JOGANDO TUDO PRO ALTO


Ontem, uma amiga, acho que posso chama-la assim, me surpreendeu com a decisão corajosa de se mudar do Brasil para a Espanha. Surpresa?.. É, eu fiquei, principalmente pelo fato dela ter mais de 60 anos de idade e por um preconceito que não só meu, idade parece ser um problema quando de mais e quando de menos.
Cada vez mais um grande numero de pessoas não mais jovens, tem feito isto, disse-me ela; deslocam-se de seu país de origem, para outros lugares do mundo, em busca de melhor qualidade de vida, de novas vivencias.


Sair de seu pais de origem, abrir mão de referencias, de comodidades, arrancar raízes, buscar novas experiências, mesmo depois dos 60 anos, nos perece ainda um risco maior. Abrir mão de patrimônios conquistados, quase que uma vida toda de sacrifícios e de lutas, por novas perspectivas que não temos noção de sua grandeza e que só iremos descobrir indo, partindo, arriscando, conhecendo, nos parece um temeroso desafio as escuras, que não serve pra qualquer um, tem que ter culhões!
A surpresa maior, fica por conta é da coragem de quem joga tudo pro alto e se arrisca atrás de valores imateriais, que é a descoberta da sua própria felicidade.

UMA CIDADE DE SOMBRAS


Existe uma melancolia que me vigia e me persegue, nas ruas por onde passo, escondida atrás de portas fechadas, janelas entre abertas. 
Pessoas que cruzam as ruas em silencio, outros lendo jornal...
Montevidéu me revela traços de uma vida taciturna, com segredos escondidos em cada sombra, em cada cantinho obscuro que se revela do nada , 


Montevidéu amanheceu em preto e branco, como risco de carvão na tela branca, antes do artista definir as cores finais da tela.
Nestes três dias, foi possível mostrar com prazer aos que me acompanhavam em caminhadas, o quanto existe de beleza e de poesia nesses lugares bucólicos, que parece andar fora do tempo. 
Isto nos alimenta a alma com seus diferentes e contrastes. 
Montevidéu está na lista de lugares que minha alma gosta de visitar e de voltar sempre.

CONVITE.

E se eu te convidasse para deitarmos na grama e iniciássemos uma guerra de pipocas?.. E se eu  te propusesse um piquenique em cima das árvores, ou procurar ÓVNIS numa noite estrelada, você toparia?

Tem gente que não vê o que a gente vê, não sente o que a gente sente, não fala  a mesma linguagem, não curte as mesma coisas. Vive noutra vibe, noutro espaço, noutro planeta. Interpreta a vida de maneira diferente, descreve o mundo com outra leitura. Desta forma, fica difícil ser feliz, quando exigimos o minimo, e não se encontra sinergia.
As vezes desistimos de tudo e tentamos buscar a felicidade sozinhos, uma felicidade que nos parece simples e solitária, mas tão complexa e absurda aos olhos de quem se põe disponível a tentar dividir essas coisas com a gente, que perecem teorias infundadas.

COISAS DO PASSADO.

Houve um período distante de hoje, em que as pessoas eram mais verdadeiras, mais afetuosas, mais emotivas, mais amorosas, mais glamourosas, mais inocentes. O que fez com que tudo isto mudasse em tão pouco tempo?.. Muito desses sentimentos, ainda podem ser sentidos nas musicas de Cole Porter e nos pés de Fred Astaire e Ginger Rogers. Inacreditavelmente, houve também um tempo, em que eu acreditava que as pessoas falavam cantando e se movimentavam pelas ruas e em suas casas, como se estivessem dançando e que tudo isto, não era uma ficção do cinema.

A ULTIMA SESSÃO DE MUSICA

A Ultima Sessão De Musica, é daquelas composições de Milton Nascimento, que me tocam profundamente, quando a ouço e antes mesmo de eu perceber, meus olhos já se encheram de lagrimas e o coração fica acelerado como num  sapateado frenético.
Milton disse que quando pensou em compô-la, lembrou de um final de espetáculo, num bar, onde um pianista sentava-se para tocar, despreocupado com os sons que vinham do ambiente. Na musica, é possível se ouvir em segundo plano, vozes de pessoas conversando, e ruídos de pratos e de talheres, criando um clima nostálgico dos anos 50 e ao fundo, uma bela melodia simples, tristonha e sem muitos acordes, onde o simples torna-se espetacular!




LEITE QUENTE.


Fiquei observando nesta semana uma situação entre conhecidos e pensei comigo mesmo: Quanto mais culpa sobre seus erros as pessoas têm, mais vitimizadas elas se sentem. Dai elas ficam dando justificativas para esclarecer sua inocência. Ficam repetindo pros outros incansavelmente, como se aguardassem alguma absolvição, como se a propagação de suas palavras também as convencesse dessa falta de culpa e tudo se transformasse num reconhecimento positivo, num pedido de perdão geral.
A culpa é o resultado, (sofrimento), obtido após a reavaliação de um comportamento passado tido como reprovável por si mesmo. Juntando a isto tudo, a preocupação com a própria imagem, a sensação de baixa credibilidade e a tentativa de provar que os outros tem mais culpa, faz com que esta novela prossiga longe... Isto tudo, me parece com o queimar a mão no leite quente. Não é culpa do leite que transbordou, mas algum provável descuido de quem o serviu.

A SINFONIA DA CHUVA


Daqui eu ouço a sinfonia da chuva que cai forte sobre os telhados da cidade, que me faz pensar em tantas besteiras, em tantos uivos e cantorias, em tantos mingaus de chocolate quente, sob os cobertores de lã. Eu não quero mais que ela se acabe, que vá embora. Eu quero ser diluído por ela em pequenas gotas formando um fino fio liquido a escorrer e desaparecer pelos cantos furtivos da casa. Mas se amanhã inesperadamente surgir  o Sol, serei incidentemente outro, guardando este segredo...

PLIM, PLIM.


Eu não quero que a televisão, faça escolhas por mim, que ela determine pelo que devo sorrir ou chorar. Eu faço minhas próprias escolhas e decido no que acreditar.
Prefiro o silencio da desinformação ou os ultrapassados chuviscos luminosos, do que as mentiras e manipulações ditadas por ela, que só conduz a alienação e a ignorância das massas. Chega de rostos simpáticos a me contar mentiras, a esconder verdades. Chega desta fabrica de ilusões que invade a minha casa, me coloca viseiras e me envenena diariamente com todo os tipos de mentiras.

NO BECO ESTREITO DA INTROSPECÇÃO.

Nesta noite de Sábado, de frio e de chuva, decidi assistir um filme que encontrei na Internet. Uma pequena cena deste filme, me chamou a atenção, fazendo-me entrar nos becos pessoais da introspecção, enquanto recolhia-me sob as cobertas.
A cena era de um casal de namorados, na sala de um apartamento em Nova Iorque, onde pareciam estarem se conhecendo. Faziam perguntas, um para o outro, mas as respostas que trocavam, eram um tanto evasivas, reticentes, parecia que não falavam um com o outro, mas respondiam para si mesmo, as suas próprias questões pessoais pendentes. Uma reflexão sobre a vida e eles mesmos, eu diria!..
Num certo momento, ela se aproximou de uma janela e ele perguntou o que ela estava vendo. Ela então respondeu: 
"Uma arvore, carros passando pela avenida e outros prédios iguais a este, com pessoas como nós dentro deles. Metade delas acham, que nada vai dar certo, a outra metade acredita em magia. Elas vivem em guerra..." 
Achei instigante e profunda esta observação feito pela moça, que descrevia o retrato da sociedade moderna e solitária, das pessoas que vivem nas grandes metrópoles, presas em cubículos verticais e que vê seus destinos trassados peça falta de sorte, ou por forças invisíveis que vão alem de seus controles.
Talvez estivesse falando deles mesmos, da guerra que estavam travando intimamente, para que a relação desse certo, dos traumas e medos, que os impedia de se entregarem livremente um ao outro, por acreditarem que não daria certo, mas que a outra metade acreditava (em magia), na possibilidade desse encontro...Eles também estavam em guerra?..

QUE ÁRVORE REPRESENTA A TUA ALMA?



As árvores no Outono mostram sua alma, porque ficam despidas ao perderem suas folhas. Mostram-se como realmente são, desprovidas de seus artifícios naturais. 
Talvez devêssemos, nos apresentarmos pra elas, perder nossas folhas e nos mostrarmos como realmente somos, sem artifícios e trassando algumas identificações através de diálogos silenciosos.


Alguém disse que cada pessoa tem sua arvore e que ela é a representação de nossa alma, que só é possível  identifica-la quando ela estiver despida, sem suas folhas.
Você já descobriu qual é a sua?
Todas se tornam pouco identificáveis, quando perdem suas folhas, mas outras características pouco notadas se salientam, fazendo-as se tornarem diferentes uma das outras e aos nossos olhos viciados em artifícios.



A VERDADE DÓI COMO AS CHIBATADAS DE UM CARRASCO.


Naquela noite, eu mais uma vez corri a o encontro das palavras que me eram doces aos ouvidos, do acalanto tantas vezes recebido em forma de olhares cúmplices, gestos bondosos que me seguravam as mãos e se transformavam em abraços de conforto, para que eu tivesse forças e continuasse a viver a dor que não morria, para fazer funcionar a maquina em frangalhos, por mais dois, ou três dias.
Era o tempo que durava este conforto, que sustentava a minha inconsciente mentira. Mas nos minutos que se seguiram, vieram palavras que me pareciam frias, meio amargas, rudes, ao invés do carinho sempre esperado. Surgiram lacunas de silencio, magoa e muita raiva espalhadas entre farelos de pão sobre a mesa escura.


Veio o chicote fino e arrebatador, me cortando a carne e me mostrando a verdade distante, que eu não queria enxergar. Acabaram-se os tapinhas nas costas e todas as mentiras que eu estava viciado de tanto ouvir. Então me senti julgado, traído e morrendo numa complexa desordem que se seguiu por dias a fio, sobre a cama, até ressuscitar-me em pequenos pedaços que foram se colando pela obstinação de uma sobrevivência emocional necessária.
Fui entendendo, com o passar dos dias, o quanto dói uma verdade e que chicotadas muitas vezes, são necessárias para nos estimular e enfrentar as dolorosas verdades, que escondemos de nós mesmos; Que nossas verdades, podem ser mentiras confortáveis, que vão nos transformando em doentes mimados e sem perceptivas de cura.

REFLEXÕES SOBRE AS JANELAS


Vim do trabalho meio pensativo e fiquei olhando janelas e mais janelas de diversos modelos, enquanto me dirigia para casa. Caminhando pela calçada, observava atentamente seus traços, cores, tamanhos, que por vezes não combinavam com as portas e as casas a que pertenciam.
Janelas sempre me pareceram ter vida própria e eu também ficava imaginando de que forma elas abririam suas folhas para a rua, para a luz, na direção do Sol como as plantas fazem.
Sempre me chamaram a atenção, pois são silenciosas, pulsáteis, tensas e reveladoras. Me parecem ocultar segredos de um bau escuro, antigo e esquecido.
São testemunhas de estórias guardadas. Combinam com cotovelos doloridos que se apoiam à espera de respostas sem vozes.
Enquadram sombras e rostos, que observam o mundo, a vida andando rápida, buscando lembranças, sonhos, fantasias, pistas de um tempo que fugiu, sem dar explicações...

NÃO LIGO. DESLIGO.


Alguns frases, textos, poesias que leio, musicas que ouço, me revelam fantasias de Marte, outras me dão necessárias respostas sobre a minha frágil natureza de homem e me faz parar a nave no ar, questionar e colocar meus pés descalços sobre a terra firme. Outras diferentemente, chegam até mim em forma de códigos emocionais, que são identificados por sentimentos tão profundos, que a luz não chega, que a própria razão desconhece e não encontra lógica, não decifra, não revela. Vem embrulhada em papel fino e da cor da pele, camufladas.  Mas eu finjo que não percebo, não ligo, me desligo pra continuar voando por ai.

De manhã cedo ela saí. 
Leva a chave, me deixa trancado o dia inteiro
Não ligo, deito sobre os trilhos... 
Vejo o trem passar.
Entre brinquedos, cigarros. 
O Tesouro da Juventude, não sei quantos volumes
E quando canto. Deixo a imaginação voar
Mas ontem à noite, a mão sobre meus cabelos. 
Ela disse: Meu bem não tenha medo
No verão que vem. Nós vamos à praia
         
                                                        Gilberto Gil

GLADIADORES

Cada coisa chega na vida da gente, sob a tutela de seu tempo, dividida em suas devidas fases. Primeiro voce timidamente experimenta, descobre, depois se reconhece ou não. Reconhecer-se faz voce perceber visceralmente que elementos emocionais seus, fazem parte de uma situação ou espaço de afinidades que se completam através do prazer, da aceitação, do sentimento de liberdade, da paz pessoal, etc....
Opiniões ou definições capengas, de que isto ou aquilo, não te servem mais, não faz a menor diferença. O tempo vivido, nada tem haver com a velhice, que está mais para um estado de espirito, do que para velinhas que foram sopradas. Foi então quando pensei ser um gladiador.

Ontem de manhã quando acordei, Olhei a vida e me espantei. Eu tenho mais de vinte anos. E eu tenho mais de mil Perguntas sem respostas... Estou ligado num futuro blue... Ontem de manhã quando acordei...

LADRÕES DE ALMA.


Então eu o abracei pelas costas, enquanto sentia o seu cheiro e o calor da sua nuca na minha boca, que queria morder com calma a fragilidade da sua pele quente.
Era uma noite fria e por mais que suas coxas se movimentassem entre as minhas, ele não podia e nem queria se escapar de mim, que procurava um jeito de roubar-lhe a alma por inteiro...
É nestas horas que encontramos algum conforto, nós soldados de Roma, que só pensamos na estratégia de possuir uma ao outro, até o final.
(De J.Poul Bermont)

O IRREVERENTE MUNDO DOS SONHOS.


Minha amiga, já morta, me apareceu em sonho, com os cabelos longos e negros, como nunca tinha usado quando viva. Sua irmã inseparável e também morta, cortara os seus, de um modelo tão curto e masculino, que se parecia com um homem. Já minha avó, estava com a pele muito escura e o corpo pequeno, que me lembrava uma anã.
Em seus olhares, gestos, atitudes mantinha uma realidade já não mais existente e garantiam pra mim, um tanto surpreso, a certeza de suas identidades reais, ainda vivas na minha lembrança.
Como podem os mortos estarem tão vivos? Eu me perguntava ainda em sonho.
Acredito que sonhos sejam a melhor forma de comunicação com nossos mortos e de matar a saudades que eles em nós deixaram, com suas ausências.

O ABRAÇO.


O abraço tem nome e deveria ser sempre apertado e demorado, a cima de tudo, muito mais do que um movimento de músculos, que envolve outros músculos num trabalho mecânico, que gera força e energia. 
Esta mesma energia, de que falo, deveria ter o poder de ultrapassar músculos e ossos, entrar na alma e fazer o sangue ferver, mudar a cor de nossa iris, provocar amnésia.
O calor de um abraço por minutos, deveria parecer de horas, uma eternidade, a morte do antes e a ressuscitação do depois. Mas ainda deve haver tempo para aprendermos mais sobre este gesto de espontaneidade e poder.



NOSSO TUDO.


Fiquei pensando na dificuldade de nos mostrarmos por inteiro, mostrar nosso tudo, o que somos de verdade, como pensamos e agimos, nossos defeitos e virtudes, nossos fracassos sem sermos banalizados, caçoados, enfim... Eu me pergunto, se apostarmos na franqueza como um diligente da verdade, da honestidade, seria um passo para a liberdade ou arrependimentos? Será que tudo o que escrevemos num blog, por exemplo, é capaz de nos definir, mostrar genuinamente os mistérios de que somos feitos, ou é melhor se calar, fingir ser de palha, evitando assim, ser esmagados pela trupe dos iguais e de maior quantidade? Até quando?
Um cara importante disse, que quando se é franco sobre nós mesmos, rompemos paradigmas e isso quebra o gelo do entendimento e aí você está livre para ser franco sobre tudo e isso é socialmente útil no sentido da aproximação das diferenças. (Allen Ginsberg).
Uma colega de viagem, dona de um blog chamado "Olha seu Psicanalista" descreve num post o seguinte texto:
"Sabe seu psicanalista? As vezes eu tenho um tiquinho de medo. Medo não de nada grave. Medo de coisa simples. Coisa boba. De gente que se acha maior do que é. Meu medo (e é um medo terrível) é que as pessoas leiam esse blog pelo lado errado. Pelo post errado. Aquele que eu escrevi quando tava de saco cheio. Quando dormi com a bunda destapada. Que escrevi só por escrever".
E isto é uma verdade, somos guiados pelo medo. Medo de não sermos compreendidos, de sermos mal interpretados, medo de sermos nós mesmos e isto nos tira a chance da franqueza, por que é mais fácil sermos mentirosos com holofotes ligados. 

DOENÇA DO MEDO E DA DESUMANIDADE.

Semana passada vi do outro lado da calçada uma mulher que puxava um menino ensanguentado, quase de arrasto. Ele teria sido agredido, atropelado?.. Mas antes que eu tentasse uma interferência pacifica, eles sumiram numa esquina, sem deixar vestígios de pra onde tinham ido. Ja assisti algumas crianças sofrerem punições de seus pais, por terem sido agredidas ou atropeladas. São punidos e humilhados por não terem ainda desenvolvido seus instintos de auto cuidado e defesa. São tratados como pequenos adultos.  Eu não gosto de sair as ruas e ver crianças ensanguentadas e de olhar triste, sendo arrastadas por suas mães, também desesperadas, despreparadas...


Não dá para fechar os olhos e fingir que não estamos vivenciando esta triste realidade. Não dá para desviar a atenção, sem levar flash desta triste imagem de dor para casa, onde construímos castelos imaginários com trancas eletrônicas e senhas complexas, campos de força eletro magnéticos, escudos invisíveis, para nos protegermos de toda a violência que circula entre nós e nas ruas. Que engano nosso! Compramos perfumes importados, banheiras de hidromassagens, ar condicionado com purificadores de ar, lençóis de seda, cãezinhos cheirando a talco Pom Pom, para marcar  o que pensamos ser a nossa diferencia. Sentimos como se a fome e a pobreza, fossem doenças contagiosas espalhadas nos cruzamentos das ruas, nas calçadas, sob as marquises dos edifícios. Trancamos nossas portas, janelas, erguemos os vidros dos nossos carros para evitar aproximações e contágios. Mas já estamos contaminados pela doença silenciosa do medo e da desumanidade.

SENTIMENTOS INEXPLICÁVEIS DE AFETO.



Alguns sentimentos de afeto, surgem assim, num piscar de olhos, num estalar de dedos, na velocidade de uma gota d'água que cai e se espatifa no chão. Ultrapassa a compreensão e alguns valores estabelecidos pelos nossos conceitos de aceitação intelectual, de beleza e estética. Seja num gesto comum, num olhar, numa palavra escassa, num entortar de boca, que chama a atenção e te obriga a virar a cabeça num gesto involuntário, num olhar tímido e cuidadoso acompanhado de auto vigília. Quando nos percebemos, estamos de quatro e o que está a nossa volta, parece perder o excesso de importância.
As vezes nos desconforta esta sensação pela qual temos pouco domínio, que nos acende e nos desequilibra, que nos pondera impossibilidades e resfria, que alimenta nosso ego em pequenas doses homeopaticas de expectativas e noutros momentos de desesperança que resseca a boca. 

Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...