Marataises

Conheci Marataízes em fevereiro de 2005, quando estive no Rio de férias eu e Alba e a convite de um casal de amigos dela, com casa no balneário Praia do Centro.  Saímos pela manhã bem cedo num Fiat Uno -1000 e ainda movido à gaz, (pode?) e cruzamos a ponte Rio-Niterói, São Gonçalo, Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Macaé, Campos do Goytacazes, Marataízes. A praia não é das mais bonitas se comparada com outras em que passamos antes e depois dela; é de águas calmas e areia fofa, localizada exatamente no Centro de Marataízes, com um calçadão meio destruído pela invasão do mar e muita circulação de pessoas e carros, principalmente à noite.



Como nosso interesse era por lugares menos agitados nos deslocávamos até a Lagoa do Siri, à 5km do centro de Marataízes, onde o acesso era feito de carro, por uma estrada de terra que margeia o litoral. Neste local o mar era de ondas fracas e com uma lagoa, separada do mar por uma estreita faixa de areia. A lagoa dispõe de quiosques que vendem comidas e bebidas diversas, cercada por coqueiros e arvores frondosas lembrando aqueles  oásis nordestinos.


Na beira da praia desfilam também vendedores ambulantes, oferecendo de tudo e numa dessas aprendi a comer uma fruta, que fiquei viciado e com certeza não deve ter aqui pelo sul. Chama-se seriguela (fruta pequena e de formato oval que lembra o sabor do cajá, possui gosto bastante adocicado e ao amadurecer assume uma cor laranja-avermelhado ou somente amarelo). Outra delícia são os bolinhos de batata ou mandioca recheados com carne seca ou camarão, vendidos nos quiosques acompanhados da "marvada" cerveja gelada.



O bom daquele recanto, mais isolado do centro da cidade, fica por conta da opção de mar e da lagoa disponibilizando também de  caminhadas, onde se descobre belezas naturais como as falésias tipicas da geografia local. 



Pela manhã é também possível observar-se os pescadores retirando a rede do mar, transformando todo aquele trabalho artesanal e braçal, num acontecimento diferente do que se está acostumado a ver nas  grandes cidades movimentadas. E eles devem pensar: (Que idiotas, esses turistas!...)




Claro, que em apenas tres dias é difícil testemunhar tudo naquela região, rica em praias  e belezas naturais e no segundo dia, fomos conhecer Piúma, outro município, em direção nordeste, no caminho para a capital Vitória, pela rodovia do Sol. Na estrada encontramos esta igreja, que eu me perguntei dentro do carro, sem fazer alardes, o por quê de um grande numero de igrejas do interior serem pintadas de azul, alguém saberia me responder?.. 



São mais ou menos 34 minutos de Marataízes até lá e percebi que quanto mais nos distanciávamos para aquela direção, o sotaque ia se modificando, tornando-se mais cantado do que os cariocas, assim como os traços físicos, cuja a pele amorenada lembravam o índio.



Bem, Piúma é uma cidade privilegiada de beleza, e a cidade é conhecida como a "Cidade das Conchas" pela abundância de conchas e búzios que encontramos em todo seu litoral, e que dão origem a lindas peças de artesanato, produzidos por artesãos locais, encontradas em lojinhas da cidade e na Feira do Artesanato aos finais de semana. A praia é cercada de mata nativa e possibilita a visualização de morros e ilhas a o redor. 

Uma dica que descobri depois, é visitar, na Praia da Barra, em conceição da barra,  onde fica a foz do rio Itapemirim, o encontro das águas doce e salgada. Outra opção de passeio é conhecer o manguezal de barco e ir até a Ilha dos Ovos. Entre as praias, vale visitar, além da Praia da Barra, a das Arraias, da Cruz, da Colônia e da Areia Preta, que ficou famosa por suas areias monazíticas com propriedades terapêuticas.
De volta à Marataízes no final da tarde, depois de um banho na lagoa do Siri, nos preparamos para o carnaval de rua à noite, que diga-se de passagem, superou nossas expectativas, com a apresentação de trios elétricos, bandinhas e pequenos grupos musicais tocando forró, próximos da praça principal. O local cercado de foliões, alguns fantasiados, balões coloridos, banquinhas de lanches rápidos, comidas e bebidas, não tinha do que se reclamar. Comi um Yakissoba numa dessas bancas de (lamber os beiços e querer mais) e acreditem, por apenas R$ 3,00. Bebemos muita cerveja e no final da festa, nos preparamos para retornar ao Rio.

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