TRES LUGARES EM POA PARA SE VISITAR


Você pode visitar três lugares em Porto Alegre, naqueles dias em que precisa dar um upgrade na alma e não sabe bem por onde começar. Os lugares ficam bem perto um do outro, possibilitando que se faça numa manhã ou tarde sem se preocupar com grandes distâncias de locomoção.


Gruta N. Sra de Lourdes:
Localizada no bairro da Glória em Porto Alegre, é um desses lugares. Trata-se de um santuário aberto à natureza, onde a imagem de nossa senhora fica exposta aos seus fieis e visitantes, num altar de pedras no interior de uma pequena gruta construída pela natureza e um pequeno toque da mão do homem. O lugar é bastante simples, como eu acho que deveria ser os lugares destinados a orações e outras contemplações religiosas, mas enriquecido com muitas arvores, bromélias, som de pássaros e de uma pequena bica onde a água escorre do morro para as dependências do local. Muitos fiéis recolhem esta água em frascos para levarem para casa.


Logo na entrada se vê uma infinidade de placas feitas de diversos materiais, algumas já apagadas pelo tempo, com frases de agradecimentos por graças alcançadas por fiéis. A Gruta não conta somente com a gruta propriamente dita, mas possui uma infra estrutura ampla como um pequeno restaurante onde servem almoço e lanches diversos, sanitários públicos, lojinha para compra de souvenires religiosos, estacionamento de veículos e uma capela onde acontecem missas durante a semana. Na Gruta são celebradas missas, somente durante as festividades da padroeira no mês de Maio.
A imagem da santa no altar, conforme mostra a foto acima, parece ser de concreto e sem cor. Eu acredito que a original deve estar na capela que é coberta ou em algum outro lugar resguardada de possíveis intempéries ou furtos.
Possui também o cemitério dos padres da arquidiocese de Porto Alegre, onde em 2002 esteve sepultado o padre Roberto Landell de Moura, hoje patrono do Radioamadorismo no país e que foi pioneiro na transmissão da voz humana na radioemissão e telefonia por radio. Apesar de seu importante invento, não obteve o devido reconhecimento e compreensão das autoridades e imprensa brasileira da época. A gruta foi aberta ao publico em meados de janeiro de 1935 no bairro da Glória, na base do Morro da Policia, num ponto chamado Cascata onde atrai bastante visitantes.


Vindo pela Oscar Pereira no sentido centro bairro, entra-se na rua da Gruta, na primeira bifurcação à esquerda do Hospital Divina Providencia, no numero 98.

Morro da Polícia:
Subindo pela avenida Oscar Pereira em direção bairro, a poucos metros de distancia acima da Gruta, pode-se chegar ao Morro da Policia. O acesso é por uma estrada de terra após o primeiro entroncamento esquerdo no alto da avenida, com a rua Herval, entra-se na segunda rua à esquerda de inicio asfaltada, nas imediações de uma favela, depois de terra até o final. Lá de cima o visitante tem uma visão panorâmica da cidade de Porto Alegre, com vista da zona sul, norte e leste da cidade, o Lago Guaíba com algumas ilhas, municípios da região metropolitana e Viamão. 


Com um pouco mais de atenção, pode-se enxergar até o pátio do Presidio Central, com alguns detentos, tomando sol. No topo do morro, ficam as antenas de emissoras de TV, rádio, operadoras de telefonia celular e a torre da Embratel. O morro é o segundo maior de Porto Alegre (280 metros) e é conhecido também por Morro da Embratel. Há alguns anos atrás, existia um restaurante panorâmico por lá, mas que foi fechado sem se saber a razão. Muitas pessoas, inclusive eu, já se perguntaram por que um lugar tão bonito como este, não recebeu incentivo ao turismo até agora!. O local é quase deserto de pessoas e dependendo da horário, corre-se o risco de possíveis assaltos.


Santuário Madre de Deus:
Do alto do Morro da Embratel, pode-se ver também o Santuário Madre de Deus sobre o Morro da Pedra Redonda ao lado do Morro Teresópolis. O Santuário é uma construção de estruturas de aço, tijolos, vidros em linhas arrojadas com dois grandes telhados de cor verde em duas águas, completamente diferenciado das Igrejas católicas que se conhece. Visto de perfil, me faz lembrar uma enorme asa delta que se prepara para alçar voo de cima do morro.


Do patio se tem uma visão de 360 graus da cidade, alem de uma esplanada com um altar ao ar livre, onde são realizadas missas e celebrações nas ocasiões festivas para o grande publico. O Santuário foi entregue a cidade em 2000 e seu interior é composto de vitrais ilustrativos com passagens bíblicas e uma grande estatua da padroeira em madeira trazida da Itália. Muitos visitantes vão até o local para admirar a vista panorâmica lá de cima. O acesso é pela avenida Oscar Pereira e no segundo entroncamento no alto da avenida, segue-se à direita por uma rua asfaltada chamada- Rua Santuário, costeando o morro.

CURIOSIDADE:
Inspirada na vencedora da bienal de Veneza), a imagem da padroeira tem como original uma pintura do pintor Ferruzi, com alguns detalhes muito interessantes e significativos. Ferruzi, artista pintor, se deparou, em certa ocasião, com uma cigana que carregava um filho no colo rezando com toda ternura e confiança de mãe a uma imagem de Nossa Senhora num capitel (capelinha à beira da estrada). Ferruzi pintou o quadro. Na apresentação da pintura, a cigana com a criança no colo ficou bem mais bela que a própria imagem venerada de Nossa Senhora, sucedendo, por esta razão, que a pintura da cigana com o filho no colo passou a ser tomada como a figura de Nossa Senhora.

A mensagem específica desse santuário é exaltar e glorificar o maior de todos os títulos e graças da Virgem MARIA e o fundamento de sua grandeza, que é ser Mãe de Deus. Como decorrência, se quer valorizar a grande graça que é a maternidade humana.

Em 1626, quando o santo missionário Jesuíta Roque Gonzales, procedente do Paraguai, atravessou o rio Uruguai penetrando no solo gaúcho, batizou essa região com o nome Guarani Tupan-cy-retan = terra da Mãe de Deus. Em 1773, o então governador do Rio Grande do Sul, Cel. José Marcellino de Figueiredo, ao transferir a capital de Viamão para Porto Alegre, com permissão da autoridade eclesiástica, também mudou o padroeiro, que era S. Francisco das Chagas, para o de N. Sra. Madre (Mãe) de Deus. Dessa data até nossos dias e sempre a Mãe de Deus é a padroeira da Capital e da Arquidiocese de Porto Alegre.

Por que eu faço sempre o que eu não queria?

O cansaço do trabalho me despolariza tanto, que por vezes perco a noção de tempo e de espaço com grande frequencia, fico perdido sem saber em que dia da semana me encontro e acabo comprometendo  programas que certamente me dariam mais satisfação. Há lugares que não gostaria de ter ido e  acabo me rendendo por simples imposição social. Algumas festas não mudam e apresentam sempre aquele perfil de mulheres barulhentas fazendo saladas na cozinha e homens contidos assando churrasco, bebendo cerveja  e contando vantagens. Será que é por isto que alguns sabados  não parecem ter cara de sabado? E eu ainda lembrei daquele texto de 1973: 

Pra onde vai minha vida
E quem a leva?
Por que eu faço sempre o que eu não queria?
Que destino contínuo se passa em mim e na trévoa
Que parte de mim
Que eu desconheço é que me guia.

Atitudes espontâneas

Do lado do edifício onde moro, existe uma casa antiga que é utilizada como pensão, ou republica de estudantes e isto significa que de minhas janelas, consigo visualizar toda a movimentação da casa e de alguns gatos sobre o telhado, já que moro no terceiro andar.
Hoje eu estava debruçado sobre uma das janelas, quando um jovem estudante chegou da rua e foi direto para debaixo de uma arvore, que constatei ser uma pé de Pitangueira.
O cara ficou ali por  longos minutos, deliciando-se das frutinhas vermelhas e chutando seus caroços na mais pura espontaneidade. Atitudes como esta, me traz uma saudade!..

Quem ama não mata

Essas historias de agressões, ciumes, matar por amor,  ou não aceitação do fim de um relacionamento e depois tirar a própria vida, dão sempre pano de fundo a discussões infindáveis e opiniões que se divergem colocando vilões e vitimas sobre plataformas, ora de pena, ora de revolta. De qualquer maneira, não consigo entender como as relações podem chegar a este final tão brutal. Hoje atendi um homem com cerca de 40 anos que tirou a vida de sua esposa baleando-a na cabeça, depois disparou a arma contra sua própria, tentando suicídio. Após deixa-lo no hospital ainda com vida, fiquei ouvindo alguns colegas comentarem sobre estas questões passionais tão discutidas nos meios de comunicação e que parecem pouco eficiente contra estes desfechos decorrentes de relações doentias, cujos valores vão se perdendo ou substituídos pelo medo, posse, solidão e tantos outros sentimentos que escravizam.  O casal deixa órfão, dois filhos, um de tres e outro de seis anos, ja que o marido foi desenganado pelos médicos,  Lembrei da série apresentada pela Tv Globo em 1982 que apesar de ter sido exibida a 18 anos atras, ainda é uma triste realidade nos nossos dias.

FIM DE TARDE NA PRAIA BONITA.


Alguns lugares que visitamos, parecem a repetição ou continuidade de outros e alguns se divergem de tudo, tornando-se singulares. Num certo momento a natureza é capaz de te presentear delicadamente com seus detalhes e transformações, te pondo  literalmente boquiaberto, com os pensamentos absorvidos na sua surpreendente beleza.., sem palavras, sem gestos.


Registro aqui nesta pagina, o fim de tarde na Praia Bonita em Itapuã, quando retornávamos para casa, de um passeio pelas redondezas, neste feriadão  de segundo turno das eleições à presidência da republica. Estávamos eu, Athos, Alba e Carol, já saindo da vila de Itapuã para casa, quando impulsivamente resolvemos alterar o rumo e passear por lá para assistir o Sol se pôr na linha do horizonte.



As arvores pereciam esculturas vivas prontas para se movimentarem. A grama verde se estendia ao limite da praia serena e sem ondas. Flores de cores vibrantes acendiam nossos olhos de encantamento. A Praia Bonita, como ja postei anteriormente fica  após passar a entrada da Vila  de Itapuã, em direção a reserva.


Uma estrada de terra à direita, com uma pequena placa de madeira escrito "praia" anuncia a sua entrada cercada de casas simples, a uns Trezentos metros. A rua  é sinuosa e passa sobre um pontilhão até abrir-se para a praia em frente. Para melhor visualização, clique nas imagens para aumenta-las.

BOTECO DO PAULISTA

O Boteco do Paulista é um dos bares que aos fins de semana, em particular aos domingos, acontecem apresentações e shows de samba de raiz em Porto Alegre. O local se diferencia dos outros por ser uma casa antiga e quase sem decoração alguma, localizado na rua Riachuelo em frente a Usina do Gasômetro. Outro diferencial é que as mesas são distribuídas na rua e avançam pelo meio fio ocupando grande parte da rua, onde a EPTC__ empresa responsável pela fiscalização de transito, coloca sinalizadores e cordões de isolamento para evitar acidentes. Mesmo com muita simplicidade em suas instalações, o boteco é ponto de encontro de pessoas ligadas a arte e a cultura da cidade, como os adoradores do samba. A cerveja é vendida por um preço acessível R$4,00 e é geladíssima. Servem também lanches como Xis burgues e a famosa porção de batatas fritas crocantes e o samba começa a rolar à partir das 17 horas. Com a popularização do lugar, muitos outros bares foram se estabelecendo nas redondezas tentando aderir-se ao mesmo perfil, mas o do Paulista é insubstituível e ainda carrega a tradição de ser o primeiro.

A gente ainda se sente devendo!

Na tarde em que fiz o passeio pelo Guaiba, fui um dos primeiros a entrar no barco, depois de aguardar na fila. Isto me possibilitou a escolha de um lugar que achei mais adequado para me posicionar e poder olhar os lugares interessantes e tirar fotografias. Depois de algum tempo um homem, também passageiro, se aproximou meio inquieto a onde eu permanescia de pé, dando-me a impressão de que parecia desconfortável. Tentei dar-lhe mais espaço mesmo o barco estando quase vazio, mas parecia não ser este o problema. Então puxei algum assunto sobre os coletes salva-vidas e ele com aquela expressão de "Não tô nem ai para o que estou ouvindo", me deu uma olhada como se fizesse alguma avaliação qualquer e deu as costas saindo em outra direção. Fiquei pensando sobre alguma destas atitudes estranhas que as pessoas tomam e a gente ainda fica com a sensação de estar devendo à elas. Por certo eu não era a pessoa interessante do qual ele gostaria de manter uma conversa após sua rápida avaliação com o olhar, talvés ele pensasse que meu objetivo real não fosse falar sobre coletes salva- vidas, embora fosse. Talvés não lhe interessasse falar sobre isto e daí é possível se fazer uma relação interminável de possibilidades. Mas o que me deixou de cara é que algumas pessoas tem por costume tomarem estas atitudes de virem avançando o espaço físico dos outros, como se não as vise, como se as pessoas estivessem invisíveis a o seu raio de visão,  ou não tivessem qualquer importancia, se achegam sem pedir licença e quando se puxa algum assunto ou a cumprimentamos, te lançam um olhar do tipo: "Há você estava ai, mas também não quero tomar conhecimento da sua existência". Não fazem nenhum esforço para serem amáveis, quanto menos educados. Voltei a tirar minha fotos e fiquei  alguns minutos revisando minhas atitudes, achando que talvés eu tivesse exagerado em alguma coisa e também alguma opinião errada à respeito, mas acredito que não.

Leitura proibida aos deprimidos

Caros leitores, seguidores, curiosos, se por acaso vocês entrarem em alguma pagina deste blog e baterem os olhos em algum texto, destemperado, amargurado, queixoso e mal escrito, como quase tudo por aqui e em particular este,  fechem imediatamente a pagina para não se contaminarem, pois estou naqueles dias, quero dizer- naquelas semanas!..
Não eu não estou na TPM, na verdade  a natureza me livrou deste desconforto pela diferença no gênero, porem me deu outro que é uma certa irritabilidade natural que surge  silenciosa, quando as coisas não funcionam como eu gostaria que funcionassem, ou quando parecem estar estagnadas, não ata nem desata, entendeu?
Ta certo, vocês devem estar aí pensando: Mas que cara mais mimado!..
E eu aqui do outro lado retrucando: Que gente insensível!..
Mas vocês estão com alguma razão, pois neste momento eu estou escrevendo  todas estas bobagens perto da janela do meu quarto, enquanto observo algumas pessoas caminharem na beira da praça, do ladinho da minha casa e eu sem nenhuma vontade, quando deveria me animar, descer deste terceiro andar e ir até lá  fazer o mesmo, reagir a este sintoma com cara de que vai virar depressão e sair do controle. Mas calma, eu acredito estar num periodo (idade), que não perco mais o controle, contorno!
Bem, se meus amigos me vissem assim diriam que isto é resultado do Grandes Sertões Veredas (falta de sexo), ou porque terminou minhas válvulas de escapes(viagens) e a ficha começa à cair. Por ultimo, porque sou deprimido mesmo e me recuso a considerar seriamente este fato.
Bem, até que melhore este clima pré eleitoral (tensão) ou que se modifique todas as cores em tom pastel  e escuras a minha volta, vou bebendo esta coca-cola 2 litros no bico, (coisa que detesto) em sinal de protesto!

Hábitos, trejeitos e expressões incorporadas.

Minha avó Valniria usava uma expressão, que minha mãe mais tarde também  passou a usar e hoje no piloto automático me veio à boca, quando levantei-me cedo e olhei pela janela para verificar a cara do tempo: "Cerração baixa, sol que raxa".  Fiquei pensando em como arrastamos essas culturas, hábitos e expressões dos outros  para nossa vida sem nos darmos por conta disto, é como um vicio que cai no nosso agrado e quando percebemos, parecem fazer parte de nós, sem nossa prévia  avaliação e ja saimos falando. 
De onde minha avó, por sua vez, teria tirado isto, de quem ela ouviu? Certamente de seus pais ou avós... 
Meu colega usou por meses a expressão "É a treva" e que também era utilizada por um personagem de novela da TV, quando se via diante de um fato que ela não aceitava e se desagradava e que eu em seguida também passei a utilizar criando um clima de humor entre as pessoas de minha relação. Desta forma, ficamos adotando inconscientemente ou não, hábitos alheios que consideramos engraçados ou que simplesmente nos identificamos sem entender bem a razão deste mecanismo. De onde vem isto, por quantas pessoas ja passaram antes de chegar até nos, calcificarem-se ou perderem o prazo de validade e serem substituidas por novas expressões? No final o que somos, a mescla de atitudes, trejeitos, olhares e pensamentos dos outros? Somos o que, muitos em um a partir de habitos alheios que adotamos?.. De qualquer forma errei a previsão do tempo, o dia continuou de cara feia e o sol não raxou!

O preço do sofrimento.

Hoje à noite, enquanto voltava para casa a pé, fui assediado por uma jovem prostituta, que oferecia seus serviços por dez reais.  Existem  muitas aqui por perto e esta era muito magra, cabelos desalinhados, expressão de doente,  parecia que não tomava banho à meses. Evidente que recusei seu convite. Ela ainda insistiu seguindo-me algumas quadras e me perguntando se eu tinha achado caro o seu preço. Claro que eu achei, mas não os míseros dez reais (pensei comigo). 
Lhe ofereci um cigarro, entreguei-lhe dez reais e pedi para que fosse pra casa.
Depois repensei e  desaprovei minha atitude de ter-lhe dado dinheiro, já que inumeras vezes somos inocentes sobre a real necessidade das pessoas e os motivos que nos levam à fazer certas coisas!

Janela indiscreta



Noite passada fui dormir tarde, já era madrugada e fiquei bisbilhotando pela janela o que pra muitos é incomum e sem graça, mas pra mim, tem um sabor que não se explica, se sente!...
Gosto do silencio da noite, de ruas vazias, da noite que se veste de sombras ao revés do dia, com seu barulho insuportável.
Gosto do ruído leve da noite, da brisa que roça na janela e embala o sono dos vizinhos e dos amigos à distância. Do brilho da Lua e da nitidez misteriosa das estrelas. 
Gosto desta sensação solitária de um Voyeur, de um vigilante atento, de uma testemunha única na madrugada, onde tudo parece adormecido e mais seguro, até que venha o sono.

Canela

Embora a meteorologia previsse mudanças na temperatura, decidi visitar Canela hoje. A cidade fica à 137 Km de Porto Alegre, podendo-se escolher entre varias rotas, saindo da capital, a que for mais conveniente em termos de distancia, tráfego de veículos e beleza natural que melhor agrada. A rota de minha preferencia foi por São Francisco, que considero mais bonito e o tráfego evidentemente menos intenso. Como não tinha pressa, saí de casa as 8:00h. chegando lá às 10h 20min. .
De Porto Alegre seguindo pela RS- 235 por Nova Petrópolis, são126 km, pela RS-115 via Igrejinha, 137 km ou a RS-020 São Francisco de Paula, 137km.

 

Menos agitada que Gramado e há apenas 8 km, Canela, é uma cidade menor, com menos pessoas circulando a procura de melhores preços nas acomodações, tornando-se menos agitada para quem tem pretensões de descansar ou simplesmente caminhar pelas ruas sem pressa como no meu caso. Apesar disto oferece toda a infra estrutura, beleza e opções turísticas, sem perder pontos para Gramado. Evidentemente Canela possui muito mais para se olhar, porem fiz um resumo dos pontos e locais mais procurados pelos visitantes.


Parque da Ferradura: É o lugar ideal para quem gosta de integração com a natureza, realizando trilhas ou observando-a em um de seus mirantes ou simplesmente usufruir a tranquilidade do lugar, ouvindo a sinfonia dos pássaros. O local ainda conta com área de lazer e lojas para a aquisição de presentes.
Cascata do Caracol: Um dos pontos turísticos e também cartão postal da cidade que mais atrai visitantes. Com 131 metros de queda livre entre pedras basalticas e matas nativas., se chega até a sua base por uma escadaria de 927 degraus. Caso não queira descer todos esses degraus tem a alternativa de chegar por sua base.

Como chegar:Saindo de Canela em direção á Cascata do Caracol, na fábrica de móveis Lapele pegue á esquerda. e siga as placas indicativas "Vale da Lageana".
É aconselhável a contratação um guia local, pois as terras são particulares e não é possível o acesso sem pessoa autorizada.
Teleférico: Outra opção é o passeio de Teleférico, com duração de 20 minutos. Os visitantes desembarcam no Vale da Lageana, próximo a um mirante, com vista para o Cânion da cascata, alem de contemplar parte da serra Geral.

Castelinho: Na mesma estrada que vai à Cascata do Caracol, encontra-se uma das primeiras residências da cidade, conhecida também como Castelinho. Foi construída entre 1913 e 1915 pela família Franzen, em madeira de pinheiro e tem como peculiaridade a não utilização de pregos na montagem das paredes, mas apenas encaixes e longos parafusos. Os cômodos da residência levam a uma verdadeira volta ao passado, formando um museu que abriga os móveis e utensílios (louças, talheres, objetos) e ferramentas usadas pelos imigrantes, na colonização da região.


A Casa de Pedra, situada na também na Estrada do Caracol, esta casa foi construída no ano de 1953 e no começo foi utilizada como Associação Rural de Canela. Em1990 se converteu na sede da Prefeitura Municipal e desde 1992 é a sede da Câmara de Vereadores. Atualmente abriga um cine teatro, conhecido como Teatro Casa de Pedra, e salas de exposições.


Catedral de Pedra: Com o nome de Catedral de Nossa Senhora de Lourdes, é o principal templo do município e um dos seus símbolos arquitetônicos mais importantes. Construída em meados do século XX e localizada na Praça da Matriz, tem a arquitetura em estilo gótico inglês que destaca por sua torre campanário de 65 metros de altura, situada no centro de sua fachada principal. No seu interior guarda importantes telas pintadas pelo artista gaúcho MarcianoSchmitz.

  

Mundo à vapor: O Mundo a Vapor é um lugar que encanta a adultos e principalmente crianças. Trata-se de um espaço onde estão expostas miniaturas de peças e objetos que revolucionaram o mundo da industrialização, como um trator à vapor, telhas e tijolos que cabem na ponta do dedo e seu processos de fabricação. No seu interior existe uma loja onde se compra souveniers para levar de lembrança. A Fabrica fica na RS 235 entre Canela e Gramado e antes de você chegar encontrará no caminho uma placa orientando os motorista a terem cuidado, pois ocorreu um grande acidente ferroviário à frente.
A cidade ainda oferece uma variedade de lojas de artesanatos locais, produtos têxtil e coloniais e restaurantes e bares onde os pratos principais mais procurados são os founde, o café colonial e as mesas de queijos e vinhos.

Nomes e Nomes

Cada vez mais fico convencido de que nossos valores pessoais são movidos por questões culturais, sem que percebamos isto nas entrelinhas de jornais, revistas e televisão. Estes veiculos de comunicação a que chamamos de cultura!...
Ainda ontem, eu conversava com amigos sobre estas questões,  por exemplo, de alguns  nomes serem considerados feios e inaceitáveis socialmente e que a própria midia tinha alguma responsabilidade  sobre essas questões, uma vez que ordena modismos fazendo das pessoas reféns de seus conceitos sintéticos e  novos de beleza. Basta lembrar de nomes artísticos, que são uma redefinição do que é aceitável a o padrão estético. Não é a toa que algumas pessoas não conseguem explicar ou definir o por que consideram alguns coisas feias e outras bonitas, simplesmente por que lhes foram sutilmente impostas pela cultura de uma mídia, onde alguns grupos ditam as regras. E isso não parece influencia?.. 
Mas voltando aos nomes, eu que sempre tive pessoas com nomes, por assim dizer, diferentes da maioria, em minhas relações e não os considero feios, uma vez que acredito possuírem uma originalidade peculiar, ímpar que lhes cobrem com um certo "elan" excluindo-os desses rols costumeiros de importados como os Charles, Wilians e Ingrids da vida.., me pergunto o que  faz de Danuzia, Maclóvia, Huguete, Teodorica, Albarina, Livonea, Januaria e tantos outros, parecerem menos bonitos e  tornarem-se menos aceitáveis aos olhos da sociedade e do próprio dono?
Seria o som  provocado ao pronuncia-los e captado por alguns ouvidos mais sensíveis e discriminadores? Seriam piores que estas variações e emendas criadas para se distanciarem do original, surgindo novos nomes e assim tornarem-se diferentes e mais modernos plasticamente como Francieles, Elisangelas, Fabianos, Josemares?...E pra onde foram os Joãos, os Pedros, as Marias, que um dia pareceram bonitos ou pelo menos comuns, e que agora  para não perderem espaço na moda,  foram transformados em Johns, Peters, Marys?
Quem sabe Maria das Dores, ficasse mais bonita e aceitavel aos ouvidos se chamada de: Mary of Sorrows
Eu gosto do diferente, do verdadeiro, do original, do que também doi ao ouvido social. Acho que estou mais para Caetano que diz na letra de  uma de  suas musicas:
"Adoro nomes. Nomes em ã. De coisas como rã e ímã. Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã
Nomes de nomes. Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé 
e Maria da Fé..."

O convite.

Danuzia me ligou convidando-me à participar como palestrante de uma atividade escolar, cujo o tema refere-se a conciencia negra e onde um amigo dela é professor responsável pelo evento. Segundo ela, eu teria sido apontado para conversar com os alunos, por ser negro, inteligente, viajar muito e  ser um exemplo de ter "vencido na vida". Noooossa!.., esta ultima observação feita por ela, me caiu os butias do bolso, como diria um amigo meu.  
Como dizer pra ela que não me sinto como alguém que "venceu na vida", mas uma pessoa que conquistou seu espaço e sobrevive dele como é de merecimento a todo e qualquer cidadão que busque isto
Eu até vivo "dando de pau" no trabalho, nos chefes, nas regras institucionais e politicas que comandam o serviço e por vezes fico tão insatisfeito, que sinto vontade de jogar tudo pro alto e mudar de profissão, de cidade, de corte de cabelo. 
Eu  acho que "vencer na vida" tem um conceito tão amplo e  pessoal  que parece não caber em  mim. Como dizer pra ela, que estou mais para sobrevivente do que para vencedor? 
Devo repensar sobre o convite!

Sem palavras!

De vez em quando surgem noticias que me deixam abalado e não são aquelas da televisão, que atinge grandes massas da sociedade informando tragédias, mas as que batem na porta, ou vêm  por telefone iniciando-se com a fatídica frase: (Você sabia que?..),ou: (Tenho uma coisa desagradável pra te contar!...) e então estas noticias vão se disseminando entre as pessoas de um grupo como um grande segredo e a gente fica de mãos atadas, impossibilitado de se aproximar da pessoa e tentar dar um pouco de atenção ou apenas ficar do seu lado, quieto, acreditando que em certos momentos o silencio pode ser o melhor aliado. Algumas doenças me agridem demais e o fato de parecerem sem cura me faz pensar nesta fragilidade a qual todos estamos expostos, independente de sexo, cor ou condição social.

Premonição

Já te deu aquela sensação de que você será a próxima vítima de um problema que vem se arrastando durante meses e que inclusive já ocorreu com outras pessoas que você conhece e sente que a qualquer momento, "inevitavelmente" também vai te acontecer?
Vou ser mais claro!
Faz semanas, senão alguns meses que estamos enfrentando aqui no prédio, problemas com o elevador que passou longos dias interditado e sem funcionar. O problema se iniciou enquanto eu estava fora, de viagem a o Peru. Segundo alguns vizinhos, uma chuvarada, causou infiltrações pelo telhado do prédio, atingindo a casa de máquinas do elevador danificando algumas peças e o resultado, foi devastador. Reuniões, desentendimentos entre moradores e o sindico, orçamentos e conserto sem garantia dada e depois de mais de 15 dias, ele voltou a funcionar. Há duas semanas atrás uma moradora ficou presa por mais de 40 minutos, esperando ser resgatada e só foi retirada depois que alguns moradores corajosos se arriscaram e a retiraram de dentro.
Hoje voltando pra casa, depois de uma caminhada, quando acionei o botão do meu andar, o dito cujo deu umas guinadas e foi aquilo, parou na metade, entre o térreo e o primeiro andar deixando-me enjaulado. Sorte eu estar com o celular que mesmo dando sinal de carga se esgotando, consegui ligar para um 0800 fixado na parede.
A funcionaria que me atendeu de São Paulo, disse que não demoraria e durante os 60 minutos que fiquei ali dentro, me controlando para evitar o pânico, fiquei pensando que eu sabia que aquilo iria acontecer comigo. Não sei como, mas entre subidas, descidas e pequenos  solavancos que presenciei dentro dele durante a semana, eu sabia que seria a próxima vitima. A manutenção chegou e  fui retirado entre sorrisos e suspiros de alívio dos vizinhos.

Receita rápida

Consegui uma receita de salada ontem, dentro do supermercado. Eu cheguei no balcão da peixaria e encontrei um sujeito que comprava aqueles palitos de peixe cru prensado, próprios da para a confecção de pratos japoneses. Claro que minha curiosidade sempre maior que minha discreção, me fez puxar assunto e descobrir o que ele faria com aquilo. Educadamente ele disse-me que era um sushiman de um restaurante próximo dali e conversa vai, conversa vem, me deu uma receita que por minha conta decidi chamar de: "Salada de Kani Kama com rúcula e manga".  Não tive a intenção de roubar a receita do cara, dando um nome que inventei na hora, mas ficou chic, voces não acham? 
Experimentei na mesma noite, quando cheguei em casa e lambi os beiços. Como não sou egoísta e acho que coisa boa deve-se passar a diante, vai aqui a receita:
01 pacote de Kami Kama. (Usei o de sabor caranguejo)
01 manga madura e rigida cortada em pedaços pequenos.
Folhas de rúcula partida em pedaços.
01 limão e uma colher de açucar para temperar.

Momentos de compulsão

Eu não tenho guarda-Chuva, na verdade nem lembro da ultima vez que tive um. Acho-os incomodo de carregar e talves por isto, sempre tive a má sorte de perde-los em qualquer lugar e somente lembrar disto na próxima chuva. Também nunca me acertei com o seu  mecanismo, virava e mexia eles quebravam com  facilidade nas minhas mãos. Diante deste fato, decidi aboli-los de vez da minha vida, sem alimentar culpa. Mas  hoje na fila do supermercado, enquanto esperava a minha vez de passar as compras, enxerguei alguns expostos no balcão e resolvi examina-los. Não eram demasiado grandes e   em três  cores diferentes, da qual todas me agradavam. Fiquei tentado à levar um pra casa, mas a  duvida de qual deles escolher, me impedia de ser pratico e cololoca-lo no carrinho. 
Mas e se eu levasse os três, afinal gostei dos três?.._ pensei rápidamente com meus botões.
Imaginava-os pendurados estratégicamente num cabideiro do meu guarda- roupas, alegrando meus olhos cada vez que eu abrisse a porta. Respirei fundo e claro que não os levei.

PUNTA DEL ESTE- URUGUAI.

Se minha passagem por Piriápolis com o grupo de excursão no dia 12 /10/2010 foi rápida, por ser o ultimo dia no Uruguai, em Punta Del Este então nem se fala. De qualquer forma já conhecia a cidade de outras passeios realizados por lá, então posso fazer um comentário rápido à respeito!

Punta está entre os dez balneários de luxo mais famosos do mundo, e por se localizar  estrategicamente numa península, onde de um lado tem o mar (Oceano Atlântico) e do outro o rio (Rio do Prata), pode oferecer aos seus visitantes as duas opções em lazer. Fica no Departamento de Maldonado e no passado, acreditem, já foi chamada de villa de Ituzaingó.
Evidentemente que em se tratando de um balneário de luxo, usufruir férias por lá, não é para qualquer  bolso, uma vez que personalidades internacionais como o Roberto Cavalli,  e as modelos Naomi Campbell e Valeria Mazza entre outros, já estiveram por lá banhando seus corpinhos milionários nas águas de Punta Del Leste. Mas o fato de Punta ser uma praia com concentração de badaladíssimos, não significa que os menos favorecidos, fiquem excluídos de conhece-la, visitando alguns pontos considerados interessantes.
Diante disso, posto aqui no blog algum dos lugares que conheci, quando visitei-a algum tempo atrás e que achei interessante: 

AVENIDA GORLERO:
É a avenida principal onde se encontra galerias de arte, centros comerciais, restaurantes, bares, hotéis, cinemas, lojas em geral. Caminhar nesta avenida pode significar um programa interessante. 


 
 MÃO DO AFOGADO: 
Localizada na Praia Brava, a escultura é um cartão postal da cidade. São dedos saindo da areia, cujo o significado é a presença do homem surgindo na natureza. Esta obra foi idealizada por um escultor chileno e faz parte de um conjunto de outras esculturas espalhadas pelas Américas.

ILHA DOS LOBOS:
É um lugar que não pode deixar de ser visitado. A 11 km da costa, é habitada por uma das maiores colônias de lobos marinhos da América do Sul. Os guias acompanham os visitantes de barco que ficam a menos de 50 metros dos bichos. O lugar fica à 40 minutos do Porto de Punta e cobram em torno de US$ 20 por pessoa.

ILHA DE GORRITI:
A ilha fica na baía de Maldonado e é visitada por visitantes que diariamente desembarcam ali para desfrutarem sua inigualável beleza natural como também de outras duas praias nas proximidades: Porto Jardim e Praia Funda. A ilha é ótima para esportes náuticos e cercada de muitas árvores e pinheiros. Os passeios até as ilhas Gorriti e Dos Lobos,  podem ser feitos à partir do Porto de Punta.



CASAPUEBLO:
Obra arquitetônica nada convencional, localizada em Punta Ballena, há 15 km do centro de Punta del Este, começou a ser construída em 1958. Este símbolo de Punta, é uma fascinante obra do pintor e escultor uruguaio Carlos Páez Vilaró, feita detalhadamente com muito capricho durante 36 anos. Seu interior é composta de varias salas com vista para o mar, onde ocorre exposições de esculturas e pinturas. É considerada um patrimônio do lugar como uma escultura habitável. O museu  no interior da Casapueblo fecha pontualmente as 18 horas.



FAROL DE PUNTA DEL ESTE:
Farol com 45 metros de altura cujo o acesso ao topo da torre se dá por uma escada  caracol de 150 degraus. Foi construído em 1860, utilizando- se uma mistura de terras de procedência vulcânica trazidas de Roma, combinação mais resistente que o cimento. O sistema de iluminação foram também trazidos da Europa e funcionam com eletricidade. Do lado do farol, pode-se visitar a igreja da Candelária.


 
PLAYA BARRA: Mais ou menos 15 km do centro de Punta, a Playa Barra é uma antiga vila de pescadores. A noite, funcionam barezinhos, restaurantes, lojas de decoração e ateliês de arte, dando o clima hyppie-chic a esse lugar. Com uma vista linda do horizonte, a barra tem lindas casas com estilo mediterrâneo.

MUSEU DO MAR EM PUNTA:
Este museu fica na Barra de Maldonado e faz parte da coleção privada de um sujeito que em 1961 começou  a reunir  peças marinhas do mundo todo. O museu possui mais de 10.000 da fauna marinha local e do mundo e foi inaugurado para visitações em Janeiro de 1996.

PARQUE ESTADUAL DO DELTA DO JACUÍ.


Ainda neste processo sumario de economia forçada que estou vivendo, depois te ter retornado da Europa, no Domingo à tarde, fui conhecer algumas ilhas que circunvizinham Porto Alegre. O passeio foi de barco, o Noiva do Caí e propiciou a contemplação por um ângulo diferente do que eu costuma ter da cidade, além da sensação real e diferente de estar flutuando sobre a água. O dia não era dos mais ensolarados, a água estava escura e portanto, comprometendo de (certa forma) as fotos aqui postadas. Mas valeu. Sempre vale a pena sair da rotina de Domingo, em busca de novidades.


Existem pelo menos umas cinco empresas de navegação que possuem a concessão junto a Prefeitura ,para realizarem os passeios, mas coloquei aqui no blog somente as que tive acesso à informações diretamente (no local) ou via Internet. São elas: Cisne Branco, Barco Porto Alegre 10 e Noiva do Caí. Informações: AQUI!


Os pacotes oferecidos pelas empresas citadas, são quase os mesmos, porem, se diferenciam em alguns horários, possivelmente para possibilitarem os embarque sem congestionamentos, uma vez que a Usina do Gasômetro, é o ponto de maior tráfego, o outro é o Cais do Porto, utilizado pelo conhecido Cisne Branco. Quanto aos preços, embora a moça que me vendeu o bilhete, tenha informado que os valores eram uniformes, tinham diferença sim.
O cisne Branco informou o valor de R$ 18,00 enquanto que o Noiva do Caí cobrou R$ 15,00 e o Barco Porto Alegre 10, não tive acesso à informação. Escolhi sair as 15 h 30 min, por ser um horário distante do almoço e também por não correr o risco de retornar quase noite, a temperatura nesta estação, cai muito e também estava nublado. A duração foi de 1 hora.
O barco saiu as 15 h 35 min., com cerca de 40 passageiros e se distanciou da Usina do Gasômetro, pelo leito do Guaiba, até as proximidades do estaleiro, local com alguns barcos e navios velhos ancorados, outros semi- naufragados; A partir daí o leito vai se estreitando, formando um canal com profundidade de 9 à 10 metros, conforme informou a tripulação. 


Costeando a Ilha da Pintada, depois de passar ao lado de alguns barracos, a Casa dos Pescadores e barquinhos coloridos, se enxerga à distância, a ponte sobre a BR 290, que liga Porto Alegre à Eldorado do Sul, e é mais ou menos neste ponto que o panorama começa a modificar-se. É possível ver e se espantar com a quantidade de mansões estabelecidas nas margens do rio.
São quase três quilômetros de casas imponentes, de muros altos, com piers e piscinas. A gente passa e alguns moradores abanam. Nos fundos delas, do outro lado da rua, observa-se casas simples, sem pintura, feitas com sobras de madeiras, denunciando miséria e o impacto das diferenças. As mansões foram construídas de frente para o rio, dando as costas impiedosamente para as casas humildes e se isolando da pobreza. 


A Ilha da Pintada faz parte do Parque Estadual Delta do Jacuí, criado em 1976, é uma colônia de pescadores com o maior numero de habitantes daquele complexo de ilhas, (algumas desabitadas) e que ainda tentam sobreviver da pesca e do artesanato local, confeccionado à partir de escamas de peixes. Ano passado se bem me lembro, alguns moradores foram obrigados a evacuarem de suas casas, em função de uma enchente no mês de Setembro, conforme noticiou o Jornal ZH. da época. 
Na outra margem, a Ilha das Flores conhecida internacionalmente, através do curta metragem premiado de Jorge Furtado em 1989, exibindo o mesmo panorama de casas sofisticadas, porem em menor numero. Havia inclusive algumas novas construções sendo erguidas. 
A partir deste novo ponto, o barco fez manobras de retorno, entrando no Canal Maria da Conga, onde pilotos de jet esquis, se exibiam em volta do barco, com manobras radicais. A maioria eram homens de meia idade e desconfiei que pudessem ser moradores afortunados das ilhas. O barco não para em nenhum momento e as informações como profundidade da água, localização e pontos turísticos, são dados pelo capitão, na cabine, através de auto falantes distribuídos no convés.


Depois, passamos ao lado da Ilha do Castelinho, visto à distância e que já foi utilizado para guardar pólvora no passado, em seguida a Ilha do Chico Inglês, que dizem ter recebido esse nome porque viveu ali um homem chamado Francisco que era português, mas fazia negócios com os ingleses, o povo não vendo com bons olhos aquilo, resolveu apelidá-lo de Chico Inglês.


Retornar do passeio me pareceu mais bonito que a ida e esta sensação se deve, a projeção diferente que se tem de dentro do barco, quando nas proximidades da cidade,  de uma certa distância. É possível admirar os armazéns e suas portas coloridos do Cais do Porto, as torres brancas da Igreja das Dores e a Usina do Gasômetro.


Além de toda a beleza guardada por traz de muros que isolam o rio da cidade, redescobrir uma Porto Alegre diferente, que eu não lembrava mais desde os tempos saudosos da infância, foi uma experiencia emocionante.



Até o próximo passeio!

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