disse e partiu sem despedidas.






SONHOS DE NATAL.


Ainda menino, ele deitava de baixo da arvore, que trocavam todos os anos, observando curioso os enfeites que a iluminavam no canto da sala, abrindo os portões de uma fantástica fabrica de sonhos. Dormia ali debaixo dela, até ficar exausto e só saia, quando lhe carregavam para a cama.
Depois, de algum tempo, tudo foi mudando lentamente a sua volta, foi trocando seus sonhos, escamando a pele, perdendo os cabelos, os dentes, o pouco de beleza e vitalidade que ainda  lhe restavam. As certezas, o domínio do corpo e do espaço, das palavras, o olhar milagroso, a esperança, foi se indo, sem que contasse os dias.
Mas o sol que morria nos finais de tarde, ainda lhe fazia lembrar de  um bola de Natal, pendurada no horizonte...

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...