Atitudes que não se entende.

Uma ação, resulta numa reação, de sentimentos, de atitudes, muitas vezes introjetados no nosso intimo e de repente despenca como num jogo de dominó, onde uma pedra bate noutra pedra, desmanchando toda a estruturas antes montada e alterando todo o conceito que fazíamos de algumas coisas e pessoas. É como se não possuíssemos controle sobre esses novos sentimentos e quando nos damos por conta, já elaboramos outras verdades à cerca do que antes acreditávamos. Acho que isto se chama decepção.
Certa vez eu estava assistindo a um espetáculo de dança, junto de alguns conhecidos, quando dois deles começaram a fazer piadas com uma das bailarinas por ela estar bem acima de seu peso, mesmo demonstrando muita agilidade durante sua apresentação. As piadas e comentários discriminatórios, começaram a tomar um rumo que transformaram-se em gargalhadas descontroladas despertando a atenção de poucos que estavam em volta. O mais surpreendente é que um deles era de uma beleza tão duvidosa, que eu não entendi como era possível ele se achar mais aceitável do que a moça em cima do palco. Tem atitudes que a gente não entende por que acontecem. Fiquei imaginando também que tipo de comentários seriam capazes de fazer, quando eu lhes desse as costas e fosse embora.

Os erros também são nossos.

Conheci algumas semanas, outra mulher que se sente magoada por ter sido abandonada pelo marido. Eu digo outra, por que conheci pelo menos quatro, nestas ultimas semanas. 
Abandonada não é o termo correto, talves traída e tantas outras palavras que não caberiam aqui no corpo deste texto, se ficarmos ancorados apenas numa unica perspectiva de opinião, fragilizada por magoas, insatisfações, desafetos que se criaram dos dois lados, por consequência de  falhas geradas por uma serie de erros humanos conjuntos
Ora, mesmo com o risco de apanhar, eu arrisco a dizer que a união entre duas pessoas não deixa de ser uma prestação de serviços, cujas as regras emocionais vão sendo fixados em clausulas complexas  cheia de pontos, números, virgulas e letras pequenas e pouco legíveis à serem desvendados com o tempo. Cada um tem seu motivo para um dia chegar na frente de casa, chutar o balde de lixo, rasgar este contrato e dizer: _Chega, não quero mais isto pra mim!.. As vezes não é nem o companheiro o responsável pelo chute no balde, mas a gente mesmo envolvido em desacertos pessoais.
Mas fico observando esta mulher em sua inquietude, subserviência e falta de vaidade e me perguntando se ela agia assim quando vivia a o lado do marido, acumulando insatisfações e se permitindo criar uma distancia tal que a transformou numa especie de robô doméstico, um objeto que parece estar longe de oferecer prazer! 
Acho que tantas mulheres, assim como homens, se perdem neste ponto ao substituírem sua posição de amantes e amigos em simples serviçais, quebra-galhos, escravos, deixando de lado seus atrativos indispensáveis na manutenção de uma relação amorosa.
Muitas mulheres se protegem atras de baldes, vassouras, aspiradores de pó, cuidados excessivos com os filhos que costumam chamar de responsabilidade domestica e que sem perceberem, vão perdendo o que de melhor possuem, o prazer de viverem e dividirem afetividade com seus companheiros. 
Também não buscam socorro adequado, não param para se avaliarem e discutirem com civilidade o que possivelmente estará com os dias contados. Sentem vergonha de admitir para si mesmas que sua falta de habilidade em lidar com o problema, foi uma das responsáveis pelo inevitável fracasso. Depois que a casa cai, não adianta empilhar tijolos no alicerce e tentar coloca-la de pé, é necessário muito mais do que isto; é urgente uma mudança profunda e radical de atitudes, de pensamentos, sem garantias de que a relação seja salva. Eu não sei se conseguiria dizer isto pra ela, cujo o momento, não consegue assimilar quase nada além da indignação de ter sido enganada!.. As vezes leva muito tempo até que aprendamos alguma coisa com estes erros e admitirmos que eles também são nossos e não somente dos outros.

Estratégia de venda e marketing.

Pois bem, já estou de óculos novo, que prometi tirar da cara somente para dormir e tomar banho. Estou ainda naquela fase de adaptação me sentindo como um daqueles avatares de três metros de altura e tropeçando em degraus inexistentes no meio rua, nas calçadas. Tô um verdadeiro perigo ambulante.
Comprei-o numa conhecida Ótica, que te convence a levar senão o mais caro com todas as novidades e recursos, qualquer óculos mesmo que seja um que te proteja os olhos dos raios de sol. A técnica de convencimento começa com aquela conversa chata de custo e benefícios, de comodidade visual e qualidade de vida e outras explicações técnicas de ajustes e foco de lente, mas com a esperteza de oferecerem também entre sorrisos e muita simpatia, um cafezinho expresso com mini torradinhas, depois água mineral, uma taça de vinho e por ultimo como o dia estava muito quente, picolés que evidenteente recusei.
Estive pensando que esta estratégia muito antiga de pegar o cliente pela barriga, até que funciona, tanto que fechei a compra, o marketing estou fazendo agora.

E não é verdade?

Carta De Um Defunto Rico.

Carta De Um Defunto Rico é desses contos que paradoxalmente aproxima o homem de duas faces distintas, num dialogo comum e de aproximação com a vida e a morte. Fala de um defunto muito rico que escreve uma carta a seus parentes, depois de morto. 
Ele descreve o lugar onde está e diz sentir uma grande satisfação por estar livre de seu corpo. Fala ainda das responsabilidades que tinha e que não tem mais, das etiquetas para receber convidados, de não ser mais obrigado a adquirir títulos de nobreza, de realizar festas pomposas.
Entre tantas bobagens espalhadas pela Internet é prazeroso encontrar uma obra dessas. O texto é de Lima Barreto, interpretado por Beth Goulart no programa Contos da Meia Noite, produzido e exibido pela TV Cultura de São Paulo.

Neguinho.

Neguinho some, desaparece, não telefona, não manda noticias, não pergunta como estou, o que tenho feito, com passei o Natal, o Ano Novo, se por acaso estou vivo, se morri e de repente ressurge com saudades, propostas, desejos de compartilhar coisas e eu fico pensando se é humanamente possível entender uma atitude destas. Não, eu não entendo e nem quero, por que pra mim amizade é outra coisa, não é um jogo de oportunidades que se traça quando outras falham.
Neguinho é descuidado e se trai em suas próprias atitudes e incoerências, neguinho precisa aprender mais sobre a vida e as pessoas. Neguinho precisa se reinventar para não ficar absolutamente desacreditado.

Por outro ângulo.

Hoje durante a macarronada que preparávamos de almoço entre vizinhos aqui do prédio, Jorge me perguntou quanto tempo fui casado antes de separar-me e eu respondi que foram vinte e três anos. Ele então me olhou com serenidade e disse-me ainda pensativo: _Mas vinte e três anos foi muito tempo para se dizer que não deu certo!.. Eu também parei um pouco para pensar e concordei com ele afirmando que nunca tinha pensado nisto por este angulo. Uma relação que acaba, não quer dizer necessariamente que não deu certo.

Os homens que odeiam suas mulheres.

Eu sempre desconfiei da existência de homens que odeiam as mulheres por algumas sutilezas de atitudes com que eles as tratam e acredito que o mundo está rodeado deles, inclusive camuflados nas nossas rodas de amizades e não estou me referindo aos enrustidos que por vezes necessitam se esconder à sombra de uma relação estável e aceitável, porem arrastada de raiva por não ser obviamente e sua praia. Refiro-me mas aos ditos héteros, de vida comum e pacata e os que diferentemente destes, colecionam muitas relações e acreditam que por terem um bom desempenho sexual, são capazes de seduzir e provocar na parceira sentimentos de gratidão e dependência emocional onde a partir disto, começam a escraviza-la, humilha-la, fazendo-a acreditar que são incapazes e que por pura sorte conseguiram pegar a ultima e mais gostosa bolachinha recheada do pacote. Este tipo de individuo é o que costuma punir sua companheira, lançando sobre ela a responsabilidade de suas frustrações e fracassos. Penso também que este tipo de relação muitas vezes é  endossada culturalmente pelas pessoas através daquela conhecida frase: _Ah este cara deve transar muito bem, pra ela aguentar tudo que aguenta dele.
Esta semana eu conversei pelo menos com dois indivíduos deste tipo, que me lembrou o Baltasar da novela das Nove. Eu pergunto ainda, se um bom desempenho sexual vale qualquer tipo de humilhação e desrespeito.

O racismo de cada dia.

Eu não tenho nenhum dado oficial à respeito, mas poderia afirmar que Porto Alegre está dentro das capitais brasileiras que mais discriminam os negros e esta opinião só começou a se definir mais acentuadamente dentro de mim, quando comecei a conhecer outras lugares e a perceber o quanto seus moradores são mais soltos, naturais e de hábitos culturais mais assumidos a exemplo do nordeste onde o numero de negros é bem maior. Ainda é possível  perceber-se por aqui no sul, alguém virando a cabeça com olhar de surpresa e reprovação ao notar um casal de raças diferentes de mãos dadas ou abraçados na rua; Se afastarem de um vendedor ambulante de pele escura achando que ele é um assaltante ou mesmo perceber um negro dentro de carro de luxo e tecerem comentários de que ele está querendo se exibir com o carro do patrão ou que é um jogador de futebol. Claro que isto não deve ser uma característica encontrada somente aqui, mas como me parece mais evidente e costumeiro por estas bandas de cá. É também difícil aceitar que algumas pessoas das nossas relações são capazes de dizerem que são amigas de negros, mas que jamais se envolveriam ou permitiriam que seus filhos se envolvessem amorosamente e sexualmente com algum deles.
Diante destas atitudes absurdas e discriminatórias cuja a cor de pele faz diferença, fica difícil não acreditar na acusação feita pelos dois estudantes inter-cambistas africanos que denunciaram a abordagem feita por uma policial militar do 9º BPM, no dia 17 de janeiro em Porto Alegre. 
Conforme o relato das vitimas, eles dirigiam-se à Polícia Federal de ônibus, para atualizar o visto de permanência no Brasil, quando o veículo foi cercado por quatro viaturas da Brigada Militar. A ação ocorreu depois que uma policial, que estava dentro do coletivo, desconfiou da dupla que conversava em francês e cujo o principal motivo teria sido o tênis usado por um dos estudantes. Ambos foram algemados e encaminhados a um posto da BM na avenida Oswaldo Aranha. Um dos africanos contou numa reportagem na TV, que chegou a ser imobilizado por um policial com uma gravata. 
A denúncia foi apresentada à imprensa nesta quinta-feira pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos. "_É uma manifestação expressa de racismo. Mas mais do que isso, é uma demonstração cabal do despreparo das nossas polícias, que agem sempre assim com qualquer negro, seja brasileiro ou estrangeiro", disse o presidente do movimento, Jair Krischke. Uma ocorrência por constrangimento ilegal e racismo foi registrada na Polícia Civil e também protocolado na Corregedoria da Brigada Militar. Além disso, Krischke solicitou audiência com o secretário estadual de Segurança Pública. "_O secretário certamente tomará essas providências: não só a punição dos autores deste crime, mas também no sentido de preparar melhor a nossa polícia, para que não se repita", disse Krischke. 

A SENZALA ESQUECIDA, EM PORTO ALEGRE. URBEX


Conheci ontem junto com meu colega, o que sobrou de uma antiga construção na Lomba do Pinheiro e que segundo alguns moradores das redondezas, possuía em seu porão uma senzala com instrumentos onde eram aprisionados os escravos nos séculos passados e que por esta razão o lugar é conhecido como a "Senzala da Lomba do Pinheiro". Na verdade constatamos que nada mais existe no local, alem de ruínas e um cofre destruído, que supostamente continha documentos de compra de escravos e que foram queimados, quando vândalos e ladrões invadiram esperando encontrar ouro e outros objetos de valor.


As ruínas na verdade, são vestígios de duas construções afastadas uma da outra e encrustadas no meio do mato: Uma com paredes feitas de pedra medindo mais de 50 centímetros de espessura, fazendo-me lembrar das antigas construções que conheci em Alcântara no Maranhão e a outra, que acredito ser menos antiga, com paredes de pedra e tijolos grandes e um tipo de reboro cujo os componentes são de difícil identificação pela ação do tempo e a minha falta de conhecimento técnico no assunto, mas visivelmente muito antiga.


Segundo o que nos contou dona Maria, uma das moradoras locais e cuidadora da senzala, o aumento do numero de pessoas e invasores, que iniciaram a construir suas casas naquela área antes quase deserta, a antiga casa e sua senzala, foi sendo destruída pelos novos moradores que ali foram se estabelecendo e saqueavam telhas, pedras, ferro e tudo que achavam reutilizável na construção de suas próprias casas, assim como outras pessoas que simplesmente depredavam por se tratar de uma casa velha e sem interesse. Mesmo com o seu pedido de conservação entre os moradores vizinhos, era sumariamente ignorada.

cofre pertencente a casa
Algumas vezes foi solicitado por ela a ajuda da policia, da prefeitura e de alguns meios de comunicação para que fossem criados algumas medidas no que se refere a proteção da casa e sua senzala, mas nada foi feito, até a sua completa transformação numa ruína sem qualquer registro histórico que se tenha conhecimento.
Conforme Claudio Garcia Teixeira, ex presidente da Associação de Moradores da Quinta do Portal, que me acompanhou nesta visita, de 1998 à 2002 a antiga construção ainda se mantinha preservada, com cobertura de telhas de barro, azulejos europeus em algumas paredes e uma enorme banheira de mármore que posteriormente foi roubada. No porão da casa haviam correntes com tornozeleiras de ferro onde possivelmente eram amarrados os escravos. Nos fundos do pátio uma espécie de tronco e também uma imensa gaiola de ferro sem cobertura onde acreditavam que os escravos eram mantidos encarcerados. Foi também neste período que ele como presidente comunitário, tentou buscar apoio junto a Secretaria Municipal da Cultura, RBS, Correio do Povo e Rede Bandeirantes que lá estiveram, fotografaram e nada mais foi feito.


Dona Maria acredita que talvez não tenha buscado o apoio necessário para a salvação do lugar, por não ter conhecimento sobre os meios adequados para isto, já que possui pouca instrução.
Claudio Garcia disse que depois de informar a Secretária da Cultura, a mesma informou que a área se tratava de uma propriedade particular e passava por especulações imobiliárias cujo o dono de sobrenome Chaves Barcelos, morava nos Estados Unidos.
Ao questionarmos se o abandono e a falta de interesse na proteção deste patrimônio por parte dos órgãos públicos, seria pelo fato de estar localizado, num área distante e pobre da cidade, afastando o interesse em sua conservação e divulgação, dona Maria se posicionou positivamente:
_Quem viria do centro da cidade até aqui para ver um senzala?.. Só o senhor mesmo!.. disse-me sorrindo e meio sem graça. Quanto ao fato da área pertencer a alguma família de posses, ela negou conhecimento.



Como chegar onde foi a senzala:
A senzala, ou melhor dizendo o que sobrou dela, fica localizada no Bairro Lomba do Pinheiro-parada 6, seguindo pela Estrada Afonso Lourenço Mariante, na segunda entrada à esquerda, no Beco das Oliveiras que é sem saída. No final do beco, cruza-se por uma clareira sombreada à direita, seguindo por uma pequena trilha, (caminho de motociclistas adeptos do rally), uns 200 metros à frente, escondida no matagal. Esta área coberta pelo mato, faz divisa com um pequeno loteamento chamado Quinta do Portal e Estrada do Rincão no Bairro Belém Velho.
Dona Maria também nos contou que uma forma de ver e apreciar como era antes este casarão e sua senzala é assistindo o antigo filme de Teixeirinha, "Coração de Luto", onde muitas tomadas foram feitas no local. Eu dei uma olhada no filme e nada identifiquei do local.

COMPRANDO GATOS POR LEBRES.

Se existe um xixi, capaz de acabar com uma carreira profissional, foi aquele que o comandante do transatlântico Costa Concórdia levou depois de naufragar na costa italiana vitimando um grupo de turistas em pleno passeio de ferias e pior ainda, ter abandonado o navio descaradamente com algumas vitimas já mortas em seu interior. O xixi foi merecido e mundial,  que foi transmitido por quase todas as redes de televisão do mundo.
Este comandante, segundo uma das passageiras do navio, era do tipo arrogante, não falava e não cumprimentava quase ninguém, além de tomar atitudes pouco convencionais como trancafiar-se em sua cabine ao lado de uma mulher loira que caiu em suas graças e dando justificativas tão esfarrapadas, quanto as que deu ao comandante da guarda costeira pelo motivo de seu abandono as vitimas do naufrágio.
Eu fico pensando quantas vezes nesta vida compramos gato por lebre, acreditando que estamos nas mãos de profissionais competentes como a exemplo de (médicos, advogados, etc..) e temos uma grande surpresa ao descobrir que estávamos sob julgo e decisão de incompetentes e irresponsáveis.
No ano passado, quando retornava de Salvador à Porto Alegre pela companhia Webjet, algumas atitudes do comandante me deixou muito surpreso e inseguro com a viagem. Além de fazer brincadeiras pelo alto falante da aeronave, como pronunciar um monte de palavras sem sentido ou simulando estar falando em inglês e que nossa próxima parada seria em Nova Iorque, o que fez alguns passageiros gargalharem durante o vôo, a o aterrizar no aeroporto do Rio - numa das conexões previstas, chegou a dar um suspiro profundo no alto falante e dizer: _Ufa!.. Graças à Deus conseguimos!
Nesta mesma parada, no aeroporto do Rio, quando aproveitei para utilizar o banheiro, percebi em sua cabine a presença de duas crianças, onde uma delas estava sentada no seu assento de piloto, diante de toda aquela parafernália de equipamentos sofisticados. Não sei em que momentos as crianças entraram na cabine, mas aprendi desde cedo que devemos mante-las afastadas de painéis de carros, se não quisermos ter uma surpresa, quanto mais de uma aeronave. 
Acho que as crianças deviam ser seus parentes e ele disse para uma delas, visivelmente fascinada diante daqueles equipamentos cheio de botões e luzes: _Agora é tudo com você!.. 
Desde este incidente, que nunca se sabe, poderia ter virado uma tragédia, evito voar pela Webjet.

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...