O CAFÉ RUIM


Café ruim é aquele que se toma nas repartições publicas deste país, passado em cafeteiras elétricas com saco de papel descartável e depois acondicionado em garrafas térmicas viciadas, padronizadas e bebido em copinhos descartáveis branco.
Este café, passado pelas regras da licitação, deve ser de marca barata, é normalmente forte e consumido em momentos de stress, de horas de extrema preguiça e quando o expediente por vingança, demora a terminar.
O cafe bom, é o que se toma em casa, sozinho, ou na companhia de amigos, que engatilham um bom bate papo. É passado em saco de pano, deixando a água quente escorrer lentamente do bico da chaleira sobre o pó, caindo direto no bule ou xícara previamente quente e levantando aquele vapor com aroma magico de um romance na Filadélfia.

CECILIA


Um dos bairros mais tradicionais de Viamão, permanece intocado em sua mítica: muitas pessoas e a maioria dos moradores não sabem que o nome correto do local é Cecília e não Santa Cecília, talvez por analogia à Santa Isabel, nome de uma vila vizinha. 
Mas é raro encontrar um “ceciliense” que saiba de onde vem o nome deste importante polo político e econômico que se destaca a cada dia.
O nome é uma homenagem à Cecília Scliar, esposa de Henrique Scliar, que por volta da metade do século passado resolveu lotear seu imóvel rural, dando início à expansão urbana da região.
Judeu russo, Henrique Scliar fugira para o Brasil diante das perseguições aos judeus na Revolução Bolchevique de 1917. 
Radicado em Porto Alegre, mantinha amizade com intelectuais e políticos de esquerda e usava a chácara para reunir e receber amigos. Deste modo, a propriedade adquirida com um prêmio da loteria, acabou servindo de abrigo para as “férias” de Jorge Amado e Zélia Gattai, quando o escritor era deputado federal pelo PC do B, na segunda metade da década de 1940, fato registrado pela esposa do escritor em seu livro “Um chapéu para viagem”. 
Naquela época, a chácara do “seu Henrique” era apenas uma casa de campo aonde amigos da família vinham passar o fim de semana. Entre os hóspedes ilustres estavam Érico Veríssimo, Vasco Prado, Dionélio Machado, Lila Ripol, entre outros. 
Moacyr Scliar, um dos mais renomados escritores brasileiros, apesar da pouca idade que tinha, lembra com carinho de suas viagens à chácara do Tio Henrique: “Pouca gente sabe, mas existe, em Viamão, um lugar muito ligado à história da cultura no RS. Trata-se da Vila Cecília. Nos anos quarenta, esta região era uma chácara, de propriedade do sr. Henrique Scliar.

TRANSGRESSÃO.

Transgressão: É a ação humana de atravessar, de exceder, de ultrapassar, limites sociais, morais, estéticos,  noções que pressupõem-se a existência de uma norma que estabelece e demarca limites.
Mariah Moreira e Laerte um pouquinho mais longe, são exemplos disto. São transgressores por serem vitalmente verdadeiros e corajosos. Transgressores no passado, que podem virar heróis  no futuro.
Sou um transgressor em alguns aspectos da minha vida e você é um?..

UAI QUE QUE TEM

Gostei deste Comentário colocado por um amigo trans no Facebook: "Toda vez que alguém quiser falar da vida de outra pessoa perto de você, é só responder: "Uai que que tem?"
Por exemplo:
_ A roupa dela tá curta né?_ Uai, que que tem? _ Ele é afeminado né? _ Uai, que que tem? _ O cabelo dela tá feio! _ Uai que que tem?
Isto permitirá  o termino de uma conversa preconceituosa e o inicio de sua liberdade!

BIPOLARIDADES DA VIDA.

Num dia tá tudo bom, verde, no outro tá tudo ruim, cinza. Às vezes, tá muito quente e num outro momento muito frio. Tardes se fazem muito secas ou úmidas demais, nos deixando pesados, desanimados e no final de cada queixa, que nos enruga a testa, uma pergunta fica presa no peito, como um pigarro de fumante que não quer ser expelido, somente sufocar:
O que faço, o que eu quero? Como arrumar este ensopado de forma a ficar aceitavelmente digerível, se a chuva que lava a alma, noutros momentos nos parece tão incomoda?.. Somos bipolares,  ou é a vida que nos rodeia assim tão cheia de instabilidades?..

O QUE PRESTA NESTE BLOG


Sabe qual é a melhor parte deste blogue a ser acessada? É a que dá dicas de viagens, que fala sobre algumas experiencias que tive por este mundo de Deus e que enchem os olhos dos navegadores curiosos e cheios de sonhos.
As outras viagens, aquelas que são mentais, emocionais, temperamentais, sociais, sexuais e loucas, não causam curiosidade, nem tão pouco chamam a  atenção de leitores. Sem querer ser um influenciador do que deve ser lido por aqui, mas já sendo, elas são chatas!..


NÃO LIGA, EU DESLIGO

Nem ligas, quando te ligo e me falas que vai ligar em seguida e não liga. Eu acabo me desligando e também não ligo, sentindo um gosto de desinteresse e aquela sensação de que não tínhamos nada a dizer um para o outro mesmo.
Então que se faça esse silencio, entre nós por semanas, meses, ate me ligares da cama, reclamando que eu não te ligo.

EU SEMPRE ACREDITEI NISTO


O RUIDO DA MORTE DOS SAPOS

Os sapos coaxavam em todos os meses de Julho, na vala sobre a calçada, da casa de seu Julio, quando a rua ainda era de chão batido e até hoje em meus ouvidos!.. 
Entrincheiravam-se nas raízes dos capins e seu Julio caçava-os para assassina-los cruelmente com seus pés brancos e inchados da hipertensão.
Dizia que se não o fizesse, invadiriam sua casa e até a dos vizinhos. Pegava os sapos mais gordos, sem piedade e esmagava-os com uma unica pisada de tamanco, provocando um estranho ruido de morte e de satisfação no seu olhar de vingador 
Eu tinha seu Julio como um homem de índole duvidosa. Muito gordo, como os sapos que matava, descendia de alemães e fazia rinha entre os garotos da vizinhança, que se acumulavam no final da tarde em sua calçada, para ouvirem as histórias violentas que contava.
Um dia eu soube da sua morte e passei a acreditar que teve um mal súbito e caiu na vala lamacenta onde caçava e matava as suas vítimas.

OUVINDO VOZES.

Por acaso tu já ouviu vozes no pé do teu ouvido, quando estavas em casa entretido, fazendo alguma coisa, ou mesmo na rua, atarefado, te causando um pequeno susto e fazendo tu olhares pro lado sem encontrar ninguém e depois achares que esta voz veio de ti mesmo, criada de tua cabeça, dos teus próprios pensamentos estressados?
As vezes nem dá para entender o que estão dizendo, pois são frases curtas, ou apenas dizem o meu nome, como se quisessem me chamar a atenção, ou alertar sobre alguma coisa importante.
Se isto não acontece contigo, nem nunca aconteceu,  tu deve estar com algum problema muito sério!

O GAÚCHO E O TELEFONE MÓVEL

Num dia frio de inverno, estávamos retornando de São José dos Ausentes para Porto Alegre, num micro-ônibus cheio de mulheres, quando localizamos um gaúcho montado em seu pingo, numa coxilha a nossa direita da estrada. A mulherada se alvoroçou tanto quando o viram, que até alguns sonhos de fórum intimo, com gaúcho desconhecido, foi colocado em publico causando grandes gargalhadas. 
A beleza daquela imagem, não a do homem em si, um gaúcho de chapéu, capa e cavalo pretos, emoldurados pela neblina densa que caia, era mesmo de tirar o folego e se parecia com uma foto retirada de algum livro de historias folclóricas. 
A medida que nosso veiculo se deslocava e contornava a coxilha, sua imagem foi ficando mais visível e notamos que ele tinha numa das mãos um telefone celular e que possivelmente tentava capturar algum sinal.
Ao perceberem isto, a gargalhada foi ainda maior, pois os sonhos e fantasias de qualquer natureza, desabaram na  mesma hora. 

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...