Um grupo diferente.

Cheguei de Montevidéu em Porto Alegre no Domingo de noite, sendo recepcionado por algumas pancadas de chuva, que ficaram mais fortes durante a madrugada. Não precisava ir ao trabalho na Segunda e mesmo cansado da viagem, fiquei resistindo a o sono e me lembrando que talvez esta viagem tenha sido melhor que a de Curitiba, realizada entre os dias 15, 16 e 17 do mês passado. Curitiba foi uma experiencia ótima, mas, [...] 
A professora acertou em cheio quando me confidenciou que em Curitiba eramos um grupo e que em Montevidéu eramos outro totalmente diferente. 
Também acertou quando disse numa outra ocasião em aula, que não seriamos os mesmo depois destas viagens técnicas, possivelmente por que alem do conhecimento e do aprendizado, perceberíamos outras descobertas pessoais favorecidas pelo meio e as relações que se instalam entre as pessoas num grupo com objetivos semelhantes, porem com métodos diferentes para alcança-los.
Em Montevidéu me senti mais seguro e solto, talvez por já conhecer a cidade e também menos irritado por estar mais desligado de algumas regras impostas que me incomodavam e que as considerava absurdas. Me senti também mais leve, principalmente por ter decidido por desobedece-las de maneira consciente e racional, pois se contrapunham aos conceitos que tenho de civilidade, confiabilidade, maturidade e tudo mais que acredito. O grupo estava realmente diferente e me atrevo a dizer; mais confiante, mais critico e principalmente mais corajoso em demonstrar suas opiniões pessoais que vão se revelando com a maturidade das relações e isto é crescimento.

PRADO EM MONTEVIDÉU.


Eu sabia que não tinha conhecido tudo das outras vezes que estive em Montevidéu, como o bairro Del Prado, praticamente desconhecido pela maioria dos turistas que decidem conhecer a cidade e também diferente de outros bairros como Pocitos caracterizado por uma arquitetura de edifícios com 10 a 15 andares que rodeiam o estuário do Rio da Prata e nele estão localizados vários cafés e restaurantes chiques.
Também ao contrario do bairro Carrasco um dos mais caros bairros em Montevidéu, e que apresenta uma ampla gama de estilos arquitetônicos com algumas casas antigas de classe média-alta da cidade.
Composto de suntuosos palacetes datados do seculo XIX e inicio do XX, ruas arborizadas com plátanos que formam verdadeiros tuneis verdes, Del Prado é uma especie de registro dos tempos em que a cidade vivia seu período de riqueza.


Reduto das famílias uruguaias mais ricas que preferiram ter uma casa de campo no Prado, a uma casa de veraneio na costa do Rio do Prata, o bairro ainda mantém os traços de um período de riquezas e privilégios arrebatados pelas crises econômicas que atingiu o país em décadas passadas. Neste bairro se encontra a rua 19 de Abril, a mais arborizada de Montevidéu, o Jardim Botânico localizado dentro do parque homônimo ao bairro e um Rosedal (jardim das rosas), idealizado pelo paisagista francês Charles Racine.


São quilômetros de espaço verde, transformados em parques cortados pelo arroio Miguelete e para o uso diário de laser da população, que o frequentam em maior numero aos fins de semana. Ainda nas redondezas a magnifica Igreja das Carmelitas, em estilo neo-gótico de encher os olhos de quem passa por seus ricos detalhes arquitetônicos.


Está localizado também nas dependências do bairro, o Rural del Prado, uma propriedade da Associação Rural do Uruguai, onde acontece a maior exposição agrícola do país, onde reúne anualmente centenas de milhares de visitantes e alguns estádios de futebol como: O Jose Nasazzi Park Stadium , Estadio Parque Federico Omar Saroldi e Alfredo Victor Viera Estádio Parque , pertencente ao Atlético Clube Bella Vista ,Clube Atlético River Plate e Wanderers Montevidéu.

Sem tentações.

As compras no Uruguai podem ser atraentes ou não e isto vai depender de pontos de vista do que é caro ou barato e também da profundidade de seu bolso. As mulheres possuem um faro mais afinado para estes conceitos, mas os homens?.. Nossa, somos mais difíceis para sucumbir as tentações do consumismo e não é qualquer coisa ou preço relativamente baixo que nos faz perder o controle e sair gastando dinheiro e acumulando quilos de quinquilharias, mesmo sendo por alguns míseros reais convertidos em pesos. 
Não achei os preços atraentes nos free chopes do Chuy, embora tenha percebido uma boa oferta de roupas de lã, consideradas de boa qualidade no Indian Emporium em Punta Del Este, que as mulheres se jogaram enlouquecidas logo que viram. 
Os casacos de lã que aqui no Brasil certamente estão com preços entre R$ 250,00 á R$ 400,00 - no Uruguai, estavam sendo vendidos por R$ 98,00 à R$ 150,00, mas como só eram peças  exclusivamente femininas, deixei pra lá; Acabei comprando uma boina de lã, numa outra lojinha bem popular e um cortador de unhas no Chuy que eu estava em falta.

EL MILONGÓN EM MONTEVIDÉU.




Na Sexta Feira a noite, foi a vez de conhecermos o El Milongón, Bar Restaurante que oferece a seus visitantes uma amostra da tradição e da Cultura do Uruguai, através da musica e coreografias em forma de candombe, tangos, milongas e outras musicas folclóricas.



O show começa com candombe, que é a manifestação mais significativa da cultura afro-montevideano. No ritmo de três tambores, (o tambor piano, o tambor chico e o tambor repique) vários personagens representativos aparecem num cortejo que é conduzido pelo Escobero, em geral um jovem que tem a função de arauto (mensageiro/ anunciador); o mestre dos tambores, conhecido como gramillero (bruxo ou curandeiro) sempre acompanhado de sua mama velha, uma mulher vestida de trajes coloridos e com um leque à mão que representa a velhice, a sabedoria e a bondade. É uma apresentação curta, mas depois retornam para finalizar o show. 


Na hora do tango e da milonga, uma orquestra ao vivo, faz-se ouvir a o som do bandoneon, enquanto um casal de cantores apresentam musicas populares como as composições de Gardel e outros compositores conhecidos; Ora juntos ora separados e acompanhados ou não de dançarinos de tango sobre o palco, que ajudam a aumentar a coreografia e o clima de emoções. O ponto alto foi quando o cantor de tangos Gabriel Scarone, solicitou ajuda da platéia para fazer o refrão do conhecido tango "Por Una Cabeza", de Gardel. 


No contexto do espetáculo foi mostrado também um show de musicas Charruas, onde bailarinos demonstravam suas habilidades com tambores, boleadoras e punhais de fogo, que eu achei fraco. Quase no final do espetáculo, o Candombe retornou com um numero maior de dançarinos e um cantor, que convidavam a plateia a participarem da dança cheia de requebrados que me fez lembrar de Cuba. O show tem a duração de aproximadamente 2 horas e os preços são cobrados em dólar: 35 dólares por pessoa para assistir somente o show, 77 dólares para jantar e assistir ao Show e 97 dólares para o jantar e assistir ao show mais transfers. Foi divertido!

OS MOSAICOS ANONIMOS DE MONTEVIDEU

Eu estava caminhando pelas calçadas de Montevidéu, em particular no Centro Histórico, quando me chamou a atenção um pequeno mosaico de cerâmicas coloridas que se destacava dos demais ladrilhos hidráulicos padronizados nos passeios públicos.
A professora Regina, guia de turismo, percebendo a minha curiosidade à respeito, o que inclusive me fez parar varias vezes para fotografa-los, por se destacarem de todo o conjunto cinza da calçada, por seu remendo colorido, me informou que se tratava do trabalho feito por um anônimo, que durante a noite percorre as principais ruas da cidade, substituindo os ladrilhos quebrados e soltos, por esses pequenos mosaicos coloridos, dando uma nova e moderna estética ao passeio.
Logo me veio a cabeça, os trabalhos de Selerón, artista plástico chileno, que adotou o Brasil como moradia e que enfeita as escadarias da Lapa, no Rio de Janeiro onde mora, com seus mosaicos modernos e coloridos.

Era um casa muito engraçada...


Eu gosto demais de visitar a Casapueblo quando vou a o Uruguai e ficar apreciando detalhadamente aquela construção que se transformou numa especie de cidade escultura e que inclui museu, atelie, hotel e pelo menos beber um cafe olhando demoradamente toda aquela magnifica paisagem de Punta Ballena.

A exótica construção de Carlos Paéz Vilaró, iniciou a o redor de uma casa de lata chamada de La Pionera, onde seu desenho e estilo lembram as construções mediterrâneas, embora seu construtor refere-se a o Forneiro, um pássaro tipico do Uruguai.


Durante a visitação, um vídeo conta toda a historia do lugar, a vida do artista pelos diversos países que visitou, premiações e sua relação de amizade com pessoas famosas como o poeta Vinicius de Moraes, Brigitte Bardot, Pelé, Toquinho, Robert de Niro, Omar Sharif, Alain Delon, Fidel Castro, Astor Piazzola, Salvador Dalí e Pablo Picasso. Também é feita uma homenagem a Carlos Miguel, (filho do artista), um dos sobreviventes do Vôo 571, que caiu na Cordilheira dos Andes em 1972.


Vilaró é um artista que sempre demonstrou interesse pela cultura afro-uruguaia e isto esta imprimido em seus trabalhos. Conhecedor do Candomblé e outras danças africanas, compôs algumas peças musicais. Em 1956 foi convidado pelo Museu de Arte Moderna de Paris para expor alguns de seus trabalhos e em 1959 produziu um mural para o túnel que levava ao novo anexo para a Organização dos Estados Americanos em Washington, chamado de "Raiz da Paz", medindo 155 metros de comprimento por 2 de largura.



A casapueblo levou mais de trinta anos para ser construída e dizem que a musica "A Casa", cantiga de ninar, conhecida na voz de Vinicius de Moraes e Toquinho, refere-se a Casapueblo do artista.



Museu do Lápis e quinquilharias.

Depois de retornar de Colonia de Sacramento, no final da tarde de hoje, nossa instrutora e a guia daqui de Montevideu, nos levou para comhecer o Museu do Lapis em Colonia, que parece ter ganhado o premio ou algum destaque mundial, por ter sido o unico na modalidade. Alem da infinidade de lapis de tudo quanto e tamanho, existe tambem no acervo, chaveiros, cinzeiros e vidros vazios de perfume usados e colecionado pela mulher do colecionador que tambem entrou nesta historia de fazer coleções. Eu particularmente não achei graça em apreciar aquela parede lotada de quinquilharias, como também não gostei das geleias que comercializam no predio anexo. Uma coisa tem que se dar a mão a palmatoria, tem gente que consegue fazer destaque e dinheiro até mesmo com um hobby como este. 

Frio oriental.

Nesta manhã de Sábado os termômetros estão marcando 3 graus aqui em Montevidéu e já são 8 horas da manhã e ainda está escuro. Isto quer me faz pensar, que durante a noite ou na madrugada a temperatura deve ter caído ainda mais. É perceptível que anoitece mais rápido pra essas bandas orientais de cá, assim como custa muito mais tempo para amanhecer. Bem dita calefação do hotel London.

A ultima Viagem Técnica.

Muito Bem, mala pronta, maquina de fotografar e voucher na mão, para mais uma etapa a ser cumprida, desta vez em Montevidéu. Espero que alem dos compromissos necessários na formação do curso possamos relaxar mais, apreciar com maior liberdade os atrativos que disponibiliza o lugar. No meu entender, cada pessoa possui uma técnica pessoal de captar e assimilar aquilo que vê e ouve, transformando esses sentidos em informação e conhecimento. No meu caso, as coisas tem de ser light, divertida, mas com seriedade, sem pressão e afoitamento.
Ah, preparei uma animação para apresentar para os colegas durante a viagem, caso eu seja sorteado para faze-la. Serei o Bebe Liberato, primo do apresentador de TV Gugu Liberato, onde selecionarei entre o grupo, 5 ou 6 pessoas que mostrarão alguma de suas habilidades, seja cantando uma musica, declamando uma poesia ou mesmo contando uma piada. O restante dos passageiros serão os juízes que classificarão e darão a pontuação do primeiro a o ultimo colocado. Os prêmios oferecidos serão objetos sem valor, do qual elaborarei uma história fictícia e bem humorada valorizando excessivamente a importância de cada objeto; Por exemplo, um livro de Receitas oferecida por Ana Maria Braga do Programa Mais Você, um balão feito de luva de látex doado pelo SAMU de Porto Alegre, um barquinho de papel confeccionado pelas velhinhas neuróticas e drogaditas da SPAN, uma rolha de champanha francesa enviada por Chiquinho Scarpa, da sua ultima festa, 2 pesos Argentinos para serem trocados na casa de cambio do Uruguay e um isqueiro sem chamas cuja a utilidade serveria apenas para ascender o fogão na hora de uma emergência.
Espero conseguir fazer uma postagem a cada dia que eu estiver por lá, caso não consiga, contarei na volta, tudo o que aconteceu por lá

CONSERVATÓRIA.



Minha busca incessante por lugares novos para conhecer, me fez cair em alguns sites que destacaram uma cidade na serra fluminense chamada Conservatória. A cidade é considerada a capital mundial da seresta, uma típica e pacata cidade do interior do Rio de Janeiro, que nas noites de sexta feira, é invadida por um magico clima de poesia e serenatas em celebração a cultura brasileira.


Suas ruas estreitas e de construções antigas, possuem endereçamento não por números, mas por nomes de musicas. Conservatória, foi palco de muitas novelas da TV Globo e inclusive estimulou o ator Fabio Assunção a realizar uma exposição de 38 fotos sobre a Ponte dos Arcos, monumento histórico da cidade, de 12 metros de altura, construída por escravos no século passado e que também serviu de caminho na região para o escoamento do café.


Como chegar até lá?
Partindo do Rio de Janeiro deve-se seguir pela Dutra até o km 236, em Piraí, pegar a estrada para Barra do Piraí. São 14km até a BR 393, onde pegará a estrada para Conservatória e percorrerá mais 26 km.
Quem vem do Estado de São Paulo deve seguir até Barra Mansa, no Estado do Rio de Janeiro e utilizar a saída 265, pegando a BR 393, em direção a Três Rios. Seguir por 47 km até o acesso a Barra do Piraí, onde também pegará a estrada (à esquerda) para Conservatória. São mais 26 km.
Para os turistas que vem de Minas Gerais, utilize a BR 040 (Rio- Belo Horizonte) até o acesso à BR 393 em Três Rios e siga em direção à Barra do Piraí. Serão 84 km até o acesso à estrada que leva à Conservatória.


DE ÔNIBUS
A empresa que atende à região do Vale do Café é a Normandy. Para Conservatória, sai um ônibus, às sextas-feiras, às 20h15, com parada na rodoviária de Piraí e de Conservatória. O valor da passagem é R$ 28. Já se o destino for Valença, a empresa coloca mais opções de horários. Da Rodoviária Novo Rio saem ônibus de segunda a sábado, às 6h, 8h, 10h, 13h, 15h, 16h, 17h *, 18h, 19h30, 20h30. Aos domingos, saem ônibus às 8h, 12h, 14h, 16h, 17h, 18h, 19h30, 20h30. O valor das passagens varia: R$ 30,33 ou R$ 43,63 (com ar condicionado e banheiro). A empresa cobra o valor da passagem por trecho. Assim, quem viajar apenas até Piraí, tem desconto. *(ver preços atuais)

* horário não disponível aos sábados

Para Vassouras, os ônibus saem da Rodoviária Novo Rio, de segunda a sábado, às 6h, 9h, 12h, 15h30, 18h45 e 20h30, e aos domingos, às 6h, 12h, 18h45 e 20h30, e do Terminal Menezes Côrtes, apenas nos dias úteis, às 18h15. O valor da passagem, nas saídas da rodoviária, também é cobrado de acordo com o trecho. A passagem até Vassouras sai por R$ 22,93 e R$ 32,58 (ar condicionado). O ônibus faz paradas em Mendes, Paulo de Frontin e Paracambi e, para essas localidades, o valor das passagens tem desconto. Se preferir sair do Menezes Côrtes, a passagem custa R$ 23. *(ver preços atuais)

NORMANDY
Tel.: (21) 2263-9424


Psicodelismo.

Hoje um amigo veio até a frente da minha casa, mostrar-me sua nova aquisição para promover ainda mais seu gosto por viagens, tratava-se de uma Kombi que é seu grande sonho, para realizar turismo e passeios entre amigos. Eu gostei da Kombi, embora tenha lhe sugerido que a grafitasse, acho que daria um "It" a mais, a exemplo desta foto que ficou muito legal.
Se o medo é de ser parado a todo o momento nos postos de fiscalização por causa do psicodelismo, uma Kombi de cor azul marinho, que é sua cor origina e cheia de jovens, por si só já chamaria a atenção, não é mesmo?

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...