Alguém me disse que não lia meus textos por que eu escrevia demais e que assim não dava para acompanha-los. Eu achei isto, uma destas desculpas esfarrapadas para esconder o verdadeiro motivo camuflado e que poderia ser: "... Não me interesso!.. Acho-os sem graça!... Não gosto de ler!... Não tenho tempo pra isto!, etc.., etc...". E então fiquei pensando que realmente escrevo bastante e este "bastante" se repete quase todos os dias e que vai de reflexões, informações diversas, comentários de coisas que me chamam a atenção, algum humor e abóbrinhas. Não consigo conceber a ideia de ter um blog e não escrever nele, pois como já disse tenho uma relação que se firma na necessidade de por pra fora aquilo que sinto, vejo e penso e um blog no momento é o melhor veiculo que encontrei para isto. Não tenho preocupação de ser brilhante naquilo que escrevo e muito menos ser coerente, mas ser verdadeiro e isto recai no risco muitas vezes de ser infantil, ridículo e mal resolvido. Escrever significa expor-me e enviar parte de mim para alguma plataforma pessoal visivel e acessivel que se difere do interiorizar-se e depois observar, analisar, descobrir e talvez seja isto que procuro, respostas, resoluções com estas buscas. Bom, como individuo em eterna necessidade de entendimento que sou, acho que todas as investidas devem levar-me à algum lugar e que tudo pode ser experimental na vida inclusive um blog cujo o amanhã pode perder sua importância. Até que se estabeleça alguma certeza e então eu mude de ideia, continuarei por aqui jogando tudo que vem à cabeça como uma forma de auto reconhecimento e a sensação de realização e compreensão de minha essência.
Antes das 7
Eu estava indo para o trabalho e não era sete horas da manhã quando parei o carro numa faixa de segurança em que o semáforo tinha fechado. Haviam algumas pessoas nas paradas de ônibus, e o tráfego no meu sentido ainda era calmo naquela hora. Mas parei o carro e eis que cruzou uma senhora de uns setenta e poucos anos, com três cachorros pequenos nos braços e mais dois maiores, seguros pela guia. Os cãezinhos pareciam assustados e entrelaçavam-se nas pernas da mulher. Os outros três muito pequenos, escalavam o seu pescoço e lhe lambiam o rosto carinhosamente dando-me a sensação de que a qualquer momento se desequilibrariam e cairiam no chão. Fiquei surpreso com esta cena que não é normal nos meus dias e pensando nestas trocas de aféto entre pessoas e animais que se adaptam tanto pela convivencia com seus donos, que se tornam quase humanos. Pareciam crianças protegidas no colo de sua mãe, vivendo um dia que para eles parecia tão diferente quanto se parecia para mim.
Por quê?
Tem algo me incomodando que não sei o que é, e isto me desconcentra e me deixa alheio as situações que antes envolveria-me de entusiasmo e prazer. Estou aflito com esta sensação estranha de que nada mais venha fazer sentido na minha vida, de que minhas palavras, sentimentos e atitudes não sejam mais compreendidas e transformem-se num emaranhado de gestos mudos, sem vida, sem significado algum e que por fim acabe qualquer tipo de comunicação e entendimento e tudo passe a ser tão superficial e permanente como me parece ser a morte.
Silencio
Nesta madrugada depois que a chuva caiu impetuosa, a cidade parecia morta, numa quietude anormal, sem pessoas ou carros nas ruas e alguns bairros em total escuridão. Eu calado, observava tudo e parecia mergulhar em pensamentos desconectados com uma musica que tocava longe ou então dentro de mim. Tem vezes que tudo parece cair num profundo silencio, cuja explicação não se acha, não cabe em nenhum espaço, não se entende, causando uma certa inquietação e melancolia...
"Agua de beber, bica no quintal.
Sede de viver tudo.
E o esquecer era tão normal. Que o tempo parava.
E a meninada respirava o vento, até vir a noite.
E os velhos falavam coisas dessa vida.
Eu era criança, hoje é voce.
E no amanhã nós..."
Milton Nascimento
Ai, ai, ai,ai, tá chegando a hora!
Foram quinze dias, de descanço do trabalho e a possibilidade que somente o tempo disponibiliza, o de fazer coisas que normalmente não faria se estivesse trabalhando. Não pude fazer longas viagens, mas fiz planos e compensei com passeios pela cidade como visitar a Feira do Livro e lugares históricos, ir a shows, festas, churrascos, bate papo em bares na noite, rever amigos já esquecidos. Possibilitou-me também revisar minha caixa preta e descobrir que ela é cheia de pequenas gavetas e estas, com minusculas divisões que revelam intenções boas e más, pontos que se contradizem e se contrapõe a mim mesmo, tornando-me tão dual quanto a minha propria natureza e meus principios.
Riponguice
Uma amiga escrafunchando algumas peças de roupas nos cabides de uma loja alternativa aqui em Poa, olhou para uma saia colorida e disse: _Esta não dá, ta muito riponga!.. _Então demos gargalhadas e lhe perguntei o que intuitivamente já sabia o que ela queria dizer: _Como, riponga, o que quer dizer?
_É este estilo aqui! _ disse mostrando-me uma saianha preta com aplicações coloridos.
_Aquele estilo hippie que não combina com nada, meio estravagante, que foge, destoa!..
Talvés quisesse dizer que foge dos padrões mais aceitaveis, mais elegantes e combinativos.
Em casa fui em busca de uma definição maior desta palavra para matar minha curiosidade e encontrei alguns conceitos. No http//wikicionario riponga é mulher feia, mal vestida, (pejorativo) hippie, o que eu descordo plenamente pois não se pode classificar uma pessoa como feia somente por estar usando um estilo de roupa. Uma pessoa feia pode se manter feia com outros estilos e ser feia é um atributo da pessoa e não da roupa que esta usando. Numa pagina de perguntas e respostas do Yahoo uma internauta colocou em pauta no chamado fórum "tira dúvidas" a seguinte questão:
_Qual a diferença entre riponga, baranga, chibunga e mocréia?
Logo abaixo vinha a resposta de outra internauta, considerada a mais coerente das informações postadas:
_A riponga é a garota hippie, a riponga pode ser chibunga, baranga e mocréia essas outras três acho que quer dizer a mesma coisa, que é feia, horrorosa, descompensada e outras coisinhas mais!...
Portanto conclui que, riponga é o estilo hippie de se vestir, apenas um estilo que agrada uns e não agrada outros! As combinações feitas com acessórios, como bolsas, calçados, colares etc., dentro de um estilo próprio, podem também dimensionar o grau de riponguice, transformando a pessoa de uma simples riponga, numa hippie chique ou um ser completamente fora da casinha e daí ser facilmente taxada de baranga, chibunga, mocréia. Afinal moda me parece algo pessoal e intuitivo e se usado com bom senso, não infringindo regras, fica dificil de errar e assim ser confundida. Para as ripongas sobram talvés homens Bichos grilos, para as hippie chiques os de bom gosto, as outras só Deus sabe!..
_É este estilo aqui! _ disse mostrando-me uma saianha preta com aplicações coloridos.
_Aquele estilo hippie que não combina com nada, meio estravagante, que foge, destoa!..
Talvés quisesse dizer que foge dos padrões mais aceitaveis, mais elegantes e combinativos.
Em casa fui em busca de uma definição maior desta palavra para matar minha curiosidade e encontrei alguns conceitos. No http//wikicionario riponga é mulher feia, mal vestida, (pejorativo) hippie, o que eu descordo plenamente pois não se pode classificar uma pessoa como feia somente por estar usando um estilo de roupa. Uma pessoa feia pode se manter feia com outros estilos e ser feia é um atributo da pessoa e não da roupa que esta usando. Numa pagina de perguntas e respostas do Yahoo uma internauta colocou em pauta no chamado fórum "tira dúvidas" a seguinte questão:
_Qual a diferença entre riponga, baranga, chibunga e mocréia?
Logo abaixo vinha a resposta de outra internauta, considerada a mais coerente das informações postadas:
_A riponga é a garota hippie, a riponga pode ser chibunga, baranga e mocréia essas outras três acho que quer dizer a mesma coisa, que é feia, horrorosa, descompensada e outras coisinhas mais!...
Portanto conclui que, riponga é o estilo hippie de se vestir, apenas um estilo que agrada uns e não agrada outros! As combinações feitas com acessórios, como bolsas, calçados, colares etc., dentro de um estilo próprio, podem também dimensionar o grau de riponguice, transformando a pessoa de uma simples riponga, numa hippie chique ou um ser completamente fora da casinha e daí ser facilmente taxada de baranga, chibunga, mocréia. Afinal moda me parece algo pessoal e intuitivo e se usado com bom senso, não infringindo regras, fica dificil de errar e assim ser confundida. Para as ripongas sobram talvés homens Bichos grilos, para as hippie chiques os de bom gosto, as outras só Deus sabe!..
Não posso perder!!
Ontem á noite aconteceu o show imperdível de Martinalia no Opinião que eu não fui por outros compromissos marcados e falta de "didinho" mesmo. O bar Opinião é uma das, senão a mais importante casa de Shows de Porto Alegre, criado em 1983 por dois estudantes universitários e que abriga cerca de duas mil pessoas. Ao longo de sua existência, já sediou apresentações de grandes nomes da música como: Deep Purple, Bob Dylan, Yes, Jethro Tull, Mercedes Sossa e outros. Dia 20 de Novembro às 22 horas é a vez de Maria Gadú que virá a Porto Alegre pela primeira vez, para a estreia de lançamento de seu disco pela Som Livre. Não dá para perder!!
OLHOS FECHADOS E HOMEM DE ÓCULOS
Relações Confusas
Disseram-me que as relações não se acabam, elas apenas se transformam em outras relações maiores ou menores e mudam de nome e então posicionamo-nas de acordo com o grau de importância na nossa vida. Ontem ao acaso, encontrei na rua uma pessoa da qual eu pensava que tínhamos uma grande amizade por nos relacionar-mos muito bem no passado e que por pequenas divergências terminei por afastar-me, acreditando que na época ela tinha tido uma atitude que eu achava não ser correta comigo. Insatisfeito com o que eu nunca esperava ter acontecido, decidi dar um tempo o que se prolongou por mais de dez anos. Sempre que nos encontramos, trocamos sorrisos e gentilezas mas que no fundo percebo algum ressentimento que ficou e que mascaramos ora em pequenas explosões de alegria contida, freada, ora em pequenas atitudes de inibição, comandadas por um sentimento maior de orgulho ou qualquer coisa como "não dar o braço a torcer". Assim esta amizade antes maior, passou a ser menor ou outra coisa que não sei o que é, marcada de um certo desconforto causado por um desentendimento nunca esclarecido e que não me importei de dar nome, tranformando-se numa relação confusa e cheia de cuidados.
Velhas novidades
Acordei surpreso ao observar pela janela do quarto que o dia nasceu cinzento e com possibilidades de chuva. Virei-me na cama e liguei a TV com a noticia da chegada de Madona ao Rio, a confusa expulsão e reintegração da agora famosa universitária na Uniban, visual novo nos cabelos de Ana Maria Braga, acidentes, assaltos, balas perdidas. Nossa, como as coisas se repetem e o que parece novidade, já é tão conhecido que tem cara de velho! Desliguei a TV e resolvi continuar a dormir!
Melopéia de Arame
Fui assistir o show do Melopéia de Arame no espaço -Elis Regina na Casa de Cultura Mario Quintana. O grupo possui um repertório rico e singular, surpreende por mostrar algo diferente do que estamos acostumados a ouvir e que por vezes cai nas banalidades musicais. Com arranjos artesanais, passeiam por ritmos como baião, funk, milonga, blues e tantas outras influencias musicais. A banda teve início em 2006 quando Leandro Rodrigues e Michelle Cavalcanti se encontraram nos corredores da graduação em música da Universidade Estadual do RS. Dali em diante, a sensibilidade e criatividade mutuas deram-se as mãos e voz surgindo a necessidade de por prá fora o que alma inquieta precisava dizer. O casamento sonoro foi inevitável e resultou em diversas canções e a certeza de que experimentando mais sons chegariam a um resultado satisfatório. Depois foi a vez do baixista João Rocha e do percussionista Jeferson Moreira aderirem a o grupo. Estava formada a melopéia que é a arte de musicar poesia.
"Ver Michelle no palco cantando musicas cujas as letras fizeram parte da sua vida me emocionou demais por que também fiz parte destas histórias e pude conviver com estes sentimentos que um dia foram de dor e hoje transformados em poesia musicada da melhor qualidade e beleza. Assistindo a o espetáculo pude perceber que a vida nos mostrou caminhos, que crescemos e superamos as dificuldades ("pro peso cinzento que restou...") e estamos aí em busca de melhores dias pras nossas vidas, pros nossos filhos!"
e ouça suas músicas!

Por dentro não há lugar, não há tamanho
Pro peso cinzento que restou
Piso calma, arrebento e vou.
Mas era tanta goteira
Chovia no meu cobertor
E tanta goteira a cidade inteira parou
Deu até pra encher lata d'agua
O barulho não deixa eu dormir
Juntando o restinho de mágoa que eu nunca pude engolir
Vem já raiei meu coração
Já raiei.
(Michelle Cavalcanti)
Minha preferida:
Goteira:
Por fora o lado de dentro é tão estranhoGoteira:
contatos:
(51)3224.6220
Cel: 9958-8741
(51)3224.6220
Cel: 9958-8741

Por dentro não há lugar, não há tamanho
Pro peso cinzento que restou
Piso calma, arrebento e vou.
Mas era tanta goteira
Chovia no meu cobertor
E tanta goteira a cidade inteira parou
Deu até pra encher lata d'agua
O barulho não deixa eu dormir
Juntando o restinho de mágoa que eu nunca pude engolir
Já raiei.
(Michelle Cavalcanti)
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