O beijo na calçada

Durante os minutos em que o semáforo estava vermelho percebi que a atenção dos motoristas estava voltada para a calçada. Todas as cabeças viradas num único sentido, alguns com expressão de surpresa, de timidez e até de indignação, como se estivessem sendo obrigados a assistir aquela cena de exposição calorosamente intima e obscena. Tratava-se de um jovem casal aos beijos na calçada, sem se importarem com oque acontecia a sua volta. Um prolongado beijo diante de um tráfego apressado e barulhento. Uma cena atípica sob a claridade do dia e a sombra de olhares preconceituosos, sob os olhos de quem tem presa e desaprova tamanha demostração de afeto e amor.

A DOUTRINA SECRETA


Estou de posse do Livro "A doutrina Secreta" de Madame Blawastki, que em outra ocasião já esteve em minhas mãos e não li. Fico dividido entre a curiosidade de seu conteúdo e a falta de paciência de ler um assunto tão complexo quanto ciência, misticismo e religião. A obra original foi publicada em 1888. Segundo Blavatsky, a origem e evolução do homem é descrita em pergaminhos muito antigos, chamados de Estâncias de Dzyan, os quais ela teria tido acesso e teria estudado. Segundo esta teoria, o Homem físico surgiu há 18 milhões de anos a partir de seu molde astral, formando-se então a Raça que ela chama de Atlante. Para Blavatsky os primatas superiores são antigas raças humanas que se degeneraram, e daí se explica as semelhanças fisiológicas entre ambos. Blavatsky não nega a teoria da evolução, porém não acredita que uma força "cega e sem objetivo" possa ter criado o homem. Para ela, a criação do homem foi guiada pelas hierarquias divinas a partir de um plano..

Blavatsky afirmava ter tido experiências místicas desde a infância e passou a viajar pelo mundo em busca de conhecimento espiritual e esotérico. Durante suas viagens, ela afirmou ter passado algum tempo no Tibete, onde teria tido contato com mestres espirituais e aprendido ensinamentos secretos.
Helena era uma talentosa pianista e, segundo várias testemunhas, era dotada de poderes psíquicos ou sobrenaturais.
A vida de Blavatsky foi muito polêmica, entre brigas com amigos teósofos como Olcott, além de várias acusações de charlatanismo, pois adorava se exibir como dotada de poderes psíquicos, algumas vezes usando de fraude, como algumas pessoas comprovaram, o que não é, necessariamente, uma negação das faculdades espirituais

Cântico Negro

É muito bom falar de poesia, ler poesia e recitar as que lembramos ou que nos marcaram de alguma forma no decorrer da vida. Se emocionar e quase chorar nesta cerimonia magica junto com amigos. Fazia tempo que não me jogava neste prazer, envolvido nas palavras de Fernando Pessoa, Vinicius de Moraes e José Régio. 
Fiquei fazendo isto ontem à noite ao lado de duas amigas preciosas, enquanto tomávamos café. Escolhi recitar o poema Cântico Negro do poeta e escritor português José Régio.

Cântico Negro:

Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces

Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se às coisas que pergunto em vão ninguém responde
Porque me me dizeis vós: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,

Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós

Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,

Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é quem me guia, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,

Não me peçam definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

*José Régio- Poemas de Deus e do Diabo-1925


Sônia me disse que ela e Luiz, encontraram meu sósia quando foram à Natal. Fiquei curioso para conhecer uma pessoa que se parece tanto comigo, em traços, gestos e expressão ao falar. Prometeu mandar-me seu Orkut, Msn, ou endereço de e'mail para eu me surpreender tanto quanto eles. Lembrei-me que muitos anos atrás eu tinha certo receio de cruzar por algum lugar e encontrar alguém que fosse muito parecido comigo, como um irmão gêmeo, uma espécie de clone.
Quando passo na avenida Ipê, no bairro Chácara das Pedras, perto do Shopping Iguatemi aqui em Porto Alegre e me deparo com aquele prédio, sobre um terreno alto, e que me parece ser um motel, fico admirado com seus traços arquitetônicos grego ou romano, não sei bem! A visão deste prédio me reporta para um tempo que nunca vivi mas que também me encanta, causa-me a curiosidade de conhece-lo por dentro, tocar em suas colunas gigantes, conhecer seu dono, saber qual arquiteto concebeu o projeto. Penso em fotografa-lo numa hora dessas!
Sempre que é possível, tenho entrado no blog "Obra em Progresso"de Caetano Veloso para me inteirar no processo de construção de seus shows e musicas, ler suas divagações, sua opinião e seu olhar para o que rola no mundo. Caetano me parece uma aranha, as coisas com muitos olhos, é atraentemente simples e complexo ao mesmo tempo, como somente ele pode ser.

Felicidade, sonhos e oportunidades

Durante todo o ano fui sendo alertado de que eu pudesse estar colocando minha felicidade fora, pôr que depois de certo tempo, (avançado da idade) as oportunidades começam a diminuírem e pôr fim desaparecem até surgir a morte. Mas antes da morte surgem as impossibilidades, as dificuldades, a falta de sexo, as doenças que degeneram o corpo e destroem a alma. Que as pessoas necessitam de sonhos para manterem-se vivas. e esses sonhos devem ser o seu ideal. Então fiquei pensando sobre a felicidade, as oportunidades, a falta de uma vida sexual, as doenças, a morte, os sonhos e que cada pessoa tem seu conceito próprio do que tudo isto significa para sua vida e também de que forma pode conviver e administrar ou não tudo isto.
Estou atualmente criando laço firme com um namoro de muitos anos, que é viajar, conhecer lugares, pessoas, hábitos, crenças, diferenças que tantas vezes me propunha a fazer, mas que não fazia em razão das bobagens que chamamos de responsabilidades maiores. Hoje sei que não pode existir responsabilidade maior do que a nossa própria vida e seus anseios, que as expectativas que se criam devem ser respondidas em tom maior que a do meio externo. Pôr longo tempo fiquei de ouvidos tampados e preso a esta lacuna criteriosa, me responsabilizando solitariamente pôr erros que não eram só meus, mascando dúvidas, remoendo culpa. Vejo-me agora possibilitado, abrindo portas para ir em busca da oportunidade escolhida pôr mim e não a implementada e dita pela sociedade ditadora de regras hipócritas. Não é mais possível acreditar no que faliu...Pensei ainda que quanto a doença, a velhice e a morte, estas não tem jeito, nos pegará de surpresa sem hora marcada!..

Estive pensando que falta 14 dias para eu completar 51 anos. Me lembro que mais jovem eu tinha pressa de morrer, hoje com meio século acho que vivemos muito pouco e que nossa expectativa de vida deveria subir aí pelo 150 anos de idade. Minha vontade de morrer cedo talves estivesse atrelada á certeza de que nada de fatal me aconteceria enquanto jovem. E isto que estou dizendo deve ser alguma alusão a o desejo inconsciente que temos de querermos ser imortais.
Ano passado, alterando as regras do que sempre foi convencional em meus aniversários, passar com a família, escolhi viajar até a Ilha do Mel com um pequeno grupo de amigos e tornou-se o melhor presente que já me dei de aniversário.
Este ano, tenho planos de receber meus amigos num lugar sossegado e informal, para conversar-mos, ouvir-mos boa musica, acompanhado de uma taça de vinho ou champanhe para brindar-mos mais um ano de agradável convivência.
Trocar alguns plantões com meu colega de serviço esta semana, me proporcionou alguns dias de folga que serviram para eu descansar, me divertir, resolver algumas pendências e encontrar mais tempo para eu postar algumas bobagens aqui no blog.
Postei mais textos esta semana do que normalmente posto nas semanas em que estou trabalhando e isto para mim é uma espécie de diversão, uma tarefa prazerosa. Percebo também que com o passar do tempo ele foi ficando mais descontraído, menos pesado que no inicio quando comecei a escrever, preocupado em ser perfeito. Não tenho a intenção de escrever coisas de cunho sério e direcionados a algum assunto especifico como vejo em alguns blogs que leio. Na verdade acho que muitas vezes nem sou especifico. Meus textos tem erros gramaticais e de ortografia e inúmeras vezes saio do foco tornando-me pouco claro para quem se aventura a ler o que escrevo. Acredito também não que tenho muitos leitores e mesmo que tivesse não me importaria com isto, pois minha vaidade são pôr outras coisas. Certa vez, coloquei um contador de visitantes que terminei retirando pois só ocupava espaço, tornando meu blog mais lento para acessá-lo. Gosto de escrever pôr que acho divertido e terapêutico e que se não existisse esta ferramenta eu provavelmente estaria fazendo o mesmo em pedaços de papel como fiz quase toda que minha vida somente pelo prazer de jogar pra fora oque me vem na telha.

Falha dos sentidos

Depois de alguns anos de vida, cujo tempo corre feito trem bala diante dos nossos olhos, alguns sentidos começam a diminuir. Sou surpreendido com isto, toda a vez que necessito ler alguma coisa ou lembrar de algum nome e bate aquele angustia de ter que correr atrás de óculos ou tentar desesperadamente lembrar da palavra que está na ponta da língua e não consegue sair. disfarço um pouco para conseguir tempo e depois fico criando referencias em cima de referencia absurdas para ver se chego na palavra ou no nome esquecido. Algumas vezes dá certo, noutras sou vencido pelo cansaço e desisto. E óculos então; depois que se usa o primeiro, todos os outros vão perdendo a validade sem que nos demos pôr conta que já esta na hora de trocá-lo por um novo. Não consigo aceitar com facilidade esta deficiência e dependência que parecem irmãs gêmeas inseparáveis. Hoje a tarde senti um cheirinho de bolo recém saído do forno e que lembrava saudosamente os que minha avó fazia no fogão à lenha de casa. Fiquei pôr um momento em duvida se o cheiro era de bolo de milho e em seguida tentei forçar um pouco mais meu sentido olfativo, na desconfiança de nem ser bolo e de estar enganado. Será que este sentido também esta começando a falhar?

Aniversario da ASHPS

Sábado ao meio dia, participei da festa de 23 anos de aniversario da Associação dos funcionários do HPS- ASHPS, com inauguração do campo de futebol, almoço com saladas, bebidas geladas, bolo para cantar o "parabéns à você" e muita musica. A sede foi construída na zona sul da cidade, num espaço agradável, e tranqüilo mas ainda precisa de mais infra-estrutura para acomodar seus associados e convidados. No momento com banheiros e a pista de futebol, o próximo passo, segundo alguns diretores é a construção do salão de festas e a piscina para implementar o lazer. O dia estava ensolarado favorecendo a ida de um numero grande associados que tiveram a oportunidade de rever colegas, e divertirem-se

Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...