O racismo de cada dia.

Eu não tenho nenhum dado oficial à respeito, mas poderia afirmar que Porto Alegre está dentro das capitais brasileiras que mais discriminam os negros e esta opinião só começou a se definir mais acentuadamente dentro de mim, quando comecei a conhecer outras lugares e a perceber o quanto seus moradores são mais soltos, naturais e de hábitos culturais mais assumidos a exemplo do nordeste onde o numero de negros é bem maior. Ainda é possível  perceber-se por aqui no sul, alguém virando a cabeça com olhar de surpresa e reprovação ao notar um casal de raças diferentes de mãos dadas ou abraçados na rua; Se afastarem de um vendedor ambulante de pele escura achando que ele é um assaltante ou mesmo perceber um negro dentro de carro de luxo e tecerem comentários de que ele está querendo se exibir com o carro do patrão ou que é um jogador de futebol. Claro que isto não deve ser uma característica encontrada somente aqui, mas como me parece mais evidente e costumeiro por estas bandas de cá. É também difícil aceitar que algumas pessoas das nossas relações são capazes de dizerem que são amigas de negros, mas que jamais se envolveriam ou permitiriam que seus filhos se envolvessem amorosamente e sexualmente com algum deles.
Diante destas atitudes absurdas e discriminatórias cuja a cor de pele faz diferença, fica difícil não acreditar na acusação feita pelos dois estudantes inter-cambistas africanos que denunciaram a abordagem feita por uma policial militar do 9º BPM, no dia 17 de janeiro em Porto Alegre. 
Conforme o relato das vitimas, eles dirigiam-se à Polícia Federal de ônibus, para atualizar o visto de permanência no Brasil, quando o veículo foi cercado por quatro viaturas da Brigada Militar. A ação ocorreu depois que uma policial, que estava dentro do coletivo, desconfiou da dupla que conversava em francês e cujo o principal motivo teria sido o tênis usado por um dos estudantes. Ambos foram algemados e encaminhados a um posto da BM na avenida Oswaldo Aranha. Um dos africanos contou numa reportagem na TV, que chegou a ser imobilizado por um policial com uma gravata. 
A denúncia foi apresentada à imprensa nesta quinta-feira pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos. "_É uma manifestação expressa de racismo. Mas mais do que isso, é uma demonstração cabal do despreparo das nossas polícias, que agem sempre assim com qualquer negro, seja brasileiro ou estrangeiro", disse o presidente do movimento, Jair Krischke. Uma ocorrência por constrangimento ilegal e racismo foi registrada na Polícia Civil e também protocolado na Corregedoria da Brigada Militar. Além disso, Krischke solicitou audiência com o secretário estadual de Segurança Pública. "_O secretário certamente tomará essas providências: não só a punição dos autores deste crime, mas também no sentido de preparar melhor a nossa polícia, para que não se repita", disse Krischke. 

A SENZALA ESQUECIDA, EM PORTO ALEGRE. URBEX


Conheci ontem junto com meu colega, o que sobrou de uma antiga construção na Lomba do Pinheiro e que segundo alguns moradores das redondezas, possuía em seu porão uma senzala com instrumentos onde eram aprisionados os escravos nos séculos passados e que por esta razão o lugar é conhecido como a "Senzala da Lomba do Pinheiro". Na verdade constatamos que nada mais existe no local, alem de ruínas e um cofre destruído, que supostamente continha documentos de compra de escravos e que foram queimados, quando vândalos e ladrões invadiram esperando encontrar ouro e outros objetos de valor.


As ruínas na verdade, são vestígios de duas construções afastadas uma da outra e encrustadas no meio do mato: Uma com paredes feitas de pedra medindo mais de 50 centímetros de espessura, fazendo-me lembrar das antigas construções que conheci em Alcântara no Maranhão e a outra, que acredito ser menos antiga, com paredes de pedra e tijolos grandes e um tipo de reboro cujo os componentes são de difícil identificação pela ação do tempo e a minha falta de conhecimento técnico no assunto, mas visivelmente muito antiga.


Segundo o que nos contou dona Maria, uma das moradoras locais e cuidadora da senzala, o aumento do numero de pessoas e invasores, que iniciaram a construir suas casas naquela área antes quase deserta, a antiga casa e sua senzala, foi sendo destruída pelos novos moradores que ali foram se estabelecendo e saqueavam telhas, pedras, ferro e tudo que achavam reutilizável na construção de suas próprias casas, assim como outras pessoas que simplesmente depredavam por se tratar de uma casa velha e sem interesse. Mesmo com o seu pedido de conservação entre os moradores vizinhos, era sumariamente ignorada.

cofre pertencente a casa
Algumas vezes foi solicitado por ela a ajuda da policia, da prefeitura e de alguns meios de comunicação para que fossem criados algumas medidas no que se refere a proteção da casa e sua senzala, mas nada foi feito, até a sua completa transformação numa ruína sem qualquer registro histórico que se tenha conhecimento.
Conforme Claudio Garcia Teixeira, ex presidente da Associação de Moradores da Quinta do Portal, que me acompanhou nesta visita, de 1998 à 2002 a antiga construção ainda se mantinha preservada, com cobertura de telhas de barro, azulejos europeus em algumas paredes e uma enorme banheira de mármore que posteriormente foi roubada. No porão da casa haviam correntes com tornozeleiras de ferro onde possivelmente eram amarrados os escravos. Nos fundos do pátio uma espécie de tronco e também uma imensa gaiola de ferro sem cobertura onde acreditavam que os escravos eram mantidos encarcerados. Foi também neste período que ele como presidente comunitário, tentou buscar apoio junto a Secretaria Municipal da Cultura, RBS, Correio do Povo e Rede Bandeirantes que lá estiveram, fotografaram e nada mais foi feito.


Dona Maria acredita que talvez não tenha buscado o apoio necessário para a salvação do lugar, por não ter conhecimento sobre os meios adequados para isto, já que possui pouca instrução.
Claudio Garcia disse que depois de informar a Secretária da Cultura, a mesma informou que a área se tratava de uma propriedade particular e passava por especulações imobiliárias cujo o dono de sobrenome Chaves Barcelos, morava nos Estados Unidos.
Ao questionarmos se o abandono e a falta de interesse na proteção deste patrimônio por parte dos órgãos públicos, seria pelo fato de estar localizado, num área distante e pobre da cidade, afastando o interesse em sua conservação e divulgação, dona Maria se posicionou positivamente:
_Quem viria do centro da cidade até aqui para ver um senzala?.. Só o senhor mesmo!.. disse-me sorrindo e meio sem graça. Quanto ao fato da área pertencer a alguma família de posses, ela negou conhecimento.



Como chegar onde foi a senzala:
A senzala, ou melhor dizendo o que sobrou dela, fica localizada no Bairro Lomba do Pinheiro-parada 6, seguindo pela Estrada Afonso Lourenço Mariante, na segunda entrada à esquerda, no Beco das Oliveiras que é sem saída. No final do beco, cruza-se por uma clareira sombreada à direita, seguindo por uma pequena trilha, (caminho de motociclistas adeptos do rally), uns 200 metros à frente, escondida no matagal. Esta área coberta pelo mato, faz divisa com um pequeno loteamento chamado Quinta do Portal e Estrada do Rincão no Bairro Belém Velho.
Dona Maria também nos contou que uma forma de ver e apreciar como era antes este casarão e sua senzala é assistindo o antigo filme de Teixeirinha, "Coração de Luto", onde muitas tomadas foram feitas no local. Eu dei uma olhada no filme e nada identifiquei do local.

COMPRANDO GATOS POR LEBRES.

Se existe um xixi, capaz de acabar com uma carreira profissional, foi aquele que o comandante do transatlântico Costa Concórdia levou depois de naufragar na costa italiana vitimando um grupo de turistas em pleno passeio de ferias e pior ainda, ter abandonado o navio descaradamente com algumas vitimas já mortas em seu interior. O xixi foi merecido e mundial,  que foi transmitido por quase todas as redes de televisão do mundo.
Este comandante, segundo uma das passageiras do navio, era do tipo arrogante, não falava e não cumprimentava quase ninguém, além de tomar atitudes pouco convencionais como trancafiar-se em sua cabine ao lado de uma mulher loira que caiu em suas graças e dando justificativas tão esfarrapadas, quanto as que deu ao comandante da guarda costeira pelo motivo de seu abandono as vitimas do naufrágio.
Eu fico pensando quantas vezes nesta vida compramos gato por lebre, acreditando que estamos nas mãos de profissionais competentes como a exemplo de (médicos, advogados, etc..) e temos uma grande surpresa ao descobrir que estávamos sob julgo e decisão de incompetentes e irresponsáveis.
No ano passado, quando retornava de Salvador à Porto Alegre pela companhia Webjet, algumas atitudes do comandante me deixou muito surpreso e inseguro com a viagem. Além de fazer brincadeiras pelo alto falante da aeronave, como pronunciar um monte de palavras sem sentido ou simulando estar falando em inglês e que nossa próxima parada seria em Nova Iorque, o que fez alguns passageiros gargalharem durante o vôo, a o aterrizar no aeroporto do Rio - numa das conexões previstas, chegou a dar um suspiro profundo no alto falante e dizer: _Ufa!.. Graças à Deus conseguimos!
Nesta mesma parada, no aeroporto do Rio, quando aproveitei para utilizar o banheiro, percebi em sua cabine a presença de duas crianças, onde uma delas estava sentada no seu assento de piloto, diante de toda aquela parafernália de equipamentos sofisticados. Não sei em que momentos as crianças entraram na cabine, mas aprendi desde cedo que devemos mante-las afastadas de painéis de carros, se não quisermos ter uma surpresa, quanto mais de uma aeronave. 
Acho que as crianças deviam ser seus parentes e ele disse para uma delas, visivelmente fascinada diante daqueles equipamentos cheio de botões e luzes: _Agora é tudo com você!.. 
Desde este incidente, que nunca se sabe, poderia ter virado uma tragédia, evito voar pela Webjet.

Passos para uma mudança.

Foi com grande surpresa que me deparei hoje na pagina do meu Facebook com seguinte comentário positivo de um usuário chamado Ogro Grenga, abaixo da foto do outdoor da Unimed de Blumenau: 
"Juro que eu poderia fazer qualquer tipo de piadinha com esse outdoor, ainda mais sendo do Rio Grande do Sul..... Mas venho aqui humildemente dar os parabéns a UNIMED, pela coragem e principalmente por ajudar a demonstrar que o Brasil apesar de tudo, começa a demonstrar sinais de amadurecimento. Isso sim é digno de se compartilhar e não a bombagem da Luiza!!"
Atitudes como esta, são passos largos em direção da mudança de conceitos e atitudes sócias mais justa.

Calendário Cristão 2012

Enquanto isto.., conforme foi notificado no site da Revista Eletrônica Vipado, o Vaticano continua apostando no poder da imagem, mantendo em sua agenda de 2012 a produção de calendários com fotos de padres jovens que mais parecem modelos... A folhinha é vendida nos arredores de Roma ou pela a Internet com o objetivo de levar informações sobre a Santa Sé para os fiéis cristãos. O que eu gostaria de saber é quem fez a seleção dos modelos.
Não é difícil  perceber a investida da igreja neste tipo de marketing nos últimos anos, basta lembrar do padre Fabio de Melo e outros Made in Brasil, que arrancam suspiros até da platéia que não é cristã.

Estão de olho em você.

Foi noticiado ontem no Jornal Nacional um alerta para as pessoas que buscam oportunidades no mercado de trabalho, quanto a exposição de dados pessoais em sites sócias como Facebook, Orkut, Twitter, etc.. Segundo o que foi apresentado no telejornal, as empresas estão investigando através da Internet o perfil de seus candidatos na adequação de vagas oferecidas pelas empresa. Ai que meda!..
O comportamento virtual dos candidatos são avaliados por recrutadores do RH das empresas, que analisam criticas, comentários sobre colegas, erros de português, imagens postadas com pouca roupa ou enjerindo bebidas alcoólicas. Ou seja; se você está procurando um bom emprego, entre no esquema do candidato perfeito sendo o menos humano possível. Se exima de expor seus próprios erros e abstenha-se de opiniões pessoais que não seja as previamente esperadas pelo mercado que possivelmente já deve ter publicado alguma cartilha; acabe com sua vida social lembrando que jamais deve se permitir ser fotografado com um copo de chope na mão, numa roda entre amigos; não use também na praia, roupas de banho fora dos moldes do bem comportado e também esqueça da liberdade de expressão que um dia disseram que você tem direito, já que o importante é ser exatamente o que você não é, para ter alguma oportunidade nestas empresas perfeitas de recrutadores perfeitos.

AS FONTES HISTÓRICAS DE VIAMÃO

FONTE DA PACIENCIA



No Domingo 15/01/2012, depois de almoçar na casa da amiga Tania, decidi no meio da tarde, caminhar pelo centro de Viamão e aproveitar para conhecer alguns lugares que fazem parte da historia da cidade viamonense e que a grande maioria dos moradores desconhecem. 
Trata-se de fontes datadas de 1768, que serviram ao abastecimento de água potável na antiga Vila de Viamão. São quatro fontes localizadas bem no centro da cidade e que podem ser visitadas a partir de informações colhidas com alguns moradores, e que conhece a existência e localização das mesma. A visita a estas fontes, deve ser realizada por uma iniciativa pessoal, uma vez que não existe na cidade um roteiro turístico, com profissionais guias habilitados para o acompanhamento. 

FONTE DA BICA:
Saindo do núcleo central da cidade pela rua Alcebíades Azevedo dos Santos, está localizada a primeira fonte no interior da Praça Tristão Jose de Fraga, cujo o espaço geográfico fica numa especie de depressão com saída para a rua Luis Rossetti. A praça atualmente está em péssimas condições pela falta de manutenção e com acumulo de lixo e mato por todos o lados. Existem também algumas churrasqueiras depredadas que possivelmente eram usadas pelos moradores locais. Visivelmente se percebe o abandono do local, que se parece mais com um terreno abandonado, do que propriamente uma praça.


PRAÇA TRISTÃO JOSÉ FRAGA:
O acesso a fonte se dá por uma escadaria de pedras e um pequeno corredor, onde o calçamento está destruído e é preciso um certo cuidado para não se resvalar sobre a lama acumulada e levar um tombo. A fonte propriamente dita, está a poucos metros da escadaria e completamente coberta de musgos que esconde o tipo de material que foi feita. Além disto; existe apenas um pedestal de pedras, onde possivelmente existia uma placa de identificação. A Fonte da Bica, também denominada Bica dos Fundos, foi ponto de referencia do movimento tropeirismo da época, além de abastecer a vila. Atualmente encontra-se completamente abandonada e sem a mínima proteção da ação de vândalos.


FONTE DA PACIÊNCIA::
Bem próxima a Fonte da Bica, na Rua Luís Rossetti encontra-se a segunda fonte, chamada de Fonte da Paciência, em melhor estado de conservação, porém aparentemente seca. Esta servia também ao abastecimento de água potável na vila e fora conhecida antes como Fonte Beco do Pinheiro. O nome "Paciência", foi dado em homenagem a uma escrava sempre presente no local. Existe uma placa de identificação em madeira, doada pela escola Adventista e seus alunos, que no ano passado realizaram um mutirão para revitalizar o local.


HISTÓRIA SOBRE A ESCRAVA PACIÊNCIA:
Contam, que a escrava Paciência se suicidara devido aos maus tratos recebidos dos seus senhores.
Outros, dizem que a preta estava embriagada quando se afogou; finalmente,  um outro segmento  afirmava que a escrava teria sido vítima de uma ataque de epilepsia, no momento em que apanhava água na tradicional fonte. 
O fato é que a preta escrava morreu ali afogada e o seu nome se acha forçosamente ligado ao histórico local. O registro mais antigo à respeito destas fontes, Bica e Paciência, é o documento da Câmara Provincial datado de 1768, que manda construir benfeitorias em ambos os locais com finalidades sanitárias pelo crescimento da vila. trecho retirado do livro: "Fontes Históricas de Viamão Adônis dos Santos, Branquinha, Viamão: História, Lendas, Tradições, Vultos do Passado- 1965",


Existem mais duas fontes que infelizmente não foi possível o acesso por ser um Domingo e estarem localizadas em espaços fechados. São elas:

FONTE DOM DIOGO:
Ponto de abastecimento popular na cidade no século XVIII. Bastante conhecida por sua água límpida e cristalina que brotava entre as rochas da propriedade de Dom Diogo de Souza, ex-governador da província de São Pedro do Rio Grande do Sul. A fonte está localizada Junto a atual sede da Escola Municipal Dom Diogo, na rua XV de Novembro.

FONTE DO ESPICHO:
Diferente das demais fontes na cidade, pela característica de suas águas, consideradas salobras pelos moradores da época, está intimamente ligada à construção da Igreja no século XVIII, já que seu uso era preferido em construções e serviços e dispensado para consumo humano. A fonte está localizada junto a área da Escola Stella Maris, na rua Mário Antunes da Veiga 453.
O desconhecimento destes pontos de importância histórica para a cidade, é bastante compreensível, quando se entende que para manter uma memoria viva é necessário a divulgação dessas informações históricas inicialmente entre a própria população da cidade, pelos meios de comunicações disponíveis como, jornais, palestras escolares, eventos culturais e artísticos. É necessário ainda que estes eventos culturais tenham parcerias na criação de mecanismos que incentive e multiplique a informação e educação social. É também fundamental a participação de administradores e órgãos públicos como difusores destas propostas conjuntas, uma vez que é deles a competência de administrar, preservar e manter um patrimônio dessa importância.

Até o próximo roteiro

UMA NOITE CHUVOSA E O JARDINEIRO FIÉL.

Perdi o sono e fui dormir lá pelas 3 horas da madrugada, depois de assistir "O Jardineiro Fiel". Acho que foi a carne de panela feita na pressão e as três folhas de alface que me fizeram perder o sono. Lembrei do compromisso que tenho este ano de visitar Cabo Polônio em Rocha e levar uma amiga de arrasto. Esta praia inóspita é desses lugares que mistifiquei e  preciso conhecer sem entender bem os motivos desta urgência...
Mas voltando ao filme, era sobre isto que eu queria falar, tem uma cena onde o personagem principal Justin, está num acampamento no meio do deserto africano, resgatando as ultimas informações que envolveram o assassinato de sua esposa, quando surge um ataque eminente de saqueadores armados e à cavalo e todos começam a fugir para não serem mortos. 


Os ingleses evidentemente correm para um avião que esta prestes a decolar as pressas e Justin segura a mão de uma menina que desde a sua chegada no acampamento, está a sua volta e ele tenta coloca-la dentro da aeronave mas é impedido por um dos tripulantes que diz que ela não pode ir junto pelo fato de ser uma nativa e que estes já possuem seu destino escrito. Justin fica desesperado por se tratar de uma criança e começa a protestar aos gritos. A menina parecendo entender  a decisão descriminatória sobre sua ida, desce da aeronave de volta para o deserto, correndo ao lado do avião que desaparece no horizonte montanhoso. Dentro do avião Justin pergunta para o outro Inglês, o que será dela, que lhe responde resignado que com um pouco de sorte talvez consiga chegar a algum lugar, num campo de refugiados e sobreviver aos saqueadores ou ao calor do deserto. Este tipo de cena que envolve massacres de inocentes e crianças e imita a realidade desse povo sofrido, sempre me parte ao meio.

Um dia chuvoso.

Um dia chuvoso como eu não lembrava mais, pois como todo o bom brasileiro, tenho andado com a memória curta... O plantão foi calmo. Não sei por que as pessoas parecem adoecerem menos em dias de chuva e não chamam ambulâncias a não ser para suicidas, psicóticos e para aqueles que já estão mortos por falhas no sistema cardiovascular. A chuva parece um inibidor de pedidos de socorro e tudo parece esperar até que vingue um novo Sol. Isto merece um estudo mais profundo dos entendedores em saúde publica
Estou indo para casa apesar de ter trabalhado pouco e me angustiado muito. Tenho um desejo de comer carne de panela amaciada na pressão e salada de alface. Acho que esta noite está perfeita para isto.

A BEM DO SERVIÇO PUBLICO

A gente esquece, mas as coisas vão acontecendo na sombra de nossas vidas sem percebermos que elas vão sendo encaminhadas e tendo um ciclo de continuidade até chegar a um desfecho final que nos põe de fato surpresos. É claro que pagamos pelos erros cometidos no decorrer da vida e só conhecemos o peso desta frase, quando realmente temos de pagar. 
Mas o nosso engano maior é pensarmos que com o passar do tempo, estes erros poderão ser perdoados ou simplesmente esquecidos e engavetados, por que ficamos mais velhos e nossa impulsividade também perdeu suas forças transformando-nos em pessoas mais amenas, confiáveis e talvez melhores. Acreditamos que nossa velhice pode ser um salvo conduto para que nossos erros do passado sejam perdoados e quem sabe esquecidos; mas não é isto o que acontece, por que somos julgados pelo que fizemos ontem e não pelo que somos hoje. 
Na verdade todo este blablablá aqui no blog, surgiu em consequência da minha surpresa e de alguns colegas, por uma outra colega ter sido exonerada a bem do serviço publico, nesta ultima semana aos cinquenta anos de idade, num processo longo que parecia realmente ter sido esquecido.

Danem-se os astros, os dogmas, os búzios,..

Tenho a impressão de que o Chico é destes profundos conhecedores da paixão, da alma, do pecado, das controvérsias emocionais humanas. Não é a toa que ele é um dos sonhos de consumo da mulherada que tem mais preferencia pelo conteúdo. 


Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...