A chegada do Outubro.

Setembro se foi e já faz quatro dias que convivo com o Outubro, que me parece uma fotografia em branco e preto, cujo os dias são cinzas e de noite faz algum frio. Um período de contemplação, de convivência parcimoniosa entre a alegria e a melancolia, a mescla dos dois sentimentos em doses aceitáveis de convivência, parecido comigo. Outubro chegou me pondo de mãos amarradas, impondo esperas, resguardos, me proibindo de tomar decisões antecipadas, abrindo e fechando janelas que rangem ao entardecer dos dias. 

Na beira do Dilúvio em pleno ataque de nervos.

De onde surgem os surtos coletivos, de amigos influenciáveis, da mídia, do inconsciente coletivo, de algum vírus desconhecido, ou da gente mesmo, do nosso interior, que tenta reprimir ao máximo a chateação com Lexotan, Fluoxetina, Diempax e que de uma hora para outra, deixa de funcionar pelo excesso de sobrecargas emocionais e fazem as pessoas jogarem tudo pro alto, explodirem publicamente para quem quiser assistir ao show gratuito?
Eu agora vou falar é das placas de propagandas politicas espalhadas por toda a cidade, que não é nenhum segredo a insatisfação da população que se vê intoxicada com esta poluição visual por todos os lados por onde se olha. E não só nas ruas, os panfletos, santinhos e mensagens, superlotam a nossa caixa de correio e invadem nossos celulares inoportunamente. Seriam elas, as propagandas, o estopim para deflagar alguma explosão desta natureza? Não, não se pode afirmar, acho que qualquer motivo, até o mais banal, pode acender o estopim da bomba. Eu entendo que os candidatos precisam se fazerem conhecer, mas há de se pensar em outros métodos menos invasivos e mais eficientes... Ontem eu vinha pela avenida Ipiranga, nas proximidade da universidade da PUC, quando percebi a presença de um jovem no canteiro central, que margeia o Arroio Diluvio, caminhando como se fosse um robô e que por vezes, fazia gestos que lembravam uma luta marcial. Andando quase em linha reta, ele seguia na direção das placas de propaganda politica enfileiradas, que simplesmente não desviava, atropelava todas, sem olhar pra traz e constatar se realmente tinha concluído seu objetivo, que aparentemente era destruí- las. Ele deve ter derrubado pelo menos umas cinco ou seis e seguia em frente sob os gritos e buzinaços dos motoristas que dirigiam pela via movimentada naquela hora da manhã. Eu não estava portando minha maquina fotográfica para registrar a cena e mesmo que estivesse, não seria possível, pois eu estava no volante, em silencio de surpresa, sentindo-me fazer parte daquela massa exacerbada. Eu fiquei pensando que a atitude do rapaz, provocou um verdadeiro alvoroço em quem passava de carro naquele momento, que eu não sei explicar se de revolta ou de apoio a depredação. Nestes surtos coletivos cada um tem seus motivos pessoais, fomentando as grandes massas a tomarem atitudes descabidas, talvez este não fosse o caso, mas abre um precedente a se pensar.
A proposito, eu li no site da RBS, que em 2010, o lixo produzido pelas campanhas eleitorais não pode ser reciclado. Apesar de serem compostos basicamente por plástico, papel e madeira, os cavaletes, placas e santinhos ao serem jogado nas ruas, tornam-se poluídos em função de sujeira como areia, poeira etc. O material era levado para um aterro sanitário. Atualmente não sei se o procedimento será o mesmo no final das eleições.

Mais arte nas Ruas de Porto Aegre

Quem anda por Porto Alegre e possui um olhar mais atento, deve ter percebido alguns painéis, (outdoors), espalhados em alguns pontos da cidade, exibindo pinturas de antigos artistas gaúchos  Esta ação acolhida pela secretaria Municipal da Cultura, foi presenteada pelo Grupo LZ, que comemorou 40 anos de atuação no mercado de mídia, inserindo esta ideia no Projeto Arte nas Ruas, que a cada mês, escolhe cinco artistas para colorir a cidade. São 21 obras de 14 pintores escolhidas pela Secretaria Municipal da Cultura. Esta ideia alem de reavivar as obras de artistas da Pinacoteca Aldo Locatelli, transforma o cenário urbano numa especie de galeria de arte a céu aberto. Atualmente os painéis podem ser encontrados no Parque Marinha do Brasil, Parque Farroupilha (Redenção), Parcão, Centro de Cultura e a Praça Carlos Simão Arnt. O de minha preferencia é o que mostra a antiga ponte de pedra.

Quanto tempo leva para a fluoxetina fazer efeito?

Neste mundo globalizado, a sociedade é uma grande empresa de representações, subdividida em pequenos departamentos representativos em busca de seus interesses sócio-econômicos. Construíram grandes salas com terminais de computadores para responder a estas demandas. Treinaram pessoas para se tornarem representantes orgulhosos destas representações que viciados nestas rotinas, seguem manuais de orientação, levam para o seu dia a dia metas e exercícios, que são aplicadas aos seus vizinhos, filhos, cônjuges e animais de estimação. Transformaram-se em células multiplicadoras dessas representações. Meu Deus, quando é que a minha fluoxetina vai começar a fazer efeito? São gerentes, síndicos, supervisores, operadoras de telemarketing, seguindo normais e traçando interesses cujo o alvo é a gente.

Se hoje eu pudesse escolher meu nome.

Se hoje eu pudesse escolher meu nome seria Caetano, não por causa do cantor, mas por que gosto deste nome que me parece ter influencias positivas sobre a alma de quem o carrega, o sobrenome também seria bem curtinho e simplificado. Disseram que eu me chamaria Gilberto Luis, mas por causa de um desentendimento entre pai e mãe ficou Luis Alberto. Na época em que eu nasci era muito comum o uso de dois nomes para homenagear outras pessoas normalmente da família, acho que também servia para o caso de se enjoar de um, poder usar o outro, arte-manha que nunca funciona, por que depois que a gente acostuma adotar apenas um nome, carregamos ele para o resto da vida. Eu conheci um Adão que se chamava Luiz e sua irmã Eva, era Silvana, uma tia muito cristã, resolveu apelida-los com esses nomes bíblicos. Eles cresceram e viveram sendo conhecidos por amigos e a vizinhança como Adão e Eva.
Um colega de trabalho, costuma me chamar de Alberto e isto parece me despersonalizar ou me multiplicar em mais uma pessoa pelo qual tenho pouca intimidade, por vezes tenho a rápida impressão de que não sou eu, ate lembrar que é um complemento do meu nome e então cair a ficha.
Minha mãe de leite, dona Cecilia, tinha dois filhos, Ronaldo o mais velho e Caetano pelo qual eu dividia a amamentação e então criei mais laços de afeição.  Eu me pergunto se a simpatia por este nome não surgiu daí?..

Felicidade é...

Eu teria muitas frases para definir ''felicidade'' nesta altura da vida... Neste momento, defino: Felicidade é abrir a pagina do Facebook e ler a seguinte mensagem; SÓ PASSEI AQUI PRA DIZER QUE TE AMO !!

Parar de fumar ou namorar a Marta Medeiros?

Estava eu e uma amiga, aguardando no terminal de desembarque do Salgado Filho, um casal que retornava de Natal e para evitarmos a ansiedade causada pela espera, ficamos falando todo o tipo de bobagens para preenchermos nosso tempo. Lá pelas tantas, decidi ir para a rua fumar um cigarro, cujo o vicio ainda não consegui me libertar e então fiquei pensando em mais bobagens, enquanto lançava nuvens de fumaça toxicas para o céu, entre outros dois fumantes que por ali se encontravam meio dispersos e com olhar de cumplicidade disfarçado. Os fumantes possuem esta postura dissimulada provocada pela culpa, ficam fingindo não perceberem a presença um do outro, mas ao mesmo tempo, vigiam camufladamente  cada atitude a sua volta que lhes causa desconforto. Uma especie de fraternidade silenciosa, que vai cavucando o casco do barco até ele afundar definitivamente. Quando retornei novamente para o saguão do desembarque, fiquei pensando o que seria mais fácil, parar de fumar definitivamente ou namorar a Marta Medeiros?

Viagens inexplicáveis.

Uma amiga me disse que certa noite veio me visitar em sonho, na minha casa. Eu estava no quarto, dormindo completamente destapado, encolhido de frio, por que a coberta havia caído da cama, então  ela tentou me cobrir, mas não conseguia, não tinha força, sua mão não conseguia alçar a coberta e me tapar. Suas mãos e braços atravessavam a roupa de cama, como se fosse a de um fantasma. Ela então forçou para se acordar, percebendo estar de volta, na sua própria casa. Sabe que eu acredito nestas viagens que por vezes também faço e não acho explicações... Outra coisa, percebi que este método de acordar para fugir da realidade do sonho, não é só meu!

conceitos banais.

Existe a verdade, a ~~eia verdade e a ~~entira.  A verdade é aquela que se for~~os absoluta~~ente honestos, corre~~os o risco de ser~~os condenados e que nunca aprende~~os de fato a falar, por que te~~os  ~~edo.  
A ~~eia verdade é aquela que herda~~os de nossos pais e aprende~~os cedo a contar, pensando ser verdade.  
A ~~entira é aquela que digita~~os no Facebook, para que todos leia~~, parece couve fresca, é a~~arga e se deixar~~os de ~~olho na água, perde a cor.

Retrato de Casamento.

Tem cenas que surgem inevitavelmente diante do foco da nossa câmera, ali prontinha, somente aguardando um clique no minuto certo. Este casal de noivos estavam diante da Igreja Matriz, quando eu fazia m city tour pela cidade com um grupo de pessoas neste Sábado. Estavam somente o casal e um motorista fotografo, sem nenhum convidado na volta, possivelmente eternizando um sonho que ficará registrado num álbum de casamento, um desejo que pra eles perdurará até que a vida ou a morte os separe.

CITY TOUR EM PORTO ALEGRE - 2012.


O Sábado hoje, estava pra mim daquele jeito que somente um milagre seria capaz de salva-lo; Um dia nublado, pesado, com a sensação de que a qualquer momento uma nuvem escura tomaria conta do céu e fosse desabar um toró d´água e então eu não saberia mais o que fazer a não ser ficar em casa ruminando pensamentos velhos e incômodos.


De repente me surgiu a ideia de fazer o passeio no ônibus turístico de dois andares, que disponibiliza o city tour de quase duas horas pelo centro histórico da cidade e outros pontos turísticos de importância na vida dos porto alegrenses. Me vesti da pequena reserva de ânimo que ainda me restava, maquina fotográfica e fui até a Travessa do Carmo 84, em frente ao Largo Zumbi dos Palmares, comprar o ingresso. Como cheguei às 10 horas em ponto e já havia saído um ônibus, fiquei esperando o próximo que sairia às 11 horas. Enquanto isto, para passar o tempo, fiquei passeando pela feira de hortifrutigranjeiros que acontece no largo todos os Sábados pela manhã e que por si só, já é um evento à parte.


O ônibus chegou às 10 h.50 min. em ponto, com seus 4 metros de altura, onde o segundo andar é aberto, proporcionando aos passageiros uma visão diferenciada da cidade por outros ângulos que normalmente não é possível ver num veiculo comum e causando também uma grande sensação de liberdade. Durante o passeio são passados informações históricas sobre ruas, bairros, praças e monumentos através de um serviço de áudio-informação, pré anunciado por uma vinheta bem agradável de se ouvir.



O serviço turístico oferece dois roteiros: O city tour centro histórico e o city tour zona Sul. O primeiro, que foi o que eu fiz, tem como foco principal, apresentar os atrativos históricos, arquitetônicos e culturais da região central e onde a cidade nasceu.


Este roteiro permite ainda que os passageiros embarquem e desembarquem em alguns pontos, para conhecer de perto as atrações e serviços oferecidos nos lugares percorridos como; o Parque da Redenção, o Parque Moinhos de Ventos, a Praça da Matriz, o Mercado Publico e a Fundação Iberê Camargo que vergonhosamente ainda não conheço.


O passeio além de mostrar por outros ângulos, peculiaridades e belezas que passam desapercebidas aos nossos olhos no dia à dia, ainda reserva uma reveladora aula de história sobre o passado da nossa cidade, que por vezes não temos sequer conhecimento. Outra coisa que percebi, é que este ônibus city tour, foi uma ideia de grande aceitação por parte da população que manifesta este sentimento através de abanos e largos sorrisos quando cruzam pelo ônibus em vários lugares da cidade. Mas vamos lá!..


Você sabia que Porto Alegre foi a terceira cidade a aderir a abolição da escravatura antes mesmo da promulgação da Lei Áurea? Que o atual Parque Farroupilha ou da Redenção foi um potreiro que recebia carne de gado das vilas vizinhas, para redistribuição na cidade e que o apelido de Redenção surgiu em função da denominação anterior de Campos da Redenção, em homenagem à libertação dos escravos do terceiro distrito da capital?


Que o Instituto de Educação General Flores da Cunha, localizado na Avenida Osvaldo Aranha é a mais antiga escola publica e de ensino secundário da cidade e onde estudou a cantora Elis Regina? Que o bairro Praia de Belas, tem seu nome em função de um antigo proprietário chamado Antônio Rodrigues Belas, dono uma chácara na beira do Guaíba lá pelos meados de 1800, onde construiu uma estrada de acesso a cidade  e que aos poucos tornou-se passagem frequente em vistas do comércio de escravos que lá se desenvolveu? Uma outra hipótese, já que nenhuma foi historicamente comprovada é que ali, nos dias ensolarados, surgiam muitas gurias de grande beleza, para aproveitarem os dias de sol, dai o nome Praia de Belas?


Que o bairro Cidade Baixa, antes de ser aterrado e hoje reduto da boemia e com grande concentração de casas noturnas foi no passado uma vila muito pobre chamada de Ilhota, pois durante os períodos chuvosos sofria grandes inundações onde só era possível trafegar-se de barco? Na ilhota nasceu e viveu  Lupicínio Rodrigues e também foi moradia de Custódio José de Almeida, o príncipe negro, grandes personalidades da cultura e historia da cidade?


Que o Ginásio Municipal Osmar Fortes Barcellos, mais conhecido por Tesourinha, é uma homenagem ao futebolista gaúcho atacante de mesmo nome, cujo o apelido surgiu pelo fato de ter participado de um bloco carnavalesco chamado "Os Tesouras"? Que Tesourinha foi atacante no Internacional, Vasco da Gama, Grêmio, Nacional de Porto Alegre e Seleção Brasileira?
Essas e algumas outras informações, são dadas neste city tour que fiz neste final de semana e que eu recomendo. 

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...