MilagreeeeEEE
A beatificação do Papa João Paulo II foi para mim, tão apropriada como arrancar os dentes as pressas e colocar uma dentadura, evitando assim o trabalho e tempo que requer o tratamento de toda a arcada dentária e seus dentes podres que subentende-se a (igreja) desacreditada por escândalos financeiros e processos contra padres pedófilos por todo o mundo ainda não resolvidos.
Nada mais confortável para desviar a atenção de seus fiéis pelo mundo e da sociedade em geral, do que um milagre recebido por uma freirinha francesa que conta o desaparecimento dos sinais de sua doença, mal de Parkinson, após ter rezado junto a o túmulo do pontífice. Já o presidente peruano, Alan García, afirmou que a morte de Osama Bin Laden é o "primeiro milagre" do Papa beatificado. P.. q.. p..!..
ROBERTO EU E AS AMEIXAS.
Anázea era o nome de uma vizinha, que morava do lado da casa de minha avó e que era mãe de dois filhos: Sueli e Roberto. Sueli era a mais velha e se diferenciava em pelo menos 10 anos da idade de Roberto que brincava diariamente comigo. Éramos crianças e tínhamos pelo menos uns 8 ou 9 anos de idade.
Roberto, apanhava todos os dias de sua mãe, eram surras ora mais e ora menos violentas, mas sempre apanhava. Havia dias em que chegava a ser surrado duas ou mais vezes, por somente responder com desatenção, característica de qualquer criança hiperativa nesta idade; Mas nestes tempos não se sabia muito sobre hiperatividade...
Da minha casa eu ouvia seus gritos e pensava que talvez fosse necessário tudo aquilo e que somente eu era poupado de castigos como estes, por ser um guri mais calmo e disciplinado.
Quando crianças, não temos muito discernimento do certo e do errado e então pensamos que qualquer violência é de nosso total merecimento.
Disciplina era uma coisa que eu achava que Roberto não tinha e que por mais que apanhasse, voltava sempre a repetir seus erros e brincar com toda a energia e agilidade que lhe sobravam depois das surras e como se nada tivesse acontecido.
Meu conceito com relação a educação e castigos modificou-se, quando Roberto ficou por mais de uma semana sem aparecer para brincar. Eu o chamava por cima da cerca, sem obter qualquer resposta. Seu silêncio passou a ter em mim, muito mais do que a preocupação de isolamento e de não ter com quem brincar, mas o medo de nunca mais vê-lo.
Dias depois reapareceu com um dos olhos roxo e inchado e um dos braços enrolado em ataduras, dizendo ter levado um tombo no pátio. Deste dia em diante, passamos a brincar, sem fazer muita arruaça e quando sua mãe histericamente gritava por seu nome, saia de cabeça baixa resignado em sua direção, sem opor-se a nada do que ela dizia.
Quando crianças, não temos muito discernimento do certo e do errado e então pensamos que qualquer violência é de nosso total merecimento.
Disciplina era uma coisa que eu achava que Roberto não tinha e que por mais que apanhasse, voltava sempre a repetir seus erros e brincar com toda a energia e agilidade que lhe sobravam depois das surras e como se nada tivesse acontecido.
Meu conceito com relação a educação e castigos modificou-se, quando Roberto ficou por mais de uma semana sem aparecer para brincar. Eu o chamava por cima da cerca, sem obter qualquer resposta. Seu silêncio passou a ter em mim, muito mais do que a preocupação de isolamento e de não ter com quem brincar, mas o medo de nunca mais vê-lo.
Dias depois reapareceu com um dos olhos roxo e inchado e um dos braços enrolado em ataduras, dizendo ter levado um tombo no pátio. Deste dia em diante, passamos a brincar, sem fazer muita arruaça e quando sua mãe histericamente gritava por seu nome, saia de cabeça baixa resignado em sua direção, sem opor-se a nada do que ela dizia.
Roberto, eu e tudo a nossa volta havia mudado, até nossa técnica louca de arrancar as ameixas dando saltos pelo pátio.
Roberto, eu e os filhos bonitos do vizinho.
Roberto e eu ficávamos atrás da cerca, olhando para os filhos de nossos vizinhos brincarem em seu pátio redoma e nós em total silencio. Não era um silencio para não sermos descobertos, mas de encantamento pelas brincadeiras, que ao menos pra mim, pareciam muito mais divertidas. Eles enquanto brincavam, nos ignoravam, fingiam que não estávamos ali, na presença de seus olhos observando tudo atentamente. Era como se estivéssemos invisíveis por traz da cerca, como se não existíssemos. Nós em contra partida, permanecíamos em nosso posto de observação com o coração na boca, fazendo torcida e implorando alguma atenção que não recebíamos por ser-mos totalmente ignorados. Não percebíamos que estávamos sendo humilhados e que não éramos aceitos embora só quiséssemos participar da brincadeira.
Um dia ouvir minha avó falar para alguém, que éramos descriminados por aqueles vizinhos pela cor da nossa pele e então fiquei pensando, me Esforçando para entender o que não é possível entender. Como nunca consegui, foi melhor parar de admira-los com toda a força que eu possuia, fingindo não enxerga-los.
O fim do carrasco de Roberto
Depois de muito tempo batendo em Roberto, dona Anázea descobriu estar doente e passou algumas semanas num hospital. Quando voltou para casa, as poucas vezes que a vi pelo pátio diminuíram ainda mais, até somente vê-la deitada num caixão como meu avô, que foi velado sobre a mesa da sala.
Havia contraido uma tipo de câncer, que a deixara impossibilitada sobre a cama, fazendo-a gritar noite e dia de dor, mesmo sob efeito da Morfina, até a sua morte.
Seus gritos e gemidos eram ouvidos por quase toda a rua, que se penalizavam e diziam orarem por sua reabilitação.
Neste período, Roberto fora mandado para casa da irmã já casada e só reapareceu no dia do enterro.
Neste período, Roberto fora mandado para casa da irmã já casada e só reapareceu no dia do enterro.
Durante a cerimônia de encomenda da alma de sua mãe, não ficou presente na sala, preferiu caminhar pelo pátio, debaixo das arvores à procura de ameixas maduras que gostavamos de comer.
Um marco histórico
Enquanto estamos dormindo, ou sentados no vaso sanitário de nossas casas, forças externas estão trabalhando em prol de nossas vidas!
Esta frase me acompanhou na infância e por longos anos da minha vida, como uma verdade dita inúmeras vezes por meu avô sentado em volta da mesa na hora do jantar e ainda percebo me causar algum efeito interno, mesmo causando hoje muitas dúvidas. Quando ele falava isto, não se referia apenas aos aspectos espirituais, onde pregava que enquanto se pecava no mundo, pessoas de espiritualidade elevada, rezavam para amenizar nossas culpas, mas também das grandes estratégias políticas e militares, capazes de trabalhar noite e dia para defender o mundo, em troca de dar as cartas e assim ter o poder de decisão sobre o destino das pessoas.
Meu avô era Getulista nato e assim defendia o poder de Deus no céu e de Getulio Vargas na terra, como um homem abençoado. Pra ele não existiu, nem nunca haveria de existir melhor governante que Getulio.
Mas essa frase dita por meu avô, já a muitos anos falecido, foi despertada hoje em mim, com a mesma sensação que eu experimentava quando ainda era guri, ao saber da morte de Osama Bin Laden, no domingo, por operações secretas americanas no Paquistão. Quando eu soube da noticia, foi como se meu avô fosse entrar por uma porta qualquer e repeti-la com a mesma veemência, que sempre fazia e ainda frisar que foi num domingo, enquanto a maioria das pessoas descansavam. Isto deve me causar algum tipo de culpa, implantada por ele.
Nossa, é realmente inacreditável aceitar, que o homem que burlou por tanto tempo a inteligência americana tenha sido morto, não importa em que situação e condições. Parece uma informação forjada, para enganar bobos, (um morto sem corpo, um corpo jogado no mar...)
Eu lembro de ter lido a muito tempo sobre Bin Laden, na Revista Seleções, considerado o homem de maior ameaça aos americanos e que na época, já vivia escondido em cavernas planejando destruições e ameaçando o mundo. Com o passar do tempo seu poder foi aumentando de tal forma a chegar ao fatídico 11de setembro, com morte de centenas de pessoas inocentes, fato que o mundo jamais esquecerá e se mantém de sobre aviso.
Hoje o Jornal Nacional terminou sua edição, informando que sua morte foi um marco histórico e é verdade. Se meu avô ainda estivesse vivo, talvez ficasse quieto e sacudindo a cabeça como quem fala apenas em gestos: _Alguém tinha de fazer isto, para que dormissemos com mais tranqüilidade!
Será?...
Será?...
Situ Ações
Depois de algumas frases isoladas, que me pareciam presas em sua garganta e tantas procuras no horizonte escuro, diante da minha janela, senti que algo não estava bem, embora não soubesse o que realmente incomodava minha amiga.
Depois sentados na beira da cama, ela segurou minha mão com firmeza e disse com os olhos vermelhos: _Que bom que tu existe!
Teria ela se constrangido por alguma situação adversa no passeio de ontem?.. Afinal o mundo é tão cheio de armadilhas, que não estamos preparados nem para vomitar-mos depois!..
Trastevere
A cidade é moderna
Dizia o cego a seu filho
Os olhos cheios de terra
O bonde fora dos trilhos
A aventura começa no coração dos navios
Pensava o filho calado
Pensava o filho ouvindo
Que a cidade é moderna
Pensava o filho sorrindo
E era surdo e era mudo
Mas que falava e ouvia.
Dizia o cego a seu filho
Os olhos cheios de terra
O bonde fora dos trilhos
A aventura começa no coração dos navios
Pensava o filho calado
Pensava o filho ouvindo
Que a cidade é moderna
Pensava o filho sorrindo
E era surdo e era mudo
Mas que falava e ouvia.
Milton Nascimento
Tentativa de suicídio
Mais do que chamar a atenção do marido, ela queria sentir pena de si mesma e por isto tremia sobre a cama e dizia palavras desconexas em prantos.
Havia tomado algumas doses de uma bebida forte e mentiu ter ingerido comprimidos para morrer, que permaneciam intactos na cartela dentro do armário.
Somente eu e ela, sabíamos que era uma encenação e que talvez fosse sua unica chance de provocar alguma emoção diferente nos presentes e em si mesma naquele final de Domingo, sem perspectivas...
UMA CIDADE DO MEU INTERIOR- MOSTARDAS.
Cidades do interior me fazem bem, acomodam minha alma. Voltar a passear por estas ruas na pequena cidade de Mostardas na Quinta-feira, me causou uma grande sensação de conforto e bem estar. Era como se eu estivesse voltando pra casa depois de algum tempo, longe.
Minha visita foi alem do reconhecimento geográfico e turístico do lugar, mas o encontro de meu passado, agregado na cidade e sua historia que já visitei antes.
Toda a história tem algo de nós, guardado nas sobre-linhas do tempo, nos telhados das casas antigas, nas sombra das árvores das praças, no carrinho de cachorro-quente da esquina, nas particularidades e olhares das pessoas que cruzamos nas ruas, nas relações que se constroem com o meio onde estamos.
Não importa, em qualquer lugar podemos criar laços fortes com pessoas e objetos que nunca vimos antes. Este talvez seja um dos mistérios contidos em nossa emoção,.. não sei..
Mesmo eu tendo nascido numa cidade maior, é notório os hábitos e sentimentos em comum, com as pessoas que moram mais distantes e que parecem não ter nada haver comigo, mas que na verdade tem e muito.
Não existe separação quando se trata de emoções humanos, tudo se agrega a um laço comum, que por vezes não compreendemos, somente sentimos. O que talvez ganhamos em modernidade e outros recursos de facilitação, nos grande centros, perdemos na simplicidade, na gentileza e bondade para as pessoas do interior. Seria este o elo de agregação que me fisga para esta intimidade?.. Por vezes volto mais triste desses passeios como se perdesse parte de mim, porem mais intimísta, mais completo, mais esperançoso de vida, de tudo...
Os Marrecos brancos de um lago desconhecido
É, foi na estrada que cruzei por eles, um grande bando de marrecos brancos, havia mais de cinquenta deles, com seus olhinhos redondos a me observarem desconfiados de dentro de um lago desconhecido. Os marrecos e eu temos esta relação de desconfiança recíproca à espera de um posivel ataque de surpresa. Apesar de não serem agressivos com os gansos, me causam certa aflição que só alivia depois de imagina-los assado num refratário enfeitado com frutas e farofa de milho temperada. Este é um recurso que uso, para firmar minha superioridade sobre eles.
Tenho alguns conhecidos cujo a atitude, o movimento dos olhos, e o tom da voz, me lembram de marrecos. Estes não adianta imagina-los assado num refratário, por que simplesmente não me apetecem e me perecem mais inofensivos.
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