Fora de meu mapa mental

Acordei com a luminosidade do dia batendo no vidro da janela e a orquestra de pássaros cantando aqui do lado. Algumas vezes tenho a sensação de que não moro numa cidade movimentada e com seus ruídos comuns à uma metropoli. Parece que estou em algum lugar distante e que não sei seu nome ou localização no meu mapa mental, mas que reconheço por detalhes intimamente registrados em mim, barulhos peculiares, cheiros, detalhes visuais capturados por meus olhos em algum momento. Minha casa não é a mesma de quando fui deitar-me ontem. Isto é gostosamente estranho e me ajuda acordar novo, diferente, fazendo descobertas.

Lidar com os "Não(s)"

Foi extremamente difícil pra mim lidar com os "Nãos", até por que, não se pode receber um "Sim" sempre que se espera receber!.. O não para mim ia muito além da rejeição de um convite, uma opinião ou proposta não aceita, era uma espécie de declaração aberta de ódio contra tudo que eu pudesse acreditar e consequentemente a rejeição dada a mim como pessoa. _Disse-me o cara transparecendo consciencia plena de sua mudança.
Fiquei observando-o enquanto me falava e lembrando que muitas de suas atitudes quando questionadas por mim ou outras pessoas, causavam mudanças em seu comportamento transformando-o numa pessoa mais calada e com alguma sombra de magoa do qual tentava disfarçar sem exito. Mas tarde, quando tinha a oportunidade, partia para pequenos revides que notoriamente serviam para restabelecer sua própria confiança e credibilidade. Dias atras, ele ligou para o meu celular que percebi apenas alguns minutos depois de estar tocando. Li seu nome na tela e resolvi não atender. Estaria eu fazendo algum teste? Afinal não atender ao chamado poderia significar um (não quero, não posso, não tô a fim...). Talvés por alguma coincidência o cara não mais me ligou.

Quarto 1408

Faz uns dois anos que moro sozinho e desde então, tenho me recusado a assistir filmes de terror ou suspense e o ultimo que vi foi "A Bruxa de Blair". Não sei se me acovardei a medida que fui ficando mais velho ou sempre fui um medroso não assumido e por isto, por alguma prevenção assistia estas modalidades acompanhado e mentia para as pessoas e para mim que não me instabilizava quando os assistia. Ria de meu filho que assumia sua tensão por estes tipos de filmes, mas na sexta-feira, quando liguei a TV na madrugada, não pude recuar e deixar de assistir o filme "Quarto 1408" que passava num dos canais fechados da Net. Desconfiei que fosse, pelas cenas de suspense dentro de um quarto de hotel com um homem preso dentro dele e sendo aterrorizado pelos mais variados eventos inexplicáveis e lembranças de seu passado. Quando sentei para assistir havia iniciado e só pude ver seu nome no canto da tela depois de alguns minutos da minha atenção.
O filme conta a estória de um escritor cético e famoso por suas obras sobre paranormalidade, as quais começou a escrever após a morte da filha. Para terminar seu livro: Dez Noites em Quartos de Hotéis Mal-Assombrados , hospeda-se no hotel Dolphin munido de gravador laptop etc... e passa uma noite no quarto 1408. Mesmo com os avisos do gerente sobre a morte de quase 60 pessoas naquele quarto, ele decide enfrentar os medos e encarar o desafio... Eu mesmo pego de surpresa, decidi encarar os meus!

O que fazer em dias de chuva?

Além de sexo e bolinhos fritos, a leitura é boa companheira, o chá aquece o corpo e as paixões se reestabelecem em novas perspectivas:
  1. Do pudor à aridez, da historia das lágrimas_ Anne Vicent-Buffault.
  2. O Romance está morrendo?_Ference Fehér.
  3. Sobre a modernidade_Charles Baudelaire.
  4. O Crime de Lord Arthur Savile_Oscar Wilde.
  5. O fantasma de Canterville_Oscar Wilde.
  6. A alma do homem sob o socialismo_Oscar Wilde.

Apertando nós

Hoje o encontro por aqui foi de muita dor e pergunto-me por que nos permitimos isto, nos deixamos abater por sentimentos desnecessários? Por que tantas exigências, desencontros? Damos nosso corpo ao carrasco bater e ouvidos ao que temos certeza não ser nossas verdades. Pensamos desatar, mas acabamos apertando ainda mais os nós das diferenças.

Eu não sei dançar!

Às vezes eu quero chorar mas o dia nasce e eu esqueço/ Meus olhos se escondem onde explodem paixões/ E tudo que eu posso te dar é solidão com vista pro mar ou outra coisa pra lembrar.../
Às vezes eu quero demais e eu nunca sei se eu mereço/ Os quartos escuros pulsam e pedem por nós/ E tudo que eu posso te dar é solidão com vista pro mar ou outra coisa pra lembrar/ Se você quiser eu posso tentar mas.../ Eu não sei dançar tão devagar/ Pra te acompanhar/ Pra te acompanhar/ Eu não sei dançar.


Desejo e Reparação.

Do mesmo diretor de Orgulho e preconceito, o filme conta a história de Briony Tallis, filha mais nova de uma família aristocrata britânica cujo hobby é escrever. Com uma imaginação fértil, Briony, aos 13 anos, acusa Robbie Turner, filho da governanta e pretendente amoroso de sua irmã Cecília, de um crime que ele não cometeu. A acusação destrói o recém-descoberto amor de Robbie e Cecilia e altera dramaticamente o curso da vida de todos.
O filme mostra a jornada de Briony, anos mais tarde, na tentativa de reparar o erro. Ao mesmo tempo mostra as trajetórias de Robbie, lutando na França pela Segunda Guerra Mundial, e Cecilia, trabalhando como enfermeira na Inglaterra.
Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme -Drama, “Atonement” (títuloo original) conta ainda com outro momento magnifico, quando a atriz veterana Vanessa Redgrave entra em cena interpretando Briony já velha. A atriz em pouquíssimo tempo na tela, deixa a platéia estarrecida ao evocar todo o remorso acumulado durante uma vida.
Assim como o livro é sobre o poder reparador da literatura, o filme assume a função de mostrar toda a força do cinema. Mesmo com o texto dizendo o contrário, o poder das imagens nos faz ficar felizes ao final da produção e querer mais, ainda nos interioriza e força-nos a perguntamo-nos sobre a nossa visão diante dos fatos que alteramos em prol de nossos preconceitos, duvidas e 
inexperiências.


Título Original: Atonement
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 130 minutos
Ano de Lançamento (Inglaterra): 2007
Direção: Joe Wright
Roteiro: Christopher Hampton, baseado em livro de Ian McEwan
Elenco
Keira Knightley (Cecilia Tallis)
James McAvoy (Robbie Turner)
Romola Garai (Briony Tallis - 18 anos)
Saoirse Ronan (Briony Tallis - 13 anos)
Vanessa Redgrave (Briony Tallis - idosa)
Brenda Blethyn (Grace Turner).

Pandemia

Faz duas semanas ou mais, que os serviços de emergência de Porto Alegre viraram uma espécie de acampamento de guerra. Alguns hospitais inclusive construíram umas espécies de containers e barracas em seus pátios afim de atender isoladamente as pessoas com suspeita de Gripe A. Entrando nestas emergências diariamente é que se tem noção do caos instalado e perceber a expressão de insegurança e medo no olhar da população e funcionários de saúde. Escolas já prolongaram seu período de férias de inverno, cirurgias eletivas (não urgentes) foram suspensas afim de reduzir o tráfego nas emergências e diminuir a circulação de visitantes e pacientes, limitando riscos. Estoque da medicação Tamiflu antes comercializado, agora esgotado, informações das autoridades desencontradas. Pessoas circulam pela cidade com mascara no rosto e olhar de desconfiança. Um espirro ou tosse num ambiente fechado é capaz de gerar tanta tensão que não falta muito para iniciar um tumulto geral. Será que realmente estamos vivendo um período de guerra biológica como costumava assistir em filmes de ficção na TV? Esta palavra, "Pandemia", eu só conhecia através de conceitos escritos em livros e revistas de Saúde Publica, não pensei que vivenciaria uma situação destas beirando ao estado de calamidade geral !

Rosa branca e vinho tinto

Ontem fiquei admirado, olhando a rosa branca plantada num pequeno vaso sobre a mesa de jantar na casa de uma amiga. Magnificamente alva e solitária, presa num caule fino e coberto de espinhos quase invisíveis que pareciam uma escada de degraus perigosos. Quando servi-me de vinho, tive ímpetos de derramar sobre suas pétalas algumas gotas do vinho tinto e imaginar que ela pudesse estar sangrando. Depois olhando pela janela pensei em como eu tenho o hábito de capturar imagens soltas e molda-las com a minha imaginação, guardar frases lidas ao acaso que me causam algum tipo de efeito interno e que ficam encravadas dentro de mim por semanas, meses à fio, como a que li dia desses num blog: "Quando o silêncio pede palavras...".

Mascaras

O dia amanheceu chuvoso e sem perspectiva de melhora, o churrasco do qual fui convidado, tive de adiar depois da ligação de pedido de ajuda que até o momento estou acreditando ser por uma boa causa, pode ser que amanhã venha me arrepender. Dia desses escrevi sobre as mascaras que utilizamos para nos proteger e nos transformamos em personagens que acreditamos ser. Hoje percebi que algumas pessoas escondem por trás dessas mascaras, segredos de difícil aceitação social e que me faz pensar em que tipo de seres humanos são, capazes de se transformarem quando abatidos por traumas da infância, sofrimentos e dores acumuladas, quando retiram estas mascaras na urgência de poder respirar. Diante dos meus olhos vi o medo, lágrimas e o desespero de quem é arrastado por sentimentos sombrios e agora é descoberto. Afinal quem somos e o que sentimos de verdade na eminência destes fatos se a mascara acabou de cair?

Desejo de Liberdade

Três mulheres com historia de passados diferentes e amarradas a uma figura masculina opressora, buscam um desejo latente de alterar seus destinos.
Diante de (situações-limite), elas necessitam de coragem para mudar suas vidas. Olívia (Sophia Loren) trabalha e cuida do marido paraplégico. Artista nata, ela desenha os sonhos que a perturbam toda noite. Seus desenhos acabarão por levá-la à filha que lhe foi tirada ainda jovem.
Natália (Miro Sorvino) é filha de um fotógrafo consagrado e acaba de ter publicada na capa da revista Time sua primeira grande foto. Mas a vontade de saber o que aconteceu com a garotinha do retrato a dirige por um novo caminho.
Catherine (Deborah Kara Unger), violoncelista primorosa, abandonou marido, filha e carreira para dar vazão ao rancor que guarda pelo pai e vingar-se de um homem que já passou 22 anos na prisão. Enquanto as histórias se desdobram, as três mulheres tem a mesma visão de uma menina, imagem que traz à tona lembranças de desejos não realizados e as inspira a seguir seus sonhos.
Título Original: Between Strangers
Origem: EUA/ITA
Ano: 2002
Director: Edoardo Ponti
Elenco:
Klaus Maria Brandauer,
Gérard Depardieu,
Sophia Loren,
Malcoln McDowell,
Pete Postlethwaite.

Duração: 95 min.
Gênero: Drama

Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...