O mundo é um moinho.

Eu não falei que a vida é assim mesmo, cheia de altos e de baixos, de emoções maravilhosas e de outras desagradaveis sem que menos se espera? Logo que cheguei hoje ao trabalho, depois de um movimentado fim de semana cheio de alegria, levei um banho de agua fria, que me fez repenssar sobre a honestidade das pessoas. Sabe de uma coisa, eu vou é fechar meus olhos e ficar lembrando do Caio Martinez cantando aqueles sambas espetaculares; aqueliiiiii, bom deixa pra lá, o mundo é mesmo um moinho...


Técnica simples contra o baixo astral.

Tô forte de novo. Eu havia esquecido de como se faz para reagir a estes intempéres emocionais. Bom, a gente escolhe un Sabado como o de ontem de noite, toma um longo banho, se perfuma, da uma pequena produzida no visual e cai na gandaia. Primeiro se inicia a noite num bar com musicas mais intimista para uma prévia reflexão, depois estica numa casa de samba e depois noutra até se acabar de cansado com muito samba no pé. É isto... Depois é só esperar a nova surpreza desagradavel.

Numa alegria excessivamente rasa.

Ontem o encontro com amigos estava agradavel, mas eu me sentia com uma alegria excessivamente artificial, rasa e quase descontrolada. Parecia que eu estava naquelas fases de euforia da Sindrome Bipolar; Se riscassem um palito de fosforos, prenderia fogo na hora. As vezes somos assim, mergulhamos em profundidades até quase nos afogarmos ou perdermos o fôlego, noutros momentos, flutuamos até nos distanciarmos do que realmente somos. Eu não era eu.

O que voce vai ser quando crescer?


O tempo é a minha matéria.

A rejeição daquela mulher feia por dentro e por fora, me causou uma magoa profunda e isto me fez pensar que eu não estou preparado para aceitar isto com naturalidade a não ser com algum desprezo de quem se sente agredido. Mas sua atitude reforçou mudar algo em mim, que via as coisas antes com resignação e falsa bondade de quem se julga culpado. Eu não sou resignado e então isto não me serve, pois não vou ficar assistindo suas agressões silenciosas também em silencio, permitindo que continue por falta de pelo menos respeito com as pessoas que a cercam. Eu ainda não sei se este sentimento que me move a tomar uma atitude é de vingança ou de justiça. Tambem não sei se a decisão de me afastar do mesmo ambiente, deva ser visto como uma atitude covarde, mas isto entre outras coisas, me fez despertar nesta manhã chuvosa, com a certeza de que devo caminhar em outra direção e me permitir o conhecimento de outros caminhos menos sórdidos. E falando em humildade, caridade e respeito, poucos como eu tem a chance de exercitarem a cada plantão que faço, estes sentimentos de humanidade, lidando com a dor, o sofrimento e a morte de pessoas que não conheço, sem diferenciação de cor, de sexo, e de orientações morais. Nesta cartilha é necessário mais do que simples teoria, é preciso pratica, respeitando as diferenças de cada ser humano. Esta é a palavra chave: RESPEITO, que exercito durante anos no meu trabalho. Então vou fazer deste poema de Drummond uma oração:
Mãos Dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Carlos Drummond de Andrade


8 pernas, 8 olhos.

Então meu corpo pareceu ter oito pernas e oito olhos e incrivelmente começei a caminhar pelas paredes da sala como uma gigantesca aranha, observando os espiritos que ali chegavam e invadiam os corpos dos homens e mulheres presentes, que se dispunham a empresta-los. Talves poucos ali os conhecessem, mas eu sabia ou pensava saber de suas verdadeiras historias.

O que tá faltando:

Muita coisa tem mudado na minha vida nestes ultimos meses, que por vezes até eu mesmo me surpreendo com elas. Foram mudanças profundas, até o cuidado com a minha espiritualidade, eu oportunizei uma chance do qual nunca havia aberto um espaço. Sinto que esta tudo interligado... 
Hoje eu fiquei pensando sobre isto, avaliando não só a minha posição com relação a tudo que vem acontecendo, quanto a importância disto sobre minhas verdades, minhas crenças e descrenças. Eu sou osso duro de roer e não é qualquer historia que me convence ser o caminho, como não é qualquer postura que me faz adotar como verdade soberana. Sou tambem muito observador e sensivel e isto me faz perceber atitudes que me ponho em duvidas, outras que descordo e não aceito. O que me conquista e me torna confiante é um sentimento de afeição mutua que ainda não consegui sentir no grupo de que faço parte. Desta forma fica dificil sentir este amor incondicional, que tanto falam. Senti também por parte de membros, algumas rejeições quanto a mim, falta de humildade e competição que me faz fechar-me.

Bilhete de um pai.

Eu sou taxativo em achar que a naturalidade é sempre um gesto que prova a ausencia de preconceitos e a flexibilidade de se aceitar indiscutivelmente qualquer das diferenças humanas quer na cor, raça ou sexualidade. Isto é nobre e não é qualquer pessoa que a possui. Eu li nesta manhã no blog Muque de Peão este bilhete de um pai ao seu filho gay, que me deixou muito emocionado e que eu espero que as pessoas e pais, o mais breve possivel, cheguem a este nível de aceitação. O bilhete foi publicada hoje na página do facebook da campanha FCKH8.com 
e nos mostra que cada vez mais as coisas estão mudando.

Nate,
Eu ouvi sem querer a sua conversa com o Mike ao telefone ontem à noite falando sobre os seus planos de sair do armário para mim. A única preocupação que eu quero que você tenha para hoje é lembrar de trazer suco de laranja e pão depois da escola. Eu e sua mãe tivemos que sair, da mesma forma que você (que agora está fora do armário).
Eu sei que você é gay desde que você tinha seis anos de idade, e nunca deixei de amá-lo desde que você nasceu.
Assinado:  PAPAI
P.S.: Sua mãe e eu achamos que você e Mike formam um lindo casal.

A espera pela fumaça branca

Eu estava de plantão ontem e pela TV eu assistia a transmissão direta de Roma que mostrava a escolha do novo Papa, enquanto fieis, turistas, jornalistas e curiosos se agrupavam sob guarda-chuvas na Praça São Pedro, esperando a tal fumaça branca sair da chaminé, prenuncio da escolha do novo pontífice.
Mas alguem "dentre vós" por acaso tinha alguma espectativa de que o novo Papa iria surpreender no quisito idade, cor de pele e idéias renovadoras aos catolicos e a igreja desacreditada? Eu nenhuma!..
Olha eu até ja li hoje, em sites sociais como o (Facebook), alguns comentarios de pessoas achando-o com uma carinha simpatica e diferente do que foi seu antecessor Ratzinger, com cara de nazista. Mas não se iludam minha gente, o novo Papa sem dúvida mais simpático que seu antecessor, tem uma ficha  de dar medo. Ele é acusado de ter colaborado com a ditadura militar de seu país e convocou um guerra santa ao casamento igualitário. Também disse que crianças adotadas por casais gays seriam discriminadas de antemão, por estarem privadas de um pai e de uma mãe e por baixo disto, deve haver ainda muitas outras sujeiras e discriminações não declaradas.

Fogo de palha.

Ontem numa pequena conversa de poucos minutos, percebi o quanto os seres humanos são controverssos em seus pensamentos e atitudes, sem conseguirem manter sua postura com firmeza apos todo aquele blá blá blá de que a partir de hoje vou agir assim, tomarei esta ou aquela atitude, nunca mais farei aquilo... Acontece que nos momentos de raiva ou de magoa, as pessoas firmam uma postura do qual falam o que não devem e depois não conseguem manter por muito tempo o que prometeram pra si mesmas, por que suas necessidades internas e confitos são maiores do que suas regras morais. Não estou defendendo atitudes radicais, mas eu tambem não deixo de me surpreender com estes fogos de palha que só levantam labaredas, não queimam o inço e não produzem a limpeza necessaria que as incomoda.

Com cara de caricatura.

Apesar de termos momentos e "momentos", eu não quero ficar com esta cara de caricatura, com traços infantis como esta que meu filho desenhou, com esta cara que eu estava ontem. Eu sei que sou mais, muito mais que isto, uma simples caricatura!..

De frente com o criminoso.

É dificil enterder estes ciclos ora de prazer e alegria, ora de tristeza e frustrações que ganhamos da vida, mas se não somos capazes de entendermos como funcionam esses mecanismos, pelo menos tentamos aceitar como uma forma de lição, para que nos tornemos individuos melhores. Acho que esta é a regra, algum resgate.
Ontem durante o meu plantão, quando fui atender um senhor de 78 anos que havia convulsionado em sua casa e vi seu rosto enrrugado, porem reconhecivel, fiquei para morrer, mas logo depois do susto e retomado folêgo, me refiz com uma sensação estranha, mas que já havia experimentado em outras circunstancias dificeis da minha vida e que por vezes me é complexo entender e com certeza explicar em palavras lógicas. 
Este homem de 78 anos, que eu pensava já estar morto, pelo decorrencia do tempo, foi o meu abusador e posivelmente o responsavel por uma serie de traumas psiquicos que se iniciou na minha infancia aos 8 ou 9 anos e se estendeu por grande parte da minha vida e que possivelmente não fui a unica vítima.
Descobri através de um vizinho presente no atendimento, que ele ainda trabalha na mesma atividade de barbeiro, que utilizava para abusar de meninos, porém num outro endereço. Eu lembro que ele colocava uma capa sobre sobre o corpo de seus clientes (normalmente garotos) para evitar que os restos de cabelos caissem sobre suas roupas e dai cometia os abusos por de baixo desta capa, que ocorriam evidentemente na propria barbearia.
Em alguns momentos eu fiquei tentado a me identificar, o que possivelmente ele nem se recordaria, mas por outro lado o meu silencio parecia ter um sabor maior do que qualquer vingança ou algo parecido, uma mescla de poder jamais experimentado por mim antes. Um poder de observa-lo em silencio e te-lo em minhas mãos, de saber quem ele era e do que ele foi capaz de fazer sem me reconhecer que fui uma de suas vitimas. Isto tudo é tão complucado e me causou uma mistura tão desconfortável quanto prazerosa por eu estar ali no anonimato, lhe dando assistencia. Uma mistura de raiva e também condescedência com a sua dor, com a sua doença, sei lá.

O Ocidente estava Fechado.

Ontem de noite em pleno Sábado de calor, o Bar Ocidente estava fechado. Algumas pessoas que lá estiveram, como eu, bateram com seus narizes na porta. Bom, depois da tragédia da boate Kiss em Santa Maria, aqui em Porto Alegre, como em outros estabelecimentos noturnos do país, estão passando por reformas para se adaptarem as regras mais rigidas de segurança para conseguirem seus alvaras liberados pelas prefeituras. Regras que ja deveriam ser seguidas e fiscalizadas, afinal ninguem quer que uma desgraça como a que houve, se repita novamente.

Tô fora.

No inicio desta semana, obtive resposta ao que tanto esperava, e percebi que o sentimento era medo. O medo é o mal das pessoas da nossa geração, é o que impede delas serem felizes e verdadeiras. É mais facil, muito mais facil inventar mentiras, criar personagens do que encarar os fatos, assumir suas verdades, o que realmente são e abrir espaço para uma vida de paz e sinceridade. Mas eu compreendo estas limitações porque ja vivi sobre um palco de ilusões e mentiras. Daí eu lembrei do pedacinho de uma musica gravada pela maravilhosa Roberta Sá:
"Em caso de dor, flor-de-quaresma lhe socorre.
 Comigo esperança é a primeira que morre.
 Pode fazer um jantar da pesada.Tô fora...
 E por na cama, coberta bordada. Tô fora..."

Me acerte.

Dei o primeiro tiro que intencionalmente não foi no escuro e espero que a bala chegue até o alvo e depois volte, me atingindo bem no peito. Será que ela fará o percursso esperado?
Eu estou precisando ser atingido, cair de joelhos com esta bala encravada no peito, impotente, sangrando, lembrando daquela imagem de alegria e inocência presenciada dias anteriores.

Aos quatro ou mais olhos.

Ele me deu algumas explicações que iluminaram alguns pontos obscuros da minha visão sobre o espiritismo que eu precisava ouvir, por que isto tudo ainda é muito confuso neste turbilhão de novidades que estou vivendo atualmente, mas eu ainda preciso de mais esclarecimentos, eu preciso de mais, muito mais explicaçoes sobre este processo de dúvidas que me divide. Quem sabe podemos trocar figurinhas, por que noutros aspectos quem está confuso é ele e me parece que os olhos de quem está de fora, enchergam mais claramente as coisas de dentro. Deveríamos ter varios pares de olhos, né mesmo?

Chove lá fora...

Neste momento chove em Porto Alegre uma chuva fininha, que parece que vai se manter caindo ainda por varios dias. Isto é bom, depois dos dias de forno que se enfrentou por aqui. A chuva revigora a nós e a agricultura, nos deixam verdes, com olhos e folhas brilhantes. Permite que brote novas raizes.

Um minuto de silêncio com Abramovic.

O MoMA, que tem a curiosa grafia de três letras maiúsculas e uma minúscula, é um dos mais importantes museus do planeta. Localizado em Nova York, seu nome significa Museum of Modern Art.
O museu tem duas entradas, sendo a principal delas na rua 53, entre a quinta e sexta avenidas, em Manhattan, há cinco quadras ao sul do Central Park.
 Nos anos 70, Marina Abramovic viveu uma intensa história de amor com Ulay. Durante 5 anos viveram num furgão realizando todo tipo de performances. Quando sentiram que a relação já não mais valia aos dois, decidiram percorrer a Grande Muralha da China; cada um começou a caminhar de um lado, para se encontrarem no meio, dar um último grande abraço um no outro, e nunca mais se ver.
23 anos depois, em 2010, quando Marina já era uma artista consagrada, o MoMa de Nova Iorque dedicou uma retrospectiva a sua obra. Nessa retrospectiva, Marina compartilhava um minuto de silêncio com cada estranho que sentasse a sua frente. Ulay chegou sem que ela soubesse e... Foi assim:



Meio verde, meio cru.

Esperar tambem faz parte do processo de amadurescimento. Mas eu espero o que, onde, como, quando? Qual é o sinal? Se eu vejo que tem gente que espera demais e nunca alcança, nunca cresce.
Eu não tenho medo de expor as minhas duvidas, por mais simplorias que pareçam ser, eu só tenho medo do vazio, da ignorancia, do acomodamento que nos torna cumplices do erro, que nos enferruja, que nos transforma em infelizes coniventes.
Desta forma eu não consigo esperar, sou sensivel, presente, incisivo, vivo errando e acertando. Eu como tudo meio verde, meio cru, que tambem não deixa de ser um erro nesta vida.

Um presente de amigos.

Fazia algum tempo que eu não via um casal de amigos de muitos anos, por pura desatenção de minha parte e ontem resolvi visita-los. Coincidentemente um deles estava de aniverssario e  a minha chegada provocou surpreza e visivel alegria. Havia muita movimentação na casa, amigos chegando e se preparando para um jogo de futebol que havia sido planejado e depois um churrasco. Foi daí, que eu conheci uma pessoa por demais interessante. Ficamos converssando por horas como se não existissem outras pessoas na nossa volta, uma afinidade que só acontece com poucos. Sabe o que eu acho? Apesar do meu amigo estar festejando o seu aniverssario, quem ganhou o melhor presente fui eu.

Para aliviar a dor.

Eu tenho uma ferida, que não para de sangrar nunca! _Me disse a paciente que eu conduzia para a emergência psiquiatrica ontem de tarde, durante o plantão.
Quando eu estou quase esquecendo, ela volta a sangrar e arder no peito! _Reclamou deitando encolhida sobre a maca.
Todos nós temos uma ferida dessas, que se abre de vez em quando! _Argumentei na expectativa de alivia-la e concientiza-la de que não era a unica.
Mas como pode, tu com esta cor de olhos, ter uma ferida desta? Como pode?
Eles são artificais senhora, lentes, por isto! _Justifiquei.
Hum, entendí!

O duro não é carregar o peso do chifre, mas sustentar a vaca!

Eu não sei por que achei esta frase que ouvi hoje, tão espirituosa. É, eu achei sim.. Eu acho que foi o jeito como o cara falou, sem nenhum sorriso ou pretensão de parecer engraçado, ou de virar uma piada. Saiu de sua boca como se fosse um desabafo pessoal ou uma grande verdade filosófica. Isso me faz pensar que o peso maior não é o que falamos, mas de que forma falamos.

Eu ainda não sei.

Eu ainda não estou bem convencido de que este seja realmente o meu caminho. Se esta história de mediunidade cabe em mim, serve pra mim; Enfim, se tudo isso não será algo passageiro que eu vá me arrepender, se eu não vou me enjoar de ficar com aquelas pessoas de roupas brancas, orando, orando e desejando o bem para o proximo. Este não parece ser o meu perfil, existem falhas nas minhas crenças, dúvidas, muitas dúvidas em alguns conceitos que me foram passado sobre a vida, a morte e a espiritualidade. Me comprometi de fazer um teste de adaptação, quem sabe?.. Eu ainda não sei, tá dificil tomar uma decisão!..

MAIQUEL DOUGLAS.


Inacreditavelmente o paciente que transportei para o Hospital da PUC na Sexta-feira, foi a óbito minutos depois de te-lo deixado na emergência.
Durante o transporte vinha até conversando com sua mãe, mas a o deixa-lo no hospital, fez uma parada respiratória e quando foi entubado pelo médico, começou a sangrar ativamente, comprovando estar com dengue hemorrágica, pré diagnosticada dois dias antes, numa unidade de pronto atendimento que tentava uma vaga hospitalar. Minha lastima é por que ele só tinha 19 anos, e para mim é quase inaceitável a perda de alguém tão jovem por questões burocraticas. Seu nome era Maiquel Douglas.

Treze minutos ou perto disto.

Eu encontrei este video na Internet, que trata da descoberta do amor entre dois homens, a principio heteros,  através da atração fisica. O vídeo é curto, didático, sensivel, porém só me conveu por ser didático, porque eu não acredito que dois homens heteros reagiriam desta forma tão civilizadamente, tentando através de um dialogo calmo e equilibrado procurar respostas sobre estas impulsividades maiores e sem controle que passam por cima das censuras e preconceitos pessoais. Acho que na pratica a coisa toda é mais traumatico e levada para uma banalização de proteção. Pois bem, vamos ao vídeo:


Guarda -Chuvas, não são morcegos.

Com o tempo, adquirindo alguns fios de cabelos brancos, a gente vai pegando algumas manias, alguns vicios novos. Eu postei aqui no Diario de Bordo, em algum texto que não lembro qual, não gostar de usar guarda- chuvas, mas acontece que eu mudei de idéia depois de conhecer alguns modelos comercializados em Nova Iorque. Eles são coloridos, alegres, alguns com cores sobrias mas combinativas que dão um charme todo especial ao usuario que quer se proteger da chuva e principalmente desfazendo aquela regra ultrapassada de que guarda chuvas masculino deve ser preto, como um morcego que se carrega a tira colo, pendurado no braço. Peguei uma nova mania agora, observar modelos de guarda chuvas que antes nem prestava a atenção, por me lembrarem de morcegos.

As diferentes matizes do amarelo.

Pra mim basta um passo, um olhar, uma palavra dita ou não pronunciada para que eu mude de ideia, para que eu refaça minha opinião e mude totalmente de perspectiva e intensão. Isto não é intransigência, por que eu até faço concessões, porém tem situações que me colocam em desconforto, que eu percebo serem dificeis de engolir, que não serão mudadas por mais que se sinalize os nossos limites de aceitação, de compreenção. É que alguns sentimentos, também possuem prazo de validade que se esmurecem se não forem correspondidos com a nossa expectativa.
Alguns sentimentos pessoais não podem ser entendidos por outra pessoa da mesma forma com que sentimos. Se tentassemos explicar, mesmo assim não seria emocionalmente entendido, simplesmente por que o meu amarelo não é igual a o amarelo dela e isto por um lado é fantastico, por outro lado, uma merda.

Tudo tem sua razão de ser.

Eu estava no trabalho quando o celular deu um sinal, avisando-me que alguém online queria falar, então respondi. Fiquei converssando por longos minutos até se esgotar o tempo, (tempo que acabaria o expediente, depois passar o plantão, entrar no carro e retornar para casa). Em casa nova conexão até chegar a madrugada e o cansaço tomar conta do corpo e da alma. Não sei onde isto tudo vai dar. Tem uma lição que aprendi e diz que tudo tem sua razão de ser, mas às vezes tudo se parece com uma complexa equação dificil de prever o resultado.

Corra, de pressa que ele vem vindo!

Sonhei que eu morava num cortiço e para chegar até ele, eu tinha de atravessar um longo beco estreito, acidentado e escuro, limitado de um lado por uma cerca de madeiras, que margeava um esgoto fétido e a céu aberto.
Por este beco, corria durante a noite, um enorme corcel negro. O animal era selvagem e para que não fossemos atropelados por ele, eu e alguns moradores, tínhamos de cronometrar a distancia e o tempo que levaríamos para chegarmos em nossas casas com segurança, sem encontra-lo pelo caminho. É estranho, mas já tive este sonho tantas vezes, acho que desde criança. Não sei se este sonho tem algum fundamento místico ou emocional.


Limonada.

Se eu te espremer com toda a minha força e determinação que por vezes é de minha natureza, o que vou conseguir alem do cansaço nos meus dedos magros e cansados, da minha paciencia que se dobra, quase se ajoelha, da minha esperança que se infinda e quase definha?
Um dia vais matar minha sede com o pouco que eu te peço?
"Ora voce vive tão distante, muito além do que eu posso ter..."

Café com torresmo para uma amiga que está distante.

Se eu fosse tu, sabe o que eu faria com esta pequena insatisfação embalada com a chuva que cai lá fora e respinga na vidraça? Nada, absolutamente nada que forçasse a mudar de alguma forma esta relação cheia de espaços vagos, que começa a perder o gosto, o mistério, o interesse e abre um grande espaço vazio. Eu iria tomar um café com terresmo, até que me provocasse náuzea.

A descoberta de um erro.

Eu me frustei e reclamei de uma ligação que não veio e até postei aqui no blog minha indignação pela desatenção em plena semana de Carnaval, mas quer saber de uma coisa?., ainda bem que ela não veio, por que a espera serviu para que eu fosse posteriormente mais observador de alguns detalhes que passaram desapercebidos quando eu estava curioso. Passado este estagio, o da curiosidade, e um novo encontro casual com a mesma pessoa, eu percebi que não queria mais e que minhas espectativas eram outras bem diferentes e a frustração inicial se transformou num grande alívio.

Marquem bem esta data!

Marquem bem esta data em seus calendários mentais: "18 de Fevereiro de 2013", pois foi nesta Segunda- feira que o casamento entre pessoas do mesmo sexo, passou a valer de vez no estado de São Paulo, a partir de uma decisão do Tribunal de Justiça, que obriga os cartórios a reconhecer e documentar casamentos de homossexuais do mesmo jeito que aceitam e documentam os de heterossexuais. Ja estava mais do que na hora das politicas governamentais implementarem a liberdade das pessoas escolherem com quem devem viver e serem felizes, ja que tem deveres e obrigações como qualquer cidadão que paga impostos. Que atitude tomar diante dessa decisão a não ser aplaudi-la de pé e ficar observando as caras e beiços de Malafaria, Bolsanaro e Ratzinger?

Mentes Perigosas.

Caiu em minhas mãos, através de uma amiga, o livro "Mentes Perigosas", da escritora e psiquiatra carioca, Ana Beatriz Barbosa, que eu não consigo parar de ler e ainda retrocedo algumas paginas que ja li anteriormente e achei interessante. O livro não é academico, não possui conceitos e  linguagens cientificas, é simples, claro, direto e tem por o objetivo fazer o leitor se não identificar, pelo menos conhecer como funciona a mente doentia de um psicopata. Tammbém é cheio de historias verídicas que ajudam a ilustrar o seu conteudo e fazer-nos identificarmos com algumas situações vividas. O livro veio a acalhar  numa epoca onde convivemos diariamente com noticias barbaras de violencias mostradas na telinha da TV, como pais que jogam seus filhos pela janela do apartamento, de filhos que planejam friamente e executam o assassinato dos pais, esposas que esquartejam maridos ainda vivos e muitos outros casos que se  não surtiram em mortes violentas, causaram grandes danos emocionais as suas vitimas e a sociedade, cada vez se sentindo mais ameaçada.

Sedução, ciumes e competição.

Sou curioso e fui em busca de respostas... Respostas essas que é dificl de se obeter em se tratando de relações diferentes e complexas que movem os profundos sentimentos humanos. Talvés nossas respostas se alicercem na propria experiencia. Eu queria saber  em particular, de que forma é sustentada estas relações que movem o poliamor, que sentimentos o mantem vivo na esfera emocional das pessoas envolvidas. E então uma pessoa que viveu uma relação dessas me confidenciou: As tecnicas de sedução, o ciumes e a competição.
Bom, eu sei que seria injusto generalizar, enquadrar, todas as relações deste tipo apenas numa experiencia vivida e pra mim contada, com apenas uma opinião `a respeito, mas dado os fatos minuciosos que me foi confiado na converssa, há uma grande possibilidade de verdades. Por que não acreditar né mesmo? Se observarmos no video que postei logo abaixo e que mostra a experiencia de algumas pessoas, uma das primeiras palavras utilizadas pela primeira depoente e a palavra CIUMES. Assista!




Eu copiei de um site, alguns conceitos de poliamor, para que o leitor possaa entender melhor do que se trata:
Tipos de polyamory
• Polifidelidad: consiste de vários relacionamentos românticos em que o contato sexual é restrito a membros específicos do grupo, que não é, uma relação aberta.
• relação de casamento ou do grupo: uma pessoa se casa com vários maridos (poliandria) ou múltiplas esposas (poligamia) e essas relações, por sua vez pode ou não casados ​​e manter uns com os outros.
• Relações com a mídia: cada pessoa pode ter múltiplas relações em diferentes níveis de importância para pessoas diferentes.
• A relação mono-poli amorosa: um membro é monogâmica, mas concorda que o outro tem mais relacionamentos.
• relações hierárquicas: há uma primária e uma secundária, como na maioria dos casamentos abertos.
• Medidas geométricos: o nome do tipo de relação indica o número de pessoas envolvidas e ligações a sua relação, como no caso de o trio, ou o bloco. O mesmo princípio funciona para 'V' relações 'N' e 'W', onde o vértice corresponde ao indivíduo com duas conexões.
• Relações tribo: um grupo de pessoas pertencentes a uma mesma identidade e do amor e das relações sexuais que obedecem redes complexas próprio clã.
Sucesso e Fracasso
Embora não haja nenhum estudo sério de poliamor, portanto, qualquer comparação entre mono e poli relacionamentos é puramente anedótico e carente de um contexto científico. No entanto, a satisfação no relacionamento ea durabilidade do que poderia ser dois indicadores de sucesso.
As críticas do poliamor são baseados principalmente na duração da relação fugaz, mas isso é porque está sendo medido pelo critério da monogamia, em que o sucesso repousa na eternidade, "Eu vou te amar para sempre" é a taxa básica, embora as taxas de infidelidade são muito elevados e muitas vezes mantém o casamento para salvar a face.
Poliamor é uma função da praticidade, é muito mais fluido do que o casamento tradicional, mas não duram para sempre, geralmente classificados como um sucesso porque pode terminar sem a amargura que acompanha muitas pausas nos casamentos monogâmicos.

Lado a lado com um psicopata.

Eu nunca estive conscientemente ao lado de um psicopata tão absolutamente reconhecivel como estive ontem à noite durante o meu plantão. Pelos menos se já estive antes, não tive conciencia de ter estado, passando desapercebido por mim. 
Foi num socorro que fiz ontem à noite, cuja a vitima, usuaria do Sistema Unico de Saude, foi agredida a pauladas por um vizinho depois de uma mera discussão, o que lhe rendeu uma posivel fratura de tibia e de clavicula. A vitima que na verdade era o próprio psicopata, depois de estar acomodado na ambulância para ser removido, me confessou estar em liberdade condicional por roubos e assaltos a bancos, como tambem alguns homicidios anteriores, onde incluia o assassinato do proprio filho, a quem deferiu pauladas até a morte, por ser um posivel estrupador de menores. 
Além desta barbarie, contou ainda ter matado o filho da propria mulher que o acompanhava na ambulância e que na ocasião estava gravida e por ele agredida à socos e a pontapés na barriga.
Era imprecionante a frieza, a crueldade e a falta de moral com que contava suas atitudes criminosas, diante de mim e da esposa que visivelmente demonstrava medo dele e tambem um certo apreço pelo marginal. Observei tambem que me contava todos aqueles absurdos, não com a intenção de me assustar, mas de provar força, coragem e masculinidade, além de buscar alguma aprovação, ja que justificava suas atitudes com seus conceitos morais doentios e fragmentados de ódio, com certo orgulho das maldades que fez. Dizia ter simpatizado com a minha pessoa, o que evidentemente não dei crédito, pois precisava isso sim me imprecionar, já que necessitava da minha ajuda profissional para se livrar da dor. Fatos abominaveis deste tipo, eu me cansei de tentar entender, é feio demais. Portanto eu passo!..

Poliamor

Faz algum tempo que uma ideia me tem sido timidamente estimulada por terceiros e vem crescendo na minha cabeça, como uma semente que se joga em terra árida e não se dá crédito, mas que aos poucos vai dando algum sinal de vida. Um pequeno broto que começa a se mostrar, quase imperceptivel e que vai causando surpresa por sua persistencia em aflorar, provocando-me alguma curiosidade com sabor de antinatural e de pecado.
Mas daí que surge a apresentação de coinscidências externas jogadas na minha cara pela telinha da TV, fazndo-me questionar e me perguntar: Isto é uma coinscidência ou uma mensagem de forças maiores que quer abrir possibilidades? Ainda tem o preconceito que tentamos derrubar, mas nos acompanha e nos faz temer as consequências e de que forma estas relações poderão se mover nas nossas vidas.

Um golpe positivamente sujo.

Eu astuciosamente convenci minha amiga a comprar um vestido novo. Eu logo que o vi pendurado na arara da loja, percebi que era a sua cara e que cairia perfeitamente no seu corpo e na sua alma. Eu estava certo, ficou perfeito. Eu espero que a novidade cause algum frison amanhã no seu encontro de Domingo com o namorado. Por outro lado se não der o efeito esperado, puta que o pariu, o cara é cego.

Olhares que te buscam.

Quando cruzo por alguém como eu cruzei hoje de tarde no Bourboon e me lança aquele olhar que te busca com alguma insistencia, e que eu não sei se é por me achar parecido com alguem de sua relação, se por identificação de sexualidades, se é por estar em busca de alguma resposta de aprovação ou reprovação do seu estimulo sensitivo neuronal, eu tenho vontade de encarar os fatos, seguir atrás e desvendar de vez o misterio. Perguntar diretamente do que se trata, sem agressões; Mas isto eu já sei que é uma agressão. Mas também sei que as coisas não funcionam deste jeito. Eu não ganharia uma resposta sincera, honesta, então então deixo pra lá e finjo que não entendi absolutamente nada, seguindo meu destino até desaparecer a neurose. Me diz uma coisa, isto ja aconteceu com voce, ou é só comigo que acontece?

É dificil me amarem.

Tem algumas verdades que eu descubro sobre mim e algumas pessoas em vários momentos: Quando eu vejo filmes, leio livros, blogs, revistas e frases soltas em pedaços de papel jogados na rua, no corredor do ônibus, nas paredes do metrô, em muros grafitados ou nas minhas próprias gavetas.
Dai, eu descubro o quanto é difícil de me amarem pessoalmente, porque muitas vezes eu não tenho lógica, não tenho as atitudes esperadas, não tenho paciência e me reinvento erradamente para encobrir estas falhas e alguns desconfortos pessoais. Por isso é mais fácil de me amarem à distancia, nas redes sociais, nas mensagens por celulares, não pessoalmente.

Isto serve pra todos.

Será que existe uma idade especifica para assumir a homossexualidade publicamente?  Eu pergunto isto, por que eu sei que existem pessoas que pensam que sim, por acreditarem que essa descoberta é coisa de adolescentes, de jovens inseguros e problemáticos que ainda não se descobriram, ou simplesmente por serem desmiolados por falta de uma orientação familiar e religiosa. 
Pois saibam que numa casa de repousos em Nova Iorque, quatro casais de idosos gays foram homenageados no Dia dos Namorados, com a apresentação de suas musicas favoritas ao vivo, onde também se originou um vídeo deste evento colocado na Internet. São três casais que vivem juntos a pelo menos uns cinquenta anos e o quarto, um casal de octogenários, que se conheceram há apenas 2 anos em um serviço de encontros pela internet!
Isto tudo me faz pensar que com o passar dos anos o que sobrevive além do sexo, da tesão, e todas as mazelas complexas de sedução, é o amor, a amizade, o companheirismo, e o respeito mutuo, independente da orientação sexual. Osho disse num dos parágrafos de um de seus livros, que haverá um tempo em que somente isto sobrará do nosso lado e isso se tivermos sorte e sermos merecedores, de ter-mos alguém para nos fazermo companhia e relembrar dos bons e maus momentos. Isto serve pra todos.

Das decisões...

Mas ainda falando em decisões, eu preciso me decidir, preciso dar uma resposta ao convite que me foi feito antes do Carnaval e que ainda não tenho uma definição clara sobre  o que devo realmente fazer. Evidente que ninguém me colocou uma corda no pescoço, mas acontece que eu sou daqueles que carrega o peso da responsabilidade de dar uma resposta (ao menos para mim mesmo) e que no momento não tenho. De qualquer forma, eu devo me conhecer o suficiente para saber que tomarei a decisão mais sensata, pois não sou de dar salto de grandes alturas ou de me jogar em grandes profundidades sem estar pelo menos emotivamente envolvido ou decididamento convencido do caminho certo.

Alguem que caiba nos nossos sonhos.

Eu fui a o mar e não cheguei nem na beira para molhar meus pés ou ouvir o seu ruido arrastando-se na areia molhada. Eu fiquei apreciando cheiros, gostos e ruídos a minha volta, lendo, ouvindo musica, trocando ideias, observando algumas manifestações silenciosas e naturais que acontecem nesta terra dos homens que buscam coragem, que procuram respostas, que tentam entender seus próprios sentimentos, mas sentem medo de arriscar decisões. Decisões são sempre difíceis e eu compreendo estas posições de conforto que estabelecemos, pois segui nesta posição durante grande parte da minha vida, sentindo medo de saltar de grandes alturas, de mergulhar em grandes profundidades, fazendo-me perder oportunidades. Eu deveria nesta minha ida a praia, ter sorrido mais, ter brincado mais e usado as palavras de Cazuza no momento certo: "Não podemos ver a luz e não iluminar nossas mini certezas ou ficar esperando alguém que caiba nos nossos sonhos." porém...

Alguém me disse.

Eu estava preparando o café da manhã, quando uma amiga entrou rapidamente na cozinha e de repente, ouvi a voz cristalina da Gal cantar nos meus ouvidos: "Alguém me disse que tu andas novamente, de novo amor nova paixão, toda contente. Conheço bem tuas promessas, outras ouvi iguais a essas...Esse teu jeito de enganar conheço bem."
Eu fiquei pensando e querendo entender a relação entre a cena que acontecia e a musica que invadia meu cérebro naquele momento. Depois lembrei que alguém me disse que captamos energias que não são nossas e que servimos de veiculo condutor sensitivo de outras pessoas. Deixaram pra mim em seguida, uma flor amarela sobre o canto da mesa.

Sonata de violinos.

Nada me faltava naquele momento. Eu estava  ouvido sonatas de violinos e pássaros à uma certa distancia. Meus olhos ficaram arregalados, minhas mãos tremeram e os pensamentos confusos, antes de eu realmente me entregar. A entrega por vezes é fácil e noutros momentos tão difícil. A vida planeja momentos de indulgencia, de silencio e de criatividade.  

Como plumas ou pétalas ao vento.

Ione soa suave nos meus ouvidos como Yanes, yang, ou coisa parecida, como plumas ou pétalas que são largadas ao vento e navegam sobre espumas da Estrela de Galícia.  Minha mãe tinha uma amiga que se chamava Ione, uma mulher negra e linda que usava sapatos de saltos altos amarelos, quando as mulheres em geral nem ousavam usar. O que tem as Iones que conheço deste mundo? São elegantes, impulsivas, revolucionarias, apaixonadas, misteriosas, curiosas, misticas? Lembro-me de Ione, do seu batom vermelho, do perfume de cheiro forte e delicado, desde que eu pertencia a outro mundo. 

Amigos tem que ser britânicos.

Se esgotou o teu tempo. Não!.. O mais certo é dizer que se esgotou o meu. Hoje cedo conversei com um amigo que me aconselhou a viver a minha vida, sem expectativas de esperar a posição dos outros. Será que isto é possível? Quero dizer, viver sem nenhuma expectativa? Acontece, que cada um tem as suas urgências e a minha foi ficar no aguardo por três dias.
Então se resolveres ligar, não estarei mais disponível, pelo menos até terminar o carnaval.
Eu não tenho muita sorte com a maioria das pessoas com quem me relaciono, poucos são os que tomam a atitude de pelo menos dizer: _Ora não poderei ir, Não vai dar...
Eu deveria ter somente amigos britânicos que se não são pontuais, são educados o suficiente para se justificarem. Isto cada vez mais acontece entre as pessoas, virando um tipo vício global.

Aqui é que se come bem e barato.

Neste Sábado de carnaval, com a cidade meio vazia, a maioria das pessoas na praia, aproveitei para dar uma caminhada no Bom Fim e depois almoçar num daqueles bifês da Osvaldo Aranha, que de vez em quando costumo fazer. Todos tinham lugares sobrando, sem aquela filas homéricas para aguardar uma mesa disponível. O Gourmet da Redenção estava de portas fechadas e o Piatto Grill, onde normalmente almoço, oferecia o bifê livre com varias opções de carnes e grelhados por R$ 19,00 sobremesa e um cafezinho de cortesia enquanto se paga a conta. Mas decidi enfrentar a Lancheria do Parque, um dos locais mais antigos do Bom Fim e que oferece alem de lanches, como hamburguer,  pastéis,  um bifê de comida simples, barata com direito a uma carne e nada de requififes. A Lancheria do Parque, faz parte da história de Porto Alegre, está na lista dos ambientes frequentado pela comunidade gay da cidade, já foi mencionada por revistas especializadas em gastronomia, alem de ter sido palco e documentário de um curta.
O bifê saiu por R$ 10,00 neste Sábado, sem sobremesas e é cobrado R$ 8,50 durante os dias da semana. Estava mais cheio que os outros restaurantes e eu até dividi a mesa com duas senhoras uniformizadas, que possivelmente estavam na hora de intervalo e reclamaram do acréscimo de R$ 1,50 o bifê. Isto serviu para me comprovar o quanto a comida por aqui é acessível, se comparada com outros lugares onde comi. Na Lapa, Rio de Janeiro, era preciso andar muitos quilômetros para se conseguir um bom preço e "bifê livre", era uma palavra que ninguém conhecia. Os pratos normalmente eram A La Carte e não baixavam dos R$ 24,00 para cada pessoa.
Em Nova Iorque, um prato A La Carte, constituído de massas e uma salada verde com lascas de tomate: U$ 16,00 à 18,00 (dólares mais taxas), o que significa na nossa moeda mais que o dobro do preço. Optei algumas vezes por comida chinesa, mas a ultima que comi, me arrependi amargamente por ter pago 9,00 dólares e quase vomitado dentro do prato, com o chines me olhando. Os restaurantes brasileiros que visitei em N.Y, é somente para americano consumir e a gente apreciar do lado de fora.

Uma salva de palmas.

Sexta- feira fui pagar algumas faturas no Bourbon Shopping aqui perto de casa e depois fiquei dando voltas, olhando vitrines, antes do costumeiro cafezinho expresso com uma pequena dose de água mineral. Mas o que me chamou mais a atenção, foi duas jovens que beiravam seus vinte e três anos de idade, caminhando de mãos dadas pelas dependências do prédio, de maneira tranquila e sugestiva de um compromisso que ia muito além de uma simples amizade, fazendo o mesmo que eu estava fazendo. Bom isto não é mais nenhuma novidade nos dias de hoje, eu particularmente já assisti varias dessas cenas que considero dignas de uma salva de palmas e que me faz pensar em como o mundo está mudando para melhor, apesar dos gritos de histeria de Silas Malafaia e as convulsões da igreja com seus discípulos pedófilos. Nos Estados Unidos, a Suprema Corte já está prestes a dar a palavra final sobre o reconhecimento do casamento igualitário enquanto que a Inglaterra e a França, atravessam ferrenhas discussões de que frutas apropriadas devem utilizarem na salada de frutas, pois já perceberam o preço que podem pagar se ficarem do lado errado da historia. Mas ninguém é tão bonzinho assim, o que acontece é um jogo de vaidades e interesses, do qual ninguém quer ficar pra traz, o que é bom disto tudo, é que as vezes saímos beneficiados.

Sou menos, sou mais.

Me disseram que ficastes descontrolado ao me conhecer, perdido, cheio de atos falhos e com pequenas sismos inaudíveis no interior das veias. Eu ao contrario de ti,  fiquei muito a vontade ouvindo Ana Carolina em meu celular enquanto os aguardava. Já no carro, tomastes a iniciativa de pedires meu telefone, dizendo mais de uma vez que irias me ligar. Do que tens medo afinal?.. Eu não sou tudo isto que inventastes, sou menos, sou mais.

Faltou algo.

Nem tudo que é belo nos cabe no bolso, na nossa cama, na nossa vida, nos nossos mais profundos e íntimos desejos; Ainda tem a elegância, o intelecto, a cultura que não é tudo mas causa diferenças. Mas quando existe algumas limitações capazes de discriminar e perder o que é mais belo, então falta aquilo que não conseguimos detectar de inicio, mas sentimos que falta e se torna imprescindível para continuarmos com alguma expectativa. Então:

Sem controle remoto.

Eu pensei no cara  e ele apareceu  por aqui agora à tarde. Buzinou e se fez visível do outro lado da rua sem sair do veiculo, enquanto eu estava na janela. Me preocupo por sua doença, por sua obsessão que arrasta toda a sua família para um stress interminável; por outro lado, uma parte de mim o compreende e o admira por sua coragem, audácia e resistência a velhice, por não entregar os pontos, por dar margem a todas as suas possibilidades, desejos, sonhos e obscuridades. Ele é uma egoísta eu sei, um egoísta atrapalhado e com zero de baixo estima e eu fico pensando quem sou eu para julga-lo, para lembra-lo do seu lugar, ele é quem deve decidir seu próprio caminho sem controle remoto.

Judite vá dormir!

Judite apague a luz, feche a janela e vá dormir, já é tarde. Chega de ficar acordada, cansada, debruçada sobre o laptop, imaginando, sonhando. Eu não sou mais exibido do que você e o resto do mundo. Eu sou um pouco responsabilidade sua, dos seus conselhos que você não segue, da sua malicia, da sua bondade, da sua estratégia de proteção. Hoje sou o resultado de um desejo social esperado, o que todos queriam ver, comprovar e eu também; talvez um mérito seu. Descanse, apague a luz, eu não me sinto algo melhor do que você, nem ninguém!..

Acredite em mim.

Se eu disser que estou caindo de um prédio, acredita em mim, eu realmente estou caindo. Eu precisava cair, sentir minha queda livre, me espatifar lá em baixo e depois me refazer na dor, juntar os pedaços, peça por peça do meu corpo e sair andando. Mora em mim todos os suicidas que querem viver e crescer. Este talvez seja o único jeito de crescer. Me espere na calçada e enquanto caio, bata palmas.

Você é Ativo ou Passivo?

Meu colega tem fixação por sexo e fala o tempo todo sobre o assunto. Possivelmente deve dormir e sonhar com sexo, acordar exitado pensando em sexo e demonstra não entender muito bem a diferença entre transexual, bissexual, homossexual e transgêneros. Durante conversas que surgem à respeito entre colegas, ele faz a maior confusão com as explicações que lhe são colocadas. 
Cria uma verdadeira salada de frutas quando o assunto é ser ativo ou passivo, mas fica muito curioso e interessado em saber quem empurra o carinho no supermercado, ou quem fica por baixo ou por cima na hora do vamos ver. Eu encontrei esta fotografia criativa na Internet que já pensei em transforma-la num cartaz educativo e levar para ele, quem sabe fica mais fácil dele entender. O pior de tudo é explicar também, que nem tudo segue a mesma regra, que parafuso pode virar porca ou vice versa.

Não vou para Salvador.

Eu deveria ter me organizado mais e ido para Salvador neste período de Carnaval, que o diabo está solto. Na Segunda-feira,  assisti Ó Pai Ó e me deu saudades daquele lugar de gente simples, sofrida, alegre e bonita. Bom, sem stress, eu sinto que algo está vindo na minha direção e preciso aguardar por aqui até que seja esclarecido alguns sinais.

Um bocadinho mais de atenção.

Algumas pessoas são de uma beleza impar, sobressaindo-se da maioria e eu tinha me encantado com aquele par de olhos azuis, que fiz questão de elogiar, mas depois observando sua forma de andar e de parar repentinamente com as pernas excessivamente abertas, algo pareceu ter desandado nas minhas primeiras impressões. Alguns homens forçam uma masculinidade que não tem necessidade de forçar, tornando-os artificiais e até grotescos. Beleza é um conjunto de coisas que se encaixam harmoniosamente presenteando os olhos de quem a assiste. Eu percebi também alguns gestos forçados, uma certa vaidade que o torna propositalmente distante, separado por uma cortina de vidro dos simples mortais a sua volta. Será que por de traz dos olhos tem conteúdo? Às vezes a beleza por si só, não tem suporte para se manter e algumas sutilezas são percebidas com um bocadinho mais de atenção e tudo tem de ser na dose certa.

Duvidas me perseguem.

É, a gente passa por fases que nos surpreendem a cada momento da vida; São fases de alegria, de tristeza, de enfrentamentos, de superação, de estabilidade emocional e até de um desconforto que não se sabe a origem e que de repente nos toma de surpresa. Não é melancolia, é outra coisa, uma especie de desconforto mesmo, que parece se apoderar de mim e então fico como se estivéssemos caminhando sem rumo, sem perspectiva, sem colocar os pés no chão e tudo é desconfortavelmente relevante a minha volta. Desde Sábado que isto não tem jeito de melhorar. Fiz ate uma seção de Apometria na Segunda, mas por enquanto estou me sentindo do mesmo jeito. Acho que ainda é pouco tempo para esperar resultados. Só tenho vontade de me jogar na cama e dormir, dormir, dormir. Quando acordo a cabeça parece estar vazia e os pensamentos meio fragmentados em coisas sem sentido. Recebi um convite de muita responsabilidade neste dia e isto me causou um certo medo. Duvidas me perseguem desde então. Eu não sei onde termina em mim o delírio e começa a mediunidade dita.

Cão sem dono.

E se eu bater na tua porta e não abrires e se abrires me olhar por uma lasca e fingir que não me conheces como eu vou ficar? Não to acostumado com este tipo de rejeição, acho que ninguém está. Sou do tipo raivoso que não imploro atenção, mas que me amargo e me enveneno com estes sentimentos estranhos. Agora Elis canta "Cão Sem Dono" do meu lado e me abre cicatrizes que não deixarei sangrar. Sinto dores que me rasgam as costas. Sou capaz de voar sobre tua porta e teu telhado, observando tua chaminé sem vida, sem fumaça, tua rua, teu bairro, tua cidade e desaparecer por este mundo. Eu já conheço o caminho da minha felicidade.

Chuva, banho, vinho e emoções que combinem.

Enfim a chuva chegou por aqui dando aquela trégua ao calor insuportável de dias. Vontade de sair correndo pela rua e tomar um banho de chuva, um banho de chuva, na voz da Vanessa Da Mata. Depois uma chuveirada decente, um vinho, um filme, e muitas emoções que combine com esta noite.

Pedaço de mim.

Hoje senti que me faltava um pedaço, um pedaço que me acostumei a carregar junto comigo e de repente não estava mais junto de minha alma, de meu corpo. Eu não estava inteiro, não estava alegre, nem triste. Me faltava este pedaço que eu perdi ou me arranquei, mas que às veze sinto falta. Eu não vou bater em portas para procura-lo, nem jogar cartas de tarô, eu tenho medo de me arrepender se encontro-lo por ai caído no chão, então vou aguardar a chuva chegar. Tem uma frase de Caio Fernando de Abreu, que é mais ou menos o que senti: "Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre virgulas, aspas, reticências." É isso!..

Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é

Eu gosto de raridades, não gosto de gente previsível ou mais chata do que eu. Mas as raridades podem ser encontradas até nas páginas azuis do Facebook e isso pode ser imaginação de quem navega por essas bandas virtuais. Tudo pode ser falso. Encontrei dia desses o que penso ser uma raridade, eu posso estar enganado, pois ele joga vídeo game feito criança, usa brinco, pinta a cara e o olho feito palhaço. Faz pose de herói, lambe os dedos depois faz caretas. E eu, não faço nada disto, por que cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é. Eu faço apenas malabarismos.

Forno Alegre.

Porto Alegre se tornou nos últimos anos um verdadeiro forno para se viver, tanto que algumas piadistas locais, apelidaram a cidade de Forno Alegre. Mas quem pode viver com bom humor num ambiente tão quente e abafado? Eu particularmente não lembro de ter experimentado por aqui tanto calor. Na quinta e na Sexta-feira as temperaturas não baixaram dos 28 graus, chegando aos 32 graus e sem que soprasse pelo menos aquela brisa salvadora. Neste Sábado os especialistas no clima, preveem pancadas de chuva à tarde e também durante a noite. Tomara que São Pedro nos faça o favor de mandar um pouco de chuva para aliviar este calor infernal.

Sou indefinível?

Um colega me disse hoje, que sou indefinível. Eu sou indefinível, as pessoas em geral são indefiníveis? E o mundo, e o mundo, o mundo é definível? O que me faz ser indefinível neste mundo? Qual é o conceito desse meu colega sobre indefinível, tudo aquilo que não se entende? Aquilo que não dá para definir e foge dos conceitos básicos? 
Fui trabalhar com um olho vermelho e ele me perguntou se era por droga, bebida ou sémem. Eu nada respondi, criei um clima de segredo que funcionou como revide e então senti nele uma pontinha de inveja associada a sua imensa curiosidade para definir o que havia acontecido. Possivelmente não escancarar detalhes da minha vida, me torna pra ele indefinível.

Pague para entrar e grite para sair


Era dia 27 de janeiro, 9 horas da manhã. Eu estava sentado na Praça em frente da minha casa tomando chimarrão com dois amigos, quando um vizinho, que pouco conheço, das redondezas, trouxe a noticia que ao menos pra mim, parecia um exagero ou então eu não tinha escutado direito; "Mais de 200 jovens, haviam morrido no incêndio de uma boate em Santa Maria". Não, não era aqui, pensei rapidamente com meus botões. Não podia ser aqui. Coisas desta magnitude, não acontecem por aqui no Rio Grand do Sul!..
Mais tarde em casa com a TV ligada, a constatação da mais triste realidade que assusta, que te põe à pensar nas armadilhas que a vida cria, nos erros humanos, na nossa vulnerabilidade diante disto tudo, nas cenas de terror que se montam diante de nós sem que nada possamos fazer. A morte dessas mais de 200 pessoas foi como se caísse um boeing.
E ai a gente faz transferência de dor, de culpa, por que temos pessoas que amamos e poderiam estar lá, filhos cuja as asas crescem e buscam a liberdade, que querem se divertir, que vão a festas e chegam tarde e nos vemos preocupados, em guarda, simplesmente impotentes.

Enquanto o sono não vem.

Como seguidamente acontece comigo, esta noite perdi o sono e então fiquei navegando pela Internet, o que me levou a assistir dois filmes interessantes, mesmo indo dormir as quatro e meia da manhã: O primeiro foi Clapham Junction que é sobre a experiência de 36 horas na vida de alguns homossexuais masculinos em Clapham, ao sul de Londres, e sobre as consequências quando suas vidas se cruzam. (Clapham Junction é o nome da estação de metrô em Londres). Escrito por Kevin Elyot, e digido por Adrian Shergold, o filme foi feito em 2007 para a televisão britânica,  posteriormente repetido em 2009, e mais tarde lançado em DVD na Região 1.
O segundo filme, também produzido para a TV em 2000, só que francesa, conta a história de Laurent, um rapaz gay de vinte e três anos que divide o apartamento com sua melhor amiga. Assumindo sua preferência sexual por rapazes, esconde apenas dos seus pais, de educação rígida e preconceituosa, que ignoram a sua homossexualidade. Para seus pais, Laurent é o filho modelo e usa a sua colega de casa para esconder sua preferencia sexual. Mas essa dupla identidade torna-se insustentável quando Laurent se apaixona por outro jovem, que não aceita viver este amor na clandestinidade. 
Mais de 6,3 milhões de franceses viram "Juste Une Question D'Amour", transmitido pela France Télévision. Ambicioso e corajoso, este filme foi o primeiro a romper o tabu da homossexualidade na televisão francesa, abordando os temas da homofobia, da saída do armário,  da aceitação de si mesmo. O filme trata do amor com sensibilidade, respeito e inteligência e serve de ensinamento para qualquer um independente da sua sexualidade.

Assim não dá, dói no bolso!

Algumas semanas antes de viajar, fui cercado com telefonemas, visitas, seduzido com passeios, mas resisti bravamente me negando a proposta de dar beijinhos e trabalhar somente por amor. Eu já esperava que tudo iria mudar de figura depois da minha contra proposta e que o silencio seria estabelecido como resposta final. 
Como diz o meu colega de trabalho; Tem gente que gosta de um cuzinho, mas na hora que é chegado a sua vez de virar, o papo é outro e o silencio impera no ar. Ora nos dias de hoje, não é possível  fazer exceções e viver de amores incondicionais, já que todo mundo tem contas para pagar. Passado mais algumas semanas tudo voltou ao normal.

Transgressões.

Ontem de noite, assisti Fellini naquelas tipicas películas em branco e preto que me faz voar inversamente pelo tempo, descer por canos subterrâneos e sair em lugares inimagináveis. Fellini sempre fez isto comigo, é minha transgressão, e eu tenho muitas transgressões.
A foto de cima, é uma cena imortalizada do filme "La Dolce vita", onde Anita Ekberg, vive o papel de uma atriz americana de passagem por Roma. Seu banho no Fontana de Trevi, também não deixa de ser uma transgressão.

O QUE MUDA, É QUEM PREFERENCIALMENTE LEVAMOS PRA CAMA.


A homossexualidade ainda é vista como um desvio da personalidade e atribuída a ela uma certa banalização por parte das pessoas, surpreendentemente inexplicável nos dias de hoje. Como se ser gay, excluísse o individuo de ser uma pessoa normal, séria, responsável, comum como todos os outros indivíduos e isto possivelmente deve ter forçado muita gente a se manter no anonimato ou se camuflado no armário, por não aceitar esta forma diferenciada com que são tratados. Tomo como exemplo algumas situações:
Numa festa de final de ano, no meu trabalho, um colega assumidamente gay, era pressionado pelas pessoas presentes a se "soltar"; Era esta a expressão que usavam e dirigiam a ele. Se soltar talvez significasse para eles, chamar a atenção, dançar como se estivesse fazendo um show, para que todo mundo achasse engraçado, como se gay tivesse a obrigação de alegrar uma festa, tornando-se uma especie de entretenimento. Apesar do colega dizer que estava à vontade e se divertindo, as pessoas o pressionavam e insistiam para que ele se "soltasse".
Num outro evento festivo de trabalho, uma colega que vendia convites, tentava convencer as pessoas a compra-los dizendo, que eu também  iria e levaria comigo meu suposto namorado, despertando nelas não o interesse pela festa, mas a curiosidade de um fato incomum e assim abrindo precedência para gerar comentários maldosos e preconceituosos.
Uma outra colega ao trocar uma blusa sem pedir licença na minha presença, justificou sua atitude dizendo em seguida: Há não tem importância  ele é quase uma menina.
Fatos como estes, são lamentáveis e só provam a imaturidade das pessoas diante das mudanças que acontecem na sociedade, no mundo, nos indivíduos, pois alardeiam demais e provam que estão longe de aceitarem e respeitarem as diferenças. Ser gay, a o meu ver, não faz uma pessoa mudar de sexo ou transforma-la num fantoche de entretenimento, muito menos numa especie de chamativo para forçar a venda  de ingressos. Vai custar muito as pessoas entenderem que o que muda realmente é quem preferencialmente levamos pra cama, só isto.

STONEWALL INN EM NOVA IORQUE.


Foi caminhando pelas ruas de Nova Iorque, meio perdido, num dos poucos dias que fiz isto sozinho e que descobri por acaso o Stonewall Inn, localizado no 51 e 53 da Christopher Street. em Greenwich Village (bairro predominantemente residencial, no lado oeste de Manhattan também conhecida por Vila, hoje habitado por famílias de classe média alta).
Havia algumas pessoas na frente do prédio fazendo fotos e aquela atitude me aguçou a curiosidade, por que eu não sabia do que se tratava. Deve ser algum lugar importante, pensei comigo e então premiado por mais uma dose de sorte, encontrei um brasileiro de Belo Horizonte, chamado André, que também fazia algumas fotos e me contou a história do Stonewall Inn.
É incrível como se encontra mineiros por lá e também se descobre coisas interessantes!


Stonewall é o marco zero da luta pelos direitos igualitários e onde tudo começou, pois em junho de 1969, as bichas que eram presas simplesmente por estarem ali, se revoltaram. Cansados de irem presos sem nenhum motivo, formaram barricadas e atacaram com o que tinham à mão, os policiais que queriam levá-los para a cadeia.
Este episódio deu origem às paradas gays, comemoradas anualmente no mês de Junho, marcando os motins de Stonewall. O estabelecimentos acolheu pessoas abertamente homossexuais nas décadas de 1950 e 1960, embora os proprietários e gerentes não fossem gays.
O Stonewall, na época, era de propriedade da máfia, que oferecia uma variedade de clientes, mas era conhecido por ser popular com as pessoas mais pobres e marginalizadas da comunidade gay, como drag queens , representantes de uma nova comunidade, "transgêneros", efeminados jovens, prostitutas e jovens sem-teto.


No Christopher Park, em frente ao Stonewall, algumas estatuas brancas chamadas de "Gay Liberation Monument", de autoria de George Segal, prestam homenagem aos direitos alcançados pelo movimento gay. Observando-as atentamente, percebe-se que são dois casais, um de homens, que estão de pé, e um casal de mulheres, sentadas no banco do jardim.

Se eu paro penso, se eu penso não faço!

Eu fiquei pensando, pensando, pensando.., se devo agir assim como estou agindo ou não. Também fiquei pensando que não devo planejar atitudes. Se paro penso, se penso não faço. Isto me causa posteriormente um mal que só percebo quando vou tomar banho e descubro uma imensa bola na axila causada por uma reação alérgica ao desodorante que já uso faz anos. Me parece que também sou alérgico ao meu próprio suor. O que está havendo?..

Assassinando no inglês.

Em Nova Iorque, como falei antes, a maioria dos meus colegas de viagem assim como eu, não falávamos quase nada de inglês e um deles confundia "excuse me (com licença)" com "Kiss me (beije-me)". Cada vez que passava por um grupo de pessoas na rua ou dentro de uma loja onde estavam obstruindo seu caminho, ao invés de dizer "excuse me", ele dizia "Kiss me".
Eu brincava com ele dizendo que a qualquer momento cruzaríamos por um daqueles negros fortes do Brooklyn disposto a lhe dar aquele beijo na boca e eu seria o padrinho da relação.


Somos crianças.

Encontrei-a no portão com os olhos marejados de lagrimas, antes de me dar um abraço apertado e que pareceu ser de muitas saudades. O que lhe provocou tal atitude, não digo o abraço, mas os olhos úmidos,  pensei enquanto sorria ao vê la; Os dias de isolamento ouvindo o som do mar, o cansaço e a tensão pela viagem de mais de uma hora, ou a seção de terapia de ultima hora por ela dito necessária? 
Lembro-me dela ter falado a razão de seu destemperamento, mas também me culpo por não ter tomado a iniciativa de ter perguntado antes. De qualquer forma, qual a diferença se parecemos tão crescidos? Por outro lado, às vezes lembramos crianças afetivamente carentes que simula ser gente adulta e no controle de suas pendencias emocionais; tímidos para dar a mão um pro outro e ajudar a atravessar a rua.

A morte de Walmor Chagas.

A morte de Walmor Chagas, não seria uma grande surpresa aos 82 anos de idade, se não houvesse indícios de que foi suicídio. Embora surja aquelas perguntas fatídicas como: O que faz um homem como ele no auge da fama e reconhecimento profissional cometer esta atitude, a gente no fundo, no fundo, sabe que todos os títulos e adjetivos de reconhecimento por vezes não são suficientes para conter a solidão, a depressão, quem sabe a aceitação da velhice e outras armadilhas que a mente humana arquiteta. Em décadas passadas   era um dos mais cobiçados atores por sua beleza e técnica teatral. Em uma de suas últimas entrevistas, disse que queria morrer de forma surpreendente. Parece ter conseguido!

A passeata dos ameaçados em Paris.

Neste inicio de semana, me assustei ao ligar a TV no noticiário e perceber que existe tanta gente contra aos direitos igualitários. Me surpreendi ainda mais por ser na França, a pátria dos direitos humanos e que reuniu em sua capital mais de 340 mil pessoas numa passeata gigantesca contra o casamento gay no país. É assustador ver tanta gente marchando contra a felicidade dos outros por se sentirem ameaçados.

Mexendo com os pauzinhos

Por vezes mesmo cercado de pessoas por todos os lados, nos sentimos como uma espécie de ilha,  isolados. Sim é esta a palavra que melhor conceitua o que estou sentindo no momento. Como não dá para ficar deste jeito na expectativa de que coisas melhores aconteçam na nossa vida como se fosse um milagre,  temos que mexer com os pauzinhos. Esta frase é crédito de um amigo que fiz em Nova Iorque e ontem lembrei dela com muito rigor em função de algumas situações experimentadas. Eu tive de mexer com os pauzinhos!

A morte de Jorge Selarón

Ontem eu estava navegando na Internet, quando li uma notificação de uma amiga no Facebook, informando a morte trágica de Jose Selarón no Rio de Janeiro. Seu corpo foi encontrado carbonizado junta da escadaria que ele mesmo tornou famosa, ao lado de um recipiente que continha algum produto inflamável.  A desconfiança da policia é de suicídio ou homicídio,  já que o artista nos últimos meses parecia andar com depressão e também recebendo algumas ameaças.
Conheci Selarón no ano passado, quando estive no Rio com uma amiga, para fazer o visto americano. Ele nos conquistou por sua simpatia, simplicidade e amabilidade. É lamentável o ocorrido.
Nascido no Chile e atualmente com 65 anos, Selarón se dizia apaixonado pelo Brasil e em particular por futebol e desde muito cedo começou a trabalhar nas escadarias do convento de Santa Tereza, na Lapa que é visitado por turistas do mundo todo. Sua morte foi uma grande e lastimável perda!..

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...