QUEM FOI DINDI DE TOM JOBIM.


Entre os meus prazeres, gosto de ouvir musica e por uma satisfação maior, entende-la e para entende-la, é necessário pelo menos compreender sua letra, conhecer a sua historia que nem sempre corresponde a o que ouvimos e interpretamos, já que algumas canções possuem uma dubieza de sentidos, criando algumas pluralidades naquilo que quer dizer. Vou me explicar:
Há exemplo disto, é a musica "Dindi" de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, composta na década de 1950, que muita gente dizia ser dedicada a cantora Sylvia Telles que tinha o apelido de Dindi e foi casada com Aloysio,  parceiro de Tom na própria musica. Ouvindo a musica realmente dá a impressão de se tratar de uma declaração de amor a uma mulher...
A canção que fez grande sucesso na voz da propria Sylvia Telles em 1957 e registrado pela gravadora Odeon, continuou a fazer sucesso nas vozes de Maysa, Alaíde Costa, João Gilberto, Elizeth Cardoso, Gal Costa, Astrud Gilberto, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e muitos outros.
Mas quanto a suposta homenagem do maestro e compositor Tom Jobim a cantora Sylvia Telles, ha uma controvérsia, na qual a composição "Dindi", seria um lugar, uma fazenda de nome Dirindi nos limites da casa de campo da família Jobim, em São Jose do Vale do Rio Preto, num lugar chamado Poço Fundo, as margens do Rio Preto, que seria uma especie de paraíso ecológico, onde o compositor encontrava inspirações para algumas de suas composições mas conhecidas e famosas como Águas De Março.
No livro que Helena Jobim escreveu, chamado "Antonio Carlos Jobim, um ser iluminado." Ela diz o seguinte: Ele via o rio passar, roncando nas pedras, as águas espumaradas. Aquele ruido o apaziguava. Na outra margem, começava o pasto que ia dar no morro do Dirindi.
Dirindi não era como muitos pensavam, um nome de mulher. Mas sim toda aquela vasta natureza e seus segredos...👊

NA MESMA LINHA TÊNUE DO MUNDO.


Nós, que já ultrapassamos o quinquagésimo ano de vida, ficamos com o passar do tempo mais calmos, mais apropriados e seletivos, menos rebeldes e explosivos, porém ainda insatisfeitos e por favor, não confundam, pois continuamos os mesmos loucos, sonhadores e românticos. Não perdemos a aflição que persegue a todos nestes tempos de mudanças e que nos restringe algumas liberdades e sonhos pessoais. 
Depois que assoprei a velinha, ontem a noite, e todos foram embora para suas casas, aproveitei para assistir alguns videos, (antigas entrevistas de Cazuza, Elis Regina, Renato Russo, Clarice Lispector), ouvir algumas  musicas e poesias que me foram importantes e ainda são e que me ajudaram a desenvolver o que sou hoje e me joguei em reflexões.
Percebi que muitas coisas mudaram nesta trajetória de tempo, mas outras, permaneceram inalteradas principalmente no que se refere a alma das pessoas, que buscam igualmente uma resposta para as suas dores e inquietudes. Cazuza, Elis, Renato, Clarisse, tiveram as suas inquietudes, como temos as nossas e então fizeram disto, a sua arte e importância.
Por conta disto, fiquei pensando nas diferenças e igualdades que permeiam entre nós, enquanto seres humanos, diante de suas verdades e em busca da felicidade e de um sentido para a vida. Viver é difícil e ter respostas, ainda muito mais...
Não importa o grau de importância que tenhamos no mundo, nossas dores e erros gerados por incertezas e desprazeres, seguem na mesma linha tênue da vida como uma complexa equação de igualdades.
Por isto, volto a abrir meus leques pessoais na expectativa de dias melhores e na esperança de me tornar um ser humano pelo menos melhor, com maiores chances de ouvir, ser ouvido e compreendido, sem medo de amarras e que o tempo não seja tão escasso pra isso. Alias, até pensei em trocar aquelas horas de bobeira, por aulas de francês, o que pode ser um inicio.

MÃE


Ontem foi o teu dia, e eu nada postei  aqui  no blog.  Fiquei  perdido, sem palavras,  preocupado em não  conseguir  dimensionar num pequeno  texto, todo sentimento que tenho por ti.  Enfim,  nada escrevi,  mas aprendi  contigo é mais tarde com a vida, que os sentimentos  verdadeiros são atemporais, indescritíveis, inexplicáveis e portanto  não necessitam de inflamadas explosões de homenagens. Os verdadeiros  ficam guardados dentro  da gente para serem ditos num momento qualquer que se ilumina ,  sem dia previamente marcado, através  de um olhar,  de uma palavra, de um gesto que se revela e diz tudo..

FIM DOS TEMPOS.


Quanto as declarações de Bibi Ferreira ao Jornal "O Globo" e a do cartunista e escritor Ziraldo ao Jornal "Hoje Em Dia" - de Poços de Caldas, sobre a atuação de Fernanda Montenegro, na novela Babilônia, pode parecer surpreendente pelo que eles representam na cultura do pais. Ela, a grande dama do teatro, ele, cartunista e escritor reconhecido, mas mostra principalmente nas suas opiniões, a posição das pessoas em geral e no quanto elas estão despreparadas para as mudanças sociais que vem ocorrendo rapidamente no mundo, mesmo se tratando de Ziraldo e Bibi (simples mortais que nasceram, cresceram e possivelmente presenciaram as perseguições e dificuldades no pluralismo sexual, o que talvez justifique este travamento moral).
Esta sociedade em que vivemos, certamente será arcaica e eu acredito que Fernanda um dia será lembrada e aplaudida por sua coragem e atitude visionaria.
A maravilhosa musica Fim Dos Tempos, do genial compositor Guinga, traduz em verso e prosa a quanto anda a alma das pessoas, que andam juntas, mas cujos os rastros largam lastros e soltam lados pelos caminhos. Afinal andamos aflitos. De um lado os doidos, dos outros malditos.
Fim dos Tempos 
Ginga e Paulo Cesar Pinheiro

Nós somos muitos
Todos sozinhos
Andamos juntos pelos caminhos.
Formamos todos a legião.
E os nossos rastros
Largam lastros
Soltam lados

Nós somos todos
Todos aflitos
De um lado os doidos
Do outros malditos
Com o fim dos tempos no coração.
E pelos becos, pelas ruas, pelo mundo
Andamos sós.

Pelas marés
Pelos sertões
Pelas cidades povoadas dessa terra
Andamos sós

Pelas galés
Pelas nações
Pelos demais campos de guerra
Para onde andamos.

Pelos quartéis
Pelas missões
E pelos quatro cataventos todo canto
Andamos sós

E os menestréis
Pelas canções
Já profetizam como os santos
Para onde andamos

Pelas marés
Pelos sertões
Pelas cidades povoadas dessa terra
Andamos sós.

PRA QUEM PEDIR AJUDA?


O espancamento feito por policiais de Manaus, contra dois jovens ( 22 e 18 anos ) e uma adolescente de 14 anos, na madrugada do dia 07, flagrados  por uma câmera de vigilância e denunciado pelo Jornal Nacional de hoje, faz a sociedade se perguntar o que esperar da policia que foi criada para proteger. Pra onde o mundo está sendo conduzido, se não existe mais em quem confiar ou recorrer...
O comando-geral da PM informou que há um pedido de prisão preventiva para os policiais envolvidos no caso e um inquérito foi instaurado para apurar excesso na conduta. O prazo para a conclusão é de até 40 dias.
De tudo isto o que sobra são adolescentes e famílias traumatizadas e com medo, oa mesmo tempo que sociedade se pergunta:  -E se acontecesse com a gente?

O PROJETO ADIPOSITIVITY.


Cansada de fotografias onde corpos longilíneos e magros dominam os padrões de beleza atuais, a fotógrafa norte-americana, Substantia Jones, decidiu retratar corpos obesos desde 2007, criando o "PROJETO ADIPOSITIVITY" com o objetivo de promover a aceitação da variabilidade corporal e uma reflexão acerca do que ela chama de indústria do emagrecimento. 


Substantia acredita que, vendo cada vez mais esses diferentes corpos, as pessoas possam modificar seu conceito de beleza. O preconceito contra as pessoas fora de padrão e a dificuldade de aceitação do próprio corpo estão fortemente relacionados à falta de exposição nos meios de comunicação. 


Aumentar a visibilidade das variadas formas corporais não significa fazer apologia a o sobrepeso e a obesidade, que comprovadamente trazem prejuízos à saúde, mas resgatar a autoaceitação e sobretudo o respeito pelas as diferenças.

RINCÃO DO INFERNO.


Um amigo, sabedor de que eu aprecio lugares incomuns e cujas as temáticas são diferentes das turísticas habituais, esteve visitando um lugar raro, relativamente distante e pouco conhecido pela maioria das pessoas que curtem turismo.
Ele então me enviou um recado, com algumas fotos deste lugar que se chama Rincão do Inferno, localizado na região das Palmas, entre Bagé e Caçapava do Sul. O lugar é geograficamente privilegiado por suas formações rochosas, cavernas, rio e famílias muito simples, que constitui os últimos remanescentes das comunidades quilombolas aqui no sul do país.
No passado este lugar era tão hostil para se viver que recebeu este nome apavorante. Desprezado pelos fazendeiros por ser inóspito até para a criação do gado,  com uma vegetação de cactus e unhas-de-gato, estradas ingrimes e esburaquentas e de pedras soltas, dificultando o seu acesso.
O lugarejo estava desvinculado de qualquer vestígio de civilização. Um lugar encravado entre planaltos e rochas gigantescas, onde apenas os resistentes e acostumados à viver na solidão resistiram.

27º CAMPEONATO DE BALONISMO EM TORRES.


Quando criança, um dos meus devaneios era voar de balão. Corria até a rua para observar os poucos que cruzavam o céu da cidade com aquelas cores vibrantes que chamam a atenção de quem está aos seus pés, (aqui na terra), curioso, observando seu lento deslocamento e quem sabe, sonhando estar lá dentro daquela cesta de vime, presa por cordas e se perguntando onde e como irá pousar.
Apesar da curiosidade e um certo medo, ainda penso um dia realizar esta façanha, seja na Capadócia ou aqui em Torres, ha duas horas de Porto Alegre.
Alias, eles já estão sobrevoando a costa da cidade praiana desde o incio da semana, para o 27º Festival Internacional de Balonismo de Torres, que começa nesta quinta- feira e vai até domingo, colorindo o céu da cidade.


A competição consiste em varias provas, as duas mais esperadas são:
  1. Prova do Mastro: onde é colocada a chave de um carro zero km dentro de uma sacola, fixada no alto de um mastro de 6 a 10 metros de comprimento. Os concorrentes decolam de uma distância mínima de três quilômetros do local onde está o mastro, e o objetivo é, sem tocar no solo, apanhar a chave com as mãos. A chance desta prova ser concluída é de apenas uma em cada 100.
  2. Caça à Raposa: É a outra modalidade da prova. Um balão decola em voo livre e, depois de cerca de 10 minutos, o juiz autoriza a decolagem dos demais, que devem persegui-lo. O balão perseguido "raposa” faz o possível para dificultar a caçada. Ganha a prova o balonista perseguidor que pousar mais perto do balão perseguido.

REVELANDO SEBASTIÃO SALGADO.


Esta semana, além dos compromissos habituais e rotineiros que me cabem nessa vida, me dispus a assistir vários videos que compõe a vida e obra de Sebastião Salgado.
Tião, como é chamado pelos amigos mais íntimos e pela família, passou grande parte de sua vida dedicando-se a fotografar as arbitrariedades sociais do mundo, tornando-se um dos mais respeitáveis fotógrafos da atualidade. Conquistou amizade e respeito de poderosos, alem de inúmeros prêmios por sua sensibilidade, competência,  e simplicidade.
Alias, eu acredito que esta tríade, foi o que transformou este homem na grande personalidade que é hoje.

OUTROS LOCAIS FORA DO CIRCUITO TURÍSTICO PARA SE CONHECER EM BUENOS AIRES.

Pois bem, voltei de Buenos Aires ontem e para aqueles viajantes, como eu, que apreciam não somente o obvio nos lugares que visita, mas também o inusitado e (menos comercial), apresento para vocês, outros passeios fora do circuito turístico (tradicional), que vale a pena conhecer por sua beleza e importância social na cidade portenha.





Chinatown em Belgrado: 
Considerado um pedacinho da Asia em Buenos Aires. Nele encontra-se lojas e restaurantes, (chineses, japoneses, coreanos e vietnamitas) e uma variedade de comidas e lanches de rua, dos mais inusitados e com funcionamento durante toda a semana, principalmente sábados, domingos e feriados. Chinatown em Buenos Aires é um passeio lúdico a cultura oriental na America Latina, lembrando os bairros "china"  de Nova Iorque e Londres.


Parque de La Memoria:
Localizado na Costanera Norte depois do Aeroparque, bem em frente ao Rio da Prata, é considerado um dos lugares mais bonitos e poéticos da cidade. Tranquilo e com imenso gramado para piqueniques e descansar, nele estão localizadas diversas obras de artes contemporâneas a céu aberto e cujo o monumento principal contem os nomes dos milhares de desaparecidos, vitimas da ditadura militar dos anos 70.


O principal Monumento às Vítimas do Terrorismo do Estado:
Foi construído na frente do Rio da Prata porque nas suas águas foram jogados muitas das vítimas da opressão.
Uma das mais impactantes é a Reconstrucción del Retrato de Pablo Míguez, de Claudia Fontes, em homenagem a um dos mais jovens desaparecidos, aos 14 anos. A estátua, em tamanho real, se mantém em pé sobre as águas do Rio da Prata, a 70 metros da costa.


Cemitério da Chacarita:
Com menos glamour que o cemitério da Recoleta, porem com o dobro de tamanho e de historia para contar; nele está enterrado um dos maiores ídolos do país como Carlos Gardel e outros artistas. O cemitério, por sua proporção, é o maior da America Latina.


Feira de Mataderos:
Realizada no bairro de Mataderos todos os domingos, na frente de um matadouro que dá nome ao bairro, a feira vende de tudo como  lanches, comidas, bebidas, e artesanatos típicos, além de muita musica e dança do folclore argentino, um diferencial para aqueles que pensam que na capital portenha, só rola tangos. A Feira também mostra pôneis, adestramento, laço, corrida de cavalos.


A ARTE DE EQUILIBRAR PEDRAS


A arte de empilhar pedras de modo que fiquem equilibradas umas sobre as outras, transformando-as em verdadeiras esculturas, deve ser uma pratica secular, que desconheço sua origem, mas que sempre me chamou a atenção, despertando em mim a curiosidade sobre os processos de equilíbrio, atenção, paciência e outros que eu até chamaria de misticos nos seres humanos. Encontrei muitas dessas esculturas, (é assim que gosto de chamar), em alguns passeios que realizei na Patagônia, no Deserto do Atacama e inclusive por aqui nos Aparados da Serra.


Esta pratica antiga,  também vista em alguns locais de Portugal, Inglaterra, Irlanda, Japão, Chile, Peru e muitos outros, vem se espalhando pelo mundo como uma técnica terapêutica para acabar com o stress.
Um artista canadense, chamado Michael Grab, trabalha suas inquietações, através de empilhamento de pedras, baseada no equilíbrio natural. Ele é capaz de empilhar pedras de maneira improvável criando magnificas esculturas que parecem desafiar as leis da gravidade. Ele cria suas obras a céu aberto, misturadas à própria natureza, e depois as fotografa como forma de registro.

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...