Manhã sem sol e leve garoa paulistana em Poa.
Ar frio entrando pelas frestas da janela de meu quarto.
Camiseta de manga longa na gaveta, preguiça de pegar.
Cheiro de café novo passado em coador de pano e bolinho assado na chapa quente.
Da minha janela ouço carros correrem sobre a longa Avenida Ipiranga.
As praças por aqui estão escuras e vazias.
Hoje é uma noite sem lua,
sem estrelas,
sem vento, abafada. Sem o sorriso das outras noites.
Talvez por que choveu.
Talvez por que alguma coisa esteja mudando.
Talvez por que é domingo e amanhã será segunda.
sei la!
Todas as noites quando estou na minha casa, abro a janela de meu quarto para namorar com a lua, abraçar as estrelas e tomar banho de vento. Então me pergunto o que faz as pessoas terem tanto medo da solidão e agarrarem-se a pequenas coisas, a sentimentos mesquinhos, a sentirem dor em feridas antigas, que nunca cicatrizam.
Tenho meus momentos de melancolia, mas estes, servem para adubar o crescimento das minhas alegrias, das minhas poucas e inseguras certezas.
Pela manhã quando posso, dou uma lida em todos os blogs que tenho registrado em meu laptop e em especial as postagens de Edson Marques que particularmente tenho apreço pelo que escreve e então me deparei com esta frase causadora de polêmica interna, que nos faz parar por alguns segundos que seja e pensar na metodologia que utilizamos para nossas verdades. Verdades que achamos muitas vezes serem imutáveis, intransponíveis, perenes, maiores que nós mesmos pelo peso que a atribuímos.
Que são falhas e muitas vezes geradoras de preconceitos, angustias, dor:
"Temos que ser infiéis às nossas convicções.
Ou não mudaremos nunca".
Noite dessas, descobri o como estava necessitado de coisas que não mais me lembrava de suas existências. Faltavam-me tantas perguntas e repostas intimas e que foram sendo respondidas sob o vento discreto e temperado que entrava pela janela do meu quarto. Sob brindes, sob copos de vinho tinto que se renovavam. Sob olhares curiosos, atenção, gestos e expressão de carinho, de delicadeza.
Os aviões que chegam ao Aeroporto de Porto Alegre fazem uma curva para pousar. Sim, na cabeceira 11, localizada ao lado da BR-116, que é a ...