UM JOVEM CHAMADO LUCAS

O suicídio de um jovem colega de trabalho, esta semana, deixou todos os outros colegas surpresos, tristonhos, indignados, perdidos, sem respostas, sem saber o que pensar, se perguntando principalmente o que teria levado ele a cometer tamanha atrocidade com a própria vida. 
Algumas resenhas emocionadas e micro-textos foram postadas no Facebook em memoria do que ficou de sua lembrança, um adeus, um descansa em paz  e quem sabe do que poderia ter sido feito para evitar este trágico desfecho, por que ninguém sequer havia percebido, a sua possível tristeza, a sua solidão, o seu sentimento de abandono que desencadeou tudo isto; afinal era um jovem aparentemente feliz e com uma vida inteira de conquistas pela frente.
Mas nada me tira da cabeça a responsabilidade da sociedade como um todo, causadora das deformidades e doenças que acometem a integridade emocional das pessoas que tentam sobreviver a ela.
A sociedade cria monstros, vitimas e suicidas que vê na própria morte uma libertação, um alivio da dor e do peso que carregam. Cria também, surdos, mudos e cegos, que não conseguem mais perceber que a sua volta existem pessoas precisando de alguma atenção, uma gentileza, um sorriso, uma palavra, um abraço.
Somos co-responsáveis, pela falta de tempo, pelo olhar desatento, pela falta de comprometimento e uso de protocolos.
Um dia, quem sabe, passaremos a ser menos juízes e mais fraternais.

ENTÃO VAMOS!

Depois de subir a escadaria e chegar ate a porta recostada, nos enchemos de coragem e a empurramos, fazendo a abrir sem dificuldade. Lá dentro a pouca iluminação, por falta de lampadas e janelas fechadas, causavam a sensação de que ainda era noite, daquelas noites estranhamente silenciosas e que pareia  não haver mais ninguém acordado no mundo.
De um dos cômodos, a unica lâmpada ligada, distribuía um facho de luz que chegava até nós, na sala e então ela apareceu, de cabelo amarrado, vestido florido e arrastando uma mala de rodinhas. Olhou-nos como se nos conhecesse e estivéssemos sendo esperados e cruzou a sala dizendo: Vamos, já estou pronta para a viagem!
Tudo seria absolutamente normal, se não fosse o fato de que ela estava sendo conduzida por nós, a uma simples consulta psiquiátrica.
Mas pera ai... O que é absolutamente anormal nesta história, se cada um vive no seu tempo emocional. A loucura talvez seja apenas um apelido que damos a este encontro de sentimentos, absolutamente diferentes, a o que chamamos realidade.

LOBOS FAMINTOS.

Tem coisas que acontecem no dia a dia da gente, que é lamentável e mesmo sendo um fato real, fica parecendo cena de novela das Seis. 
As pessoas podem sentirem-se no direito de criticar você e o seu trabalho,  simulando com aquele olhar fraternal e de responsabilidade social consciente, mas quando reúnem outras pessoas para falarem disto, nos churrasquinhos de fundo de quintal, aos finais de semana, isto tem outra motivação, é mau-caratismo e fofoca, disfarçado de outros nomes.
E pra deixar claro o que o dicionario descreve, sobre esses dissimulados e egoístas, são pessoas de caráter mau e traiçoeiras, não inspiram confiança. É sinônimo de cafajeste, canalha, patife, velhaco, calhorda, desonesto, entre outros.
São como lobos famintos que mesmo alimentados com cuidado e atenção, te mordem a mão quando ficas desatento.


UM QUADRO NO CÉU



Quando vi este pôr de Sol, no terraço da minha casa, pensei com meus botões: O que se aprende não é somente o que se vê e se lê, mas o entendimento amplo da leitura que fizemos interiormente. Não é a toa que muitas leituras nos são surpreendentemente, transgressoras e transformadoras!..

2018

2018 chegou em mim com uma força diferente dos outros anos. Força de mudanças, cuja a responsabilidade maior, depende só de ajusta-la na vida, como uma verdade, através da mudança de hábitos, atitudes, reflexões que geram novos pensamentos e olhares, abrindo novos caminhos e abdicando de certos privilégios. 
Li uma frase que não vou identificar o autor, mas que ajudou na minha decisão:
"Não abro mão da minha horta, nem do meu galinheiro. Isto não é questão de idade, isto é questão de oposição!"
Não, eu não vou fazer uma horta nem criar galinhas, mas pensei que abrindo mão de certas concessões, também posso fazer oposição.

COQUETEL.

Depois de um tempo, a gente fica meio de vagar, meio esquecido, meio sem forma, meio surdo, meio deselegante, meio sem paciência, meio reclamão e sem  achar graça, daquilo que todos acham graça e fazem disto um caminho para suportar o que por vezes, pra nós, não é mais aceitável.
Gosto dos bem humorados, como aquela frutinha doce, mergulhada na bebida amarga, que a deixa mais palatável, mas acho sem graça, os que acham tanta graça das destorções sociais e politicas do mundo como se tudo fosse uma piada e parecendo ter a resposta e um certo controle sobre tudo!


QUEM TEM MEDO DE PABLO VITTAR?


Irritado eu?.. Por que eu não seria mais um entre centenas, talvez milhares, numa sociedade cheia de juízes, de mentores, de filósofos, psicanalistas, de cientistas políticos online, de donos da verdade absoluta que tem a resposta na ponta dos dedos para arrumar o mundo, que tem a chave para a felicidade e do bem viver? 
De gente, por exemplo, que perde seu tempo falando mal de Pablo Vittar nas redes sociais e de suas performances ditas “sem talento”, tentando construir-se de um status critico de intelectualidade e bom gosto, que não possuem, fazendo aumentar cada vez mais o marketing do Drague Queen, que enche os bolsos de dinheiro e dos empresários da mídia que o apoiam?
Sabe aquela frase: “Falem mal, mas falem de mim!..” Então?
Fico irritado sim, porque não absorvo estas novidades como uma ameaça a sociedade e a minha integridade moral, intelectual, mas fico P da vida, com as mazelas nas redes sociais para gerar  discussões negativas que incitam o ódio e afomentam a discriminação.
Pablo Vittar, assim como Marília Mendonça, Preta Gil e tantos outros, que eu não lembro agora, não me representam por que não falam a minha língua e nem fazem parte do meu repertório emocional; portanto quando os encontro por acaso, através do radio ou da televisão, troco de canal e penso que tem gente que gosta e daí!.



RESTAURANTE-HOTEL TOFFOLO.

E vieram dizer-nos que não havia jantar. 
Como se não houvesse outras fomes 
e outros alimentos. 
Como se a cidade não nos servisse o seu pão 
de nuvens. 
Não, hoteleiro, nosso repasto é interior
e só pretendemos a mesa. 
Comeríamos a mesa, se no-lo ordenassem as Escrituras. 
Tudo se come, tudo se comunica, 
tudo, no coração, é ceia. 
Carlos Drummond De Andrade



O Bar Restaurante e Hotel Toffolo em Ouro Preto, é destes lugares intimistas, que te convidam para um passeio no passado. Portas e janelas de um azul colonial vibrante, moveis antigos de madeira escura, meia luz e uma simplicidade, que reporta para uma taverna do seculo passado. Um garçom atencioso e educado, uma senhora que incansavelmente se mantém de pé atrás de um balcão, coordenando tudo a volta, com a voz mansa e um sorriso que esbanja bom humor e delicadeza. 


Dona Gracinda Toffolo supervisiona com espantosa energia o estabelecimento que está com a família a mais de um séculos. A propriedade é o primeiro hotel-bar da cidade de Ouro Preto, já existente há 114 anos e nele hospedou os escritores Manuel Bandeira e Carlos Drummond Andrade autor do poema que postei no inicio da página.

ESCADARIA LADRILHAR.


Então, quem já ouviu falar no Projeto Ladrilhar? Eu não conhecia, ate ler uma pequena nota no Jornal Diário Gaúcho, que caiu nas minhas mãos, não lembro como, num dia em que eu estava trabalhando e, me chamou a atenção e curiosidade.

O Projeto Ladrilhar foi uma ação de moradores do Bairro Jardim Carvalho, na zona leste de Porto Alegre, estimulando os conceitos de cidadania e empoderamento, para demonstrar que a união faz a força e é fundamental, podendo modificar um espaço público e seus conceitos. 

LOCALIZAÇÃO:
Localizada na Rua Professor Antônio Peyronton Louzada S/N no bairro Jardim Carvalho em Porto Alegre, uma escadaria antes, desconhecida, perigosa, intransitável e abandonada por mais de 50 anos passou a ser não só um atrativo turístico, mas a prova de empenho e força de seus moradores, que juntos, através de mutirões, lutaram por um objetivo comum: Revitaliza-la, e assim, mudar seus conceitos sociais, na periferia da cidade.


A ideia surgiu, do idealismo de uma moradora, a psicóloga Claudia Coelho de 46 anos, que com apoio dos vizinhos, transformou a escadaria de 88 degraus, antes uma rota de fuga de assaltantes e ponto de encontro de usuários de drogas, num orgulho para o bairro e exemplo para a cidade, a ser seguido.

LÍNGUA PINTADA

Um copo de suco, sobre a mesa.
Era só o que ele gostava de beber.
Matar a sede, adoçando a boca.
Se deliciar.
Manchar a língua de vermelho. 
Deixa-la meio esquisita.
Feito um artista de Circo.
Ou como a língua do Mick Jagger.

CANÇÃO IX



Tenho meditado e sofrido
Irmanada com esse corpo
E seu aquático jazigo

Pensando

Que se a mim não me deram
Esplêndida beleza
Deram-me a garganta
Esplandecida: palavra de ouro
A canção imantada
O sumarento gozo de cantar
Iluminada, ungida.

E te assustas do meu canto.
Tendo-me a mim
Preexistida e exata

Apenas tu, dionísio, é que recusas
Ariana suspensa nas suas águas.

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...