INTERVENÇÃO MILITAR, JÁ.


Por vezes fica difícil a adaptação compulsória com alguns colegas de trabalho, que expõe suas ideias de forma sumaria e equivocada, sobre a atual situação politica do país, mas a cada dia que passa, percebo que se aprende com as diferenças, através de discussões civilizadas em busca do senso comum. A adaptação se faz necessária e se dá pela persistência, pela crença num crescimento mutuo e respeitoso das divergências ideológicas.
Mas penso também, que é inaceitável a ideia, de que uma intervenção militar seria o melhor caminho para restabelecer uma democracia digna neste país. Quem acredita nesta ideia, sofre de amnésia ou desconhece completamente o que é viver debaixo de uma ditadura, impedido de exercer seus direitos de cidadania e sem liberdade de expressão. Ignora que famílias inteiras foram humilhadas, destruídas, que pessoas foram torturadas até a morte e jogadas em valas comuns em nome da segurança nacional. Esqueceu que o que houve por aqui foi uma luta covarde e armada de desiguais, onde foram suprimidos a dignidade e os direitos humanos. Será que já esqueceram desta terrível imagem de Vladimir Herzog, torturado e morto nas instalações do DOI-CODI?


Quando navego pelas redes sociais e leio que alguns internautas estão aclamando ou defendendo o regime militar, percebo o quanto anda equivocada e desesperada a nossa sociedade, por uma reforma politica necessária que redesenhe a democracia de forma competente e verdadeira.  Mas a retomada de militares ao poder é um retrocesso politico desnecessário por conta de uma repressão e crimes que jamais serão justificados e esquecidos.


Essas pessoas que hoje tem a liberdade de reclamarem nas redes sociais de uma politica incompetente, corrupta e articulosa, esqueceram que estão praticando o seu direito de liberdade de expressão, de cidadania, que antes não tinham e que expor sem medo as suas insatisfações com a atual governança é uma legitimidade democrática conquistada; Que no passado, pessoas também insatisfeitas, saíram as ruas, ousaram reclamar seus direitos e foram torturadas, mortas, exiladas e taxados de comunistas.
Eu fico estarrecido, quando entro numa pagina como esta aqui, que defende as ações da ditadura militar, como uma forma de defesa a família e a democracia. Que diz que liberdade demais é perigoso e ainda ameniza os crimes feitos pela ditadura brasileira, chamando-a de Dita branca por se tratar de uma contra revolução ao domínio comunista e que exterminou menos gente se comparada com a de Pinochet no Chile, e Hitler que dizimou a população judaica.

QUEM FOI MATINTA PEREIRA?


Eu ando chato e por esta razão tenho bebido vinho todas as noites e achado as pessoas a minha volta também muito chatas e com os mesmos discursos chatos de sempre. Acho que como eu, essas pessoas não aguentam mais viver debaixo de tanta mentira e corrupção. No meu caso algumas taças de vinho servem para dar aquela equilibrada no velho carburador de ideias e não me sentir tão fracassado diante de lutas que trouxeram mudanças, mas que a gente ainda quer mais, precisa de mais, muito, muito mais.
É o rombo na Petrobras, é o impeachment de Dilma, a aclamação de algumas pessoas desesperadas para que retorne o militarismo e a ditadura neste país e fica aquela sensação de que perdemos ou fomos enganados.
Fiquei ouvindo esta musica brasileiríssima, até o amanhecer e pensando no quanto ela cabe na diversidade dos meus sentimentos. 
"É pau, é pedra, é o fim do caminho, é um resto de toco, é um pouco sozinho, é um caco de vidro, é a vida, é o sol, é a noite, é a morte, é um laço, é o anzol. 
É peroba do campo, é o nó da madeira, caingá, candeia, é o Matinta Pereira..."
Eu sou antigo e somente as coisas antigas parecem me tocar quando tocam. Afinal já chegaram as águas de março por aqui e eu tenho a curiosidade de saber quem foi Matinta Pereira!..
Conta a lenda, que à noite, um assobio agudo perturba o sono das pessoas e assusta as crianças, ocasião em que o dono da casa deve prometer tabaco ou fumo. Ao ouvir durante a noite, nas imediações da casa, um estridente assobio, o morador diz: - Matinta, pode passar amanhã aqui para pegar seu tabaco. No dia seguinte uma velha aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim de apanhar o fumo. A velha é uma pessoa do lugar que carregaria a maldição de 'virar' Matinta Pereira, ou seja, à noite transformar-se neste ser indescritível que assombra as pessoas. 
A Matinta Pereira pode ser de dois tipos: com asa e sem asa. A que tem asa pode transformar-se em pássaro e voar nas cercanias do lugar onde mora. A que não tem, anda sempre com um pássaro, considerado agourento, e identificado como sendo 'rasga-mortalha'. 
Dizem que a Matinta, quando está para morrer, pergunta:' Quem quer? Quem quer?' Se alguém responder 'eu quero', pensando em se tratar de alguma herança de dinheiro ou jóias, recebe na verdade a sina de 'virar' Matinta Pereira.

VIDAS PARALELAS.

As vezes cai no parapeito da minha janela, raios, tempestades, vento, rosas vermelhas, cravos, flores de um amarelo murcho, água da chuva, raios de sol, poeira, ruídos não identificados, buzinas, chamados, sombras que parecem ser do outro mundo, sensações, vibrações, arrepios.., me deixando por semanas assutado
Mas este mundo que por alguns instantes se parece estranho, que é meu e de quem acredita na sua existência, tem vidas paralelas que eu particularmente não quero desvendar, apenas o respeito. Isto me basta!

EXISTE RACISMO REVERSO?


Uma coisa que eu me pergunto, quando estou em alguma roda de pessoas discutindo sobre racismo, é se existe ou não, racismo de negros contra brancos, ou como gostam de chamar, o tão famigerado racismo reverso. Ontem eu ainda conversei com um colega do trabalho, que acredita existir muito mais racismo entre negros para com os brancos, do que o contrario.
Lembro de ter observado na minha infância e juventude, algumas atitudes reprovadoras por algumas pessoas da minha família, de origem negra, quanto ao fato de nós, os mais jovens, nos relacionarmos com outros jovens brancos do bairro. Havia aquelas observações pesadas por parte deles como: "Aquele teu amigo branco, esteve aqui te procurando!..." o que me fazia questionar se aquela atitude de descontentamento notória, tinha ou não fundamento, se não era um protecionismo que a o mesmo tempo era racista, fazendo-me viver entre a cruz e a espada e aquela sensação culposa de estar traindo a minha própria raça e família.


Eu fui pesquisar na Internet sobre este assunto, e caí na pagina de Djamila Ribeiro, que é blogueira, feminista e possui uma pagina chamada "Escritório Feminista", onde esclarece alguns pontos conceituais para se pensar:
"Racismo é um sistema de opressão, e para que haja racismo, deve haver relações de poder envolvidos. Negros não possuem poder institucional para serem racistas, pois a população negra sofre um histórico de opressão e violência que a exclui. Para haver racismo reverso, deveria ter existido escravização por mais de 300 anos da população branca, negação de direitos a essa população. 
Muitas vezes o que pode ocorrer é um modo de defesa, algumas pessoas negras, cansadas de sofrer racismo, opressão, agem de modo a rejeitar de modo direto a "branquitude", mas isso é uma reação à opressão e também não configura racismo".
"Há que se fazer a diferenciação aqui entre sofrimento e opressão. Sofrer, todos sofrem, faz parte da condição humana, mas opressão é quando um grupo detém privilégios em detrimento de outro". Brancos são mortos por serem brancos? São seguidos por seguranças em lojas, shopping centers? ..


Em nossa cultura poderíamos enumerar o vasto número de piadas e termos que mostram como a distinção racial é algo corrente em nosso cotidiano. Quando alguém autodefine que sua pele é negra, muitos se sentem deslocados. Parece ter sido dito algum tipo de termo extremista. Talvez chegamos a pensar que alguém só é negro quando tem pele “muito escura”. Com certeza, esse tipo de estranhamento e pensamento não é misteriosamente inexplicável. O desconforto, na verdade, denuncia nossa indefinição mediante a ideia da diversidade racial e é no passado onde podemos levantar as questões sobre como o brasileiro lida com a questão racial. A escravidão instituída em solo brasileiro, mesmo sendo justificada por preceitos de ordem religiosa, perpetuou uma ideia corrente onde as tarefas braçais e subalternas são de responsabilidade dos negros. O branco, europeu e civilizado, tinha como papel, no ambiente colonial, liderar e conduzir as ações a serem desenvolvidas. Em outras palavras, (brancos) nasceram para o mando, e (negros) para a obediência.
O tema racismo ainda é complicado para muitas pessoas, principalmente quando se trata da lei. Mesmo com implantação de legislação contra o racismo, existem aqueles que não sabem diferenciar determinadas atitudes como prática de crime de racismo ou não. Uma das maiores confusões que as pessoas podem cometer é confundir racismo e injúria racial.
Injúria racial ocorre, quando são ditas ou expressadas ofensas a determinados tipos de pessoas, tendo como exemplo chamar um negro de “macaco”. Esse exemplo já ocorreu em vários casos no futebol, em que jogadores foram ofendidos por essa palavra e alguns entraram com processo. No caso, seriam julgados como injúria racial, onde há a lesão da honra subjetiva da vítima. A acusação de injúria racial permite fiança e tem pena de no máximo oito anos, embora geralmente não passe dos três anos.
Já o racismo é mais grave, considerado como um crime inafiançável e imprescritível. Para o crime ser considerado como racismo, tem que menosprezar a raça de alguém, seja por impedimento de acesso a determinado local, negação de emprego baseado na raça da pessoa. Como exemplo, pode-se considerar o impedimento de matrícula de uma criança em uma escola por ela ser negra.
Resumidamente, o racismo impede o prática de exercício de um direito que a pessoa tenha. A injúria racial se determina pela ofensa às pessoas por raça.

O RECONHECIMENTO DE ERROS, TE TRANSFORMA NUMA PESSOA MELHOR.


Um dia recebi no meu WattsAp, uma mensagem em forma de uma brincadeira, mas que no fundo tratava-se de uma manifestação discriminatória e homofóbica, que logo respondi indignado e postei aqui no blog sem pudores, com o titulo: DESTA VEZ EU NÃO QUIS COMER A BANANA PACIFICAMENTE NO MEIO DO CAMPO.
Junto da mensagem abusada que me enviaram, acompanhava um vídeo com um cantor desconhecido cuja a letra da musica também fazia apologia a homofobia, como se tudo não passasse de uma curiosa piada para se gargalhar.
Entre todo o xingamento que fiz, em resposta a "brincadeirinha" lembro também de ter escrito o seguinte: "Este cara do vídeo é vergonhosamente um dos pior cantores que já ouvi e o pior é que ele não parece ter um pingo de inteligencia pra perceber a merda que está cantando e o mal que está fazendo pra própria carreira. Um dia caras como ele, perceberão que se expor desta maneira é pior do que dar o cu, é inclusive menos digno, tu não achas?"
Hoje nesta manhã chuvosa em Porto Alegre, me deparei com a noticia de um rapper chamado Fabio Brazza se desculpando através de um vídeo, pelas piadas homofóbicas que fez em suas musicas, durante sua carreira. Assista aqui. Não, não se trata do mesmo cantor do vídeo que me enviaram, mas penso, que bom se fosse!
Segundo Brazza, membros da comunidade LGBT estabeleceram um diálogo saudável, fazendo-o pensar e reconhecer a falha.
"Sou produto dessa sociedade machista e sempre achei normal (piadas homofóbicas)... Quero pedir desculpas a todos que ofendi, porque não foi a minha intenção. Vou mudar e não ser cúmplice dessa homofobia terrível que está no Brasil", afirmou Brazza.
Esta atitude de reconhecimento feita por Brazza tem o meu sincero respeito e reacende a esperança na possibilidade de mudanças num pais onde só em 2012,  quarenta e quatro por cento dos assassinatos cometidos no pais, foram por questões homofóbicas. Muda Brasil!

OS INVISÍVEIS DO INICIO DO SECULO XX.



Por um longo tempo da minha vida, na adolescência, eu acreditei que as provas de um segredos (fotos, cartas, objetos, diários), pudessem ser guardados em gavetas chaveadas, baús, sótãos, porões e jamais serem descobertos.
Com o passar do tempo, mais crescidinho, comecei a pensar diferente: Que segredos podiam ser descobertos sim, pois nada permanece guardado, escondido para sempre. 
Os segredos terminam se perdendo na poeira, no lixo, ou vendidos para um brique, um mercado de quinquilharias e que com o passar do tempo, se tornam publico a qualquer anonimo que se interesse por eles, exposto numa prateleira ou caixa de papelão, onde todos tem acesso. Bem, isto é apenas uma reflexão!..


Acho que foi o que aconteceu com Sebastien Lifshitz, autor e cineasta que apos descobrir e arrecadar algumas fotos em mercados de pulga e vendas de garagem ao longo de suas viagens, decidiu montar um livro que busca mostrar uma perspectiva diferente sobre a cultura gay do inicio e meados do seculo XX.
Os Invisíveis: Vintage Portraits of Love and Pride, é um livro de fotos de uma época em que ser gay era necessário viver enrustido, sobre as duras e implacáveis penas da sociedade. Toda esta historia me reporta a uma composição do Chico que fala de amor, de relações, de fragmentos descobertos:

Não se afobe, não/ Que nada é pra já /O amor não tem pressa/ Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário/ Na posta-restante/ Milênios, milênios/ No ar
E quem sabe, então/ O Rio será/ Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão/ Explorar sua casa/ Seu quarto, suas coisas/ Sua alma, desvãos
Sábios em vão/ Tentarão decifrar / O eco de antigas palavras/ Fragmentos de cartas, poemas/
Mentiras, retratos/ Vestígios de estranha civilização ...

LARANJAS VERDES


Laranja verde quando não amarela não dá caldo, resseca no galho, fica dura e em seguida cai do pé rolando na direção do esquecimento.
Todas que chegaram, com o passar dos dias, vem quebrando as unhas, antes bem acabadas e de esmalte vermelho. Quebraram por que antes de ter garra é preciso ter humanidade e perceber que não se ganha batalhas em cima dos oprimidos e que leis são para todos e é por isto, que uma a uma sobe no palco ditando regras, mas levam inesperadamente aquele tombo feito a Madona na entrega dos Brit Awards, o maior premio da musica pop britânica.

CAVANHAS O BAN BAN BAN DA CIDADE


Ontem foi o aniversario de uma amiga, então fomos comemora-lo à noite no Cavanhas da Barão. Cheguei meio tarde (tipo 21 h 30 min. e o combinado era 20 h. 30 min.). 
Os outros convidados já haviam comido; Piza, hamburguês, que dizem ser a especialidade da casa, mas que pra mim passa.
Nunca fui um assíduo frequentador da casa, mas sei que é um Ban ban ban, um clássico da cidade, aberto desde 1986, com varias filiais espalhadas pela capital.
Achei o atendimento confuso, garçons desinteressados e pouco simpáticos. Para tirar a má impressão fomos até o Cavanhas da Lima e Silva para beber apenas cerveja. Bingo, o tratamento foi outro.


O AMOR NÃO TEM RÓTULOS, A GENTE É QUE PÕE.


Ja postei aqui no blog, que eu acho pertinente estes projetos de intervenção urbana, não só pela beleza e criatividade, mas pela profunda mensagem inserida no poder da imagem, que atinge cada pessoa que o visualiza.
Com o objetivo de ir contra os preconceitos das pessoas no dia a dia, a campanha “Love Has No Labels” fala sobre como o amor não tem fronteiras.
Em um vídeo mostrando apenas o raio-x dos participantes, vemos como somos todos iguais e como não há limites para manifestar o amor: seja de uma mulher para uma mulher, entre duas irmãs, uma família com dois pais ou um casal convencional.
Uma ideia simples, mas que apresenta o amor como o que há de mais belo e especial na vida, independente das diferenças.
 

CÓDIGOS HA SEREM DECIFRADOS



Sonhei que navegava uma caravela com amigos a bordo, onde fomos arrastados para mares desconhecidos e de coloração escura, que desaguavam em rios mais claros e esses rios em pequenos lagos com cascatas transparentes, que se dividiam em córregos com redemoinhos que sugavam por inteiro as pessoas descuidadas. No sonho fui alertado por um estranho, dos perigos de banhar-se por ali, sem a devida atenção e cuidado.
Os sonhos de hoje, não me parecem mais uma forma misteriosa de comunicação com o inexplicável, mas uma interlocução pessoal com o inconsciente que tenta esclarecer duvidas, ou encontrar soluções através de códigos ha serem atentamente desvendados. Fiquei pensando o que eu queria dizer pra mim mesmo.

TERMINA SEM INTERESSADOS O EDITAL PARA REVITALIZAÇÃO DA ORLA DO GUAIBA.


É o que foi noticiado no dia 03/03/2015 na pagina online do jornal Zero Hora de Porto Alegre. O desinteresse surgiu pelo fato do governo federal reduzir a desoneração da folha de pagamento das empresas no pais. Sem receber nenhuma proposta, o projeto prometido pela prefeitura há três anos, deverá ser revisto para o lançamento de uma nova licitação nas próximas semanas.


A prefeitura quer aumentar o valor da licitação, que estava em R$ 57,4 milhões, e lançar um novo edital em 30 dias. Enquanto a obra não sai, nos contentemos com pequenos remendos e explicações de caráter politico-burocrático.



Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...