CONHECENDO O MAIS ALTO VIADUTO DAS AMÉRICAS



Ontem, dia 28/03/2010 eu percebi que algumas coisas na vida tem um Sabor melhor quando são compartilhados com pessoas que também estão na mesma sintonia, com o mesmo objetivo comum, criando uma parceria coesa que divide suas emoções, seus medos e suas alegrias., sem a vergonha de demonstra-las. Este post é para agradecer o pessoal que me acompanhou até Vespasiano Corrêa no objetivo de visitar a ferrovia do Trigo, em particular o Viaduto 13, o mais alto das Américas e seus túneis.
Soube da existência deste viaduto através da internet e então fui conhece-lo com alguns amigos, parceiros de fé, que também adoraram a ideia.
O grupo era formado por:
Ademir e Denair, 
Athos e Carol, 
Cristina e Beto, 
Ana Carla e Vanderlei, 
Bruna e Giovane 
e eu.

Saímos de Porto Alegre as 9:13 horas em direção a Muçum (a princesa das pontes) uma cidade pequena e agradável com pouco mais de 4.000 habitantes . Não sabíamos exatamente a localização do viaduto mas tínhamos a cidade de Muçum como referência e então fomos pedindo informações aos moradores da cidade, que nos indicavam o caminho a seguir, por uma estradinha de terra na encosta do vale do Taquari, até Vespasiano Corrêa. Na medida que nos embrenhávamos entre plantações, estradinhas tortuosas a paisagem ia se revelando.


Estávamos em três carros com 11 pessoas e a todo o instante enxergávamos viadutos que cortavam os morros a cima de nós. Mas não queríamos ver apenas viadutos, queríamos o mais alto, o de 143 metros de altura, o mais alto das Américas, que eu havia colhido informações da Internet. De Muçum até lá foram uns 20 km passando por plantações de milho, soja, olhares curiosos de moradores e uma capela muito simpática que nos chamou a atenção e nos fez parar para admira-la de perto.


Andando mais alguns quilômetros, chegamos aos pés do Viaduto as 12h.46mim. numa pequena clareira com um bar muito modesto, chamado V-13 escrito à mão com carvão e um quiosque de boa infra-estrutura com cadeiras e mesas para se lanchar. O viaduto estava à nossa frente, imponente, inacreditavelmente alto e nos causando um certo receio de subirmos até o seu topo.




Passeando sobre o viaduto:
Fizemos então um lanche rápido e subimos de carro por uma estradinha no meio da mata que nos deixou a poucos metros da entrada do viaduto e um dos seus túneis. A vista lá de cima é magnifica e se tem uma visão panorâmica de todo o vale. Não cruzamos todo o viaduto, mas passeamos por boa parte dos trilhos e admiramos tudo que era possível ser captado por nossos olhos atentos.

A primeira sensação, olhando lá de cima é de vertigem, instabilidade e medo, mas que logo dão lugar a contemplação e a sensação de liberdade conquistada pelo esforço, coragem e audácia. Sobre o viaduto existe uma especie de sacada em concreto que possibilita visualizar de cima toda a beleza da região e que também serve de proteção caso o trem passe.


A hora da decisão:

Mas depois de estarmos lá em cima, faltavam mais coisas para completar na nossa aventura de apenas um dia. Precisávamos atravessar um dos túneis que inevitavelmente causa medo pela escuridão e a incerteza de que hora o trem poderá passar. Já na entrada avistamos uma placa de alerta que nos causou receio e a certeza de que estávamos num espaço ilegal, por nossa conta e riscos.

Mas como ir num lugar destes sem aproveitar tudo que ele podia nos oferecer?.. Tínhamos que correr o risco mesmo sabendo que a visibilidade era zero e que o trem normalmente com mais de cinquenta vagões carregado de soja e outros produtos, passava três vezes por dia sem hora marcada e nem buzinava ao entrar nos túneis. Ainda tinha o fato de que lugares escuros podem ter morcegos e ratos e onde há ratos, pode haver cobras...

O numero de pessoas era grande e eu pensava se daria tempo de todos encontrarem um refúgio naquela escuridão, se viesse um trem. Este refugio a que me refiro, trata-se de um espaço construído dentro dos tuneis e que possibilita proteger-se em caso de surgir alguma locomotiva. O problema é que os refúgios construídos a cada trés metros, só é possível caber trés pessoas de cada vez e eramos 11 pessoas.

Entrando num dos Tuneis:
Bom, quem está na chuva é pra se molhar!.. Então discutimos um ponto favorável aqui, um outro negativo acolá e por fim descobrimos que a curiosidade era maior que nosso bom senso e decidimos entrar. Só tínhamos levado uma única lanterna, então não enxergávamos um palmo de distância à nossa frente. O chão era coberto de cascalhos e facilmente afundávamos os pés ou tropeçávamos em alguns dormentes que prendiam os trilhos.




O pessoal gritava fazendo eco e algumas vezes imitavam o som da buzina de um trem entrando no túnel, o que causava pânico geral. O que me surpreendeu é que encontramos famílias com crianças pequenas dentro da escuridão, sem a mínima preocupação com a segurança. Que coragem!.. 

O medo de Ademir: 
Na foto acima, flagramos o Ademir sendo levado pela mão, por não se sentir encorajado em ter de fazer todo o trajeto escuro de volta e também descobrimos neste passeio que ele tem fobia por altura. Mas depois de vencer novamente a escuridão, e dar muitas gargalhadas, fomos recompensados pela claridade da entrada do túnel e mais tarde a bela visão de uma cachoeira próxima aos alicerces do viaduto. Como o acesso para a cachoeira era por uma área particular, tivemos de pagar R$ 1,00 por pessoa pelo privilégio de usufrui-la. Era justo!




A saída daquele túnel seria um alívio para nossas angustias e também a merecida satisfação de uma etapa vencida. O cheiro intenso de mofo, a baixa quantidade e qualidade de ar respirável e o medo de que o trem passasse antes de encontrar um refugio era uma das coisas que mais nos deixavam apreensivos. Caminhávamos a passos largos na ânsia de vencer o tempo (o tempo para que nenhum trem passasse por nós naquele momento).

Enfim, já quase na metade final da caminhada, encontramos luz no meio do túnel. Era uma espécie de área de ventilação, feita de concreto em forma de arco, onde podia-se apreciar toda a beleza do vale e absorver um pouco de ar respirável. Andamos mais alguns metros e chegamos então ao seu final, cansados e com a alegria de quem vence uma batalha. A surpresa maior é que depois deste túnel, em que caminhávamos e que deveria ter mais de 500 metros, havia um outro, do qual era impossível precisar seu tamanho, pois não havia placas informativas e fazia uma curva, impossibilitando-nos de enxergar luz no seu final. Isto nos deixou inseguros, ficamos preocupados com a possibilidade de ser o túnel de 2 quilômetros (o maior deles) e então fizemos o caminho de volta para visitar uma cachoeira próxima dos largos pés de concreto do viaduto 13.




Banho de Cachoeira aos pés do viaduto:
Como não levamos roupas apropriadas para banho, não foi possível entrar na água, somente a comadre que entrou de roupa de passeio e deu um show digno de cena de cinema italiano. (La Doce Vita), lembram da cena Anita Ekberg, banhando-se no Fontana Di Trevi?
Voltamos para casa em torno das 18:00h. e chegamos à Porto Alegre em torno das 20.h. 32 min. cansados da aventura.
O viaduto 13 tem esta denominação por ser o décimo terceiro, de uma sequência de viadutos que se inicia no centro da cidade de Muçum e faz parte da Ferrovia do Trigo, a EF-491. Foi construído pelo primeiro batalhão Ferroviário do Exército brasileiro durante a década de 70. Possui uma altura de 143 metros e uma extensão de 509 metros. Inaugurado pelo presidente Geisel em 1978. É tido como o maior viaduto da América Latina e o segundo mais alto do mundo, superado apenas pelo Mala Rijeka em Montenegro- Belgrado, com 198 metros de altura.

Contam alguns moradores, que durante a construção do viaduto, ocorreram vários acidentes, inclusive a morte de um soldado que caiu dentro do molde de um dos alicerces do viaduto e foi concretado, já que os gigantescos moldes não puderam ser desfeitos para a retirada do corpo. Alem deste soldado, muitos outros perderam sua vida na construção da ferrovia do trigo.



Lembretes básicos para esta aventura em especial:
Leve muita água e roupa confortável. A caminhada pode ser longa, isso vai depender da tua disposição e espirito aventureiro.
Lanternas se entrar nos tuneis. A entrada nos tuneis são por tua conta e risco uma vez que e´proibido andar lá dentro e ser atropelado por um trem que não tem hora marcada para passar. 
Os tuneis não possuem informações na entrada sobre sua profundidade. Isto significa que vc pode entrar num de 500, 800 ou até 2 km de comprimento e encontrar um trem pelo caminho. 
Os refúgios dentro dos tuneis são a cada 13 ou 15 metros e deve caber em torno de 3 à 4 pessoas de cada vez.
Repelente por causa do massacre de pernilongos. 
Roupa de banho para entrar nas cachoeiras. 
Maquina fotografia ou filmadora se quiser registrar a aventura.
Disposição e controle em caso de medo de altura e escuridão.
Mais fotos aqui:

O Blefe

Dias atrás fui atender uma mulher de 45 anos que suicidou-se com over dose de comprimidos porque sofria de profunda depressão e evidentemente nada mais podia ser feito quando cheguei. Ela morava só, viúva, filhos adultos, já criados, independentes e deixou um bilhete sobre a cômoda para seus familiares que assustados, às volta com a policia resolviam os trâmites legais. O bilhete escrito a mão estava com um dos filhos que entregou-me e dizia o seguinte:
Se eu telefonasse ou mandasse um recado pra todos vocês dizendo que eu faria isto, que vocês nunca mais olhariam para a minha cara, vocês se preocupariam e viriam atrás de mim ou só apareceriam depois que tudo terminasse, preocupados em evitar a vergonha que eu daria pra vocês diante dos vizinhos?
Eu fiquei pensando no que ela escreveu e me perguntei: Se qualquer um de nós numa atitude desesperada como a dela, que visivelmente precisava de ajuda, tentasse fazer isto, quantos acreditariam e viriam em nossa ajuda antes de pensar e desconfiar que poderia ser apenas um blefe, uma tentativa somente de chamar a atenção?
Pensei também nos apelos que fizemos e recebemos e que inúmeras vezes não são dada a devida atenção ou merecido carinho. Algumas lições na vida não tem prova de recuperação!

O amanhã

O que vem depois que uma relação se acaba? Antes me parecia que era uma espécie de tristeza, de vazio, associado a sensação de fracasso ou de um sentimento de perda, o cansaço pelo esforços emocionais que não deram certo por ambiguidades, por diferença de objetivos comuns. Mas passado algum tempo, se percebe que oque vem depois, podem ser alguns vagos sentimentos de raiva calcificados pela forma como se conduz o desfecho final, o desmembramento e tranformação das lembranças boas e também ruins em fatos normais de um passado que ainda é recente. Tenho fumado demais o que entre outras coisas causa câncer de pulmão e morte, eu sei, assim como falado em excesso, o que causa arrependimentos e um certo constrangimento futuro. É que algumas vezes tenho o pavio curto e acabo explodindo por coisas que não valem uma revolução. Como diz uma amiga: Amanhã vamos dar grandes risadas de tudo isto! e é verdade! E eu fecho este post na tentativa de zerar tudo, com a musica do Guilherme Arantes tocando imaginariamente de fundo:
Amanhã será um lindo dia da mais louca alegria que se possa imaginar. Amanhã redobrada a força pra cima que não cessa, há de vingar. Amanhã mais nenhum mistério, acima do ilusório, o astro-rei vai brilhar. Amanhã a luminosidade alheia a qualquer vontade há de imperar.

Se chover!...

Levantei preocupado com a cara do tempo aqui em Porto Alegre (que está de aniversário- 238 anos). Dias nublados, cuja manhã se parece com inverno de campanha. Será que é só aqui no meu bairro este vento gelado e estas nuvens carregadas? É que marquei com amigos de fazer uma trilha dia 28 e se chover.., vai dar guru. As previsões do tempo para domingo é de Sol, mas nunca se sabe que rumo tomará a vida, quanto mais o clima!

Insônia

E foi com esta sensação incomoda de ter ganhado mais um adjetivo 'no muy agradable' para minha coleção, que eu supostamente ontem à noite furei minha dieta com a tele- entrega de um cachorro quente americano número 3 gigantesco com linguiça, queijo, batatas fritas, molho e duas latinhas e cerveja. Fui dormir tarde depois de assistir 'Corina uma Babá Perfeita' no Insônia Class. O filme é uma comédia simples, leve e que já assistí antes e trata sobre racismo, discriminação e condição social, além de uma trilha sonora magistral.

01. Oleta Adams & Brenda Russell - We Will Find A Way
02. Ted Hawkins - Corrina, Corrina
03. Thurston Harris - Little Bitty Pretty One
04. Sarah Vaughan - They Can't Take That Away From Me
05. Louis Armstrong - You Go To My Head
06. Dinah Washington - What A Difference A Day Makes
07. Niki Haris & Peter Cox - I Only Have Eyes For You
08. Big Joe Turner - Corrina, Corrina
09. Duke Ellington & Ivie - It Don't Mean A Thing If You Ain't Got That Swing
10. Jevetta Steele - Over The Rainbow
11. Jackie Wilson - 'Reet Petite
12. Billie Holiday - Pennies From Heaven
13. Hank Ballard & Midnighters - Finger Poppin' Time
14. Original Score - Home Movies
15. The Steeles - This Little Light Of Mine



Conceito de egocêntrico

Há alguns dias atrás me chamaram de egocêntrico e isto me causou surpresa, então fui em busca da definição da palavra nestes dicionários online da Internet. Eu até que conheço sua definição de forma mais simplificada, mas assim mesmo quis buscar um significado, vamos dizer, mais amplo, cabal para a minha própria definição. Aí vai!..
"Individuo que acredita que tudo deve caminhar a seu favor, por achar que é o único a merecer; sem se preocupar com o semelhante. Caso esteja num navio prestes a afundar, o egocêntrico, com certeza, tentará convencer a todos que ele deve ser o primeiro a entrar no bote salva vidas, porque ele só consegue enxergar suas próprias necessidades."
..E lendo a definição no dicionário, constatei que o antônimo desta palavra é altruísta, exatamente como se auto conceitua a pessoa que me definiu de egocêntrico.
Ora, acredito que somos muito mais do que estes conceitos criados por alguns reality shows fora da telinha, que acreditem, existem e eu só queria como todos os participantes, ganhar o prêmio de ser feliz!..

Trilhar faz bem

Para alguém como eu que não se diverte com o "Domingão do Faustão" e que de vez em quando precisa ser estimulado e transformar suas energias vitais em outras mais saudaveis, mais adrenérgicas, encontrei um grupo daqui de PoA que possibilita esta experiencia. Eles dedicam-se a fazer paseios que não são todos os fins de semanas, pois são programados e colocados em seu site. São trekkings, acampamentos e passeios à trilhas com grupo de pessoas que se interessam em passar momentos de recreação e atividades junto à natureza, cultivando a parceria, o companherismo e a amizade.
O grupo ja realizou varios paseios como: A Lagoa do Peixe, Praia Grande com trilha dentro dos cânios, Morro Santana com visita à cachoeiras e vista da cidade de Porto Alegre, Nova Petrópolis com subida nos morros na linha Imperial, Trilha do Funerão no sentido Taínhas- Arroio do Meio, Viaduto 13 entre Muçum e Vespasiano Correa, Caará na nascente do Rio dos Sinos e muitos outros.
Dia 28/03 realizarão um paseio de barco, saindo da Marina Lessa, zona sul de PoA com trilhas em uma das ilhas do Guaíba, nas proximidades da Lagoa dos Patos com direito a trilhas e muito banho de rio. A saída será as 8:30 da manhã com retorno no final dia. O transporte é
carros, em regime de caronas com gasolina dividida entre os caronas e o motorista, saindo do centro da cidade (Ver o local!..) até a Marina Lessa onde os carros ficarão estacionados e seguros. Depois embarcarão no Talhamar, embarcação que levará os aventureiro por uma hora e meia de navegação até a Ponta escura, canal de ligação entre o Guaíba e a Lagoa dos Patos. O barco ficará a diposição no local com possibilidade para navegar para outros lugares nas proximidades. De o almoço será servido Salschipão (pão com salsichão), salada e suco. Os lanches da manhã e da tarde são indivuais.
O valor é de R$ 45,00 p/ membros do grupo e de R$ 50,00 p/ não membros que inclui a navegação e o almoço. A confirmação será feita por ordem de chegada até completar 10 pessoas. Mas os interessados deverão antecipamente entrar no site ou fórum oficial e se cadastrar via e'mail. Entre agora: Trilheirosdosul.com.br

A morte não lhes cai bem

Acordei às 10 horas e quando percebi, magicamente já tinha passado do meio dia. Gostaria de não estar em casa neste Sábado quente e sugestivo de lazer, mas levantei fraco de "boas ideias" e por fim desanimei. Queria num estalar de dedos estar num desses paraísos apresentados pelo Globo Repórter com muito verde e muito céu azul sem ter que pegar carro e programar rotas. Às 19 horas, fui na missa póstuma para Iolanda que emocionalmente pra mim, não parece ter partido. Algumas amigos mesmo mortos parecem somente não estarem presentes nos nossos dias, na nossa rotina. É como se a morte não lhes caíssem bem e a gente ficasse se esforçando para acreditar no que parece ser apenas uma mentira.

Todos fingiam voar

Acabo de voltar do aniversário da moça que abracei e não lembro o nome. Bebi muitos copos de Bohêmia e algumas doses de Whisky sem marca. Em certos bares as doses já vem pronta, então não se sabe o que se está bebendo realmente e depois de algumas horas também pouco importa. A chuva caia lá fora, sem que ninguém percebesse. Todos brincavam, todos dançavam, todos sabiam voar, mas sem a alegria suficiente para esquecer o cansaço que parecia ser maior que o stress do dia, da semana inteira. Às vezes a felicidade parece ser tão rasa diante de profundas tristezas, que tudo fica parecendo estagnado num copo de cerveja, numa falsa sensação de prazer, de diversão quase forçada. Quatro horas da manhã, uma conversa aqui, um sorriso ali e percebí que era a hora de me recolher antes que a carruagem virasse uma grande abóbora e a letra de Caetano uma grande verdade!..

Eu também gosto de Tom e Bethânia e daí?

Meu irmão tirava onda de mim e dava altas gargalhadas enquanto dirigia o carro e falava ao seu compadre, sentado do seu lado, sobre o meu gosto exótico de tirar fotografias de cemitérios. Acho que algum tempo atrás, até eu acharia estranho, mas o tempo faz com que a gente mude certos conceitos comuns e lógicos que a maioria segue e ver também beleza onde poucos veem!... Por alguns segundos tive ímpetos de revelar-lhes que eu também gostava de fotografar, faróis, carcaças de barco naufragados, lagoas, praças, monumentos, uma variedade de coisas que eu acredito não significar nada pra eles e também pra muitas outras pessoas, mas que pra mim tem um significado emocional especial. Não me chateei com a sua observação e até ri junto com eles da piada que faziam de mim, mas fiquei pensando nos interesses pessoais que estabelecemos durante a vida e que incrivelmente se divergem de uma pessoa para outra de tal forma a sermos inigualáveis e taxados algumas vezes de seres um "tanto estranhos," onde o que me toca, não toca a maioria!.. e daí criamos modelos, formamos definições sem maiores avaliações. Estas engrenagens emocionais acrescidas pelas nossas vivências é que nos tornam singulares, (diferentes de cada um), mesmo tendo gostos e hábitos que parecem meio estranhos, não é?

TAVARES E A LAGOA DO PEIXE.



Sexta feira dia 12/03/2010 conheci a cidade de Tavares. Desta vez eu não fui convidado, simplesmente me ofereci e peguei carona com meu irmão até o município, que fica à 240 Km de Porto Alegre na planície litorânea do Estado, entre o Oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos.  Tavares é a próxima cidade depois de Mostardas (28 quilômetros) no sentido noroeste pela RS-101.



SEUS MORADORES:
Tavares é um pequeno município em que a região central, não ultrapassa além da avenida principal e sua praça Emancipação, onde jovens circulam e idosos disputam jogos de Damas. É notória a curiosidade e simpatia do povo local quando percebem a presença de pessoas que não são de lá. São sorridentes e festeiros e em seguida tentam algum dedo de prosa. A arquitetura e tipicamente Açoriana como sua vizinha Mostardas e a cultura marcada pela presença do índio e do negro através da gastronomia, religiosidade e manifestações folclóricas ainda vivas como Ternos de Juninos, Corrida de Cavalhadas e Ensaio de Pagamento de Promessas.

LAGOA DO PEIXE:
Possui um potencial turístico-ecológico notável, devido aos atrativos e importância do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, um espaço Ecológico criado em 1986, para proteger um dos maiores santuários de aves migratórias do hemisfério Sul, com uma fauna e flora invejáveis, cuja área 80% fica no Município de Tavares, 17% em Mostardas e 3% em São Jose do Norte. A capela Santo Antônio em Tavares iniciou sua construção em 1939, sendo inaugurada em 1944, na atual sede do Município. A imagem do Santo Padroeiro veio de Pádua em Portugal.



A Lagoa do Peixe é fonte de uma das principais economias do Município, implementada pela pratica da captura artesanal do camarão rosa, considerado o melhor do país.
Apesar das águas da Lagoa serem rasas, com profundidades que variam de 10 a 60 centímetros, existem canais mais fundos com correntezas em épocas de cheia., na sua abertura pro mar. Não é permitido a pesca na área do parque (somente moradores locais), nem acampamentos. Qualquer atividade na área é necessário autorização do IBAMA. 



Em Tavares, outro ponto de destaque é a EXPOCACE, conhecida feira do camarão e da cebola aliada a muita festa gastronômica cujo o slogan é: "Cultura e Diversão, Cebola e o Melhor Camarão". Na volta para casa, não pude deixar de admirar e registrar o por do sol na Lagoa dos Patos que iluminava até a beira da estrada, considerado um dos espetáculos mais bonitos a o entardecer na região. De Porto Alegre até a Lagoa do Peixe, são 226 quilômetros pela RS-040 até a localidade de Capivari (75 quilômetros). A partir dali entre à direita do lado do Posto da Polícia Rodoviária, seguindo pela RS 101- (antiga Estrada do Inferno) até Mostardas e em seguida Tavares, totalizando uns 150,5 quilômetros. É também considerada um paraíso alimentar, pois atraí as aves residentes e migratórias do hemisfério norte, atraindo estudiosos, pesquisadores e amantes da natureza de todas as partes do mundo.



Outra atração, são os flamingos que ficam sobre a lagoa durante o inverno exibindo sua plumagem de cor rósea avermelhado de dar inveja a qualquer carnavalesco. Estas aves partem do sul da Argentina, Andes e regiões frias no Chile, chegando na lagoa em meados de Maio, ficando até o final de Julho. Uma beleza indescritível.  


                                                                         Até o próximo passeio!

VISITANDO O CEBB E AS RELÍQUIAS SAGRADAS DE BUDA.


Disseram-me que hoje era o último dia da exposição no CEBB Caminho do Meio - Viamão e definitivamente eu não poderia deixar de ver, o que talvez fosse a ultima e única oportunidade de contemplar a coleção com mais de 1000 relíquias sagradas do Buda e outros mestres budistas que estão sendo mostradas em todo o mundo, antes de serem guardadas definitivamente em um relicário no coração da grandiosa estátua do Buda Maitreia de 152 metros de altura que está sendo construída na Índia. Para quem não sabe, Maitreya é o proximo Buda a surgir na Terra, o Buda do amor, da evolução, que reiniciará o atual ciclo iniciado por Siddhartha Gautama, quando os ensinamentos deste tiverem sido esquecidos neste mundo. A estátua será o símbolo da bondade amorosa para o mundo e colocará a bondade amorosa em efeito prático direto, através da construção de hospitais, escolas, e clínicas e indireto, pelo crescimento econômico que beneficiará a população local.

As relíquias são pequenos cristais parecidos com pérolas que surgem entra as cinzas dos corpos dos mestres espirituais cremados como o Buda Sakiamuni que nasceu em 563 A.C. e mestres contemporâneos. Estas relíquias denominadas pelos Tibetanos de ringsel são especiais por guardarem a essência das suas qualidades como mestres espirituais As relíquias são evidências físicas de que o mestre alcançou qualidades de compaixão e sabedoria antes de sua morte. Nosso contato com elas, proporciona-nos a oportunidade de uma conexão única e espiritual com estes seres iluminados de forma a gerar as causas de nossa própria felicidade, acessando o aspecto divino pessoal. Inúmeras pessoas, budistas ou não budistas relatam sentirem-se inspirados, curados e em paz, após terem estado na presença destas relíquias. Entre estes pequenos cristais, encontram-se também na exposição, fios de cabeços, pequenos fragmentos de ossos, dentes e fragmentos de tecido de vestuário usado pelos mestres.
O CEBB- Centro de Estudos Budista Bodisatva, fica na Estrada Caminho do Meio 2600-Viamão/RS - continuação da Av. Protásio Alves. Muito mais que conhecer a exposição é a possibilidade de estar num ambiente auto astral que nos abastece de paz, harmonia e espiritualidade bem pertinho de Porto Alegre.

Johni?

Ontem depois do jantar ele chegou, quase não o ouvimos bater na porta. Como alguns disseram, já chegou pronto, sorridente, cumprimentando excessivamente alegre, tratando todos por Johni e sutilmente criticando a musica que tocava: _Mas parece musica de velório!. Dizia. Estabeleceu-se um pequeno clima de apreensão entre os presentes que já o conheciam. A festa terminou cedo, ao menos prá mim que não estava disposto arriscar voltar pra casa de mal humor por situações já conhecidas!

Prá se emocionar!



É preciso fritar o arroz bastante antes de jogar água fervendo.
E não pode mexer jamais depois de a água ser posta.
O alho deve fritar no óleo junto com o arroz.
Coisas que eu sei e que não. Eu sei muitas coisas.
Faxina por exemplo. Sei limpar uma casa de tal modo
Que não sobra um canto que não tenha sido tocado
Por minhas mãos.
Depois vou sujando. Com muito gosto.
Deixo peças na sala e louças sujas na pia.
Não na mesma hora mas um pouco
Bastante depois volto limpando.
Assim me faço.
Nos objetos que me acompanham.
Gosto de andar nas ruas e comprar coisas
Que vão se arrumando em torno de mim.
Tenho muitas coisas, quero dizer, tenho muitas camadas.
Uma camada de livros outra de sapatos.
Tem a camada de plantas. E toalhas de rosto.
Tenho camadas de cosméticos e de adereços.
Uma camada de nomes e de coisas que vejo.
Tudo ordenado ao meu redor. Em forma de corpo.
Um corpo que me sustenta quando o meu próprio me falta.
Cadeiras são meus ossos. Sapatos são meus braços.
Torneiras em meus poros. Paredes como roupas de inverno.
(Quando toca música em minha casa sai do umbigo)
Descanso recostada nas paredes da casa
Que me guardam como um abraço.
Me abraço quando me derramo na sala.
E na cozinha. Em geral adormeço no quarto.
Tudo em minha casa tem existência.
Todas as coisas significo.
Com os olhos. Ou com as mãos.
Minha casa tem silêncios
Que ás vezes ouço. Em meu corpo
Tem silêncios maiores ainda.
Que às vezes ouço. E faço poemas.
Faço poemas dos silêncios que ouço.

Eu gostaria de ter postado este texto de Viviane Mosé em meu blog no Dia Internacional da Mulher, que encontrei na pagina inicial do Orkut da Tatiana, mas terminei esquecendo. Viviane é psicologa e psicanalista, especialista em Elaboração e Implementação de politicas publicas. Mestra e doutora em filosofia. Autora do livro Stela do Patrocínio -Reino dos bichos e dos animais é o meu nome, indicado ao prêmio Jabuti de 2002, na categoria psicologia e educação. Organizou, junto com Chaim Katz e Daniel Kupermam o livro Beleza, feiúra e psicanálise (Contracapa, 2004). Participou da coletânea de artigos filosóficos, Assim Falou Nietzsche-1999. Publicou em 2005, sua tese de doutorado, Nietzsche e a grande política da linguagem, pela editora Civilização Brasileira. Escreveu e apresentou, em 2005 e 2006, o quadro Ser ou não ser, no Fantástico, onde trazia temas de filosofia para uma linguagem cotidiana.

Engolindo a ficha

Agora aproximando-se da metade do mês de Março é que engolí a ficha. Terminou as férias!.. E com o término das férias vem também o término de muitas coisas que foram boas e outras ruins, o que é normal. Desta forma tenho a sensação verdadeira de que as férias só acabam realmente em Março, quando tudo parece voltar ao normal. E o normal é dividas, preocupações, contas para pagar, sair do vermelho, trabalhar, trabalhar, trabalhar, economizar e pensar, planejar, refazer, buscar atrativos no que parece de início meio cinza.

Revelações em sonho

Sonhei com minha mãe e neste sonho ela carinhosamente me apontava soluções para que eu fosse uma pessoa mais feliz. E eu lhe dizia com determinação: Mas eu já sou feliz! Mas ela insistia e me apontava coisas que surgiam em imagens do nada e me dizia: Mas eu quero que tu sejas mais feliz ainda! Na medida em que aquelas imagens iam passando diante de mim eu ia ficando inseguro e também surpreso com o que ela me apontava, enquanto repetia sempre com as mesmas palavras seu desejo de eu fosse "Ainda mais feliz". Fiquei pensando que nós filhos esperamos tantas coisas de nossas pais, menos este tipo de preocupação aberta sobre nossos engajamentos emocionais diante da vida. Talvés a gente nem perceba que eles tem estas preocupações, talvés eles nem demonstrem nos momentos que necessitamos. Me vi preocupado dela quem sabe estar vendo em mim faltas que nem mesmo eu tenha percebido e que precisasse rever, preencher com certa urgencia. Me senti ansioso, tenso, até o momento de acordar!

MORRO DO MACACO:


Depois de muitos verões aproveitados nas águas mornas e quase sem ondas de Bombinhas, conheci o Morro do macaco, localizado entre as praias da Conceição e Morro Grande. 



O passeio é feito à pé e do alto do morro tem uma bela vista privilegiada, de tirar o fôlego. É uma visão de 360 graus da região. Por ser uma trilha de baixa dificuldade é muito procurada pelos visitantes que por lá se aventuram.


Quem conhece Bombinhas sabe que o prazeroso naquele lugar, não esta somente em desfrutar as praias comprovadamente paradisíacas daquele recanto da costa Catarinense como: Prainha, Retiro dos Padres, Sepultura e Quatro Ilhas, mas fazer alguns passeios que possibilitam um reconhecimento mais atento aos detalhes da região, assim como um contato mais intimo com a natureza.




Como boa parte do município está localizada dentro da Mata Atlântica, com áreas ainda preservadas e intocáveis, há diversas trilhas que revelam paisagens exuberantes em Bombinhas. 

Aos mais aventureiros a sugestão é pegar a trilha que parte da Praia de Zimbros, localizada na extremidade direita, e seguir em direção às praias: Deserta, Cardoso, Vermelha, Triste e à cachoeira da Praia Triste que apesar da exaustiva caminhada, o passeio é inesquecível.

PARQUE NACIONAL DO MORRO DO MACACO



Este morro possui uma altitude de 150 metros e pode ser acessado por uma trilha de mata nativa com duração de 30 minutos, até o seu topo onde é possível apreciar também o Arquipélago do Arvoredo e as Praias de Zimbros e Mariscal. No local existe ainda a possibilidade de voo livre. 
Outra dica imperdível e apreciar o Pôr do Sol lá de cima.
Outra opção é fazer trilhas ecológicas no pequeno morro da praia de Quatro Ilhas, próxima à praia de Bombinhas e também em direção à Praia da Tainha.

Visitando Caará

Ontem enamorei-me com o Sol que irradiava seu brilho pelas copas das árvores. O verde da mata, a agua rolando ora sinuosa, ora transbordante e branca sobre as pedras lisas, quase afiadas. Mais tarde vi a primeira, depois a segunda e então a terceira queda onde nasce o rio, ainda límpido, transparente, um rio chamado Sinos, que se polui em seu percurso. Foi um belo passeio em Caará!

FÉRIAS NO CHILE E OUTRAS CIDADES.




Eu deveria me sentar aqui, diante deste computador e escrever detalhadamente sobre a minha experiência, sobre a minha viagem para o Chile. Contar que a ideia inicial era de ir para o Peru e conhecer Macchu Picchu, mas que tivemos que mudar de rumo pois dois ou três dias antes da viagem desabou uma tempestade que inundou a região de Ollantaytambo e Cuzco deixando tudo debaixo água e que foram bloqueadas qualquer passagem que levassem até as montanhas na cidade perdida dos Incas. O trem que levaria os turistas para Macchu Picchu pelas montanhas ficou interditado e as noticias dadas pela TV e Internet repetiam que o país estava um caos, que turistas estavam sendo resgatados por helicópteros de lugares de difícil acesso, com fome, sede e frio, que faltava recursos para os resgates e que a região estava em estado calamitoso por no mínimo sessenta dias até a chuva parar, até o governo peruano buscar verbas para reparação dos lugares destruídos pela enxurrada. E que amigos e parentes ligavam-me aconselhando-me que eu não fosse. E que eu fiquei frustrado como qualquer pessoa que planeja uma viagem destas e vê tudo literalmente desabar na ultima hora e se vê impossibilitado por motivos que independem de si, dos responsáveis pela excursão, do governo peruano. E então para não perder dinheiro, tempo de férias e a possibilidade de sair da rotina, alteramos o roteiro das férias em direção a o Chile. Eu gostaria de ter me organizado e feito algumas anotações dos lugares, datas e horários por onde passamos e que são lindos, mas descobri ser uma pessoa por vezes desorganizada para este tipo de coisa. Gostaria de ter tirado mais fotos e mais bonitas do que as que tirei, de ter escrito sobre as pessoas legais que conheci e dividí espaço na excursão, da emoção de ter feito uma viagem destas com meu filho que estava visivelmente feliz e amigos especiais, mas tudo vira uma emoção só e a gente acaba esquecendo de fazer registros que mais tarde se lamenta de não ter feito. 


A sensação de estar no meio do deserto, numa região completamente árida, subir em lugares íngremes na Cordilheira dos Andes, a falta de ar ao enfrentar 4.800 metros de altitude com dificuldade de respirar adequadamente tendo a impressão de morte por asfixia a qualquer momento. Os Gêiseres del tatio a uma altura que pode atingir 1 talvés 3metros de altura, as piscinas naturais com 36 graus, de temperatura, o vale de La luna onde se assiste o pôr do sol sobre as montanhas, o deserto do sal. A arquitetura e modernidade de Santiago do Chile e seus surpreendentes e dóceis cães de rua, o metrô, as belas igrejas e mosteiros, as praias do Pacífico como Valparaiso e Vinãs del Mar e em Antofagasta de geografia particularmente selvagem, diferente. San Pedro do Atacama, cidadezinha isolada no meio do deserto com telhados de palha e barro, mas repleta de turistas do mundo todo. Os passeios noturnos pelos bares de Córdoba e Salta na Argentina, a comida que deixava muito a desejar para a nossa daqui do Brasil. Eu deveria sentar-me aqui diante do computador e descrever muito mais coisas e detalhes bons e ruins sobre esta viagem a o Chile. Eu deveria dar dicas de lugares onde se come bem e paga-se barato, sobre particularidades interessantes de cada lugar onde estive e também os hábitos e cultura do povo local, eu deveria agradecer por esta oportunidade ímpar, mas acho que tudo ficou tão surpreendentemente preso em mim que ainda não consigo por pra fora tudo que ví e sentí e fico fazendo estes post em pedaços, na medida em que vou lembrando destes dias que estive por lá.


Vantagens e desvantagens:

Bom viajar de ônibus para o Chile tem vantagens e desvantagens. As desvantagens é ser uma viagem longa, demorada e cansativa, com dificuldade as vezes de encontrar local adequado e que satisfaça à todos para comer, tomar banho e fazer as necessidades fisiológicas, principalmente a 2 que é proibido no banheiro do onibus. Algumas vezes os deslocamentos de uma lugar para outra são feitas a noite e então se perde a noção de onde se está e alguma parte de locais que se quer ver ou fotografar de perto. Por outro lado, durante o dia, o onibus fez varias paradas possibilitando-nos contemplar paisagens belíssimas. As Aduanas, principalmente a Chilena, gostam de dar chá de banco em estrangeiros e não demonstram nenhuma simpatia com a gente e parecem demorar deliberadamente para liberarem a documentação. Saímos de Porto Alegre, cruzando por Uruguaiana, Santa Fé, Córdoba, Mendonça, Cordilheira dos Andes, Santiago, Valparaíso, Vinas Del Mar, Antofagasta, Salta, Corrientes, retornando por Uruguaiana até Porto Alegre, totalizando 6.721km de experiencias incríveis.

Córdoba:

Na Argentina a cidade que mais me chamou a atenção por sua beleza e vida social intensa foi Córdoba, segunda maior cidade argentina com jeito interiorano. É considerada a capital da Cultura das Américas e a primeira capital oficial da Argentina. É também um centro cultural e histórico pela chegada de Jesuítas que lá se instalaram no século passado e construíram a Manzina Jesuitica, complexo religioso que ocupa um quarterão de área construída. Ficamos um dia e uma noite em Córdoba e no dia seguinte seguimos viagem passando por Mendonça em direção a Santiago.

Mendonça:
É um importante polo na produção de Vinhos e azeite, a cidade está localizada aos pés da cordilheira dos Andes e pode ser considerada como um oásis, pois é vastamente arborizada e está numa região semi-desértica. A cidade é abastecida por sistemas de irrigação provenientes de dois rios que tem origem do degelo dos Andes.
Na foto acima eu meu filho, estamos sobre a cordilheira e ao fundo a barragem de agua proveniente do degelo das montanhas mais altas. Olhando por fotos, não se tem noção da grandiosidade disto tudo. Os penhascos e as montanhas são imensas, causando uma sensação de medo e fascínio.


Santiago: 

Depois de cruzarmos pela cordilheira e enfrentar por horas a cara amarrada dos funcionários da Alfandega, chegamos em Santiago ao entardercer. Nos hospedamos no Hostel Santa Lucia no centro da cidade, cujo o café da manhã eu não gostei. Na maioria dos hostel em que ficamos, os cafés eram do tipo solúvel e muitas vezes eram servidos sem que o leite fosse fervido.


Odeio café que não é passado em saco. Outra particularidade o café tinha um gosto horrível, sorte termos levado algumas caixas de café brasileiro na bagagem. Também não gostei muito da comida chilena e dos banheiros que pareciam artigo de luxo na maioria dos lugares que entramos. Alguns restaurantes mesmo com uma boa apresentação, disponibilizavam banheiros no fundo do estabelecimento e em péssimas condições de uso.


Apesar da minha insatisfação alimentar, Santiago é uma cidade moderna, rica e com muitas coisas interessantes e culturais para se ver como museus, catedrais, praças, pórticos, construções arquitetônicas antigas, muitas festas nas ruas durante o dia, bares e restaurantes onde se pode sentar ao ar livre e apreciar uma boa comida e bebida. 

Tem uma boa rede de metros e o cotidiano da população bem movimentada. Os banheiros públicos são pagos e a o menos no centro da cidade, construídos no subterrâneo das avenidas principais. Santiago parece estar dentro de uma enorme bacia, cercada de montanhas por todos os lados por onde se olha.


Os cães de rua em Santiago:
Outra particularidade que chamou a atenção de todos os integrantes da excursão, é a quantidade de cães que vagam pelas ruas de Santiago por serem abandonados por seus donos. São cães dóceis e de porte grande que peseiam pelas ruas como se estivessem no patio de suas casas. Não são mirrados e sujos como os nossos, possibilitando até que se passe a mão sobre eles, sem ficar com aquele cheiro desagradável. Não são afugentados pela população e tambem não demonstram medo. Atravessam as ruas e são respeitados pelos veículos que circulam. Se por um lado são abandonados por seus donos, de alguma forma a população os acolhe. Inumeras vezes percebi sob as calçadas recepientes com agua e comida. No dia em que visitei o Palácio de La Moneda, com todo o protocolo de segurança, revista de bolsas e detectores de metais me surpreendi ao ver pelo menos dois destes cães deitados no pátio interno ao lado dos guardas.

E olha com certeza não eram cães de guarda treinados não, é como se a população os adotasse e mantivesse uma relação de respeito por eles. Como se fosse um hábito institucional no país. Em Córdoba, percebemos o mesmo respeito pelos animais.

Santuário Inmaculada Concepón:
Ainda no centro da cidade é possível se ter uma visão panorâmica de toda a Santiago ao visitar este Santuário numa região alta por onde se chega através de um bondinho puxado por fios de aço. O local é cheio de bancas que vendem artesanato, comida e outros utensílios locais.


Muitos fiéis sobem até o lugar para louvar a santa, mas o ganho maior é ver a cidade lá de cima e usufruir dos bares e restaurantes com mesas sobre as calçadas, na parte baixa e central da cidade com artistas de rua fazendo shows e tocando instrumentos que pouco conhecemos.




Valparaiso e Vinas Del Mar:
Depois de muitos paseios, compras e incursões por toda a cidade e mais uma noite no hostel, seguimos viagem no outro dia pela manhã em direção a o litoral do Pacifico para conhecer Valparaiso e Vinas Del Mar. Valpariaso é uma cidade portuaria e lá almoçamos num restaurante panoramico a o som de La barca.


Apelidei os musicos de Chitãozinho e Xororó chilenos. As praias chilenas são completamente diferentes do que estamos acostumados a ver por aqui no Brasil, tem pouca vegetação, muitas pedras e a agua é fria de doer os ossos.


Vinas Del Mar é mais sofisticada e fiquei impressionado com sua infraestrutura, shoppings, estacionamentos subterrâneos e restaurantes sofisticados e caros. Outra coisa que me chamou a atenção foi uma placa nas areias de Valparaíso, escrito: "Em caso de Tsunami, evacue a área".Um dos cartões postais de Vinas Del Mar é este relógio de flores, construído na praça central da cidade à poucos metros do mar.

Pacífico/ Panamericana e as casinhas no deserto:
Seguimos viagem pela rodovia Panamericana na beira do Pacifico, até encontrarmos o deserto. Era magnifico apreciar o mar recortado por enormes pedras de aspecto vulcanico e do outro lado a imensa região árida do Deserto do Atacama que a cerca de 400 anos não chove e é considerado o mais alto e mais seco do mundo, localizado na região norte do Chile, com cerca de 200 km de extensão. Nossa próxima parada, o deserto e São Pedro do Atacama.
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VIADUTO 13


Esta semana fiz um roteiro de lugares que quero conhecer aqui no sul e estou me organizando para poder conhece-los. Um deles é o viaduto 13 e sua denominação não tem nada a ver com azar, mas no fato de ser o décimo terceiro de uma sequencia de viadutos que se inicia na cidade de Muçum, conhecida como a "Princesa das Pontes". O viaduto 13 foi construído pelo exercito na ferrovia do trigo a EF-491 pelo 1º Batalhão Ferroviário do Exército Brasileiro durante a década de 70, tendo sido projetado desde o final da Segunda Guerra Mundial, pela empresa SEEBLA - Serviços de Engenharia Emílio Baumgart. Com seus 143 metros de altura e 509 de extensão, foi inaugurado pelo então presidente Ernesto Geisel em 19 de agosto de 1978, e é tido como o maior viaduto ferroviário da América Latina e o segundo mais alto do mundo, atrás apenas do Viaduto Mala Rijeka, em Montenegro, de 198 metros de altura. Suas fundações são do tipo sapata corrida e estão enterradas a 21 metros abaixo do nível do solo. Cada pilar é formado por quatro paredes de 80 centímetros de espessura média. De Porto Alegre até lá são 154 quilômetros via BR- 116, passando por Canoas, Estrela, Lajeado. Depois entre a direita na RS- 130, em direção a Arroio do Meio, Encantado até chegar em Muçum. De ônibus dá em torno de 2 horas e a passagem, menos de R$40,00. Eu vou até lá, prometo e depois eu conto!

Encurtamento dos dias

Li ontem no Jornal O Sul, jogado em meu colo por um colega, que o terremoto no Chile, segundo informações divulgadas pela NASA, pode ter encurtado a duração dos dias em função dos abalos sísmicos que possivelmente alterou o eixo da Terra em 8 centímetros. Essa mudança refere-se ao eixo em torno do qual a massa do planeta se equilibra. O geólogo Richard Gross da agência-(NASA) chegou a este resultado preliminar, através de uma simulação matemática feita em complexos sistemas de computadores de que o abalo deve ter reduzido a duração de cada dia em 1,26 microssegundos. Para efeito comparativo, ele relatou que o terremoto de 9,1 graus que atingiu a Ilha de Sumatra na Indonésia em 2004, deve ter reduzido a duração dos dias na Terra em 6,8 microssegundos e alterado o eixo em 7 centímetros. Embora o terremoto no Chile tenha sido um pouco mais fraco (8,8 graus) sua incidência ocorreu e latitudes mais baixas da linha do Equador, agravando seus efeitos. Segundo estudos da Física, um forte terremoto desloca quantidades imensas de rochas, o que acaba alterando a distribuição da massa terrestre. Quando isso acontece, há um impacto direto sobre a velocidade da rotação do planeta. Nesse caso, a Terra passa a dar uma volta em torno de si mesma mais rapidamente. Logo, o movimento de rotação (que dura 24 horas ou um dia) acaba ficando levemente mais rápido.

Susto na cidade

O trânsito de Porto Alegre parou hoje por mais de 2 horas. Por aqui, isto é anormal!. Era engarrafamento por todos os lados que conduziam ao centro da cidade. Os veículos não andavam e os pedidos de socorro solicitados ao SAMU levavam mais de vinte minutos para serem atendidos pelas ambulâncias que ficavam presas no meio do engarrafamento. Mais tarde soube-se que tratavam-se de dois artefatos suspeitos que foram colocadas dentro do Túnel da Conceição, um dos acessos viários importantes que levam ao centro e também de entrada e saída da cidade e a rodoviária. Os artefatos foram encontrados pela brigada militar que acionou o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). Embora a imprensa tenha divulgado ser apenas um, haviam comentários dos próprios agentes de trânsito (azulzinho) e policiais (brigadianos), de que se tratavam de dois e que foram explodidos dentro do túnel em ação preventiva. Os objetos suspeitos, semelhantes a uma garrafa pet, com fitas isolantes e um relógio visível foi encontrado por um pedestre que desconfiado, avisou a Brigada Militar.

Pensando

Existem espaços que se abrem na nossa vida, onde atraímos situações que inicialmente são prazerosas, mas que de uma hora para outra, parecem não andar e ficam num fluxo lento, travada, em contra mão, trancada e a gente alimenta isto tudo empatando e absorvendo nestas coisas menores algumas possibilidade que acabam atrasando as maiores por certa comodidade, sob pena de mais tarde olharmos para trás e pensarmos no quanto perdermos tempo, no quanto andamos lento, no quanto pode ser tarde para arregaçarmos a manga e investirmos no que realmente queríamos se não estivessemos envolvidos nestes espaços que se abrem cómodos parecendo favoráveis e reforçados as desculpas que inventamos para empurrarmos com a barriga o que nos leva a o memso lugar ou a nenhum.

Quem diz o que quer, ouve o que não quer!

Ontem quando entrava na sala de emergência cirúrgica para deixar um paciente, percebi que duas colegas de trabalho, ja em fase de aposentadoria, que vinham em minha direção comentavam alguma coisa sobre mim, até por que não fizeram questão de esconder, e eu fixei os olhos sobre elas dando a entender que eu havia percebido que falavam de mim. Então uma delas em atitude corajosa me disse:
_Eu estava falando pra ela, que tu parece uma bixa velha com este rabinho. (referia-se ao meu cabelo preso por um elástico) E ainda gordo deste jeito!..
Eu na hora, pretendia responde-la com qualquer coisa mais ofensiva que me viesse a cabeça, mas foi tudo tão rápido e envolvido naquele clima de cinismo e bedoche que não foi posivel evitar o constrangimento, o destemperamento e a raiva que me avermelhou a face.
_Pois é, parece que quando vamos ficando mais velhos, vamos também perdemos a noção do ridículo, seja pela nossa aparência ou pelo que falamos para os outros sem o mínimo respeito. É a velhice!.._ respondi-lhe saindo.
Acho que ela entendeu embora eu quisesse falar mais!

O que é isto companheiro?

Hoje acordei com uma pequena indisposição emocional mesmo com o sol convidativo brilhando lá fora e invadindo minhas janelas. Desde que cheguei de viagem minha casa está uma bagunça generalizada e não consigo cavar ânimo para coloca-la em dia. Tenho me perguntado o por que de tudo isto se sou uma pessoa organizada e potencialmente FELIZ!!!

Se cada dia cai

"Se cada dia cai dentro de cada noite, há um poço onde a claridade está presa.
Há que sentar-se a beira do poço da sombra e pescar luz caída com paciência."
Pablo Neruda .

Fonte: Marcador de pagina de couro de minha amiga, esquecido sobre a mesa.

Personalidade e criatividade

Este é o Richard, um cara que conheci na viagem para Buenos Aires e que parece ter dois metros de altura, cara de soldado romano e a alegria de um garoto de 16 anos. Estuda Publicidade e se veste de forma criativa. Chamou-me a atenção os seus tênis pintados por ele mesmo com muita criatividade. Alias, ele se veste todo com muita personalidade e criatividade. Comprou um capacete de gerra num brechó e uma gigantesca bandeira rasgada de um morador de rua na cidade portenha!

MAR DE ANTOFAGASTA

Quando viajamos, lembramos de algumas pessoas especiais, que gostaríamos de estar conosco naquele lugar, curtindo o ambiente, as outras pessoas, as novidades que descobrimos, isto é inevitável. Queremos que elas compartilhem conosco as vivências agradáveis que estamos experimentando, lembramos de algumas conversas que tivemos com elas e que ficam registradas dentro de nós. Em Antofagasta, de frente para o mar, lembrei de Lucia me falando de seu desejo de sentar numa cadeira de praia, os pés na areia granulada, olhando para o Pacífico até a linha do horizonte. Quando molhei meus pés na água gelada, lembrando de suas palavras, pensei em silencio estar lhe prestando uma homenagem, mesmo ela não estando mais entre nós.

Conheci o mar de Antofagasta no caminho para San Pedro do Atacama, não a cidade Antofagasta propriamente dita, (que dizem ser uma grande metrópole), mas o que vi, já dava para se encantar com a beleza selvagem deste lugar magnifico, composta de pedras vulcânicas, areia grossa, conchas  gigantescas e pedaços de corais espalhados entre as pedras.



Não me atrevi a tomar banho no mar, pois não queria me arriscar a ficar horas dentro do ônibus com o corpo salgado, mas mergulhei os pés na água para sentir sua temperatura. Gelada!.. O mais incrível deste lugar é que de um lado você se encanta com o mar batendo nas pedras e do outro a paisagem solitária e inóspita do deserto. Paramos por uma hora para descansarmos e depois seguimos viagem em direção a imensidão do deserto pela Pan-americana, com a intenção de fazer mais algumas paradas no deserto para admira-lo.




ORIGEM DO NOME:
Antofagasta está localizada no norte do Chile e é conhecida popularmente no país como a Pérola do Norte. Há uma série de teorias para explicar a origem de seu nome, porem sem apresentar um consenso claro a respeito. Entre as diversas teorias eu particularmente acredito na composição quechua onde anta (significa cobre) e pakai, que significa (esconderijo) a junção dos nomes mais tarde traduziu-se em Esconderijo de Cobre, já que historicamente Antofagasta teve sua economia baseada na produção industrial e a exploração de minerais onde o cobre era  a principal atração.

Doce sabor de voltar

Estou em casa preparando o meu almoço, arroz com linguiça e lembrando que alguns dias atrás, sentia muitas saudades da minha comida, do meu café, da minha cama, do meu banheiro, de toda a minha casa. As palavras cantada por Elba nunca fizeram tanto sentido quanto agora, neste momento: "Estou de volta pro meu aconchego, trazendo na mala bastante saudade. Querendo um sorriso sincero um abraço, pra aliviar meu cansaço e toda esta minha vontade..." Faz sentindo a musica, pois é sempre bom retornar pra casa, depois de uma viagem, caso contrario, acho que não agregaria a importância necessária a nossa vida. Que bom retornar pra junto de amigos, da família que dividimos experiências, sonhos, verdades, mentiras. Que bom voltar a cruzar por ruas conhecidas, deitar em nossa cama e sentir nosso próprio cheiro, sem presa pra levantar. O voltar dá um sentido de missão cumprida, um gosto doce as nossa aventuras!

CEMITÉRIO DA RECOLETA, UMA ARTE A CÉU ABERTO




Visitar cemitérios pode parecer algum tipo de sentimento mórbido ou de quem não tem mais nada a fazer na vida, mas não para mim que busco nestes lugares a beleza arquitetônica de alguns jazigos, a época em que foram construídos, a paz causada pelo silencio característico destes lugares e algumas historias como por exemplo sobre quem ocupa aquelas tumbas.
Dia 17, enquanto caminhava pelos corredores do cemitério da Recoleta, bairro elegante e reduto da antiga aristocracia portenha em Buenos Aires, me perdi entre os estreitos passeios, admirando os enormes anjos esculpidos em pedra ou bronze. Algumas sepulturas em mal estado de conservação, outros de uma beleza inigualável.


O cemitério da Recoleta é uma dos mais visitados do mundo e suas tumbas guardam os restos mortais de famílias tradicionais, além de grandes personalidades históricas como Evita Perón e outras mistificadas como Liliana Crociati, morta por uma avalanche na Áustria em 1970, onde passava lua de mel.
Além da beleza do lugar, outra coisa que me chamou a atenção é a forma com que as pessoas são sepultadas em seus mausoléus. Elas não são enterradas como costumamos fazer por aqui no Brasil, o caixão é simplesmente colocado em local de destaque, ficando visível a quem passa diante dos mausoléus.


Este sepulcro que fotografei sem nenhuma proteção de vidro,  a o contrario da maioria, estava como se pode ver na foto, completamente aberto, causando aos turista que passeavam no local, um ar, eu diria, de surpresa!..
Taquicardia e frio na espinha à parte e deixando de lado o preconceito e a superstição, encontramos neste cemitério, trabalhos esculpidos em granito, mármore e bronze que são verdadeiras obras de arte. Um verdadeiro acervo escultório e arquitetônico a céu aberto dignos de admiração e reconhecimento cultural.

Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...