Aquela gargalhada no telefone, que eu achei que fosse por graça, era na verdade por pura tensão, medo e consequentemente covardia. A gente nunca está preparado para entender de fato o que realmente impulsionam as pessoas a uma determinada reação. Agora eu sei, ou pelo menos desconfio.
Virando a pagina.
Você conhece o cara ocasionalmente num ambiente em comum, dias depois ele pede teu endereço no Facebook e você gentilmente concede. Pronto, vocês são pelo menos conhecidos neste dois ambientes comuns. Começam a conversar ocasionalmente, o que me parece normal entre pessoas que estão se conhecendo. Num outro dia marcam um passeio para se divertirem e logo ele fica doente. Você tenta ser prestativo, se põe a disposição para qualquer ajuda, já que a vida é cheia de imprevistos, mas a coisa toda vai perdendo a força, morrendo na praia, por que você percebe que sua atitude não foi valorizada como esperava e está sendo vista com outros olhos e então começa a pensar em virar a pagina. Semanas depois, quando menos você espera, uma nova mensagem no celular do tipo: "Que tempo legal, chuva e frio. Se não tivesse com preguiça ia no mercado comprar um vinho, estou de folga hoje e de plantão amanhã dia dos pais que merda..." e então você mais uma vez se disponibiliza, sugere uma saída para comer uma pizza, diz que pode pega-lo em casa e o cara se silencia do outro lado como se estivesse avaliando a proposta e depois diz que vai te ligar e não liga. Daí eu fico pensando, o que de fato acontece com as pessoas, o que as fazem abrirem meia porta, meia janela e depois recuarem como se estivessem com medo de pisar em terreno minado. Talvez já esteja na hora de realmente virar a pagina deste livro.
Manifestação gay na Bélgica
As manifestações em favor da liberdade homo afetiva explodem por todos os cantos do mundo, como um grande terreno minado de forma a conscientizar que os tempos são outros, que não existe mais lugar para hipocrisia; por estra razão, mais de 300 pessoas participaram nesta sexta-feira de um 'beijaço' em frente ao consulado da Rússia na Antuérpia no norte da Bélgica para denunciar uma lei que pune a 'publicidade homossexual' durante as Olimpíadas de Inverno.
Em Maio, quando estive na Bélgica, conheci Antuérpia, que a primeira vista me pareceu meio sem graça, com inúmeras construções, parecendo um grande canteiro de obras, mas quem vê cara, não vê coração. A cidade é a segunda maior da Bélgica, conhecida como centro mundial de lapidação de diamantes e capital da moda na Bélgica.
O presidente russo, Vladimir Putin, promulgou em junho uma controversa lei que pune qualquer tipo de 'propaganda' homossexual que possa ser vista por menores de idade. Nos termos dessa lei, os estrangeiros correm o risco de serem multados em até 2.300 euros e poderão ser presos por 15 dias e expulsos. Os cidadãos russos estão sujeitos a outras penas.
O presidente russo, Vladimir Putin, promulgou em junho uma controversa lei que pune qualquer tipo de 'propaganda' homossexual que possa ser vista por menores de idade. Nos termos dessa lei, os estrangeiros correm o risco de serem multados em até 2.300 euros e poderão ser presos por 15 dias e expulsos. Os cidadãos russos estão sujeitos a outras penas.
Silenciando o silencio.
O dia me pareceu completamente diferente, dando-me a sensação de que o movimento da terra estava mais lento que o normal. Isto poderia ser possível? Fiquei silencioso mais do que o habitual, enquanto rodávamos pela cidade e minusculas folhas batiam no para-brisas como jamais tínhamos visto antes. Por longas minutos fiquei em silencio, depois coloquei os fones nos ouvidos e passei a escutar musicas. Acho que de alguma forma queria silenciar o silencio. A musica dava mais vida a tudo, mas o silencio ainda estava ali e me fazia sentir o quanto somos confortavelmente sós...
Andrés Gioeni.
Por que que a gente tem sempre esta sensação de que nossos problemas, frustrações, incertezas, medos são únicos no mundo e que outras pessoas nunca passaram por uma situação semelhante a nossa, ou se passaram seus sentimentos não possuem a mesma profundidade, intensidade de dor que sentimos e que nos deixam marcados pela vida. Eu li na Folha de São Paulo, o depoimento de Andrés Gioeni, 41 anos, um ex padre que assumiu sua homossexualidade e escreveu uma carta a o Papa Francisco.
Em seu depoimento para uma jornalista argentina, ele conta a sua historia de vida, com as mesmas incertezas e culpas que fazem parte da história de quase todos os gays que um dia descobre que sua orientação sexual é diferente do convencional. A reportagem completa você pode ler AQUI.
Em seu depoimento para uma jornalista argentina, ele conta a sua historia de vida, com as mesmas incertezas e culpas que fazem parte da história de quase todos os gays que um dia descobre que sua orientação sexual é diferente do convencional. A reportagem completa você pode ler AQUI.
Coisas que mexem comigo.
Vinho tinto seco, chocolate amargo, lampião a querosene, Outubro, o vestido de Marilyn se erguendo como um paraquedas na ventilação do metro, vento sacudindo os galhos das arvores, aquele olhar que você não consegue definir se é curiosidade ou interesse, a musica certa no momento certo, com a pessoa certa e que toca inesperadamente. Uma lagrima solitária na hora do orgasmo, algumas notas soltas nas cordas de um violoncelo, Um bom lugar que inspire poesia.
Noticia comum.
"A medalhista olímpica de vôlei de praia Larissa França, que fez dupla de sucesso com Juliana e foi hexacampeã mundial da modalidade, casou-se na noite do último sábado com Lili Maestrini, que segue jogando no circuito ao lado de Bárbara Seixas. A cerimônia aconteceu em Fortaleza, capital do Ceará".
Noticias como esta, que antes parecia bombástica, está se tornando cada vez mais comum, mas tão comum entre as pessoas e rodas sociais, que já não surpreende mais ninguém.
A sociedade está dando um salto nos seus conceitos de valores morais, embora alguns ainda resistem a esta mudança que se faz necessário para um mundo melhor. Eu costumo dizer que estamos vivendo numa sociedade que aos poucos vai se tornando flexível aos direitos de liberdade. Uma sociedade que não faz diferença do que cada um carrega entre as pernas e de que forma usa. No mundo dos esportes, outros atletas já assumiram publicamente a homossexualidade. Casos mais recentes são o do jogador de basquete Jason Collins, do Boston Celtics, e o do jogador de futebol Robbie Rogers, as tenistas americanas Martina Navratilova, Billie Jean King e o brasileiro Michael, do Vôlei Futuro.
Mas isto é pra mim?
Se existe uma coisa que me deixa pê da vida é sentir que vou perder uma oportunidade unica, por falta de atitude, porque não terei mais chance de te-la, de se apresentar novamente diante de mim por que fiquei de braços cruzados vendo-a passar, se esvair e não tomei nenhuma iniciativa pequenina que fosse para obtê-la. Mas é que as vezes não tem como encaixa-la na nossa vida, você olha para um lado e depois para o outro e encontra pequenos empecilhos que te faz recuar.
É também tem coisas tão surpreendentes, que você olha e pensa não ser merecedor; tipo, isto não pode ser pra mim, não pode e acaba deixando passar por falta de um dedinho de segurança, de impetuosidade. Fica com medo de parecer (....) Uma hora eu lembro desta palavra! Cruza os braços e deixa passar!
O Papa é pop.
Sabe de uma coisa, eu sou um cara desconfiado mesmo e até mal educado em determinadas situações que me destemperam, e a vinda do Papa ao Brasil e seus discursos liberais para os moldes conhecidos da igreja, de forma alguma me convenceram de que se trata de um homem santo, humilde e libertador definindo novas medidas liberais como muita gente quer convencer. Na verdade a igreja está perdendo pontos a décadas e já está mais do que na hora de parecer flexível as mudanças e voltas que o mundo dá e isto significa desempenho de uma nova estratégia politica por parte dela. As palavras do papa Francisco sobre a homossexualidade, não serão acompanhadas de uma mudança na política da Igreja, mas a mudança de tom, isto sim, já é algo significativo', Portanto, muita luta ainda se estende campo a fora.
A forçada saída de Félix do armario.
No capitulo da novela Amor a Vida desta quinta feira, foi uma verdadeira explosão nos conceitos da instituição familiar, quando Edith, (Barba Paz) revela a toda a família reunida na hora do jantar que seu marido Felix, (Mateus Solano) é gay e vive uma vida dupla. Mas o mais emocionante de tudo, não foi somente a revelação em si e as discussões explosivas entre o casal que se engalfinhavam feito bichos na presença de todos, mas a excelente interpretação de Mateus Solano, mostrando toda a complexidade e culpa de seu personagem diante de uma condição que a maioria dos gays sentem antes de se aceitarem e saírem do armário principalmente a o serem descobertos ou desmascarados como foi no caso do personagem. Aquele pedido de perdão a sua mãe por ser gay em função do medo de ser rejeitado, talvez tenha sido na cena de quinta-feira, um dos mais impactantes sentimentos que arrastam os homossexuais a manterem uma vida clandestina, infeliz e marginalizada em consequência da própria não aceitação de sua orientação sexual, do qual não foi sua escolha. Eu acredito que em alguns momentos foi até possível sentir muita pena do vilão. Graças a Deus que os tempos estão mudando para melhor.
Deixe-me ir preciso andar.
Já estou novamente com vontade de ir: ( Deixe-me ir/Preciso andar/Vou por aí a procurar/Rir pra não chorar. Quero assistir ao sol nascer/Ver as águas dos rios correr/Ouvir os pássaros cantar/Eu quero nascer, quero viver...)
Viajar tem sido nestes últimos anos o remédio eficaz contra minhas insatisfações, colocar o essencial na bagagem e ir apenas com o essencial na cabeça. Viajar pra mim já cruzou as fronteiras da satisfação em direção ao terreno das necessidades vitais.
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