SALTO VENTOSO.


Salto ventoso é uma cachoeira com 55 metros de queda d'água, caindo sobre uma caverna em forma de ferradura, no município de Farroupilha, na Linha Muller, Distrito de Nova Sardenha, a doze quilômetros da cidade. 
Seu diferencial com relação a outras cachoeiras consiste na possibilidade oferecida ao visitante de visualizar a queda por trás da água. 


Existe uma passagem em seu contorno, que tal qual um túnel metade fechado, metade aberto, permite às pessoas um passeio completo pela cachoeira. Quando o sol bate dentro do boqueirão sobre a fenda da água, refletem-se várias cores nas paredes da caverna.
De Porto Alegre a cachoeira são 108 quilômetros (01 h. 45 min.) pela RS-122.
Existe um projeto de construção de um deck metálico na parte inferior da cascata. Atualmente, quando as pessoas passam de um lado para outro da cascata, sobre um caminho de chão de terra batida e com a umidade é perigoso para as pessoas resvalarem e caírem. Então a criação de um deck metálico de aço galvanizado, para não ter problema de enferrujar, resolverá este problema de segurança. Na parte superior, também vai ser feito um mirante para as pessoas poderem chegar perto da queda e olhar a queda da parte de cima.



Além disso, serão construídas trilhas para que os turistas possam conhecer o parque onde foi gravado o filme O Quatrilho.
Até a próxima viagem!

QUEM CALA MORRE CONTIGO. QUEM GRITA VIVE CONTIGO.


Noite passada, depois de duas taças de vinho para tentar acelerar o sono e nada conseguir, me dediquei a assistir videos de Elis Regina, disponibilizados na Internet e que considero a maior interprete da musica popular do país e que é impressionante o quanto eu ainda me emociono a o vê-la cantando tão viva, com aquela voz afinadíssima e tão cheia de recursos técnicos que lhe era peculiar. 
Comecei assistindo alguns pedaços de shows como "Falso Brilhante", "Transversal do Tempo", "Essa Mulher" e "Saudade do Brasil"- de 1980, cujo o repertório me parece tão atual aos dias de insatisfações que estamos vivendo hoje. 
Neste show, tem uma musica em especial, que sempre me chamou a atenção por sua sonoridade agressiva e força empostada na voz de Elis, que me emocionava demais e fazia-me perguntar com angustia em função de sua beleza, dramaticidade dos arranjos e letra, que musica era aquela cuja a dor era evidente e o que estava querendo dizer?..
A musica a que estou me referindo é "Menino", autoria de Milton Nascimento, que foi escrita em homenagem ao estudante Edson Luis assassinado no dia 28 de Março de 1968, num confronto com a policia Militar no restaurante Calabouço no Rio de Janeiro, em plena Ditadura Militar. O estudante de apenas 18 anos, foi morto com um tiro certeiro no peito, disparado a queima-roupa por um oficial da PM. A bala, segundo laudo pericial, perfurou seu coração alojando-se na espinha. 
Seu corpo foi conduzido em passeata por amigos e estudantes, até o prédio da Assembleia Legislativa, sob cerco de polícias civis e militares, onde foi realizado a autópsia e aconteceu o velório. Ironicamente no dia de seu enterro, os cinemas da Cinelândia indicavam em seus cartazes os seguintes filmes: “A noite dos Generais”, “À queima-roupa” e “Coração de Luto”. 


O assassinato de Edson Luís foi o estopim para o que seria um dos piores momentos políticos e sociais vividos no Brasil, gerando a Passeata Dos Cem Mil, no dia 4 de abril do mesmo ano, com a adesão de inúmeros artistas e intelectuais como:
Cacá Diegues, cineasta. Caetano Veloso, cantor e compositor. César Benjamin, político. Chico Buarque de Holanda, cantor e compositor. Clarice Lispector, escritora. Dilma Rousseff, política e economista. (atual presidente) Edu Lobo, cantor e compositor. Fernando Gabeira, político. Gilberto Gil, cantor e compositor. Grande Otelo, ator. Hélio Pellegrino, psicanalista, poeta e escritor. José Dirceu, líder estudantil. Luís Travassos, líder estudantil. Marieta Severo, atriz. Milton Nascimento, cantor e compositor. Nana Caymmi, cantora. Nara Leão, cantora. Norma Bengell, atriz e cineasta. Orestes Quércia, político. Paulo Autran, ator. Tancredo Neves, político. Tônia Carrero, atriz. Vera Silvia Magalhães, líder estudantil. Vladimir Palmeira, líder estudantil. Wellington Moreira Franco, político. Zuenir Ventura, jornalista.
A musica foi composta por Milton Nascimento em 1968, que ficou receoso de que achassem que ele estaria se aproveitando do acontecido pra lançar a música, que só foi gravada em 1976. 
A letra, forte, segue abaixo:

            "Quem cala sobre teu corpo
     Consente na tua morte
      Talhada a ferro e fogo
             Nas profundezas do corte
              Que a bala riscou no peito
                                Quem cala morre contigo
                                    Mais morto que estás agora
                                 Relógio no chão da praça
                                 Batendo, avisando a hora
                      Que a raiva traçou
                                          No incêndio repetindo
                                         O brilho de teu cabelo
                                             Quem grita vive contigo."

INTERVENÇÃO MILITAR, JÁ.


Por vezes fica difícil a adaptação compulsória com alguns colegas de trabalho, que expõe suas ideias de forma sumaria e equivocada, sobre a atual situação politica do país, mas a cada dia que passa, percebo que se aprende com as diferenças, através de discussões civilizadas em busca do senso comum. A adaptação se faz necessária e se dá pela persistência, pela crença num crescimento mutuo e respeitoso das divergências ideológicas.
Mas penso também, que é inaceitável a ideia, de que uma intervenção militar seria o melhor caminho para restabelecer uma democracia digna neste país. Quem acredita nesta ideia, sofre de amnésia ou desconhece completamente o que é viver debaixo de uma ditadura, impedido de exercer seus direitos de cidadania e sem liberdade de expressão. Ignora que famílias inteiras foram humilhadas, destruídas, que pessoas foram torturadas até a morte e jogadas em valas comuns em nome da segurança nacional. Esqueceu que o que houve por aqui foi uma luta covarde e armada de desiguais, onde foram suprimidos a dignidade e os direitos humanos. Será que já esqueceram desta terrível imagem de Vladimir Herzog, torturado e morto nas instalações do DOI-CODI?


Quando navego pelas redes sociais e leio que alguns internautas estão aclamando ou defendendo o regime militar, percebo o quanto anda equivocada e desesperada a nossa sociedade, por uma reforma politica necessária que redesenhe a democracia de forma competente e verdadeira.  Mas a retomada de militares ao poder é um retrocesso politico desnecessário por conta de uma repressão e crimes que jamais serão justificados e esquecidos.


Essas pessoas que hoje tem a liberdade de reclamarem nas redes sociais de uma politica incompetente, corrupta e articulosa, esqueceram que estão praticando o seu direito de liberdade de expressão, de cidadania, que antes não tinham e que expor sem medo as suas insatisfações com a atual governança é uma legitimidade democrática conquistada; Que no passado, pessoas também insatisfeitas, saíram as ruas, ousaram reclamar seus direitos e foram torturadas, mortas, exiladas e taxados de comunistas.
Eu fico estarrecido, quando entro numa pagina como esta aqui, que defende as ações da ditadura militar, como uma forma de defesa a família e a democracia. Que diz que liberdade demais é perigoso e ainda ameniza os crimes feitos pela ditadura brasileira, chamando-a de Dita branca por se tratar de uma contra revolução ao domínio comunista e que exterminou menos gente se comparada com a de Pinochet no Chile, e Hitler que dizimou a população judaica.

QUEM FOI MATINTA PEREIRA?


Eu ando chato e por esta razão tenho bebido vinho todas as noites e achado as pessoas a minha volta também muito chatas e com os mesmos discursos chatos de sempre. Acho que como eu, essas pessoas não aguentam mais viver debaixo de tanta mentira e corrupção. No meu caso algumas taças de vinho servem para dar aquela equilibrada no velho carburador de ideias e não me sentir tão fracassado diante de lutas que trouxeram mudanças, mas que a gente ainda quer mais, precisa de mais, muito, muito mais.
É o rombo na Petrobras, é o impeachment de Dilma, a aclamação de algumas pessoas desesperadas para que retorne o militarismo e a ditadura neste país e fica aquela sensação de que perdemos ou fomos enganados.
Fiquei ouvindo esta musica brasileiríssima, até o amanhecer e pensando no quanto ela cabe na diversidade dos meus sentimentos. 
"É pau, é pedra, é o fim do caminho, é um resto de toco, é um pouco sozinho, é um caco de vidro, é a vida, é o sol, é a noite, é a morte, é um laço, é o anzol. 
É peroba do campo, é o nó da madeira, caingá, candeia, é o Matinta Pereira..."
Eu sou antigo e somente as coisas antigas parecem me tocar quando tocam. Afinal já chegaram as águas de março por aqui e eu tenho a curiosidade de saber quem foi Matinta Pereira!..
Conta a lenda, que à noite, um assobio agudo perturba o sono das pessoas e assusta as crianças, ocasião em que o dono da casa deve prometer tabaco ou fumo. Ao ouvir durante a noite, nas imediações da casa, um estridente assobio, o morador diz: - Matinta, pode passar amanhã aqui para pegar seu tabaco. No dia seguinte uma velha aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim de apanhar o fumo. A velha é uma pessoa do lugar que carregaria a maldição de 'virar' Matinta Pereira, ou seja, à noite transformar-se neste ser indescritível que assombra as pessoas. 
A Matinta Pereira pode ser de dois tipos: com asa e sem asa. A que tem asa pode transformar-se em pássaro e voar nas cercanias do lugar onde mora. A que não tem, anda sempre com um pássaro, considerado agourento, e identificado como sendo 'rasga-mortalha'. 
Dizem que a Matinta, quando está para morrer, pergunta:' Quem quer? Quem quer?' Se alguém responder 'eu quero', pensando em se tratar de alguma herança de dinheiro ou jóias, recebe na verdade a sina de 'virar' Matinta Pereira.

VIDAS PARALELAS.

As vezes cai no parapeito da minha janela, raios, tempestades, vento, rosas vermelhas, cravos, flores de um amarelo murcho, água da chuva, raios de sol, poeira, ruídos não identificados, buzinas, chamados, sombras que parecem ser do outro mundo, sensações, vibrações, arrepios.., me deixando por semanas assutado
Mas este mundo que por alguns instantes se parece estranho, que é meu e de quem acredita na sua existência, tem vidas paralelas que eu particularmente não quero desvendar, apenas o respeito. Isto me basta!

EXISTE RACISMO REVERSO?


Uma coisa que eu me pergunto, quando estou em alguma roda de pessoas discutindo sobre racismo, é se existe ou não, racismo de negros contra brancos, ou como gostam de chamar, o tão famigerado racismo reverso. Ontem eu ainda conversei com um colega do trabalho, que acredita existir muito mais racismo entre negros para com os brancos, do que o contrario.
Lembro de ter observado na minha infância e juventude, algumas atitudes reprovadoras por algumas pessoas da minha família, de origem negra, quanto ao fato de nós, os mais jovens, nos relacionarmos com outros jovens brancos do bairro. Havia aquelas observações pesadas por parte deles como: "Aquele teu amigo branco, esteve aqui te procurando!..." o que me fazia questionar se aquela atitude de descontentamento notória, tinha ou não fundamento, se não era um protecionismo que a o mesmo tempo era racista, fazendo-me viver entre a cruz e a espada e aquela sensação culposa de estar traindo a minha própria raça e família.


Eu fui pesquisar na Internet sobre este assunto, e caí na pagina de Djamila Ribeiro, que é blogueira, feminista e possui uma pagina chamada "Escritório Feminista", onde esclarece alguns pontos conceituais para se pensar:
"Racismo é um sistema de opressão, e para que haja racismo, deve haver relações de poder envolvidos. Negros não possuem poder institucional para serem racistas, pois a população negra sofre um histórico de opressão e violência que a exclui. Para haver racismo reverso, deveria ter existido escravização por mais de 300 anos da população branca, negação de direitos a essa população. 
Muitas vezes o que pode ocorrer é um modo de defesa, algumas pessoas negras, cansadas de sofrer racismo, opressão, agem de modo a rejeitar de modo direto a "branquitude", mas isso é uma reação à opressão e também não configura racismo".
"Há que se fazer a diferenciação aqui entre sofrimento e opressão. Sofrer, todos sofrem, faz parte da condição humana, mas opressão é quando um grupo detém privilégios em detrimento de outro". Brancos são mortos por serem brancos? São seguidos por seguranças em lojas, shopping centers? ..


Em nossa cultura poderíamos enumerar o vasto número de piadas e termos que mostram como a distinção racial é algo corrente em nosso cotidiano. Quando alguém autodefine que sua pele é negra, muitos se sentem deslocados. Parece ter sido dito algum tipo de termo extremista. Talvez chegamos a pensar que alguém só é negro quando tem pele “muito escura”. Com certeza, esse tipo de estranhamento e pensamento não é misteriosamente inexplicável. O desconforto, na verdade, denuncia nossa indefinição mediante a ideia da diversidade racial e é no passado onde podemos levantar as questões sobre como o brasileiro lida com a questão racial. A escravidão instituída em solo brasileiro, mesmo sendo justificada por preceitos de ordem religiosa, perpetuou uma ideia corrente onde as tarefas braçais e subalternas são de responsabilidade dos negros. O branco, europeu e civilizado, tinha como papel, no ambiente colonial, liderar e conduzir as ações a serem desenvolvidas. Em outras palavras, (brancos) nasceram para o mando, e (negros) para a obediência.
O tema racismo ainda é complicado para muitas pessoas, principalmente quando se trata da lei. Mesmo com implantação de legislação contra o racismo, existem aqueles que não sabem diferenciar determinadas atitudes como prática de crime de racismo ou não. Uma das maiores confusões que as pessoas podem cometer é confundir racismo e injúria racial.
Injúria racial ocorre, quando são ditas ou expressadas ofensas a determinados tipos de pessoas, tendo como exemplo chamar um negro de “macaco”. Esse exemplo já ocorreu em vários casos no futebol, em que jogadores foram ofendidos por essa palavra e alguns entraram com processo. No caso, seriam julgados como injúria racial, onde há a lesão da honra subjetiva da vítima. A acusação de injúria racial permite fiança e tem pena de no máximo oito anos, embora geralmente não passe dos três anos.
Já o racismo é mais grave, considerado como um crime inafiançável e imprescritível. Para o crime ser considerado como racismo, tem que menosprezar a raça de alguém, seja por impedimento de acesso a determinado local, negação de emprego baseado na raça da pessoa. Como exemplo, pode-se considerar o impedimento de matrícula de uma criança em uma escola por ela ser negra.
Resumidamente, o racismo impede o prática de exercício de um direito que a pessoa tenha. A injúria racial se determina pela ofensa às pessoas por raça.

O RECONHECIMENTO DE ERROS, TE TRANSFORMA NUMA PESSOA MELHOR.


Um dia recebi no meu WattsAp, uma mensagem em forma de uma brincadeira, mas que no fundo tratava-se de uma manifestação discriminatória e homofóbica, que logo respondi indignado e postei aqui no blog sem pudores, com o titulo: DESTA VEZ EU NÃO QUIS COMER A BANANA PACIFICAMENTE NO MEIO DO CAMPO.
Junto da mensagem abusada que me enviaram, acompanhava um vídeo com um cantor desconhecido cuja a letra da musica também fazia apologia a homofobia, como se tudo não passasse de uma curiosa piada para se gargalhar.
Entre todo o xingamento que fiz, em resposta a "brincadeirinha" lembro também de ter escrito o seguinte: "Este cara do vídeo é vergonhosamente um dos pior cantores que já ouvi e o pior é que ele não parece ter um pingo de inteligencia pra perceber a merda que está cantando e o mal que está fazendo pra própria carreira. Um dia caras como ele, perceberão que se expor desta maneira é pior do que dar o cu, é inclusive menos digno, tu não achas?"
Hoje nesta manhã chuvosa em Porto Alegre, me deparei com a noticia de um rapper chamado Fabio Brazza se desculpando através de um vídeo, pelas piadas homofóbicas que fez em suas musicas, durante sua carreira. Assista aqui. Não, não se trata do mesmo cantor do vídeo que me enviaram, mas penso, que bom se fosse!
Segundo Brazza, membros da comunidade LGBT estabeleceram um diálogo saudável, fazendo-o pensar e reconhecer a falha.
"Sou produto dessa sociedade machista e sempre achei normal (piadas homofóbicas)... Quero pedir desculpas a todos que ofendi, porque não foi a minha intenção. Vou mudar e não ser cúmplice dessa homofobia terrível que está no Brasil", afirmou Brazza.
Esta atitude de reconhecimento feita por Brazza tem o meu sincero respeito e reacende a esperança na possibilidade de mudanças num pais onde só em 2012,  quarenta e quatro por cento dos assassinatos cometidos no pais, foram por questões homofóbicas. Muda Brasil!

OS INVISÍVEIS DO INICIO DO SECULO XX.



Por um longo tempo da minha vida, na adolescência, eu acreditei que as provas de um segredos (fotos, cartas, objetos, diários), pudessem ser guardados em gavetas chaveadas, baús, sótãos, porões e jamais serem descobertos.
Com o passar do tempo, mais crescidinho, comecei a pensar diferente: Que segredos podiam ser descobertos sim, pois nada permanece guardado, escondido para sempre. 
Os segredos terminam se perdendo na poeira, no lixo, ou vendidos para um brique, um mercado de quinquilharias e que com o passar do tempo, se tornam publico a qualquer anonimo que se interesse por eles, exposto numa prateleira ou caixa de papelão, onde todos tem acesso. Bem, isto é apenas uma reflexão!..


Acho que foi o que aconteceu com Sebastien Lifshitz, autor e cineasta que apos descobrir e arrecadar algumas fotos em mercados de pulga e vendas de garagem ao longo de suas viagens, decidiu montar um livro que busca mostrar uma perspectiva diferente sobre a cultura gay do inicio e meados do seculo XX.
Os Invisíveis: Vintage Portraits of Love and Pride, é um livro de fotos de uma época em que ser gay era necessário viver enrustido, sobre as duras e implacáveis penas da sociedade. Toda esta historia me reporta a uma composição do Chico que fala de amor, de relações, de fragmentos descobertos:

Não se afobe, não/ Que nada é pra já /O amor não tem pressa/ Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário/ Na posta-restante/ Milênios, milênios/ No ar
E quem sabe, então/ O Rio será/ Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão/ Explorar sua casa/ Seu quarto, suas coisas/ Sua alma, desvãos
Sábios em vão/ Tentarão decifrar / O eco de antigas palavras/ Fragmentos de cartas, poemas/
Mentiras, retratos/ Vestígios de estranha civilização ...

LARANJAS VERDES


Laranja verde quando não amarela não dá caldo, resseca no galho, fica dura e em seguida cai do pé rolando na direção do esquecimento.
Todas que chegaram, com o passar dos dias, vem quebrando as unhas, antes bem acabadas e de esmalte vermelho. Quebraram por que antes de ter garra é preciso ter humanidade e perceber que não se ganha batalhas em cima dos oprimidos e que leis são para todos e é por isto, que uma a uma sobe no palco ditando regras, mas levam inesperadamente aquele tombo feito a Madona na entrega dos Brit Awards, o maior premio da musica pop britânica.

CAVANHAS O BAN BAN BAN DA CIDADE


Ontem foi o aniversario de uma amiga, então fomos comemora-lo à noite no Cavanhas da Barão. Cheguei meio tarde (tipo 21 h 30 min. e o combinado era 20 h. 30 min.). 
Os outros convidados já haviam comido; Piza, hamburguês, que dizem ser a especialidade da casa, mas que pra mim passa.
Nunca fui um assíduo frequentador da casa, mas sei que é um Ban ban ban, um clássico da cidade, aberto desde 1986, com varias filiais espalhadas pela capital.
Achei o atendimento confuso, garçons desinteressados e pouco simpáticos. Para tirar a má impressão fomos até o Cavanhas da Lima e Silva para beber apenas cerveja. Bingo, o tratamento foi outro.


O AMOR NÃO TEM RÓTULOS, A GENTE É QUE PÕE.


Ja postei aqui no blog, que eu acho pertinente estes projetos de intervenção urbana, não só pela beleza e criatividade, mas pela profunda mensagem inserida no poder da imagem, que atinge cada pessoa que o visualiza.
Com o objetivo de ir contra os preconceitos das pessoas no dia a dia, a campanha “Love Has No Labels” fala sobre como o amor não tem fronteiras.
Em um vídeo mostrando apenas o raio-x dos participantes, vemos como somos todos iguais e como não há limites para manifestar o amor: seja de uma mulher para uma mulher, entre duas irmãs, uma família com dois pais ou um casal convencional.
Uma ideia simples, mas que apresenta o amor como o que há de mais belo e especial na vida, independente das diferenças.
 

CÓDIGOS HA SEREM DECIFRADOS



Sonhei que navegava uma caravela com amigos a bordo, onde fomos arrastados para mares desconhecidos e de coloração escura, que desaguavam em rios mais claros e esses rios em pequenos lagos com cascatas transparentes, que se dividiam em córregos com redemoinhos que sugavam por inteiro as pessoas descuidadas. No sonho fui alertado por um estranho, dos perigos de banhar-se por ali, sem a devida atenção e cuidado.
Os sonhos de hoje, não me parecem mais uma forma misteriosa de comunicação com o inexplicável, mas uma interlocução pessoal com o inconsciente que tenta esclarecer duvidas, ou encontrar soluções através de códigos ha serem atentamente desvendados. Fiquei pensando o que eu queria dizer pra mim mesmo.

TERMINA SEM INTERESSADOS O EDITAL PARA REVITALIZAÇÃO DA ORLA DO GUAIBA.


É o que foi noticiado no dia 03/03/2015 na pagina online do jornal Zero Hora de Porto Alegre. O desinteresse surgiu pelo fato do governo federal reduzir a desoneração da folha de pagamento das empresas no pais. Sem receber nenhuma proposta, o projeto prometido pela prefeitura há três anos, deverá ser revisto para o lançamento de uma nova licitação nas próximas semanas.


A prefeitura quer aumentar o valor da licitação, que estava em R$ 57,4 milhões, e lançar um novo edital em 30 dias. Enquanto a obra não sai, nos contentemos com pequenos remendos e explicações de caráter politico-burocrático.



RAMILONGA, A ESTÉTICA DO FRIO


Porto Alegre é a cidade onde eu nasci e vivo até os dias de hoje e que não consigo me imaginar vivendo longe ou em outro lugar. Porto Alegre está para Montevidéu, como Montevidéu está para Buenos Aires e uma Europa distante, mas tão próximas no clima frio de inverno, nas ruas cobertas de plátanos e Ipês coloridos na primevera, nas pessoas sentadas nas praças, dos chapéus e cachecóis, do apreciar o Guaíba como o Rio da Prata, bebendo chimarrão ou mate, ouvindo a milonga tristonha e leve de Vitor Ramil.



Quando retorno de minhas viagens, bate aquela saudades das noites frias o amenas de Porto Alegre, pois adoro o inverno daqui, dos ângulos de alguns telhados conhecidos, dos becos que se conhece de olhos fechados, do pôr de Sol ao entardecer, das praças, das pessoas que temos a sensação de que conhecemos de outros tempos.


Porto Alegre, vagarosamente vem mudando a sua estética urbana as necessidades do tempo e da vida moderna, mas não a sua alma que parece ser ainda aquecida por noites de vento, manhãs de geada e bolinhos fritos com café nos finais de tarde.


OS GLADIADORES DO TEMPLO.


Muitas pessoas fazem aquela expressão de surpresa, quando descobrem que eu não tenho religião, que não sigo nenhuma disciplina ligada a esta ou aquela doutrina religiosa, cujo o objetivo pra mim, na maioria das vezes, é temer a Deus e seguir regras criadas pelo próprio homem que interpretou e subverteu a escritura com objetivos que nada tem de divino ou de libertação, ao contrario, criaram regras para que as pessoas se tornem reféns de leis segregadoras e absurdas em nome de Deus e hoje quando assisti este vídeo que está se espalhando na Internet, minha certeza sobre a opção que escolhi, só criou força e argumentos para que eu me mantenha na descrença e com minha ideia particular do que significa Deus e que ele nada tem haver com estas loucuras. Eu só lamentei deles não se apresentarem com roupas a caráter, como os gladiadores da época é obvio, mas isto seria um pecado.

A GRANDE EMOÇÃO É SE MOVER.


Eu fiquei oco por alguns meses, sem me concentrar em nada, de olhar vago, a revelia, com os pensamentos soltos e não lineares e pensando paralelamente que em mim algo estava sendo mudado. Tipo o Windows que fica mais lento quando algumas atualizações estão sendo baixadas automaticamente.
Agora, depois das férias, percebo ter voltado ao meu normal, porém com algumas diferenças pontuais; Diferenças que somam-se e subtraem-se na desordem dos meus pensamentos, mas que no fundo, são positivos e ordenam o equilíbrio necessário.

Em Abril, retorno a Buenos Aires com alguns amigos do peito, cidade que nunca me canso de visitar e de mostrar aos outros, por sua beleza, poesia e musicalidade.
Li em algum lugar na Internet, a seguinte frase que adotei, porque revela um pouco do que eu mesmo penso sobre mim. "Eu não viajo para ir a algum lugar, mas para ir. A grande emoção é se mover". (Roberto Louis Stevenson). Legal isto, né mesmo?
FEIRA DE SAN TELMO
O mover-se dá esta sensação concreta de que estamos vivos, que respiramos, que temos desejos e de podermos ir tão longe, quanto nossos sonhos podem alcançar.

OS ALBINOS PERSEGUIDOS NOS PAÍSES AFRICANOS.


O preconceito é um difusor da violência, sob qualquer instancia, por que cria vitimas por meio da intolerância, e de ideias obscuras e ignorantes acerca dos fatos. Acho que não existe outra forma de conte-lo senão pela reeducação através da dinâmica de conscientização e penalização. Li em algum lugar, que não lembro, uma lista interminável de preconceitos que acomete o mundo e que vão do racismo, homofobia, xenofobia, etc.., etc.., e que faz a gente pensar se não somos o algoz de nós mesmos.


Uma matéria jornalística sobre os africanos albinos da Ilha de Ukerewe, na Tanzânia, me deixou de cabelos em pé, ao saber que são dizimados pela cor de sua pele. Ou seja, alem dos problemas causados pela falta de pigmentação, pela dificuldade de enxergar e o câncer de pele, eles têm que conviver com o medo de serem mortos e torturados, e partes do seu corpo serem vendidos para fins de medicina e bruxaria.
Muitos tanzanianos acreditam que os albinos possuem poderes mágicos e que partes de seus corpos usados em bruxarias trazem sorte e riqueza. Alguns chegam a acreditar que os rituais são mais eficientes se a vitima estiver gritando durante as amputações. Nossa, a crueldade dos seres humanos parece não ter limites.


Segundo um relatório divulgado pela ONU, um cadáver de albino completo, incluindo pernas, braços, genitais, orelha, nariz e língua, custa US$ 75 mil (R$ 163 mil) na Tanzânia.
Mas uma pergunta que não quer calar: Se o povo africano, vive nas piores condições de vida do planeta, na miséria, sem ter o que comer e beber, como pode desembolsar uma quantia tão alta em dinheiro para a realização de rituais deste tipo?
Segundo Josephat, ativista da Sociedade de Albinos da Tanzânia, há muita gente graúda por traz dessas atrocidades como políticos que encomendam albinos para rituais de magia, ou amuletos para ganhar eleições e ainda grandes empresários em busca da sorte grande. 

O DISCURSO DAS DIFERENÇAS.


Um dos discursos mais tocantes da cerimônia do Oscar, e que fala  da intolerância sobre as diferenças, aconteceu na noite de 22/02/2015, em Los Angeles, feito pelo roteirista Graham Moore.
O escritor ganhou a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado pelo trabalho que fez ao transformar o livro Alan Turing: The Enigma, de Andrew Hodges (ainda sem tradução no Brasil) no roteiro para o filme: O Jogo da Imitação.


"Então, é o seguinte. Alan Turing nunca pôde subir num palco como esse e olhar para todos esses rostos desconcertantemente lindos, e eu posso. E essa é a coisa mais injusta que eu já ouvi. Quando eu tinha 16 anos, eu tentei me matar porque eu me sentia esquisito e me sentia diferente e sentia que não pertencia a lugar nenhum. E agora que eu estou aqui eu gostaria de dedicar esse momento aos jovens por aí que sentem que são estranhos ou diferentes ou que não se encaixam – sim, vocês se encaixam. Eu prometo. Permaneçam estranhos, permaneçam diferentes, e quando chegar a sua vez, e vocês estiverem sobre esse palco, transmitam essa mensagem para as pessoas que virão depois de vocês".


Alan Turing foi um matemático britânico, unanimemente considerado um dos gênios da era moderna. Seu trabalho estabeleceu a fundação para a criação dos computadores; durante a Segunda Guerra Mundial, ele conseguiu decifrar os códigos que os alemães usavam para criptografar suas mensagens, fato que se tornou um trunfo durante o conflito. Homossexual, em 1952 foi condenado a se submeter a um programa de castração química pelo governo britânico - a homossexualidade na época era crime. Turing suicidou-se em 1954, tomando cianeto. Em 2013 o cientista recebeu perdão póstumo da rainha Elizabeth II.

ADOTE-ME.



Um projeto fotográfico, está ajudando cães abandonados a encontrar um lar. É muito comum encontrarmos nas redes sociais muitas fotos de animais abandonados, mal tratados e com uma carinha de triste e uma história comovente por trás. Nem sempre as fotos postadas, chamam a atenção de quem pretende adotar um novo amigo peludo e a adoção infelizmente, como no caso de crianças abandonadas, vai depender da empatia de quem adota, e considera alguns quesitos como beleza, cor de pele, etc., etc, importante. E pasmem!: Para os cachorros pretos, costuma ser ainda mais difícil conseguir um lar.



Mas a fotógrafa Guinnevere Shuster, da Humane Society of Utah, munida de muito talento, flores e uma câmera fotográfica, tem ajudado a mudar o destino destes bichinhos, para uma adoção que lhes de dignidade, carinho e um lar.
Outros projetos que também estão ajudando animais a encontrar um lar, são as fotografias surreais produzidas por Sarolta Bán com cães abandonados e o Projeto Cativa, que divulga fotografias bem humoradas de animais que estão em busca de uma nova família.

UMA VISITA NOS TERREIROS DE CANDOMBLÉ NO SERGIPE.


O povo brasileiro, traz no seu sangue, no seu cotidiano, a cultura africana trazida pelos negros que foram escravizados e trazidos pra cá, pelos colonizadores, em porões de navios, desumanamente, como mercadoria barata e fonte de renda aos grandes senhores brancos que movimentavam a economia do pais e enchiam seus bolsos de dinheiro e títulos da coroa.


Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e terreiros, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos e meio, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888, estabelecendo-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Para se ter uma ideia da dimensão, somente na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da Bahia) Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador, sem contar com os clandestinos não cadastrados.
Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os iorubás, os ewe, os fon e os bantos. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes evoluíram diversas "divisões" ou "nações", que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, música (toque do tambor ou atabaque) e a língua sagrada usada nos rituais.

De visita ao nordeste - ( Sergipe e Bahia ), agora em Janeiro de 2015, eu não pude deixar de visitar alguns terreiros de candomblé e apreciar esta cultura secular, que faz parte da história do povo brasileiro e também da minha historia.
Visitando um terreiro de Candomblé, você  aprende a lidar mais facilmente com as diferenças individuais e a respeitar as identidades culturais e sociais de um povo que antes de tudo, foi de resistência as perseguições, sobrevivendo até os nossos dias. 



O Candomblé além do seu caráter místico, religioso, é hoje um agregador social que reafirma a importância do negro na sociedade, reinserindo-o em contextos que antes nunca teve acesso, através da sua visibilidade e aproximação com os movimentos sociais.



Segregado por séculos aos negros, considerados pobres, desocupados e marginais, o candomblé nos últimos anos tem recebido a aproximação da classe média e intelectuais, que perceberam seu peso e importância no panorama cultural do país.



No Rio Grande do Sul tanto o Candomblé como o Batuque são fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéria, com as nações Jêje, Ijexá, Oyó, Cabinda e Nagô. Um dos principais representantes do Batuque aqui no Sul, foi o Príncipe Custódio de Xapanã, onde eu cito sua história, no post "O Bará do Mercado Publico", aqui no blog.














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