Intuição

Algumas vezes sou tão intuitivo com determinadas coisas que fico, eu diria, envergonhado de ser acometido por esta sensação que me parece frescura, bobagem, afetação emocional. Mesmo sabendo que intuição é algo que não tem uma explicação clara que a justifique, por fugir do óbvio, do entendível e eu fico tentando apagar da minha cabeça o que me parece tão subjetivo e sem uma explicação. Dias depois, me rendo as suas revelações e tudo fica parecendo assim, meio humanamente sobrenatural, como se um outro eu me soprasse revelações a o pé do ouvido!..

Sonhos

Esta noite, sonhei com o Jairo. Ele cruzava por mim na rua e continuava com mesmo rosto de quando tinha seus vinte oito anos e não mais o vi, mas sua expressão tinha algo de loucura, de um desequilíbrio causado pelas drogas, pela solidão e não aceitação de seus antigos e tortuosos problemas.

Sem noção!!

De manhã cedo, quando cheguei no endereço da minha primeira ocorrência e vi aquela mulher que provavelmente pesava mais de 80 quilos, gemendo e estatelada sobre o piso frio de sua casa, cacos afiados de telhas espalhados pelo chão, pedaços de madeira, sangue, cortes pelo corpo, me perguntei com um pontinho de raiva:
O que uma mulher daquele tamanho, pensava estar fazendo aquela hora da manhã, em cima de um telhado fino de amianto?
Incrível, mas algumas pessoas não tem a mínima noção de perigo, de proporção, peso, medida e bom senso! Não sabem o significado de uma queda livre e as lesões que podem causar, provavelmente pensam que é possível num acidente destes flutuarem até o chão como plumas!.. Ninguém merece!...

Escultura da natureza

Esta é uma escultura natural, criada a partir de um pedaço de madeira ou raiz, que o vento, a areia e o mar esculpiram na Praia da Solidão. Encontrei-a, sendo empurrado pela água até a faixa de areia. Me chamou a atenção sua forma, que se parece a de uma ave e que flutuava entre as carcaças de navios encalhados.
Me pergunto como a natureza consegue construir com tamanha semelhança estes objetos, entalhando cada detalhe e nos deixando surpresos com sua perfeição...

Rua Zaire


Sempre que eu entro na Rua Zaire, na Lomba do Pinheiro e me deparo com a imagem da barragem que faz divisa com o Parque Saint' Hilaire em Viamão, tenho uma sensação de susto. É como entrar numa rua estreita de chão batido e esburacado e de repente encontrar aquela imensa represa de água diante dos olhos. Algo que não se espera, um truque geográfico, com os pés em Porto Alegre enxerga-se a cidade vizinha do outro lado da margem!.. A vila na beira da barragem é composta de casas humilde e me lembra alguma vila pobre de pescadores que não parece estar localizada dentro da cidade.

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Como todos os anos acontece, ontem à noite foi o churrasco de confraternização de Natal e Ano Novo na casa do Camargo. Foram momentos de inegável alegria e descontração, pena que faltaram alguns colegas para dividirem este momento e apreciar o especial churrasco.

Acabando o estrese com Farofa

Anteontem me vi caminhando no eixo comercial de Porto Alegre, coisa que geralmente não faço principalmente em dias que antecedem festas, mas por algum acidente mental eu esqueci de datas e lá estava eu, enfrentando o sol escaldante, pessoas estressadas, mal educadas, engarrafamento nas calçadas, gritaria de vendedores ambulantes, o caos. Este período de festa natalina deixa todo mundo à beira de um ataque de nervos em meio ao campo comercial, consumista, o jeito é dar um fugidinha quando bate a fome e o cansaço, até o Farofa, restaurante agradabilíssimo na General Câmara -424 e apreciar o salmão grelhado ao molho de laranja, leite de coco, legumes e o geladissimo chopp artesanal. O restaurante é especializado em comida tipicamente brasileira e tem em seu cardápio os mais variados pratos e petiscos de dar agua na boca e surpreender qualquer cliente desavisado, pelo seu bom gosto e ambiente privilegiado.




Walkers

Ontem á tarde, durante minha caminhada a pé pelo Bom Fim, me deu uma vontade de comprar um All Star vermelho de cano alto como o que eu usava aos dezessete anos. Trocar o aro de metal do meu óculos por um de acrílico azul e usa-lo permanente na cara, perder uns vinte quilos e alguns vícios, mudar o modelo do meu cabelo, ir para Garopaba mas em 1980, tomar um suco de limão batido com casca, comer goiabas no pé, dormir nas areias de Itapuã e encontrar amizades profundas, dormir numa barraca e acordar com o barulho do mar, comer macarrão com sardinha em volta de uma fogueira, frango à passarinha na Praia dos Amores, perder o sono mas sonhar com as estrelas. Ontem me deu vontade de buscar tantas coisas guardadas e jogar outras que já não servem, fora!..

Para dentro do labirinto


Acontece amanhã dia 14 as 20h, a estréia de Para dentro do labirinto - experimento sobre a obra de Jorge Andrade que será apresentado pelo GET, Grupo Experimental de Teatro da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre em única apresentação na sala Alvaro Moreyra- Centro Municipal de Cultura com entrada franca. A retirada de senhas será as 19h.
Para Dentro do Labirinto é o resultado da Montagem de Textos, o segundo módulo do GET, iniciado em 05 de outubro desse ano. O trabalho reúne fragmentos das peças As confrarias, Pedreira das Almas e Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, entrelaçados com trechos da autobiografia, Labirinto, único romance do dramaturgo.
Segundo Mauricio Guzinski, coordenador do GET, "A montagem enfoca os aspectos humanos, em especial a presença forte das mulheres, personagens quase míticas no teatro de Jorge Andrade - 'Pietás brasileiras esculpidas pelo tempo' - e a poesia da palavra-escrita para-ser-dita que caracteriza a obra do autor".
Realização:
Prefeitura de Porto Alegre
Secretaria Municipal da Cultura
Contatos: 3289 8062 / 3289 8064/ Maurício Guzinski - 9154 2872

Erros e acertos

Semana passada lembrei da conversa que tive com um colega sobre a preocupações que temos com os filhos em relação as possíveis e desaconselháveis más companhias, do qual acreditamos serem capazes de influencia-los à tomarem caminhos errados na vida em função da falta de experiência e o fascinio pelo desconhecido, pelo proibitivo. Pensamos que nossos filhos não sabem cuidarem de si mesmos e nos transformamos em pais ansiosamente cuidadosos, verdadeiros guardas pretorianos tentando cuidar da segurança deles e coibindo sua auto defesa natural as mazelas da vida. Quantos erros cometemos no intuito de acertar, corremos o risco até de parecer-mos seus inimigos! Com tanta preocupação, esquecemos da nossa própria auto defesa e mesmo adultos e vividos nos expomos a todo o tipo de influencia e má intenção que rola em nosso meio. Não somos imunes a nada nesta vida e só somos influenciados ou vitimados, quando permitimos sua ação sobre nós
Somos postos á prova a todo o instante por ideias equivocadas e emoções duvidosas que tentam nos impor suas verdades. Algumas vezes tentam avançar nosso sinal sem que o deixamos verde, então tudo vira merda, por não ser possível administrar uma expectativa que não é da gente e que a nós não pertence. O empenho usado para nos convencer iniciou errado, na hora errada e com a pessoa errada. E como se julga uma má companhia, pela diferença de idéias e conceitos?.. Se o que é ruim prá um, pode ser bom para outro. E quantas vezes nossas idéias também já não foram vistas como uma má influencia tranformando-nos numa má companhia para alguém? No meu caso, inumeras!...O saldo final é que todos os envolvidos terminam colecionando erros e acertos para colarem em seus álbuns de vida e mais tarde refletirem sobre o ocorrido. Afinal somos todos humanos e aprendemos mais com os erros do que com os acertos!!

AMOR E CULPA

Meu filho saiu daqui de casa para ir numa festa. Tomou um demorado banho, vestiu a bermuda que lhe dei de presente de natal antecipadamente, lanchou sua cuca favorita com Nescau, escrafunchou alguns minutos no seu Msn e Orkut, deu-me um abraço e saiu em direção à parada de ônibus. Enquanto descia as escadas do edifício cronometrei o tempo que levaria até o portão e corri até a janela para -lo passar na calçada. na rua, me deu uma abanadinha e seguiu até desaparecer por baixo das árvores e onde meus olhos não o avistavam mais. Em casa, fiquei meio ansioso dividindo minha atenção entre a cena da novela das nove e a tela do computador que deixou ligado, meus pensamentos soltos, lembravam de sua imagem em pequenos fleches de memoria que me causavam uma pequena mas incomoda culpa sem um motivo claro. Corri até o meu quarto, calcei um tênis sem meias, mochila, chaves e peguei o carro na garagem. Com um pouco de sorte ainda o encontraria na parada de ônibus. Há alguns metros avistei-o parei o carro e buzinei. Ele veio em minha direção abrindo a porta e sorrindo enquanto se ajeitava no banco.
_Pensei, e achei que não poderia te deixar a estas horas numa parada de ônibus!
Ele ainda sorria me parecendo ser de alegria
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_Quando o carro entrou na esquina da rua, eu pensei, é o meu pai!_ Me disse.
Depois de deixa-lo na festa, voltei para casa me sentindo mais leve, pensando que aquela atitude além de um carinho, parecia-me também um gesto para aliviar-me de alguma culpa que não sei qual o motivo e me pega de surpresa em alguns momentos como este.
Na madrugada, acordei com o alarme de sua mensagem no meu celular:
_Pai tô dormindo na casa do Gui. Relaxa!

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...