Colonia de Sacramento

Se exite um lugar que sempre me motivará a voltar a o Uruguai, esse lugar é Colonia de Sacramento. Gostava da cidade mesmo antes de ter estado por lá, de conhece-la pessoalmente e ficar encantado. Eu namorava a cidade em fotos que outras pessoas tiravam e postavam em blogs, sites, revistas...
Um dia eu a coloquei na minha lista de prioridades. Visitei-a na primeira viagem que fiz para Montevidéu com grande expectativa e não me arrependi.



















A cidade inspira em cada canto de suas ruas, em cada detalhe de suas construções, portas, janelas, maçanetas, algum tipo de poesia para contar-nos sua própria historia. Colonia parece ter sido tirada de um livro de contos de fada. É espanhola, é portuguesa, é colonial, não cabe numa unica nacionalidade. Eu sinto que ainda voltarei muitas vezes a visita-la e que esta historia de amor, não terminou por aqui neste post... Saiba mais sobre ela nesta outra postagem: COLONIA DE SACRAMENTO.

























CADEADOS QUE ETERNIZAM O AMOR


A Fonte ou Chafariz dos Cadeados na Avenida 18 de Julio em Montevidéu é um atrativo que sempre chama a atenção dos turistas que visitam a cidade por sua beleza e peculiaridade. A fonte é cercada de cadeados, muitos já enferrujados pelo ação da água e do tempo. Existe uma lenda de que todo o casal apaixonado que fixar um cadeado no aramado da fonte, com seus nomes ou suas iniciais, retornarão e seu amor será eternizado.


Na verdade esta atitude de fixar cadeados em fontes, pontes, perpetuando relações, se tornou uma mania mundial. A ponte mais romântica de Paris, Le Pont des Arts, também conhecida como a passarela das artes, se tornou alvo de casais apaixonados, que lá deixam seus cadeados, assim como a Brooklyn Bride, ponte que liga Manhattan ao Brooklyn desde 2010.
Há, ainda tem a antiga ponte de Vecchio na Itália, que as autoridades multam em euros quem for pego em flagrante, colocando algum cadeado na ponte. Mas quem se importa com multas se o negocio realmente funcionar, não é mesmo?..

Impermanência

A gente sente, percebe, mas as vezes é necessário que a informação chegue por outros meios, pra que se assimile de verdade alguns conceitos. Eu estava assistindo o filme O pequeno Buda, neste final de semana, que mostrou uma cena em que crianças estavam em volta de um Lama recebendo aprendizado, e então uma das crianças perguntou-lhe o significado da impermanência. O Lama então apontou para um grande grupo de pessoas realizando seus afazeres e disse com serenidade: _Esta vendo essas pessoas, diante de nós?.. A o cabo de cem anos, elas não estarão mais aqui diante dos nossos olhos, não existirão mais por que estarão mortas, isto é a impermanência, o sentido básico da vida! 
A impermanência faz parte do ensinamento básico do budismo que é a mudança. Para cada existência, a verdade básica é que tudo muda. Ninguém pode negar essa verdade e todo o ensinamento do budismo está condensado nela. Eu fiquei pensando sobre outras impermanências que nos são impostas pela vida e no quanto relutamos em aceitar-las. Eu sempre fui pouco atento a essas verdades, mas atualmente tenho a sensação de estar vivendo um período lento e dolorido de reeducação.

Roda de samba no Odomodê

A noite estava muita fria ontem, então decidi dar uma passada no Afrosul-Odomodê, para prestigiar a roda de samba protagonizada pelo Central do Samba, depois houve a apresentação de uma batucada de maracatu, que aqueceu o publico que reverencia a cultura negra. Algumas canecas de quentão com gemada servidas na instituição, também ajudaram a me aquecer. Eu havia experimentado esta versão de quentão com gemada em Curitiba; mas confesso, eu prefiro puro. O Odomodê, grupo carnavalesco que na lingua yorubá significa (jovem, novo, garoto), é o antigo bloco carnavalesco Garotos da Orgia, que faz parte da Afrosul criada 2000 com o objetivo de difundir a cultura negra pelo estado e com sede na Av. Ipiranga 3850- Poa.

SUR O REDUTO DO CANDAMBE

É no bairro Sur em Montevidéu, que se encontram os remanescentes afro descendentes do Uruguai. O bairro fica entre, Palermo e a Ciudad Vieja, dois outros bairros, nas proximidades da avenida 18 de Julio, centro financeiro da capital, limitando-se também ao sul com o Rio da Prata. 
Conta a história, que o bairro se iniciou por volta de 1835, com a fundação de um cemitério construído distante da cidade para evitar o risco de epidemias, com o fim da escravidão no Uruguai tornou-se mais tarde habitado por afro-uruguaios, frutos de miscigenações, que passaram a se concentrarem nas imediações e a reviver a cultura de seus antepassados. Foi nestes rituais que surgiu o candombe, cujo sentido é mais culturalmente de entretenimento do que religioso e posteriormente o tango.


O bairro Sur é composto de casas simples e alguns sobrados que no passado foram suntuosos e hoje apresentam alguma decadência em função da deficiente manutenção e incentivo governamental adequado na preservação desses prédios. Alguns são muito coloridos e grafitados, tornando-se singulares e alegres, no contexto arquitetônico mais austero que compõe Montevidéu. O Sur, tem nas sua características, aspectos que me fazem lembrar de Cuba, tanto na arquitetura desses prédios com fachadas e sacadas trabalhadas, quanto na batida de tambores e nos movimentos e jingas do candombe que lembram a salsa cubana. Os negros trazidos da África através das politicas escravagistas do passado, trouxeram uma bagagem cultural muito forte que com o tempo foi se adequando as realidades culturais ja existentes em cada pais a que serviram, como no Brasil, Argentina, Cuba e Uruguai, e compondo algumas particularidades que se diferenciaram. O candombe tem maior difusão no período do carnaval uruguaio, considerado o mais longo do mundo; São 40 dias de festa com a participação de toda a comunidade, de Janeiro à Março. A comunidade de negros afro descendentes no Uruguai é visivelmente maior do que em Buenos Aires, já que na Argentina os negros foram dizimados em guerras como a da Independência, da Tríplice Aliança e a do Paraguai, além das varias epidemias que ocorreram no país.

Mercado De La Abundancia.

O Mercado De La Abundancia, foi um dos lugares que visitei com meus colegas de curso num dos cinco dias em que estivemos em Montevidéu. Estávamos nesta noite à procura de pizza em metro, o que não encontramos no mercado, então ficamos algum tempo para conhecer seu interior de grande beleza arquitetônica, semelhante ao Mercado Del Puerto, depois fomos embora, já que estava quase vazio, pois a vida noturna dos montevideanos começa acontecer depois da meia noite. O Mercado De La Abundancia é o primeiro mercado da cidade, inaugurado em 1836. Posui em seu interior algumas tendas, onde são vendidas frutas, verduras e artesanatos durante o dia. O mercado também possui restaurantes e outros bares e é a sede do Joventango, um clube que oferece aulas de tango e outras danças populares como a milonga. 
As aulas de tango são diárias e a partir das 19:00 horas (exceto aos domingos) e atende a todos os níveis, inclusive iniciantes. Os valores são inferiores a R$ 15,00. Nas noites de Sexta-feira e Sábado, torna-se também um local livre e de encontro para os uruguaios que desejam dançar tangos ao ritmo de Gardel. O Mercado De La Abundancia fica na região central da cidade, na Calle Lanza 1290 esquina com a San José e diferencia-se do Mercado Del Puerto que funciona somente de dia como pólo gastronômico.


Fun Fun

O Fun Fun é considerado um dos melhores bares de Montevidéu com música ao vivo, possuí apresentação de tango quase todos as noites e é decorado com flâmulas, bandeiras e camisas de times de futebol do mundo inteiro. Apresenta em seu cardápio uma variedade de cervejas, chopes, petisco e a uvita (uma espécie de vermute de uva, muito doce), criado pela casa.
Mas é em função da fama de ter tido como cliente Carlos Gardel, entre outros ícones do tango, que o bar fundado a mais de 100 anos, vive lotado, tendo necessidade de se agendar uma mesa. Como a vida noturna em Montevidéu começa a bombar tarde, é depois das 2 horas da madrugada, quando os turistas ja foram embora, que o bar mostra sua verdadeira face com musicas populares da região como o candombe, uma espécie de salsa uruguaia, deixando o bar ainda mais charmoso. O bar é pequeno, não cabe muitas mesas, o que faz com que muitos clientes fiquem de pé aguardando uma vaga. 
Por garantia é necessário reservar antecipadamente por telefone, 598-2-915-8005 (umas 48 horas antes) ou pelo site Fun Fun. No período de férias, é bom chegar cedo (22h) para se conseguir uma mesa, já que as dimensões do lugar são menores do que a sua procura.

Endereço: Ciudadela 1229, atras do teatro Solis.

Sopa, vinho tinto, alegria e simplicidade.

Sabe do que que eu gosto?.. Eu gosto é de gente simples, lugares simples, com gente alegre, motivada, reunida num objetivo comum, tocando violão, cantando, contando suas historias, bebendo o que gostam de  beber, porque é isto que reúne as pessoas e aquece as relações que se dispersam por outras motivações e compromissos pessoais, que vão surgindo na vida à nossa contra ordem. 
A sopa dessa hoje estava ótima e serviu pra isto, para dar uma trégua, para aquecer a todos no grupo, para motivar a amizade. No final, descobri que estou devendo um churrasco, e a reprise de uma sopa de ervilhas, que prometi não sei quando e acabei esquecendo em função da correria do qual estava envolvido durante meses. Quanto as fotos postadas, foi descaradamente roubadas do Facebook da Ada Barua, para ilustrar este momento.


Esquecer me deixa louco.

Existe uma palavrinha no dicionario da língua portuguesa, que eu literalmente me esqueço sempre que estou fazendo meus textos aqui no blog e preciso dela. Eu não sei o que acontece, mas ela simplesmente desaparece dos meus arquivos mentais e entre algumas é a que mais se incide nesses esquecimentos. Chego a ficar dias sem conseguir lembrar-me da maldita palavra. Já tentei substitui-la por alguns sinônimos, como garantia na hora que me faltar, mas as vezes uma substituição não cabe, não causa o mesmo efeito desejado no contexto da frase. A palavra a que me refiro é VAIDADE, que qualquer ser humano possui mesmo que seja em gotas homeopáticas. Eu acredito não possuir problemas com a vaidade, mas sim com o esquecimento, que em certos momentos "me deixa looouco", como o Kiko do seriado do Chaves.
Mas isto tudo me fez pensar numa outra situação curiosa. Ontem quando encontrei uma tia que mora perto da minha casa e ficamos por longo tempo conversando, eu lhe fiz uma observação que eu acho pelo menos singular, pelo fato de ter passado tantos anos e eu ainda me lembrar disso. Eu deveria ter uns cinco ou seis anos e ainda me lembro do primeiro dia em que meu tio, já falecido, a levou até a minha casa, para ser apresentada para a família. Eu lembro até do dia do casamento deles, o que a deixou muito surpresa. Dá para entender estes artifícios provocados pela memória?..

Cenas de sexo incomum na TV.

Estávamos eu e meu colega no quarto do hotel, quando chegou um terceiro colega. A TV estava ligada num canal curioso onde começou a mostrava cenas de uma prostituta se relacionando com um homem sem braços e aquilo evidentemente nos chamou a atenção. Não era de forma alguma uma cena bizarra, mas meu colega diante da cena que eu chamaria de incomum, imediatamente exclamou numa especie de explosão de surpresa: 
_Mas é um aleijado!..
Nossa aquilo soo mal nos meus ouvidos!..
_Como assim um aleijado?.. _Perguntei em razão das palavras utilizadas, que achei inapropriada e     também discriminatória e não pela cena em si.
_Sim, um aleijado, não tem os dois braços! _Concluiu ele sem me olhar, ainda de olhos fixos e visivelmente escandalizado com as imagens que continuava a passar.
_Sim, uma pessoa com deficiência! _Reforcei para ver se caia a ficha, o cartão, ou qualquer outra coisa que o fizesse acordar para a realidade fora do seu mundinho de normalidades estéticas.
_Sim, que seja, mas é um aleijado, não tem os braços!
_Puta que pariu!.. _Respondi numa reação forte. Não era isto o que eu queria dizer, eu queria dizer muito mais coisas, quem sabe fazer um discurso, mas tem momentos que é mais fácil traduzir-se pela explosão de indignação, do que pela conivência passiva como fez o outro colega havia chegado depo.

No mapa das verdades pessoais.

Eu penso que quando ensinamos alguma coisa para alguém ou para um grupo de pessoas ou levantamos alguns estandartes em defesa de regras ou causas em que acreditamos, nossas atitudes devem servir de exemplo para essas verdades que estabelecemos, caso contrario, haverão de julgar que são inverdades e que existe hipocrisia naquilo que estamos defendendo. Por isso, devemos ser cuidadosos naquilo que divulgamos para não corremos o risco de ficarmos desacreditados. Nem toda a regra por mais bonita que seja é possível seguirmos, como nem todas as causas temos a facilidade em abraça-las e isso cedo ou tarde se revela nas nossas atitude. Antes de defende-las é necessário ter bom senso e sabermos onde nos enquadramos no mapa dessas verdades. Temos que ser democráticos e percebermos que algumas dessas regras e causas, nem sempre servem para todos, talvez nem para nós mesmos.

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...