O povo brasileiro, traz no seu sangue, no seu cotidiano, a cultura africana trazida pelos negros que foram escravizados e trazidos pra cá, pelos colonizadores, em porões de navios, desumanamente, como mercadoria barata e fonte de renda aos grandes senhores brancos que movimentavam a economia do pais e enchiam seus bolsos de dinheiro e títulos da coroa.
Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e terreiros, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos e meio, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888, estabelecendo-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Para se ter uma ideia da dimensão, somente na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da Bahia) Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador, sem contar com os clandestinos não cadastrados.
Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os iorubás, os ewe, os fon e os bantos. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes evoluíram diversas "divisões" ou "nações", que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, música (toque do tambor ou atabaque) e a língua sagrada usada nos rituais.
De visita ao nordeste - ( Sergipe e Bahia ), agora em Janeiro de 2015, eu não pude deixar de visitar alguns terreiros de candomblé e apreciar esta cultura secular, que faz parte da história do povo brasileiro e também da minha historia.
Visitando um terreiro de Candomblé, você aprende a lidar mais facilmente com as diferenças individuais e a respeitar as identidades culturais e sociais de um povo que antes de tudo, foi de resistência as perseguições, sobrevivendo até os nossos dias.
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