A CULPA É DO SISTEMA.


Nesta Terça- feira pela manhã, depois de transferir um paciente de ambulância, do Hospital Vila Nova na zona sul, para o Hospital Santa Casa no centro da cidade, fui informado pelo responsável da emergência, onde este paciente foi recebido, que ele teria que ficar ocupando a maca da ambulância, num dos corredores, já lotado, pela falta de leitos na emergência.
Bem, esta historia complexa que divide opiniões sobre de quem é a responsabilidade sobre isto e aquilo, já é conhecida por todos os profissionais que trabalham nos serviços de emergência deste pais, causando muito desconforto e polemicas. 
Depois que informei a situação, para a central de regulação do SAMU, responsável pelo gerenciamento e distribuição das ambulâncias para atendimentos e que obviamente entendeu que eu estava numa ambulância sem maca para um novo atendimento, fui incumbido de sair pela cidade, a procura de uma outra maca, para efetuar a transferência deste paciente ou utilizar-la na ambulância.
A marona se iniciou pelo Hospital de Clinicas, que a Central do SAMU informou ter uma maca disponível e não encontrei nenhuma. Depois me desloquei para o Hospital Conceição na zona norte da cidade onde havia umas oito macas, sendo umas cinco, do SAMU e uma outra equipe fazendo o resgate das mesmas. Lamentei depois que sai de lá, ter me esquecido de registrar em meu Smartphone!.. 
Coloquei três macas empilhadas dentro da ambulância, depois de constatar que nenhuma se encaixava na engrenagem de fixação da ambulância. Pela curta distancia me desloquei até a UPA da zona norte, do qual fui informado ter mais uma maca liberada, que também não se adaptou ao modelo de encaixe da ambulância.
Com a ambulância lotada de macas, fui orientado a deixa-las numa das bases do SAMU, na Vila Bom Jesus, sendo que uma delas seria para fazer a transferência do paciente que eu havia deixado no Hospital Santa Casa.
Para encurtar os capítulos desta novela mexicana, só consegui uma maca que coubesse na ambulância, por intermédio de um colega que informou, via radio, ter outra maca disponível no patio da sede do SAMU e que parecia se adaptar ao modelo da ambulância em que eu estava, depois de horas circulando pelos serviços de saúde.
A maratona começou as 10 h 30 min, quando deixei o paciente na emergência do Hospital Sta Casa e só terminou as 14 h 20 min. quando recuperei outra maca na sede do SAMU. Situações como esta é uma das rotinas vivida pelos profissionais de serviço pré hospitalar também em outros estados do pais, como pode ser visto NESTA REPORTAGEM AQUI.
Sem mais nada a declarar, finalizo este post, com a unica certeza de que a culpa é das inadequações do sistema, sempre é!

Um comentário:

  1. E tem gente que diz que o serviço de saúde está de primeiro mundo, que até Obama deveria ser atendido pelo SUS. Muita coisa tem que melhorar nesse país. Luís, você que trabalha na área da saúde, poste mais sobre as condições dos funcionários e pacientes. Obrigado.

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