Por que eu faço sempre o que eu não queria?

O cansaço do trabalho me despolariza tanto, que por vezes perco a noção de tempo e de espaço com grande frequencia, fico perdido sem saber em que dia da semana me encontro e acabo comprometendo  programas que certamente me dariam mais satisfação. Há lugares que não gostaria de ter ido e  acabo me rendendo por simples imposição social. Algumas festas não mudam e apresentam sempre aquele perfil de mulheres barulhentas fazendo saladas na cozinha e homens contidos assando churrasco, bebendo cerveja  e contando vantagens. Será que é por isto que alguns sabados  não parecem ter cara de sabado? E eu ainda lembrei daquele texto de 1973: 

Pra onde vai minha vida
E quem a leva?
Por que eu faço sempre o que eu não queria?
Que destino contínuo se passa em mim e na trévoa
Que parte de mim
Que eu desconheço é que me guia.

Atitudes espontâneas

Do lado do edifício onde moro, existe uma casa antiga que é utilizada como pensão, ou republica de estudantes e isto significa que de minhas janelas, consigo visualizar toda a movimentação da casa e de alguns gatos sobre o telhado, já que moro no terceiro andar.
Hoje eu estava debruçado sobre uma das janelas, quando um jovem estudante chegou da rua e foi direto para debaixo de uma arvore, que constatei ser uma pé de Pitangueira.
O cara ficou ali por  longos minutos, deliciando-se das frutinhas vermelhas e chutando seus caroços na mais pura espontaneidade. Atitudes como esta, me traz uma saudade!..

Quem ama não mata

Essas historias de agressões, ciumes, matar por amor,  ou não aceitação do fim de um relacionamento e depois tirar a própria vida, dão sempre pano de fundo a discussões infindáveis e opiniões que se divergem colocando vilões e vitimas sobre plataformas, ora de pena, ora de revolta. De qualquer maneira, não consigo entender como as relações podem chegar a este final tão brutal. Hoje atendi um homem com cerca de 40 anos que tirou a vida de sua esposa baleando-a na cabeça, depois disparou a arma contra sua própria, tentando suicídio. Após deixa-lo no hospital ainda com vida, fiquei ouvindo alguns colegas comentarem sobre estas questões passionais tão discutidas nos meios de comunicação e que parecem pouco eficiente contra estes desfechos decorrentes de relações doentias, cujos valores vão se perdendo ou substituídos pelo medo, posse, solidão e tantos outros sentimentos que escravizam.  O casal deixa órfão, dois filhos, um de tres e outro de seis anos, ja que o marido foi desenganado pelos médicos,  Lembrei da série apresentada pela Tv Globo em 1982 que apesar de ter sido exibida a 18 anos atras, ainda é uma triste realidade nos nossos dias.

FIM DE TARDE NA PRAIA BONITA.


Alguns lugares que visitamos, parecem a repetição ou continuidade de outros e alguns se divergem de tudo, tornando-se singulares. Num certo momento a natureza é capaz de te presentear delicadamente com seus detalhes e transformações, te pondo  literalmente boquiaberto, com os pensamentos absorvidos na sua surpreendente beleza.., sem palavras, sem gestos.


Registro aqui nesta pagina, o fim de tarde na Praia Bonita em Itapuã, quando retornávamos para casa, de um passeio pelas redondezas, neste feriadão  de segundo turno das eleições à presidência da republica. Estávamos eu, Athos, Alba e Carol, já saindo da vila de Itapuã para casa, quando impulsivamente resolvemos alterar o rumo e passear por lá para assistir o Sol se pôr na linha do horizonte.



As arvores pereciam esculturas vivas prontas para se movimentarem. A grama verde se estendia ao limite da praia serena e sem ondas. Flores de cores vibrantes acendiam nossos olhos de encantamento. A Praia Bonita, como ja postei anteriormente fica  após passar a entrada da Vila  de Itapuã, em direção a reserva.


Uma estrada de terra à direita, com uma pequena placa de madeira escrito "praia" anuncia a sua entrada cercada de casas simples, a uns Trezentos metros. A rua  é sinuosa e passa sobre um pontilhão até abrir-se para a praia em frente. Para melhor visualização, clique nas imagens para aumenta-las.

BOTECO DO PAULISTA

O Boteco do Paulista é um dos bares que aos fins de semana, em particular aos domingos, acontecem apresentações e shows de samba de raiz em Porto Alegre. O local se diferencia dos outros por ser uma casa antiga e quase sem decoração alguma, localizado na rua Riachuelo em frente a Usina do Gasômetro. Outro diferencial é que as mesas são distribuídas na rua e avançam pelo meio fio ocupando grande parte da rua, onde a EPTC__ empresa responsável pela fiscalização de transito, coloca sinalizadores e cordões de isolamento para evitar acidentes. Mesmo com muita simplicidade em suas instalações, o boteco é ponto de encontro de pessoas ligadas a arte e a cultura da cidade, como os adoradores do samba. A cerveja é vendida por um preço acessível R$4,00 e é geladíssima. Servem também lanches como Xis burgues e a famosa porção de batatas fritas crocantes e o samba começa a rolar à partir das 17 horas. Com a popularização do lugar, muitos outros bares foram se estabelecendo nas redondezas tentando aderir-se ao mesmo perfil, mas o do Paulista é insubstituível e ainda carrega a tradição de ser o primeiro.

A gente ainda se sente devendo!

Na tarde em que fiz o passeio pelo Guaiba, fui um dos primeiros a entrar no barco, depois de aguardar na fila. Isto me possibilitou a escolha de um lugar que achei mais adequado para me posicionar e poder olhar os lugares interessantes e tirar fotografias. Depois de algum tempo um homem, também passageiro, se aproximou meio inquieto a onde eu permanescia de pé, dando-me a impressão de que parecia desconfortável. Tentei dar-lhe mais espaço mesmo o barco estando quase vazio, mas parecia não ser este o problema. Então puxei algum assunto sobre os coletes salva-vidas e ele com aquela expressão de "Não tô nem ai para o que estou ouvindo", me deu uma olhada como se fizesse alguma avaliação qualquer e deu as costas saindo em outra direção. Fiquei pensando sobre alguma destas atitudes estranhas que as pessoas tomam e a gente ainda fica com a sensação de estar devendo à elas. Por certo eu não era a pessoa interessante do qual ele gostaria de manter uma conversa após sua rápida avaliação com o olhar, talvés ele pensasse que meu objetivo real não fosse falar sobre coletes salva- vidas, embora fosse. Talvés não lhe interessasse falar sobre isto e daí é possível se fazer uma relação interminável de possibilidades. Mas o que me deixou de cara é que algumas pessoas tem por costume tomarem estas atitudes de virem avançando o espaço físico dos outros, como se não as vise, como se as pessoas estivessem invisíveis a o seu raio de visão,  ou não tivessem qualquer importancia, se achegam sem pedir licença e quando se puxa algum assunto ou a cumprimentamos, te lançam um olhar do tipo: "Há você estava ai, mas também não quero tomar conhecimento da sua existência". Não fazem nenhum esforço para serem amáveis, quanto menos educados. Voltei a tirar minha fotos e fiquei  alguns minutos revisando minhas atitudes, achando que talvés eu tivesse exagerado em alguma coisa e também alguma opinião errada à respeito, mas acredito que não.

Leitura proibida aos deprimidos

Caros leitores, seguidores, curiosos, se por acaso vocês entrarem em alguma pagina deste blog e baterem os olhos em algum texto, destemperado, amargurado, queixoso e mal escrito, como quase tudo por aqui e em particular este,  fechem imediatamente a pagina para não se contaminarem, pois estou naqueles dias, quero dizer- naquelas semanas!..
Não eu não estou na TPM, na verdade  a natureza me livrou deste desconforto pela diferença no gênero, porem me deu outro que é uma certa irritabilidade natural que surge  silenciosa, quando as coisas não funcionam como eu gostaria que funcionassem, ou quando parecem estar estagnadas, não ata nem desata, entendeu?
Ta certo, vocês devem estar aí pensando: Mas que cara mais mimado!..
E eu aqui do outro lado retrucando: Que gente insensível!..
Mas vocês estão com alguma razão, pois neste momento eu estou escrevendo  todas estas bobagens perto da janela do meu quarto, enquanto observo algumas pessoas caminharem na beira da praça, do ladinho da minha casa e eu sem nenhuma vontade, quando deveria me animar, descer deste terceiro andar e ir até lá  fazer o mesmo, reagir a este sintoma com cara de que vai virar depressão e sair do controle. Mas calma, eu acredito estar num periodo (idade), que não perco mais o controle, contorno!
Bem, se meus amigos me vissem assim diriam que isto é resultado do Grandes Sertões Veredas (falta de sexo), ou porque terminou minhas válvulas de escapes(viagens) e a ficha começa à cair. Por ultimo, porque sou deprimido mesmo e me recuso a considerar seriamente este fato.
Bem, até que melhore este clima pré eleitoral (tensão) ou que se modifique todas as cores em tom pastel  e escuras a minha volta, vou bebendo esta coca-cola 2 litros no bico, (coisa que detesto) em sinal de protesto!

Hábitos, trejeitos e expressões incorporadas.

Minha avó Valniria usava uma expressão, que minha mãe mais tarde também  passou a usar e hoje no piloto automático me veio à boca, quando levantei-me cedo e olhei pela janela para verificar a cara do tempo: "Cerração baixa, sol que raxa".  Fiquei pensando em como arrastamos essas culturas, hábitos e expressões dos outros  para nossa vida sem nos darmos por conta disto, é como um vicio que cai no nosso agrado e quando percebemos, parecem fazer parte de nós, sem nossa prévia  avaliação e ja saimos falando. 
De onde minha avó, por sua vez, teria tirado isto, de quem ela ouviu? Certamente de seus pais ou avós... 
Meu colega usou por meses a expressão "É a treva" e que também era utilizada por um personagem de novela da TV, quando se via diante de um fato que ela não aceitava e se desagradava e que eu em seguida também passei a utilizar criando um clima de humor entre as pessoas de minha relação. Desta forma, ficamos adotando inconscientemente ou não, hábitos alheios que consideramos engraçados ou que simplesmente nos identificamos sem entender bem a razão deste mecanismo. De onde vem isto, por quantas pessoas ja passaram antes de chegar até nos, calcificarem-se ou perderem o prazo de validade e serem substituidas por novas expressões? No final o que somos, a mescla de atitudes, trejeitos, olhares e pensamentos dos outros? Somos o que, muitos em um a partir de habitos alheios que adotamos?.. De qualquer forma errei a previsão do tempo, o dia continuou de cara feia e o sol não raxou!

O preço do sofrimento.

Hoje à noite, enquanto voltava para casa a pé, fui assediado por uma jovem prostituta, que oferecia seus serviços por dez reais.  Existem  muitas aqui por perto e esta era muito magra, cabelos desalinhados, expressão de doente,  parecia que não tomava banho à meses. Evidente que recusei seu convite. Ela ainda insistiu seguindo-me algumas quadras e me perguntando se eu tinha achado caro o seu preço. Claro que eu achei, mas não os míseros dez reais (pensei comigo). 
Lhe ofereci um cigarro, entreguei-lhe dez reais e pedi para que fosse pra casa.
Depois repensei e  desaprovei minha atitude de ter-lhe dado dinheiro, já que inumeras vezes somos inocentes sobre a real necessidade das pessoas e os motivos que nos levam à fazer certas coisas!

Janela indiscreta



Noite passada fui dormir tarde, já era madrugada e fiquei bisbilhotando pela janela o que pra muitos é incomum e sem graça, mas pra mim, tem um sabor que não se explica, se sente!...
Gosto do silencio da noite, de ruas vazias, da noite que se veste de sombras ao revés do dia, com seu barulho insuportável.
Gosto do ruído leve da noite, da brisa que roça na janela e embala o sono dos vizinhos e dos amigos à distância. Do brilho da Lua e da nitidez misteriosa das estrelas. 
Gosto desta sensação solitária de um Voyeur, de um vigilante atento, de uma testemunha única na madrugada, onde tudo parece adormecido e mais seguro, até que venha o sono.

Canela

Embora a meteorologia previsse mudanças na temperatura, decidi visitar Canela hoje. A cidade fica à 137 Km de Porto Alegre, podendo-se escolher entre varias rotas, saindo da capital, a que for mais conveniente em termos de distancia, tráfego de veículos e beleza natural que melhor agrada. A rota de minha preferencia foi por São Francisco, que considero mais bonito e o tráfego evidentemente menos intenso. Como não tinha pressa, saí de casa as 8:00h. chegando lá às 10h 20min. .
De Porto Alegre seguindo pela RS- 235 por Nova Petrópolis, são126 km, pela RS-115 via Igrejinha, 137 km ou a RS-020 São Francisco de Paula, 137km.

 

Menos agitada que Gramado e há apenas 8 km, Canela, é uma cidade menor, com menos pessoas circulando a procura de melhores preços nas acomodações, tornando-se menos agitada para quem tem pretensões de descansar ou simplesmente caminhar pelas ruas sem pressa como no meu caso. Apesar disto oferece toda a infra estrutura, beleza e opções turísticas, sem perder pontos para Gramado. Evidentemente Canela possui muito mais para se olhar, porem fiz um resumo dos pontos e locais mais procurados pelos visitantes.


Parque da Ferradura: É o lugar ideal para quem gosta de integração com a natureza, realizando trilhas ou observando-a em um de seus mirantes ou simplesmente usufruir a tranquilidade do lugar, ouvindo a sinfonia dos pássaros. O local ainda conta com área de lazer e lojas para a aquisição de presentes.
Cascata do Caracol: Um dos pontos turísticos e também cartão postal da cidade que mais atrai visitantes. Com 131 metros de queda livre entre pedras basalticas e matas nativas., se chega até a sua base por uma escadaria de 927 degraus. Caso não queira descer todos esses degraus tem a alternativa de chegar por sua base.

Como chegar:Saindo de Canela em direção á Cascata do Caracol, na fábrica de móveis Lapele pegue á esquerda. e siga as placas indicativas "Vale da Lageana".
É aconselhável a contratação um guia local, pois as terras são particulares e não é possível o acesso sem pessoa autorizada.
Teleférico: Outra opção é o passeio de Teleférico, com duração de 20 minutos. Os visitantes desembarcam no Vale da Lageana, próximo a um mirante, com vista para o Cânion da cascata, alem de contemplar parte da serra Geral.

Castelinho: Na mesma estrada que vai à Cascata do Caracol, encontra-se uma das primeiras residências da cidade, conhecida também como Castelinho. Foi construída entre 1913 e 1915 pela família Franzen, em madeira de pinheiro e tem como peculiaridade a não utilização de pregos na montagem das paredes, mas apenas encaixes e longos parafusos. Os cômodos da residência levam a uma verdadeira volta ao passado, formando um museu que abriga os móveis e utensílios (louças, talheres, objetos) e ferramentas usadas pelos imigrantes, na colonização da região.


A Casa de Pedra, situada na também na Estrada do Caracol, esta casa foi construída no ano de 1953 e no começo foi utilizada como Associação Rural de Canela. Em1990 se converteu na sede da Prefeitura Municipal e desde 1992 é a sede da Câmara de Vereadores. Atualmente abriga um cine teatro, conhecido como Teatro Casa de Pedra, e salas de exposições.


Catedral de Pedra: Com o nome de Catedral de Nossa Senhora de Lourdes, é o principal templo do município e um dos seus símbolos arquitetônicos mais importantes. Construída em meados do século XX e localizada na Praça da Matriz, tem a arquitetura em estilo gótico inglês que destaca por sua torre campanário de 65 metros de altura, situada no centro de sua fachada principal. No seu interior guarda importantes telas pintadas pelo artista gaúcho MarcianoSchmitz.

  

Mundo à vapor: O Mundo a Vapor é um lugar que encanta a adultos e principalmente crianças. Trata-se de um espaço onde estão expostas miniaturas de peças e objetos que revolucionaram o mundo da industrialização, como um trator à vapor, telhas e tijolos que cabem na ponta do dedo e seu processos de fabricação. No seu interior existe uma loja onde se compra souveniers para levar de lembrança. A Fabrica fica na RS 235 entre Canela e Gramado e antes de você chegar encontrará no caminho uma placa orientando os motorista a terem cuidado, pois ocorreu um grande acidente ferroviário à frente.
A cidade ainda oferece uma variedade de lojas de artesanatos locais, produtos têxtil e coloniais e restaurantes e bares onde os pratos principais mais procurados são os founde, o café colonial e as mesas de queijos e vinhos.

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...