Atitudes animadoras

Disseram-me que o carro saiu de sua pista, ultrapassou a contra-mão, vindo colidir de frente com outro veiculo estacionado sobre a calçada. Informaram-me também que o motorista havia desmaiado enquanto dirigia. Quando cheguei até o local do acidente, encontrei-o na calçada, sentado em uma cadeira de praia com o rosto ensanguentado, lucido, consciente do que lhe acontecera e amparado por familiares preocupados. Antes, não se lembrava, pois só acordou no momento em que batera o rosto contra o parabrisa do carro. Dentro da ambulancia, enquanto examinava-o e pedia-lhe informações pessoais para o preenchimento do protocólo de atendimento, segurou minha mão e perguntou meu nome, sorria sereno enquanto agradecia pelo atendimento que considerou competente e humanizado. Disse-me que não esqueceria meu nome e a forma como foi tratado. No hospital onde o levei para o atendimento final, antes de ir-me embora, chamou-me pelo nome e apertou minha mão agradecendo-me novamente. Quando voltei para casa, fiquei pensando nas palavras daquele homem que em alguns momentos me pareciam de certa forma exageradas de afeto e reconhecimento. Afinal, tudo me parecia incomum, não havia feito nada além daquilo que faço com os outros pacientes que atendo vitimados em acidentes. Lembrei-me inclusive que muitos nem olhavam para mim e quanto mais agradeciam, talves envolvidos em sua dor. Por outro lado pensei tambem que algumas vezes ligamos nosso piloto automatico e funcionamos no escuro, guiados somente pela engrenagem de nossas responsabilidades e deveres, sem perceber e darmo-nos conta de nossos atos, atitudes e posturas que se situam com dedicação ao trabalho e respeito diante de seres humanos como este. Enfim, considerei animador o seu reconhecimento e sua humildade para expor seus sentimentos e sua sensibilidade num momento dificil de sua vida.

PETRÓPOLIS A CIDADE IMPERIAL.


Um dos lugares que mais  me causou prazer em conhecer em 2005 quando estive no Rio de Janeiro, foi Petrópolis, na Serra do Mar, também chamada de Serra Verde Imperial.
Petrópolis fica à 14 Km de Xerém, onde eu estava hospedado e a 65 km do Rio de Janeiro, mais ou menos um hora de viagem, vindo do Rio pela BR-040 contemplando em certa altura, a bela paisagem serrana. A estrada mesmo bem asfaltada é sinuosa  e possui alguns túneis construídos nos paredões de pedra.


O clima é ameno e o comercio turístico é tão atuante e movimentado quanto na nossa serra gaúcha, fazendo encher de atividades os  turistas que a visitam. Petrópolis não lembra Gramado ou Canela, pois as construções são mais suntuosas pelo seu passado imperial, mas desperta aquela mesmo sentimento de paz e aconchego que as regiões serranas produzem, comprar souvenires, saborear comidas típicas, descansar na sombras das árvores e admirar as antigas construções no centro histórico da cidade. Petrópolis possui um conjunto arquitetônico rico, do qual o símbolo mais conhecido é o Palácio Imperial, atualmente Museu Imperial- (antigo residência de verão de D.Pedro II),  construído numa avenida ladeada de casarões e palacetes do século passado. Em seu interior são expostos ao público, moveis e utensílios da época imperial.


Outras construções a serem admiradas são a Catedral de São Pedro de Alcântara e a fachada da Universidade Católica próximas a Praça Ruy Barbosa.  
Ainda no mesmo circuito histórico, pode-se visitar a charmosa casa de verão de Santos Dumont chamada de Encantada. 
Encantada, que faz jus a o nome dado, fica localizada numa rua ingrime de nome -  Rua do Encanto, 22 e que apresenta em seu interior algumas peculiaridades como; um chuveiro aquecido á álcool, a escada externa de acesso ao seu interior, onde  só se pode subir com a perna  direita e um observatório no terceiro pavimento. Na construção do chalé, de três andares, não foram utilizados divisórias entre os cômodos. 
Visitação: De terça a domingo de 9 h às 17 h 30 (bilheteria até as 17 h). Visita guiada.Ingresso: R$5,00 - Crianças de 7 anos, estudantes e maiores de 60 anos a 64 anos: R$2,50. Crianças até 6 anos e maiores de 65 anos: acesso livre.



O Palácio de Cristal:  Por iniciativa da Princesa Isabel e do Conde D’Eu, foi construído na França em estrutura pré-moldada de ferro fundido e inaugurado em 1884 para abrigar exposições de produtos agrícolas e hortícolas. Hoje é usado para exposições e apresentações musicais e teatrais, localizado na Rua Alfredo Pachá s/nº. Durante a noite com as luzes internas ligadas, chama a atenção de  qualquer pessoa que passa, atraídos por sua beleza.




O Palácio Amarelo; Foi residência do Conselheiro Carlos Mayrink e do Barão de Guaraciaba. Em 1894, foi adquirido pela municipalidade. Sede da Câmara Municipal de Petrópolis.
Localizado na Praça Visconde de Mauá, 89. Sua visitação é aceita apenas na parte externa.


A Catedral de São Pedro de Alcântara ou Catedral de Petropolis: foi construída em estilo neogótica em 1884 e  terminada em 1925. Em seu interior estão sepultados D.Pedro II e D. Tereza Cristina, alem da Princesa Isabel e o Conde D'Eu.

Passeio de Charrete: O mais charmoso city tour da serra fluminense começa em frente ao Museu Imperial. As charretes, réplicas de carruagens vitorianas do século 19, percorrem as alamedas centrais, cheias de construções históricas. Há passeios de 30 minutos sem paradas (R$ 40 para até 5 pessoas) e de 45 minutos com visita rápida às atrações (R$ 50). Horário: Das 8;00h às 17:00 h


Petrópolis nasceu do desejo de Dom Pedro I construir um palácio de verão não somente para se refrescar do calor tropical do Rio de Janeiro, mas também para receber visitantes europeus, pouco acostumados às altas temperaturas.
Com sua abdicação ao trono em 1831  não chegou a realizar seu sonho, que foi, entretanto, concretizado por seu filho, D. Pedro II, que ali construiu seu Palácio Imperial (hoje museu imperial de Petrópolis).
Se a beleza da cidade não for suficiente as exigências do turista, o que eu duvido, ainda poderá usufruir da magnifica flora e  fauna serrana como um presente raro.  Até o próximo passeio!


A Armadilha

Uma vez minha avó trouxe para eu ver, um camundongo preso a uma ratoeira. Seu corpo cinza estava esmagado, pois a aste de metal o atingira bem no meio de seu corpo, dando a impressão de estar dividido em dois. Enquanto estava preso pela armadilha, emitia um som fininho que parecia ser de desespero e dor. Lembro-me de estremecer, de ficar tentado a passar meu dedo sobre sua cabeça afim de lhe aliviar a dor e também minha angustia. Minha avó percebendo minha intenção, olhou-me com ar de aprovação e incentivo, então medrosamente passei meu dedo sobre a cabeça do rato que mordeu-me ferozmente. Não conseguia entender o por que tinha me mordido. Assustado e com dor corri para o banheiro com o choro preso na garganta e por lá fiquei até passar minha dor, minha angustia e meu pavor pela morte violenta do bicho. Eu devia ter uns nove anos de idade e nunca desapareceu a sensação de que eu e rato caímos numa armadilha.

PRÓXIMO DO CÉU E DO ABISMO.


Enquanto folhava uma revista de turismo, algumas fotografias me fizeram lembrar da visita que fiz, há algum tempo atrás, com uma amiga e sua namorada a o Aparados da Serra. Nos acomodamos em Cambará do Sul na casa de outra amiga e durante o dia fazíamos passeios pelas redondezas como Jaquirana, Passo da Ilha, Cachoeira dos Venâncio, o cânion Fortaleza e do Itaimbézinho, acompanhados por ela que hoje, trabalha como guia do local . O Cânion do Itaimbézinho é o mais famoso do parque e também um dos maiores do Brasil. Sua extensão chega a 5.800 metros e sua largura máxima alcança os 2000 metros. As paredes rochosas têm uma altura máxima de 720 metros e são cobertas por uma vegetação baixa e pinheiros nativos. Para quem nunca esteve à beira de um cânion, a sensação é realmente indescritível. Algo como se você estivesse perto de Deus. São formações rochosas de pelo menos 130 milhões de anos, que parecem ter sido "aparadas" de maneira minuciosa. O nome Itaimbézinho vem do Tupi Guarani, onde Ita significa pedra e Ai'be, afiada. Estando por lá, pode-se fazer algumas caminhadas por trilhas acompanhado por guias. Minha amiga contou que algumas vezes tropas de cavalos se perderam ou fugiram das fazendas e caíram dentro dos abismos. Ao contrario do que se pensa, os Aparados da Serra não é um lugar que se poderia classificar somente como belo e solitário, pois apresenta além de muita beleza diversas atividades a se fazer como:
Trilha do Vértice
A Cascata das Andorinhas, formada por um grande volume d’água que corre pelo Rio Perdiz cai de uma altura de 700 metros, em direção ao fundo do cânion, mas acaba transformando-se em névoa antes de atingi-lo. Da trilha pode se avistar a bela Cascata das Andorinhas e da Cascata Véu de Noiva formada pelo arroio Preá . Tão impressionante quanto as cascatas, é a sensação de caminhar na borda do cânion.
A trilha começa no Centro de Visitantes, leva em torno de 1 h, percorre-se 1,4 km pelas bordas do cânion.


A trilha do Cotovelo:
Mirante com vista imperdível dos paredões do Cânion Itaimbézinho. Caminhada fácil por estrada até um mirante natural com uma visão geral do Cânion, percurso de 6,3 quilômetros que leva em torno de 3 horas.

Trilha do Rio do Boi:
Para aqueles que gostam de atividades mais radicais e brincar de Rambo, esta trilha é a mais indicada. Caminha-se por dentro dos paredões de 700 metros formados pelo Cânion Itaimbézinho, (dentro do abismo), seguindo o leito do Rio do Boi. São 8 km de ida e volta) que são percorridos em 7 horas. Trilha longa e cansativa, com muitas pedras e diversas travessias do rio do Boi (dependendo do nível do rio a água pode estar acima do joelho), com ótimas piscinas para um banho gelado. Importante lembrar: Faça a trilha de manhã e leve somente o essencial (lanche, água, capa de chuva). Chega-se de carro até o inicio da trilha que fica junto à guarita do Rio do Boi/Ibama, (7 km de Praia Grande). É necessário o acompanhamento de guia que se contrata em Praia Grande.
Outras atrações próximas ao parque Nacional dos Aparados da Serra, são:

Passo da Ilha:
É um belo lajeado de 100 metros de largura formado pelo Rio Tainhas. As diversas corredeiras se dividem e formam uma pequena ilha. O local é procurado para Camping (possui cantina, banheiros, água e luz). É possível atravessar o lajeado de carro, quando o rio está em seu nível normal. Fica a 32 km de Cambará do Sul na divisa com o município de São Francisco de Paula. Oferece Camping R$ 5,00 com banheiros e churrasqueiras. Bastante movimentado no verão, Carnaval e feriados.

Cachoeira dos Venâncio:
Saindo de Cambará do Sul, percorre-se 8 km até a entrada para Jaquirana. Dali, são mais 13 km até a Fazenda Cachoeira, (no lado direito da estrada), onde fica a Cascata dos Venâncios, (antes de chegar a Fazenda Cachoeira tem uma placa mostrando a esquerda... mas é de uma Pousada).
O local ainda é pouco frequentado, o que o torna ainda mais atraente. São 4 km de caminhada fácil até o rio Camisas, uma ótima opção para banho.
Acesso de carro razoável. Ingresso: R$ 3,00 e Camping R$ 5,00 (não tem estrutura).

Garantias

Eu vivo dizendo para você e também para as outras pessoas a necessidade de se viver intensamente o (PRESENTE), mas você, em particular, não me ouve, não parece estar (PRESENTE). Tem preocupações exacerbadas sobre o (FUTURO). Tem pressa e medo da ampulheta do tempo, de não conquistar tudo aquilo que um dia sonhou no (PASSADO), que seus ideais de (FUTURO) lhe escapem das mãos. Então eu te pergunto: Que garantia temos, de que o futuro será conforme planejamos? E que garantias a vida nos dá, a não ser a certeza de que nascemos (PASSADO), vivemos (PRESENTE) e um dia, morreremos (FUTURO). Alem disto, não temos garantias de nada.

O bosque de eucalíptos


Então paramos o carro diante do bosque de eucalíptos perfumados e ficamos admirando aquela beleza toda. A grama parecia estar ainda molhada da noite que chovera, e os raios de sol eram pequenos fachos de luz que se esgueiravam entre as folhas, os galhos, os novos ramos de árvores. Pensei em ficar ali em busca de arco-íris, caminhar pelas estreitas estradas de terra, pular pedra sobre pedra com curiosidade de menino e me perder rumo a mim mesmo e a toda aquela beleza.

Domingo de alegria

Acordei cedo já com a maquina de fotografar pendurada no punho em direção á rua. Fotografei árvores, praças, balanços, gangorras, crianças correndo, jogos de futebol de fim de semana. Este domingo pareceu ser de alegria, de trégua para as tensões, de almoço com os sobrinhos, de bagunça na piscina e assim foi. Retornei para casa cansado, porém renovado!





La Barca

_Hã? _Meu nome é Maria Palma, Maria Palma! _Tenho setenta e dois anos! _Não, eu não sei falar de outro jeito, sempre falei gritado assim, desde de pequena! _Minha mãe ja dizia que eu era louca, por que falava assim gritado! _Mas eu não sei oque aconteceu comigo!..Acho que caí ali no mercadinho e eles chamaram voces. Eles ficam com medo de mim e então chamam voces! _Hã? _Tomei alguns remédios que o doutor receitou, mas parei, me fazia mal. Agora não lembro o nome dos remédios! _Eu tenho um filho, apenas um filho! _Tem vinte e três anos, mas ainda não se casou! _Sim trabalha num super mercado aqui perto! _Não, não tenho marido, ele morreu faz anos! _Ele era um carroceiro bebado. Morreu de tanto beber e fumar _Hã? _Eu vim de Uruguaiana para ca aos desesseis anos trabalhar em casa de familia. Familia rica! _Casei com ele ja velha, com vinte e oito anos! Tive só este filho! Filho amado! _Não eu não gosto de Natal, meu filho saí com os amigos e eu fico sózinha. Não gosto de ficar sózinha. Não gosto do Natal! _Não meus parentes não me procuram, por que falam que eu sou louca! Por que eu sou a mais pobre da familia, A mais louca! _Os vizinhos? Eles fogem de mim. Não me convidam porque falam que eu atrapalho as festas, choro e começo a gritar! Mas eu sempre grito assim! _Hã? _Não não gosto de musica, não sei cantar! _É, eu gostava de tango quando era mocinha. Sabia até dançar tango! _La Barca? _Sei, o senhor também sabe? _Hã? _Tá certo, não sei se me lembro! Então vamos cantar! _Dicen que la distancia es el olvido _Pero yo no concibo esta razón _Porque yo seguiré siendo el cautivo _De los caprichos de tu corazón!.. _Acertei? Tem agua ai? Tô com sede! _Eu gosto desta musica, meu namorado também gostava! _Já estamos chegando? _Já? Que bom que estamos chegando, quero ficar com os médicos até o Ano Novo!
*Entrevista com dona Maria Palma, paciente com distúrbio emocional, atendida dia 25 de dezembro por mim e conduzida para um serviço de emergência psiquiátriaca.

Feliz Natal


As vinte e três horas e quarenta e cinco minutos, coloquei o assado e o panetone sobre o puf amarelo da sala. Planejei acender as velas daqui uns quinze minutos, mas descobri que não as tenho. A garrafa de vinho branco gelada servirei na taça há espera do momento da confraternização.
Agora deve ser quase meia noite e desconfio disto porque os rojões estão sendo estourados por todos os cantos da cidade ininterruptamente. Todos saíram aqui no prédio, mas decidi não abandonar o barco. Ficarei em minha companhia, aguardando Papai Noel com seu olhar de bondade e graça, Desejarei neste momento, a todos que amo, um Natal de alegria, paz, reconhecimento, fraternidade, solidariedade e amor.

MOSTARDAS O CEMITÉRIO DOS NAVIOS.

esqueleto de uma embarcação
em Mostardas

O que achas de conhecer uma cidade pacata no interior do estado, com traços arquitetônicos açorianos, uma pequena igreja matriz de nome pomposo, um farol chamado Solidão, praias desertas e uma infinidade de carcaças de embarcações encalhadas na areia lembrando um verdadeiro cemitério de navios? 
Conheça neste post, um pouquinho da cidade de Mostardas, cujo  o acesso se dá, pela antiga Estrada do Inferno, cuja algumas praias de difícil acesso, encontra-se até areia movediça.
DESTROÇOS DO NAVIO
MOUNT ATHOS

O convite para conhecer Mostardas, partiu de meu irmão que estava prestando um serviço na cidade, abrindo-me esta oportunidade.
Estavam no passeio, além de nós dois, sua esposa Luciana, meu sobrinho Eduardo e minha mãe. 
Mostardas é uma cidade pacata, localizada no istmo entre a Lagoa dos Patos e o oceano Atlântico, a uma latitude de 31º 06' 25" ao sul e a uma longitude de 50º 55' 16" à oeste, no litoral sul do Estado.

COMO CHEGAR:
Partindo de Porto Alegre em direção à Viamão e Cidreira, através da RS -040, até Capivari do Sul, são 90 km onde se entra à direita, pela RS-101 ao lado do posto da policia rodoviária, até Mostardas, mais 120 Km. 
A RS-101 que dá acesso a à cidade, conhecida por Estrada do Inferno (pela dificuldade de trafegar antes de seu asfaltamento), estava coberta de buracos no asfalto, em alguns trechos, dificultando a viagem e dando a impressão de que a distancia era ainda maior, mas depois de alguma doses de paciência, chegamos.

ORIGEM DO NOME:
Não há uma explicação documentada e oficial à respeito; porém, sugere-se que o município tenha recebido este nome, por causa da grande quantidade do vegetal comestível encontrado na região (mostarda). Aventam também, que sobreviventes de um navio francês chamado Mostardas, teriam se abrigado naquela região influenciando a escolha do nome ao município, pelos moradores da época.

CENTRO DE MOSTARDAS


IGREJA MATRIZ SÃO LUIZ REI DE FRANÇA:
Situada no centro da cidade em frente à Praça Luis Chaves Martins, a pequena igreja de nome pomposo, foi fundada em 1773, construída em estilo barroco, com altar mor no estilo neoclássico, datado de 1817, é uma das cinco igrejas construídas neste estilo no Brasil.

IGREJA MATRIZ DE
MOSTARDAS


DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DA CIDADE:
Mostardas começou a desenvolver-se com o asfaltamento da Estrada do Inferno (RS 101), o que ocasionou o crescente aumento do turismo e o melhor escoamento da produção de madeira pinus. Destaca-se pelo artesanato de pura lã com os famosos cobertores mostardenses, além da produção de arroz e cebola, na pecuária pelo gado bovino para produção de leite, carne, e ovinos para produção de lã.



TIPO DE ARQUITETURA:
As casas no centro da cidade são modestas e com fortes traços de influencia açoriana, verificado em algumas coberturas com telhas de barro feitas artesanalmente e telhados com mais de uma beira. Na culinária, religiosidade e manifestações folclóricas a forte presença da influencia do negro e do índio. 



NO CAMINHO DO LITORAL:
Mas o que mais me emocionou no passeio, foi a decisão de termos retornado para casa, pela beira da praia, mesmo com o risco do carro atolar na areia. De Mostardas até o mar, nos deslocamos por uma estradinha de terra vermelha, com plantações infindáveis de pinus até se abrir numa paisagem desértica de cômos de areia, planaltos e planices formadas pelo deslocamento da areia com o vento. 



AREIAS MOVEDIÇAS:
Perdíamos constantemente o rumo da estrada e cuidávamos para não nos afastarmos da rota e atolar o carro nas conhecidas areias movediças do lugar. Parecia não acabar mais o deserto mostardense e a cada momento, uma paisagem nova nos chamava a atenção, como um bando de flamingos rosas que encontramos pelo caminho, até localizarmos o mar. 
Nesta região as marés e os ventos mudam sem aviso no município, fazendo existir um verdadeiro cemitério de navios naufragados em suas praias.

CEMITÉRIO DOS NAVIOS:
Como nosso caminho agora era pela beira do mar, nos deparamos com varias revoadas de maçaricos, assim como a triste imagem de tartarugas gigantes, golfinhos mortos, e uma baleia já em estado avançado de decomposição, na beira da praia. A praia é também cheia de resto de navios corroídos pela maresia que encalharam no passado.

EMBARCAÇÃO DESCONHECIDA



MOUNT ATHOS:
De todas as carcaças de navios encalhados que encontramos, talvez o maior seja Mount Athos de 164 metros, naufragado em Março de 1967, quando carregava adubos ao Porto de Rio Grande. O que sobrou do navio está exposto à beira do mar, à 15 km do Farol da Solidão, numa forma de aviso sinistro.
Moradores nos contaram, que durante à noite, as pontas do que sobrou do navio, provoca susto nas pessoas que por ali passam, dizendo se parecer com um grande mausoléu. 
AQUI eu falo um pouco mais sobre ele.



FAROL DA SOLIDÃO:
Possui 21 metros de altura e quatro contrafortes longitudinais. De cor vermelha fica localizado à cerca de 70 km à nordeste do balneário de Mostardas. A primeira instalação de um farol no local, data de 1916. O farol da Solidão não está aberto para visitações. Uma pena!.. Com algumas pequenas construções a sua volta, não parece mais fazer jus ao seu nome.

FARÓL DA SOLIDÃO


Encontrar tantos animais marinhos mortos na beira do mar, nos causou muita surpresa durante o trajeto. Nos perguntávamos a razão de tantas mortes. Era uma constatação muito triste e por mais que andávamos, o trajeto parecia infindável, até encontrarmos um acesso de volta a estrada RS -101, no meio de tanta areia. 




PECULIARIDADES:
Toda esta região marítima que costeia a cidade de Mostardas, Tavares, Bojuru e São Jose do Norte é sem duvidas, de extrema beleza e peculiaridade. É uma região que se diferencia do resto do Estado por sua diversidade marítima e aves migratórias que partem das regiões mais distantes do mundo, para se reproduzirem no PARQUE NACIONAL DA LAGOA DO PEIXE.

Os ventos fortes que sopram no litoral, transformam a cada instante a natureza e os cômos de areia, em belíssimas esculturas naturais.
Esta enorme área que estende-se pelo litoral, constitui o maior vazio demográfico do estado do Rio Grande do Sul. 
Com uma economia frágil e desorganizada, fundamentada no setor primário e secundário, a sociedade local padece de enormes carências sociais.

DICA GASTRONOMICA:
Restaurante Ed Mundo's. O prato a "Moda da Casa" feito com o peixe papa terra é a especialidade da casa. O restaurante de aspecto simples, está localizado na Rua Bento Gonçalves, 906 Tel.(51) 3673.1969 - Mostardas.

ARTESANATO LOCAL:
O Quiosque da Praça Municipal: Artesanato típico da região. Casacos, blusões cobertores e mantas de lã mostardense,   
                                                                Até a próxima viagem!

A HISTORIA DE MOUNT ATHOS.

MOUNT ATHOS

Em março de 1967, o grego Mount Athos de 164 metros, naufragou nas proximidades de Mostardas, quando viajava ao Porto de Rio Grande carregado de adubo. Havia 28 tripulantes há bordo e acredita-se que o navio foi atingido por ondas e ventos, aproximou-se demais da costa e colidiu em um banco de areia.
MOUNT ATHOS - 2008



O que sobrou da carcaça do tombadilho do Mount Athos, continua exposto á beira mar, á 15 Km do farol da Solidão que visitamos em Dezembro de 2008. 
Por coincidência, Athos é o nome do meu filho e isto me deixou ainda mais excitado para conhece-lo.
Nas noites de neblina, as colunas de ferro, que se erguem entre as espumas das ondas, apavoram eventuais viajantes. Corroídas pela maresia, compõe uma perfeita lápide coletiva, para náufragos de todas as épocas.
Até o próximo passeio!

Frases soltas

Agora pela manhã, abro toda a janela pois quero que entre mais sol. Meu jardim está florido e recebe elogios de quem o nota. Lembro dos tempos de primavera perfumada que sorri como hoje. Aqui o silencio é de paz e tem musica de pássaros, alguns que não conheço. Cada homem tem o seu tempo, e o meu, acelera as mudanças num cronômetro pessoal, relaxa as tensões. A vida me revela certezas, impossibilidades, nascimento e morte de paixões.

Moema partiu com sua amiga de madrugada rumo a sua felicidade e para sempre. Antes dançou sobre as telhas frágeis de meu telhado. Plantou rosas, orquídeas, arrancou petalas, mostrou sorrisos e lágrimas. Deve correr de janela aberta no automóvel até chegar ao seu destino, abrir novas gavetas, desvendar mistérios e transforma-los em poesia, abraçar seu desejo de futuro. Lembrei do filme Thelma & Louise que assisti há alguns anos e pensei em silêncio enquanto cruzava o portão e a deixava para traz: Adeus Moema!
Já em casa relí seu bilhete que me enviou há alguns dias.

"_O dia esta da cor de tempos de reflexão. Minhas orquídeas estão sem flores. Estou com vontade de partir para novos campos, me faltam inspiração. Hoje quero sair para encontrar um rumo. Estou só e isso me faz fraca. Meu ser e meu corpo são pura paixão e musicalidade, não aprendi a ser só. Digo isso porque sei que me entende e me ouve. Rosas em seu caminho, em seu dia.
Bjs!.. Moema- 15/12/2008"

Soltar os demônios

Hoje talvez seja uma noite boa para soltar demônios, daquelas em que eu abro mão de ser tantas coisas pelas exigências do dia, que me viro do avesso em gargalhadas e prazer e gasto todas as energias presas em ritmo, força, dança e alegria.
Promete ser!
..
Alguem que não lembro, disse-me que é difícil soltar demônios, mas depois que soltamos, viramos anjos, crianças, mais humanos.

Voce está dormindo?

Sempre acordo-me mais cedo que o necessário. Digo isto, por que alguém já me falou sobre isto e porque conscientemente sei que nem sempre tenho oque fazer realmente, depois que desperto, que lavo a cara, escovo os dentes e tomo meu café sem acompanhamentos. Mais tarde percebo a inutilidade das tarefas que fiz entre um espaço e outro de bobeira, quando poderia ter ficado mais tempo na cama curtindo o nada, a preguiça, a dor nas costa, os pensamentos soltos e sem lógica.
Hoje muito cedo fiquei inquieto sobre a cama, mas mesmo com impetos de levantar-me sentia-me atraido em permanescer ali deitado. Não consegui perceber oque me incomodava realmente. Pensei que talvez fosse a persiana da janela do quarto que deixo aberta para entrar o vento da noite e que pela manhã me incomoda pelo excesso de claridade na cara, mas era algo além disto. Era um bip que disparava a cada um ou dois minutos, enquanto eu me movimentava e tentava viajar nas delicadas cores das orquídeas, nas exóticas folhas das bromélias. O bip vinha da sala, agudo e profundo e cada momento que tocava, parecia aumentar sua capacidade sonora e a minha até então controlada irritação. Identifiquei lá pelo quinto ou sexto bip que era do telefone celular que eu havia deixado na sala antes de me recolher à noite. Deixara-o sobre o puf na sala, acomodado sobre uma agenda enquanto lia alguma coisa na intenet. Droga!.. Levantei-me da cama enfurecido, peguei-o em minha mão com vontade de jogar contra a parede... Me controlei. Estava escrito: Uma nova mensagem. Acessei a caixa de entrada que dizia: _Você está dormindo??? Era 05:30 da manhã.

Orquídeas e Bromélias

No refeitório do hospital, conversava com uma colega médica de trabalho. Pincelávamos assuntos entre o ruído de pratos, talheres e outros colegas que estavam ali sentados á volta em outras mesas almoçando. Algumas vezes os assuntos se cruzavam e tornava-se difícil ouvir e entender oque falávamos realmente. Mas enfim, entre tantas coisas que mencionamos como a sua pesquisa sobre o numero de mortos por parada cárdio-respiratória em Porto Alegre e que hoje é deficiente em dados estatísticos e o estres que vivenciamos diariamente em nosso trabalho, falamos também sobre os seus planos de trocar a loucura dos centros urbanos da capital, por um lugar mais calmo, arejado e modesto. Mencionei Viamão, cidade vizinha e perto da capital, onde morei por alguns anos e que ainda mantém uma boa qualidade de vida se optar-mos pelo local certo dentro da cidade.
Falou-me da sua necessidade de ir em busca de um ambiente que corresponda as suas necessidades pessoais, do seu desejo de substituir o apartamento por uma casa com pátio, cachorro e seu interesse em dedicar-se a criação de um jardim e um pequeno espaço para o plantio de orquídeas. Pensei em mencionar minha paixão por bromelias e o tempo em que eu dediquei-me a elas, pensei sobre a necessidade de criar-mos estes ambientes em nossas vida e a importancia de interagir-mos com ele, pensei em falar mais coisas sobre isto, porém quando percebemos, tínhamos acabado de almoçar e precisávamos voltar ao trabalho.

Trocas de carinho

Agora, há poucos minutos quando cheguei do trabalho, falei com minha mãe pelo telefone e percebi como temos trocado carinho um com o outro. Percebi também que não éramos assim no passado, que embora fossemos muito apegados, não conseguíamos expor nossos sentimentos de forma tão explicita e verdadeira. Era como se algo invisível entre nós nos impedíssemos de manifestar estes sentimentos que pareciam estar reprimidos. Algo se modificou e fez com que resgatássemos este aféto contido, intimidado dentro de nós. Já no final da ligação depois de conversarmos, rirmos muito, demo-nos adeus varias vezes e ela ainda finalizou com a voz emocionada: _Me liga, não esquece de mim, eu te amo muito!

A voz do Jazz


Madaleine Peyroux é uma cantora de jazz nascida na Geógia que escreve e interpreta suas proprias composições e letras. É especialmente lembrada por seu estilo vocal, que em muito lembra o estilo da cantora Billie Holiday.
Peyroux
viveu também no sul da Califónia, na cidade de Nova Iorque e em Paris. Começou a cantar com quinze anos de idade, quando descobriu os artistas de rua do boêmio Quartier Latin em Paris. Ela integrou o grupo The Riverboat Shufflers, primeiro passando o chapéu, e então, depois, cantando. Aos 16 anos, passou a fazer parte dos The Lost Wandering Blues and Jazz Band, grupo com o qual passou dois anos em turnê pela Europa interpretando canções de estrelas dojazz como FatsWaller, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, entre outros, dando base às interpretações de seu primeiro álbum, Dreamland.

Reflexões

Acordei com vontade de rever algumas coisas em minha vida, depois pensei que não fosse o momento acertado para estas incurssões emocionais. Algumas verdades se revelam de forma mágica e inesperada em nossas vidas, sem que nos esforcemos para encontrar-las. Te surgem respostas à certas dúvidas, sem a necessidade de reflexões profundas, como uma leve mudança de ar, uma bruma suave, uma frase dita do nada. Dias difíceis estes em que vivemos entrelaçados em dúvidas, esbarrando em incertezas! Talvez não surja nada no fim da linha, no fim da rua, no fim da vida, embora eu pense com incerteza, que exista mais, além do meu estreito campo de visão, do resíduo de minhas verdades que faço leis pessoais, dos pequenos desfechos que invento para reiniciar minha ficção. Depois li esta frase em algum lugar:
"_Não preciso de verdades. Para viver, voce só precisa de mentiras. Chega deste papo furado de que o sonho acabou!.."
poeta Wally Salomão.

Recado poético no meu celular

Recebi este recado em minha caixa de e'mail, e o achei de uma beleza e sensibilidade impar como a pessoa que me enviou.
Li também no blog de uma amiga uma frase que entendo definir as palavras escritas no recado:
"As vezes a gente pensa que está dizendo bobagens e está fazendo poesia.".
"O dia esta da cor de tempos de reflexãoMinhas orquídeas estão sem floresEstou com vontade de partir para novos camposme faltam inspiraçãoHoje quero sair para encontrar um rumoEstou só e isso me faz fraca. Meu ser e meu corpo são pura paixão e musicalidade, não aprendi a ser sóDigo isso porque sei que me entende e me ouve.
Rosas em seu caminhoem seu dia.
Bjs!.."

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