BOLO FERMENTADO.


Se eu pudesse, eu resistiria a tantas coisas que me acomete a vida, como a mágoa, a descrença e sentimento de impotência que moram em mim e formam buracos, que filósofos, psicanalistas, críticos políticos de plantão no Face book, não conseguiram resolver com seus comentários. Afinal todos vivem na mesma Samsara, né mesmo?
Estes sentimentos, são como ervas daninhas, que crescem na alma, quando percebo tanta injustiça, discriminação e violência estimulada por pessoas que não possuem discernimento do mal que cometem.
Vivem da mentira, são enganadas com falsos códigos de ética, de moral, de justiça; vivem presas ao que não são e defendem uma liberdade que nunca tiveram.  
Foram catalogadas, engolidas pela massificação que transformou a todos numa fermentada massa de bolo que cresce a cada dia. Aguardemos vê-lo crescer e se esparramar pra fora da forma.

NADA SE CRIA, TUDO SE COPIA.

Daí que eu resolvi brincar para diminuir o peso do estres. Faço isto sempre que posso, através das lentes da maquina de fotografar, nas paginas disponíveis do meu blogue, que é o meu livro de anotações mentais, emocionais e psicanalíticos. E daí, vai acontecendo...
A intensão, não é, nem nunca foi, deixar com que as pessoas ficassem parecidas, mas sim, fazer com que as fotos lembrassem de outras situações e com alguma semelhança e então brincar com isto.
Todos nós, seguimos um roteiro de criatividade, que registramos de algo que vimos (uma imagem, uma situação, etc..) e que guardamos em nossas gavetas emocionais, para um dia utilizar, mesmo numa brincadeira como esta.

Grace Jones / Givanildo


Frida Khalo / Alba Borges

Elis Regina / Alba Borges.

VAZIO

Sinto que neste momento, algo se fecha em mim, entro em recesso e sem data para me recriar, sem inspiração para escrever, sem vontade de opinar sobre qualquer coisa. Estou com as minhas emoções esvaziadas. É isto que sinto, um vazio, que não sei quando voltará a se preencher, e se transbordar como antes...
Estes vazios surgem de tempo em tempo, no inesperado do dia, potencializando-se a noite, criando buracos que logo, logo, devem ser preenchidos com expectativas, sonhos, devaneios, esperança nova.

ESMOLEIROS E INCENDIARIOS


A gente aprende observando, ouvindo a opinião de outras pessoas, que nem sempre é a mesma nossa opinião, daí que alguns panoramas pessoais mudam e agente fica pensando... 
Eu ouvi alguém me dizer, que existem pessoas que vivem esmolando pela vida. Esmolam favores, atitudes, sentimentos e atenção de quem não quer ou não pode dar o que elas desejam, fazendo-as se sentir eternas vitimas da desatenção, do descaso.
Hoje aprendi sobre os incendiários que dramatizam tanto algumas situações comuns, que criam celeumas e discussões acerbadas acerca de uma situação comum, sem nenhuma razão justificável. Transformam coisas simples em pequenos dilemas construído por eles mesmos e nunca assumindo autoria.
Quando acusados de atiçarem fogo em situações simples e que poderiam ser resolvidas de outra maneira, agem como se estivessem sendo injustiçados, respondem que só estavam soprando para ver o fogo se extinguir. Enfim, nem os esmoleiros, nem os incendiários se auto reconhecem. O mundo é cheio deles.

UMA MÃE EMPRESTADA.

Lembro-me que gostava mais da tia Maria, do que da minha própria mãe e de todo o resto da família que a vida me apresentou e hoje por alguma razão, voltei a sentir sua falta, do calor de seus braços que me aninhavam nas noites solitárias de inverno, quando cobertores eram poucos e cães uivavam nas esquinas da minha rua.
Tia Maria era vista por alguns parentes e conhecidos, como uma andarilha. Depois do trabalho, saia a visitar parentes que a acolhiam em suas casas, em função de algumas privações pela qual passava. Caminhava grandes distancias, arrastando sacolas que mal conseguia carregar. 
Embora tivesse um marido, preferia muitas vezes pousar fora de casa. Talvez quisesse fugir de sua dura realidade.
Lembro-me de vê-la chegando na minha casa, carregando suas sacolas, do seu silencio, do seu sorriso, da paciência para me ouvir e de me contar histórias, da sua sensibilidade que às vezes a fazia chorar e a lamentar as dificuldades e pobreza em que vivia, do seu visível carinho por mim e de me ter como a um filho.
Curioso lembrar dela, neste momento, nesta noite chuvosa em que o vento dobra as arvores, sentir sua falta, do seu café com leite e pão torrado, do seu lenço preso na cabeça, do seu vestido presenteado por alguma patroa, do seu cheiro de mãe emprestada e que agora, me causa esta saudade apertada.
Se eu pudesse, eu a traria de volta, lhe serviria o mesmo café, com pão torrado e falaríamos dos velhos tempos. Ouviríamos o vento soprar lá fora, dormiríamos juntos e abraçados.

VIAJANDO NA MAIONESE.


De repente olhei para este objeto sobre a cômoda do meu quarto e pensei: Parece com um disco voador se não fosse um prato decorativo e discos voadores, lembram alienígenas cujo o objetivo é dominar todo o planeta e escravizar a raça humana. 
Mas também me fez lembrar do prédio do Congresso Nacional em Brasilia, idealizado por Niemeyer em forme de um H, com uma cúpula maior e convexa, que representa a Câmara dos Deputados e do outro lado uma cúpula menor e concava, que abriga a sede do Senado Federal. 
Nossa, tô louco então?. Tenho que parar de viajar na maionese!..

LA POESIA NO REDUTO BOÊMIO.


Minha paixão por cafés, não é de hoje e quando me refiro a eles, não estou falando da bebida, mas do ambiente onde são servidos esta maravilha, capaz de provocar as mais diversas inspirações poéticas que se pode colher da vida.


Dentre todas as classificações que se pode fazer de um cafe como: os de bairro, os de tribos, os de esquina, os de meio de quadra, os alternativos, os literários, parece-me que todos tem algo em comum, o encontro com o intimismo e as emoções que se afloram principalmente quando ajudadas por uma ambientação que o tempo ajudou a construir.


O café e bar La Poesia, no número 502 da Rua Chile, em San Telmo - Buenos Aires, é desses lugares típicos, mesas e cadeiras de madeira simples e antigas, pé-direito alto, piso cerâmico quadriculado e que serviu desde os anos 1970, para o encontro de artistas, intelectuais e boêmios, que promoviam concorridos saraus de musica e poesia nas noites portenhas.




O RESTO QUE SE DANE FUTEBOL CLUB.


Tenho me decido pelo silencio, ou melhor, também nada escrever aqui no blogue, por que a essa altura do campeonato, tenho me sentido o mais chato das criaturas existente no planeta. Não consigo mais ter a atenção através da fala e da escrita que muitas vezes se torna massante. O mundo é visual, é virtual, isto basta e o resto que se dane futebol club.

SEM ENCAIXE.


Quanto mais eu desperto de sonhos, menos eu desejo me encaixar. E você, como se sente diante desta sociedade que mantem seu caminho "regular" - "regulado" - "regrado"? 
Esta sensação subliminar dos objetivo predefinidos e que normalmente são usados como uma forma sutil e dissimulada de incentivar algum tipo de comportamento normativo, me faz parecer tão experimental e sem sentido, quanto passageiro e fica somente aquela sensação de que algo se esvaziou e que sobrou apenas uma semente sem gosto na boca.

ABISMOS


Às vezes andamos na beira de abismos, livres, soltos, desatentos, avoados, desafiando as leis da gravidade, sem percebermos algumas de nossas fragilidades humanas e o perigo que corremos, alheios a tudo.
Mas abismos deixam de ser abismos, quando não temos medo, ou nossa ingenuidade se faz tão maior que eles...

PLANTAÇÃO DE VIRA-SOIS


Tá certo, tu acertastes tudo sobre mim, mas não o suficiente para me entender e conhecer de fato quem sou e como se processam certas dores em mim!..
Sim, eu sou triste, inconformado, tenso, às vezes derrotista, incrédulo, desligado, raivoso, agressivo, auto destrutivo, ciumento, contemplativo, egoísta, indiscreto, sensível, temeroso, fatalista... Mas, às vezes, tomo umas doses pra relaxar e também fugir de mim!
Mas como faço para mudar este quadro que assisto afundar diante de mim, de todos os lados, sob a claridade dos dias?
Esta falta de confiança no mundo dos homens que tomam decisões, nas pessoas que defendem e obedecem regras, sem se perguntarem se servem para elas e pros outros, se elas não olham no olho, não respondem as perguntas mais simples e significativas da vida e ficam em silencio com um sorriso sem graça, disfarçado, caminhando no escuro, fingindo que o mundo é uma plantação de gira-sois.

UM DOS ESTOPINS DO CAOS.


As pessoas estão cada vez menos gentis, mais arrogantes e desconfiadas. Também estão menos confiáveis, menos prestativas, menos pacientes e intolerantes. 
As pessoas não olham mais pro lado, para ajudar um deficiente visual a atravessar rua. Também não olham mais pra cima, para levantarem da cadeira e dar lugar a uma mulher grávida, ou para um idoso no coletivo cheio. 
As pessoas estão impacientes e com muita pressa. Não se olham mais nos olhos, estão de olhos fixos na telinha do celular, buscando popularidade, afinidades ou fugindo de quem está perto...


Vizinhos não se cumprimentam mais, estranhos muito menos. Um não enxerga o outro. Criaram uma invisibilidade como escudo de proteção. Mas do que se protegem tanto?
Não se ouvem mais, não se permitem mais ouvir, enxergarem-se. Não se permitem mais serem solidários, fraternais, humanos e isto é um dos pontos nevrálgicos que ascende um dos estopins da violência interna de cada um e que fermenta o caos social de cada dia. 

O HOMEM E SEU RELÓGIO.

Vi um homem morto, caído sobre a calçada. Um jovem homem morto, de cabelos loiros amarrados no topo da cabeça, corrente de prata no pescoço e brinco de pedra azul na orelha.
Olhos verdes que ficaram cinzas e distantes, sem brilho, sem vida, parados.
Corpo imóvel, pálido, franzino, ensanguentado, que a nada respondia. Quase que o ergui da calçada sozinho e o sacudi pelos ombros.
Estendido e sem qualquer sinal de vida, congestionava a avenida, enquanto curiosos se acumulavam em sua volta, num reconhecimento a morte estabelecida.
Seu silencio parecia não ter sentido.
Alheio a tudo e a todos, se mantinha caído e em silencio. Silencio que dizia tudo...
Tinha um relógio preso no pulso, cujo o ponteiro ironicamente movimentava-se em ritmo coordenado e perecendo ter vida própria. Vida que talvez roubara de seu dono.


PONTOS DE SOMBRA E DE LUZ.


Numa manhã dessas, eu estava saindo para trabalhar, quando fui surpreendido por aquele momento em que não é noite, por que não está completamente escuro e também não é dia, porque a luz ainda não se completou. Fiquei pensando se este era o momento zero do tempo, os pontos que se entrelaçam e viram uma coisa só. Também havia chovido durante a noite, e as possas d´água haviam se transformado em retalhos de espelhos sobre as ruas, refletindo, arvores, galhos, lixo, qualquer coisa inesperadamente magica.

CHUVA E JAZZ.

A chuva no inicio da noite, chegou violenta com o som Cool, do genial trompetista Chet Baker, que eu ouvia dentro do quarto e me fazia transportar desta terra para outras terras,. Longe de tudo, para outros mundos que não existem mais e que eu acho fundamental para o exercício de compreensão da nossa existência, dos pensamentos, da cultura, da vida. Compreensível mas Inexplicável tudo isto...

Criado até os dez anos em Oklahoma, este cara partiu para Los Angeles no final dos anos 1930, quando começou a estudar teoria musical. Chet Baker sempre foi influenciado pelo seu pai, guitarrista, de quem herdou a paixão pela música e de quem ganhou, aos 10 anos de idade, um trombone.
Amante do Jazz, não tardou em conquistar o sucesso, sendo apontado como um dos melhores trompetistas do gênero logo com o seu primeiro álbum.
Chet Baker esteve no Brasil para duas apresentações na primeira edição do Free Jazz Festival.
Morreu aos 58 anos, em Amsterdã, de forma trágica e misteriosa: na madrugada de 13 de maio de 1988, ao cair da janela do Hotel Prins Hendrik. Até hoje, há controvérsias sobre as circunstâncias de sua morte — acidente ou suicídio.

BÚFALO, DISSE O ÍNDIO.


Eu me pergunto por que o índio disse: "Búfalo". Voces também já se perguntaram?.. Possivelmente deve ter sido sua resposta aos homens brancos, que não entendiam por que razão estes lutavam até a morte sem desistirem daquelas terras, que consideravam uma benção. Os brancos inicialmente interessados no ouro encontrado naquelas terras, dizimaram praticamente toda a sociedade indígena, no que foi considerado o maior genocídio do seculo XIX.
O Búfalo, é considerado por muitas tribos, com sendo um símbolo de abundancia, pois sua carne alimentava o povo, o couro fornecia vestuário e abrigo, os ossos ferramentas de sobrevivência.
Alem da fotografia que gostei muito, a frase escrita sobre a rocha, é uma reflexão sobre os vigentes interesses humanos.

PEDRAS E MARGARIDAS.


Daí que às vezes, fica difícil escolher de que forma encarar a vida e as relações que nela firmamos, se com emoção ou com a razão e neste caminho, circulam as pessoas com quem convivemos.
Um pouco de respeito as diferenças e a não invasão, já restringe alguns malefícios e serve para respirarmos melhor e não nos sentirmos violentando nem violentados. Por que às vezes, a mão que oferece uma frágil margarida, é a mesma que joga pedras sem perceber que machuca. 

CORES E LUZES SOBRE O RELENTO

Descobri algumas fotografias guardadas, que quero postar. Fotografias tiradas em diversos lugares por onde passei e cuja a intensidade de cores e luzes me chamaram a atenção.
As paredes, são de um velho estacionamento de veículos, no bairro Azenha, cuja a superfície não são lineares, com rebocos velhos, tijolos aparentes e desalinhados, desgastes causados pelo relento, mas que serviram de tela a o artista desconhecido, cobrir com sua criação.



OLA COMO VAI EU VOU INDO E VOCÊ TUDO BEM

Depois daquele tombo, até posso te receber na minha casa, te  estender a mão, te oferecer um copo d´água, um cafe, um suco gelado, uma dose de uísque, uma sessão de cinema no Netflix, com paradas para comentários e pipocas salgadas. É que neste momento tá difícil abrir este espaço, que eu acho demasiado e grande!
Mas o que me preocupa realmente é se depois do tombo que levastes, com pequeno arranhão no joelho, algo mudou, a ficha caiu e se percebestes que a vida não é um jogo de regras lineares, e que por isto, foge dos nossos planos, do nosso domínio e habilidades...
Eu continuo aqui, percebendo meus erros, tratando minhas doenças, meus preconceitos, minhas crises existenciais, meu egoísmo e descobrindo que tenho tantos defeitos, quanto aqueles que já critiquei e abominei e que ninguém é tão alto suficiente e capaz de modificar o rumo da vida, a forma das pessoas pensarem e dai resgata-las pro nosso mundo que pode ser equivocado e escravocrata. 
O que às vezes parece ser nosso, não é nosso, é de outro, é de ninguém, tem outro destino traçado. Talvez a humildade, a aceitação de nossos erros, nos torne todos parecidos e nos aproxime de um consenso de ideias, sem tantas disputas e discriminações. Daí fica mais fácil abrir algum espaço e conversarmos à vontade.

É HORA DE ACORDAR


As vezes as palavras ditas com propriedade e no tom da verdade, do discernimento e com segurança de mestre, mudam o rumo de sua intensão revelando pequenas facetas e possíveis fraudes alimentadas pela vaidade. Isto é percebido, por que ninguém pode articular tanto tempo com mentiras, sem deixar rastros, pistas, atos falhos que o incrimine ou mostre sintomas de sua doença.
Mas este pseudo mentor vaidoso, que elabora estratégias, que se reconhece intelectualmente como dono único da verdade, só percebe que suas influencias, mal intencionadas foram descobertas, quando os da plateia, que o ouvem se silenciam, levantam-se e saem dando as costas neste mesmo clima de silencio.
Então, é hora deste pseudo mentor acordar e perceber que a vaidade, o egocentrismo, não possui tanto força assim sobre os comuns, somente sobre os que ainda mantêm algum laço de dependência!

ACADELAR-SE.

Quero distância de gente que se acadela. Que toma uma decisão, depois volta atrás, cheia de mimimis e impossibilidades que não convencem.
Que tu manda recado, ela lê, mas não responde, finge distração, esquecimento, falta de tempo. Não diz que sim, nem que não por falta de coragem. Se encolhe. Esconde o rabo entre as pernas e mostra um sorriso amarelo.
Acadelar-se, no Gauchês, significa: mixar-se, desmotivar-se, perder a coragem. Gaúcho acadelado não é apenas medroso, é desonrado. Nem poderia se dizer gaúcho.

OBJETOS LARGADOS.

O olhar que procura o objeto largado, encontra a intensão no gesto e isto é muito prazeroso. O silencio sutil que se impregna de vida, vale mais do que mil palavras.
A simplicidade é um diamante não lapidado que brilha, uma poesia inacabada encontrada nos destroços... que aperta os olhos de quem acha e não força a lágima cair.


O ENCANTO DE FOTOGRAFAR

E assim começou o meu primeiro dia de 2017, acompanhado de gente amorosa e simples. Quero me aproximar mais daquilo que gosto de fazer, fotografar a simplicidade, a verdade, a alma das pessoas e todos os objetos e elementos que compõe esta verdade. É na simplicidade que encontramos a genuína beleza.




A COR É VERDE E A PALAVRA É VONTADE.

Passado o dia 31, já estou efetivamente em 2017, experimentando as poucas horas do novo ano, que trará a Regência do Orixá Oxossí, dono da fartura, do conhecimento, da disciplina e principalmente da Ciência. 
Oxossí traz a fome do Saber, trás a vontade para evoluir, portanto será um ano muito propenso para começar e até mesmo retomar estudos, cursos e afins. Um ano extremamente racional, assim como o Orixá da fartura.
Além de Oxossí, Oxum sua eterna companheira estará presente. A palavra do Ano é a “VONTADE. e a Cor de 2017 é o VERDE.

SOMOS DOIS A O INVÉS DE UM

O ruim de se acreditar naquilo que não somos verdadeiramente, é que criamos um personagem na nossa vida, para compensarmos o que não gostamos em nós mesmos, ou não damos conta de resolver. Ele serve apenas como um elemento de aprovação as nossas atitudes e sentimentos.
Mas este personagem com o tempo cresce e descobre que precisa respirar, caminhar, ter vida própria nem sempre aos moldes da nossa aceitação.
Ele se torna grande, apodera-se do nosso espaço tornando seu, tudo o que parecia ser nosso.
Muda o cenário das nossas vidas, troca as cortinas de lugar, muda os focos de luz e transforma as cenas comuns, num campo de batalhas quando tentamos intervir.
Nosso erro é te-lo criado por acreditar que somos menores que ele.
Se começássemos a nos ver como seres humanos comuns e que somos vaidosos, competitivos, egoístas, invejosos, ciumentos, vingativos, preconceituosos, mentirosos, trabalharíamos em cima do que somos e não nas mentiras de um personagem inventado para burlar a verdade e os outros aplaudirem.

A ESPIÃ ELLIS DE VRIES,


Conheci outra Elis, esta Ellis de Vries é o nome falso de Rachel Stein, uma cantora judia que após perder a família num bombardeio acidental pelas forças aliadas, decide atravessar uma rede de rios e banhados, para chegar ao sul da Holanda, que já estava livre da ocupação nazista.
Entretanto o barco deles é interceptado por uma patrulha alemã, que mata todos a bordo com exceção de Rachel, que se alia a um grupo da resistência nos países baixos, contra a ocupação nazista da segunda guerra mundial.


A Espiã (título no Brasil) ou Livro Negro (título em Portugal)) é um filme de época, ambientado na Holanda e realizado em 2006 por Paul Verhoeven, que recebeu diversos prêmios de cinema nos Países Baixos, entre eles: Gouden Film (Prêmio de Ouro). 
O filme tem todos os ingredientes que eu particularmente gosto; Guerra, espionagem, traição, musica e amor proibido.

2017. SORTE E MUDANÇAS.

Em 2017, haverá mudanças sim, eu prometo pra mim mesmo. Mas mesmo que eu desista, ou não planeje minhas próprias mudanças, a vida se encarregará de faze-las como um simples acaso.
E essa sorte que tanto desejamos, pode vir ou desistir na metade do caminho, mesmo que a gente devore ou não, algumas colheres de lentilha.
O importante é estarmos vivos e ainda com lucidez, para não nos deixarmos enganar pela falsidade, hipocrisia e tanta injustiça que rola solta no mundo.
Em 2017, haverá mudanças sim e mesmo que eu perca a esperança, que eu não tenha comprometimento, sinto que a vida irá faze-las, sem pedir licença a ninguém.

ELIS: AOS QUE ODEIAM E AOS QUE AMAM.


Li, rabisquei, pintei de amarelo, tudo que achei interessante na biografia de Elis Regina, escrito pelo jornalista Julio Maria e que inicialmente teria como titulo: 'Elis: Aos que Odeiam e aos que Amam' e que foi trocado por, "Nada Será Como Antes".
Eu preferiria o primeiro titulo, muito mais sui generis, a personalidade forte e a carreira da cantora, que construiu tantos amores, quanto desafetos em sua rápida trajetória de vida.
O livro é uma biografia jornalistica documentada sobre a vida e obra de uma das cantoras mais respeitadas do país e por isto foge dos padrões sentimentalistas, encantos e floreios literários, sem medo de torna-la uma vitima ou uma vilã. Foca profundamente nos aspectos, que a tornaram uma das personalidades mais importantes e respeitadas do mundo artísticos e alguns itens da sua vida privada e amorosa, que não teria sentido se não caminhassem juntas.


Para o feito, o jornalista pesquisou por mais de 3 anos, a vida da cantora, através de jornais, entrevistas, relatos de amigos e colegas relacionadas ao seu universo e tentando se aproximar do ser humano considerado por muitos, como um dos maiores fenômenos da música brasileira do século 20, por sua musicalidade, senso harmônico e afinação e que morreu precocemente aos 36 anos, em janeiro de 1982.


O livro descreve a sua intensidade, suas contradições, sua amorosidade com os filhos e amigos  e sua ferocidade na disputa por ser  a maior.
Brigou, xingou, cometeu erros, criou desafetos, derrubou barreiras num mundo comandado por tubarões famintos, que a tornariam extremamente competitiva com a vida e consigo mesma.
Disse mais tarde, numa entrevista, o quanto sentia por ter tido sua infância violentada pelo sucesso e o quanto sofrera por ter aprendido na marra, os que bem nascidos como Gil e Chico Buarque sabiam de berço.


Muita gente também se pergunta, até hoje; O que exatamente fazia com que a cantora com uma das carreiras mais bem sucedidas do país, fosse tão infeliz?
O livro escrito por Julio Maria se não é direto, dá muitas pistas e ganha por sua notória  honestidade de fatos e por trazer mais uma vez, esta grande cantora de personalidade marcante, ao encontro de seus fãs e admiradores.

TAMPE OS OUVIDOS E ABRA O CORAÇÃO.

Noite passada, assisti no NetFlix, o filme "Marguerite", de Xavier Giannoli e protagonizado pela atriz Catharine Frot, cuja a interpretação brilhante lhe rendeu o César, principal prêmio francês, de melhor atriz. 


O longa, ambientado na Paris do início dos anos 1920, apresenta em cinco capítulos, a trama que gira em torno de uma rica baronesa, que organiza festas em sua mansão, para cantar aos convidados que a elogiam e paparicam-na, sem coragem de dizer que ela é uma péssima cantora, que desafina a cada nota. 
Por educação, submissão ou inveja e para não perderem o convívio com a alta nata da sociedade, os amigos se calam e aguentam os terríveis sons, emitidos pela anfitriã, que acredita cantar bem. Insegura, ingênua e solitária, Marguerite sofre com a falta de amor sobretudo de seu marido, e, talvez como uma forma de conseguir ser notada por ele, fantasia a ideia de se tornar uma grande diva da ópera, sua grande paixão.


O filme mostra claramente as sutilezas do poder da elite e a cegueira coletiva que levariam à ascensão de regimes fascistas e à Segunda Guerra. É inspirado na história real, da cantora norte americana Foster Jenkins, que tornou-se conhecida na Nova York dos anos 40 do século passado, pelas apresentações de canto nas quais, não conseguiu acertar uma única nota de uma canção. Apelidada de "a diva do grito" pelo público, seus ingressos para os recitais anuais, realizados no Hotel Ritz, eram disputados a tapa. No Brasil, em 2009 a cantora foi interpretada por Marília Pera, no espetáculo Gloriosa.


Depois de assisti ao filme, li esta critica de Bruno Carmelo, que achei interessante, bem colocada e posto aqui no blogue:
O que pode ser considerado arte? O que é um bom artista? Essas são algumas das mais importantes questões da filosofia estética, e não possuem nenhuma resposta clara. Até agora, a melhor definição de arte encontrada por teóricos é esta: “arte é tudo aquilo considerado arte por instâncias legitimadoras do poder”. Ou seja, a partir do momento que figuras do poder dizem que algo é arte, ele passa a ser. No caso do cinema, Alfred Hitchcock e Ingmar Bergman, eram considerados diretores de segunda ordem, até os poderosos críticos de cinema franceses, na década de 1950, dizerem que se tratavam de gênios. Do mesmo modo, grandes talentos podem ter passado despercebidos em suas épocas, por não terem sido destacados como tal.
  
   

DÊ SORVETE AOS PASSARINHOS.

Eu e meu colega aguardávamos nossos sorvetes de cascão com duas bolas ficarem prontos, durante uma rápida paradinha na vila Bom Jesus, quando percebemos a presença de um menino, observando na porta de vidro da sorveteria, todo a preparação que a moça atendente fazia, enquanto listava pra nós, os sabores disponíveis. O menino franzino, que parecia um passarinho, permanecia calado, do lado de fora, assistindo a tudo, sem manifestar nenhuma atitude. Parecia em alguns momentos estar petrificado
Então lhe perguntei se queria um sorvete e ele ainda sem nos olhar, sacudiu a cabeça positivamente. Tinha seus olhos fixos apenas nos sorvetes que estavam sendo preparados pela moça.
Quando saímos da sorveteria, com os nossos sorvetes, ficamos observando-o passar por nós, dando saltos de alegria, que parecia uma tentativa de alçar voo, enquanto equilibrava com as duas mãos, aquele enorme sorvete-cascão, que começou a dividir com outros dois passarinhos que se aproximavam numa esquina.


Enquanto eu comia meu sorvete, fiquei pensando por alguns instantes, calado, que se uma imagem daquela, um olhar, um gesto, um silencio que for, não nos sensibilizar e não nos fizer apostar num simples desejo de criança, que pode ser grande pra ela e tão pequeno pra nós, então não vale a pena perder tempo com mais nada. Devemos mudar de caminho, fechar nossos olhos e seguir no escuro, até a morte vir e nos negar, quem sabe, um simples sorvete.

RELEMBRANDO PARIS.

Quando eu coloquei os meu pés em Paris pela primeira vez, eu não acreditei que estava lá. Pra dizer a verdade, em todos os outros lugares que visitei pelo mundo, fiquei incrédulo até que algo se identificasse pra mim fazendo-me ter certeza de que eu estava no lugar que escolhi para visitar. Era como se faltasse uma peça que não se encaixava no mosaico da minha satisfação, até eu encontra-la. 


Em Paris inicialmente, todas as sensações me levavam a acreditar que eu estava num lugar comum, andando por ruas cheias de carros e pessoas diferentes, falando em vários idiomas, algumas com roupas exóticas, ruas sujas, algumas com o esgoto correndo a céu aberto, ladrões e golpistas, o que poderia ter em qualquer lugar, menos na Paris que eu havia idealizado.


Eu estava hospedado em Crimée, na 19ª arrondissement, que me parecia uma localização difícil, quando não se domina o idioma e também não se está acostumado a andar em metrôs, que trafegam no subterrâneo e daí não visualizamos pra onde estamos indo. Também me faltava alguma referencia visual que eu não sabia dizer o que era, para que eu e a cidade fossemos enfim apresentados. Uma estranha sensação de desconforto, que durou uns dois dias, até surgir a primeira identificação.


Numa tarde, passeando com alguns amigos por uma das ruas que levam a Champ de Mars, localizei um dos pés da torre de ferro, que aparecia pela metade e logo sumia por de traz de alguns prédios antigos, criando alguma coisa meio inexplicavelmente assustadora, dentro de mim. 
Este jogo de esconde esconde, durou alguns minutos, até chegarmos diante daquele gigantesco monumento, que me deixou quase paralisado, com toda a sua estrutura apoteótica. 


A tarde já estava acabando e com o sol se pondo, quando decidimos subir na torre, que naquele dia e horário, havia pouquíssima concorrência de turistas. Quando a noite chegou e as luzes da torre foram acesas, a visão lá do alto mostrava, o por quê Paris é chamada de A Cidade Luz.
Enxergávamos o belo desenho da cidade, o rio Senna,  o Palácio de Chaillot, o Trócadero, o Arco do Triunfo e tantos outros monumentos espetaculares, que a cidade podia mostrar iluminados e que ainda iriamos conhecer nos próximos dias.


Mesmo sendo uma estrutura segura, subir na torre não deixou de me dar aquele friozinho na barriga que eu não sabia dizer se era por causa da altura, ou por estar sobre algo que representa tanto na cultura e historia mundial e de um país como a França.
Naqueles momentos em que estive diante dela e sobre ela, pensei comigo em silencio; Agora sim, cheguei em Paris!

GAVETAS CHAVEADAS

Ela era feita de muitas gavetas que alguém abriu um dia, vasculhou, fechou, depois esqueceu onde guardou as chaves. Ela só precisava conhecer o que tinha em seu interior que o fizera desistir sem dar explicações. Era somente uma curiosidade que lhe tirava o sono e às vezes comprimia-lhe o peito de angustia.

COPIANDO, COLANDO E COMPARTILHANDO.

Por que as pessoas repetem tanto, o que outros já disseram nas redes sociais?. Copiam o que os outros escreveram e faz da opinião alheia a sua própria opinião, sem nenhum senso critico e ainda sem acrescentar o minimo de criatividade, de personalidade. Vão apenas copiando, colando, compartilhando, contaminando e acreditando numa ideia que não sabe de onde surgiu e pensando que isto vai trazer alguma diferença pro mundo. 

A RAZÃO DE EU ESCREVER TANTA MERDA.

Sabe por que eu escrevo tanta inutilidade aqui neste blogue? Não, não é paras as pessoas lerem e aplaudirem, me acharem o máximo, ou para obter milhares de seguidores e assim me tornar uma pessoa popular e ser entrevistado no programa do Jô.
A verdadeira intensão de escrever tanta merda, é eu ouvir a minha própria voz.

CONTO DE FADAS.


Acreditem, que em pleno século XXI, mesmo cansadas, deprimidas, desrespeitadas, magoadas, desconfiadas, muitas mulheres ainda com um resto de entusiasmo, acreditam que irão encontrar o homem de seus sonho? Aquele cara inteligente, bonitão, honesto, trabalhador, sedutor, sexual incansável, fiel, que as livrará das dificuldades e atrasos do passado, que abrirá oportunidades, que transformará seus sonhos numa realidade completa de vitórias...
Bom, sonhar é livre e se tem que sonhar, que seja com o que há de melhor pra sonhar. Se o príncipe tiver a metade das qualidades almejada, considere-se uma privilegiada.
Mas nos dias de hoje, é bom ficar em alerta, pra não andar no conto de fadas e cair no do vigário. Está difícil para os dois lados.
As fichas ainda não caíram? Este cara não existe mais e se existisse, o Cristiano Ronaldo já teria pego.


FELPUDA.

Ainda nesta vibe do Diz Croquettes, abri minha gaveta de memórias e de repente sem esforço, a o natural, deparei-me com uma lembrança de mais de 30 anos. Alguém se lembra, ou já ouviu falar de Luíza Felpuda? Não, eu acho que não!.. Nem eu lembro do seu rosto, mas sei de sua história!
Felpúda era um conhecido travesti de Porto Alegre e descendente de uma família ilustre do estado, que mantinha uma casa de encontros para homossexuais em pleno anos 60. Felpuda era respeitada, mas também evitada.
Foi morta por seu jovem amante com varias golpes de faca. Além da morte trágica, Luíza Felpuda foi fadada ao esquecimento pelo que foi e representava.

CAFE FRIO E SEM AÇÚCAR, EU PASSO...


Chega de ranços, de margarina e chimia misturadas no pão, de correntes solidarias no Facebook, das mesmices, das queixas que ouço diariamente, da violência nas ruas, do estupro, do desaparecimento de alguém, de atropelamentos com mortes.
Tá na hora de abrir a porta e ir de encontro as novidades positivas e a tantos outros prazeres que a vida pode oferecer e contar.
Se me vierem com chorumelas, dor disto e daquilo, da gotinha de sangue encontrada no vaso sanitário, tô fora, tô saindo pela porta de emergência.
Em 2017, quero ouvir e viver coisas novas, conhecer pessoas, viajar mais, experimentar coisas que ainda não experimentei. Então não venha com café frio e sem açúcar, que eu passo pro uísque sem gelo.
Mas isto são planos, vamos que caia um meteorito sobre a Terra?

DZI CROQUETTES.

E eu estava aqui na ponta do pais tomando chimarrão e aprendendo a dançar chula, quando aconteceu esta revolução de costumes. Eu queria ter visto este show de perto e não pude ver, por que se deu no Rio de Janeiro por tão pouco tempo, antes da censura se dar por conta e proibir. 


Na década de 70, mais precisamente em 1974 no Rio de Janeiro, treze homens jovens, másculos e peludos entravam no palco com figurinos glamourosos: Saias curtas, sapatos altos, maquiagem carregada (purpurina, enormes cílios postiços) e corpos quase nus, em plena vigência do ato institucional nº 5, na ditadura militar no Brasil.
Em poucos anos, foram responsáveis por uma revolução de comportamento, libertando-se de valores morais com relação à masculinidade e feminilidade,


O grupo chamado Dzi Croquettes era composto por Lennie Dale, Wagner Ribeiro de Souza, Cláudio Gaya, Cláudio Tovar, Ciro Barcelos, Reginaldo de Poli, Bayard Tonelli, Rogério de Poli, Paulo Bacellar, Benedictus Lacerda, Carlinhos Machado, Eloy Simões e Roberto de Rodriguez.
A androginia do grupo chocou as autoridades do regime militar e o espetáculo foi censurado. O grupo se exilou então em Paris, onde reestreou a peça e se apresentou no Le Palace com grande sucesso.


O grupo acabou esquecido por mais de duas decadas pela falta de memória nacional, porém no ano passado, voltaram a ser lembrados através de um documentário premiado pelo juri e publico do Festival Rio. O nome Dzi Croquettes surgiu, quando dois de seus componentes, Ribeiro e Tonelli encontraram-se na Galeria Alaska, tradicional ponto gay em Copacabana. A inspiração veio de uma banda dos anos 60 de S. Francisco, chamada The Croquettes, que resolveram aportuguesar para Dzi Croquettes

PRA QUE DISCUTIR COM A MADAME?

A madame viaja de ônibus ou de carona e chega disfarçada de boa camaradagem, sedução e idéias prontas, articuladas como o movimento elegante de suas pernas. 
Tenta enredar em suas teias, contando historias destorcidas e algumas pitadas de veneno.
Tem oito pernas para saltar, oito olhos para vigiar.
Seu coração é endurecido e ciumento, busca fazer seguidores para as suas crenças e propósitos egocêntricos. É mal resolvida em seus afetos e no seu olhar, carrega um brilho que violenta, o pico da piramide, o veneno da aranha, que paralisa suas vitimas.
É sutil, ardilosa, elegante. Usa batom vermelho, faz trico com gestos elaborados e bebe cerveja ouvindo jazz. Pra que discutir com a madame?

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