EL CALAFATE, A CIDADE DOS GLACIARES.




EL CALAFATE:
Depois de três dias em Ushuaia, o fim do mundo, voamos para El Calafate uma pequena cidade localizada na província de Santa Cruz e que é a cidade mais próxima ao Parque Nacional de Los Glaciares e onde localiza-se a maior geleira em extensão horizontal do mundo, 05 km de largura e 60 metros de altura. Para agilizar nossos passeios, alugamos um carro por 3 dias, para facilitar nossos deslocamentos para alguns os lugares mais distantes.
E aqui vai um depoimento pessoal: Como sofro de uma doença chamada preguiça mental e esqueço com frequência de alguns itens, fui para a Patagônia levando de roupas na bagagem, algumas cuecas, meias, algumas camisetas de verão e um casaco de meia estação. Por sorte um dos amigos de viagem, me emprestou uma camisa de flanela, que salvou-me dos dias mais frios.


ORIGEM DO NOME:
El Calafate, cujo o nome tem origem de um arbusto que nasce na região e produz uma pequena fruta da qual fazem doces e geleias, é uma cidade bem movimentada. Bem mais movimentada  e com maior infraestrutura comercial do que Ushuaia.


O Glaciar Perito Moreno, que encontra-se constantemente em evolução e com diminuição de sua área devido ao aquecimento global é grandioso e magnifico, com suas tonalidades de branco e azul turquesa. O nome  Perito Moreno é uma homenagem ao cientista naturalista explorador Francisco Pascasio Moreno, conhecido como Perito Moreno, que desbravou toda aquela região em favor da ciência. Perito (seu cargo) Moreno (seu sobrenome). Podemos observá-lo bem de perto através de um mirante recentemente construído, com várias passarelas de madeira, como em Foz do Iguaçu. O grande momento é quando se quebra uma placa de gelo, causando um grande ruído que lembra uma explosão e o entusiamo gerado pelos turistas afoitos, que com suas maquinas fotográficas preparadas, correm para um clic no momento do acontecimento.


Ao contrario do que eu pensava, o Perito Moreno não flutua sobre o Lago Argentino, ele se fixa sobre a terra e paredes da península e o fundo do lago, tornando-o estável. Tem momentos em que se alonga tanto, de forma a tocar a península e bloqueando a passagem de água de um lado para o outro, provocando inundações.




Contam que El Calafate recebeu nos últimos anos grandes incentivos, o que redobrou a movimentação de turistas, depois da construção de seu aeroporto, que antes não existia.
Algumas lugares são de grande interesse para os turistas que visitam El Calafate como:

PUNTA WALICHU:
É um sítio arqueológico à beira do Lago Argentino, onde há cavernas naturais com pinturas rupestres originais e algumas reproduções de obras de toda a Patagônia. É bonita a vista do lago, e as (poucas) pinturas são interessantes, mas não é um super passeio. Dispensável para quem não tem muito tempo na cidade.

 

CAPELINHA EM HOMENAGEM A DEFUNTA CORREA:
Bem na entrada da estrada que leva a Punta Walichu, existe um pequeno altar em homenagem a Defunta Correa, figura religiosa argentina que atrai centenas de milhares de devotos, pela sua história trágica e alegados milagres. O seu culto não está sancionado pela Igreja Católica, como tal não é considerada como santa, nem a sua existência real está devidamente documentada, o que, no entanto, não impediu a propagação da lenda nem a construção de um santuário oficial.

 

A LENDA:
Segundo a lenda, María Antonia Deolinda Correa era uma jovem mulher na década de 1840, que decidiu seguir o seu marido quando este foi recrutado para combater na guerra civil. Levando um bebé recém-nascido nos braços, Deolinda Correa seguiu o progresso do exército argentino durante algum tempo. Quando atravessou a zona desértica em torno da província de San Juan, os mantimentos e água que levava acabaram e acabou por morrer de sede e exaustão. Algum tempo depois o seu corpo foi encontrado e, para espanto dos viajantes, o bebé estava ainda vivo, supostamente graças ao leite que o corpo da sua mãe continuou a produzir, mesmo depois da morte. O evento foi considerado como milagre divino e o local foi assinalado com um pequeno altar.


PASSEIO DE BARCO PELOS GLACIARES: 
Este e um passeio imperdível, já que possibilita a vista deslumbrante dos glaciares e icebergs sobre lago argentino. Pode-se fazer também o Mini Trekking (caminhadas opcionais sobre os glaciares).
O passeio é num catamarã e dura em torno de duas horas, partindo do píer Bajo de Las Sombras. No desembarque os guias dão uma breve explicação sobre como será a caminhada, e colocam os “grampões” nos calçados para os turistas fazerem a caminhada sobre o gelo com segurança.


MONTE FITZ ROY: 
(também conhecido como Cerro Chaltén, Cerro Fitz Roy, ou simplesmente o Monte Fitz Roy) é uma montanha localizada perto de El Chaltén, aldeia no sul do Campo de Gelo Patagônico, na fronteira entre Argentina e Chile. O Fitz Roy atrai montanhista do mundo todo para realizarem alpinismo em suas paredes geladas.


MUSEU DE GELO PATAGÔNICO:
Inaugurado em fevereiro de 2011. Fica há 15 km da cidade. O prédio é de arquitetura moderna e o museu muito interessante, apresenta toda a história da formação dos glaciais, um resumo da vida de Perito Moreno, uma projeção do grande desmoronamento que ocorreu no Perito Moreno em 2008 e um filme em 3D dos glaciais.


BAR DE GELO:
O museu conta com um café e um bar de gelo, onde se pode beber uma variedade de coquetéis servidos por um bar-men, no período de 20 minutos (tempo limite que se pode ficar lá dentro). O bar possui um jogo de luzes instalado em suas dependências, que o faz mudar de cor a todo o momento causando fascínio nos visitantes mais deslumbrados. Copos, taças, cadeiras, mesas, sofás, praticamente tudo é de gelo.


PASSEIO PELA RUTA 40:
A Ruta Nacional 40 é uma rodovia argentina, que percorre o país de sul a norte desde a província de Santa Cruz, até a divisa com a Bolívia, tornando-se desta forma a mais extensa rodovia da Argentina.
A rodovia corre paralela à Cordilheira dos Andes, incluindo trechos próximos ou em Parques Nacionais. Percorre várias das regiões turísticas e dos atrativos mais importantes do território argentino. A rodovia percorre 5.224 km: começando ao nível do mar, atravessa 20 parques nacionais, 18 importantes rios, conecta 27 passos de montanha na cordilheira e sobe a 5.000 metros de altitude na Abra del Acay em Salta. (o ponto mais alto da Rota Nacional da Argentina 40. Localizado a 24 ° 23'S 66 ° 14'W Coordenadas : 24 ° 23'S 66 ° 14'W , sua altitude é de 4.972 metros (16.312 pés),

 


Além de toda a beleza desértica em volta da Ruta, podemos encontrar belos Lagos, montanhas e enormes depressões de tirar o fôlego.


Surpreendentemente nos deparamos com o que possivelmente deveria ser um observatório astronômico abandonado, num terreno ao lado da Ruta 40. Não tiramos fotos no seu interior, porque não sabíamos por onde entrar.


Depois disto, resolvemos equilibrar pedras sobre pedras, ao lado da estrada. Desde que comecei a viajar pelo América Latina, em particular o Chile, Deserto do Atacama e Peru, que venho observando no acostamento das estradas estas pedras que só poderiam estar posicionadas desta forma, através da mão humana. Como estávamos  viajando com um casal de chilenos, nos explicaram que eram posicionadas daquela forma, pelos viajantes (principalmente motociclistas e mochileiros que faziam aquilo para marcar o terreno por onde passaram, de forma a não se perderem). Óbvio que fizemos o mesmo!..


BOSQUE PETRIFICADO LA LEONA:
Começa a partir de El Calafate, a leste e a poucos quilômetros ao norte torna-se Route 40. Durante este passeio pode-se apreciar o Lago Argentino, Santa Cruz River, o La Leona Rio, as majestosas montanhas dos Andes,  o Monte Fitz Roy, alem de arvores petrificadas com cerca de um metro e meio de diâmetro.
Após, seguimos viagem para El Chaltén, cuja a aventura eu conto ao clicarem "AQUI".

Até a próxima!


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