BIPOLARIDADES DA VIDA.

Num dia tá tudo bom, verde, no outro tá tudo ruim, cinza. Às vezes, tá muito quente e num outro momento muito frio. Tardes se fazem muito secas ou úmidas demais, nos deixando pesados, desanimados e no final de cada queixa, que nos enruga a testa, uma pergunta fica presa no peito, como um pigarro de fumante que não quer ser expelido, somente sufocar:
O que faço, o que eu quero? Como arrumar este ensopado de forma a ficar aceitavelmente digerível, se a chuva que lava a alma, noutros momentos nos parece tão incomoda?.. Somos bipolares,  ou é a vida que nos rodeia assim tão cheia de instabilidades?..

O QUE PRESTA NESTE BLOG


Sabe qual é a melhor parte deste blogue a ser acessada? É a que dá dicas de viagens, que fala sobre algumas experiencias que tive por este mundo de Deus e que enchem os olhos dos navegadores curiosos e cheios de sonhos.
As outras viagens, aquelas que são mentais, emocionais, temperamentais, sociais, sexuais e loucas, não causam curiosidade, nem tão pouco chamam a  atenção de leitores. Sem querer ser um influenciador do que deve ser lido por aqui, mas já sendo, elas são chatas!..


NÃO LIGA, EU DESLIGO

Nem ligas, quando te ligo e me falas que vai ligar em seguida e não liga. Eu acabo me desligando e também não ligo, sentindo um gosto de desinteresse e aquela sensação de que não tínhamos nada a dizer um para o outro mesmo.
Então que se faça esse silencio, entre nós por semanas, meses, ate me ligares da cama, reclamando que eu não te ligo.

EU SEMPRE ACREDITEI NISTO


O RUIDO DA MORTE DOS SAPOS

Os sapos coaxavam em todos os meses de Julho, na vala sobre a calçada, da casa de seu Julio, quando a rua ainda era de chão batido e até hoje em meus ouvidos!.. 
Entrincheiravam-se nas raízes dos capins e seu Julio caçava-os para assassina-los cruelmente com seus pés brancos e inchados da hipertensão.
Dizia que se não o fizesse, invadiriam sua casa e até a dos vizinhos. Pegava os sapos mais gordos, sem piedade e esmagava-os com uma unica pisada de tamanco, provocando um estranho ruido de morte e de satisfação no seu olhar de vingador 
Eu tinha seu Julio como um homem de índole duvidosa. Muito gordo, como os sapos que matava, descendia de alemães e fazia rinha entre os garotos da vizinhança, que se acumulavam no final da tarde em sua calçada, para ouvirem as histórias violentas que contava.
Um dia eu soube da sua morte e passei a acreditar que teve um mal súbito e caiu na vala lamacenta onde caçava e matava as suas vítimas.

OUVINDO VOZES.

Por acaso tu já ouviu vozes no pé do teu ouvido, quando estavas em casa entretido, fazendo alguma coisa, ou mesmo na rua, atarefado, te causando um pequeno susto e fazendo tu olhares pro lado sem encontrar ninguém e depois achares que esta voz veio de ti mesmo, criada de tua cabeça, dos teus próprios pensamentos estressados?
As vezes nem dá para entender o que estão dizendo, pois são frases curtas, ou apenas dizem o meu nome, como se quisessem me chamar a atenção, ou alertar sobre alguma coisa importante.
Se isto não acontece contigo, nem nunca aconteceu,  tu deve estar com algum problema muito sério!

O GAÚCHO E O TELEFONE MÓVEL

Num dia frio de inverno, estávamos retornando de São José dos Ausentes para Porto Alegre, num micro-ônibus cheio de mulheres, quando localizamos um gaúcho montado em seu pingo, numa coxilha a nossa direita da estrada. A mulherada se alvoroçou tanto quando o viram, que até alguns sonhos de fórum intimo, com gaúcho desconhecido, foi colocado em publico causando grandes gargalhadas. 
A beleza daquela imagem, não a do homem em si, um gaúcho de chapéu, capa e cavalo pretos, emoldurados pela neblina densa que caia, era mesmo de tirar o folego e se parecia com uma foto retirada de algum livro de historias folclóricas. 
A medida que nosso veiculo se deslocava e contornava a coxilha, sua imagem foi ficando mais visível e notamos que ele tinha numa das mãos um telefone celular e que possivelmente tentava capturar algum sinal.
Ao perceberem isto, a gargalhada foi ainda maior, pois os sonhos e fantasias de qualquer natureza, desabaram na  mesma hora. 

MAS O MUNDO É ASSIM MESMO VIU?

Certamente faz parte do nosso dia à dia, alguns "amigos" te empurrarem contra cercas de arames farpados, para ver como tu reages. Isto deve ser um tipo de teste, para conferirem se as feridas provocadas são profundas e qual a intensidade do sangramento.
Se tu gritas, chora de dor e sangra, eles te olham com ar de solidariedade e de proteção e oferecem o ombro amigo,  te convidando a deitar a cabeça, conferindo-lhes uma certa autossatisfação e superioridade, disfarçada de bondade. Se nada acontece e saímos ilesos, se frustam e somos classificados como sequelados de alguma doença psico social ainda a ser descoberta.
Mas o mundo é assim mesmo viu? Os homens dão empurrões nos outros e ficam testando suas próprias vulnerabilidades em vidas alheias, porque precisam disto para se enxergarem.

NÃO QUERO DESVENDAR CERTOS MISTÉRIOS DA VIDA.


Eu tenho saudades de muitas coisas que vivi e de outras que não vivi, por que certamente, nem estava presente, quando aconteceram. Talvez alguns fatos, eu tenha ouvido falar ou lido em algum jornal, não sei ao certo.., porque me perco na grandeza do tempo e do espaço que medra.
Lembro de ruas, bares, lugares, cidades que nunca estive, de olhares, abraços de pessoas que não tenho certeza se recebi, porque as imagens são meio vagas no tempo presente e tudo parece um mistério que às vezes nem quero desvendar, apenas relembrar com pitadas de saudades. 

ARRISCANDO O PESCOÇO

Às vezes saia a caminhar nas margens daquele rio, em pleno outono. Ia sozinha para ouvir a água se arrastar por entre os cascalhos pontiagudos e algum lixo que encalhava nas margens e no pilar da ponte que cruzava a cidade. 
Não percebia as horas passarem. Depois, sentava, onde possivelmente outras pessoas, em algum momento, deviam ter sentado, um banco solitário, abaixo do trafego pesado de veículos, para ver a água do rio se encostar  na linha do horizonte que mudava de um alaranjado, para o breu.

Aquele devia ser obviamente, um local perigoso de encontros? A água, a ponte, o banco, o horizonte e ela, que por não ter mais nada o que fazer, arriscava-se, diante de tamanha beleza inexplicável. 
*sob a ponte do rio Hudson- NY 

RABADA COM MANDIOCA


Na quinta-feira, fui a o Mercado Publico, a procura de um rabo de boi. Fui convidado a participar de uma rabada na sexta à noite e o ingresso era que cada participante, levasse um rabo de boi, que seria cozido com mandioca no fogão a lenha. 
Aproveitei para comprar também língua de boi, fígado de galinha, ossinhos de porco salgado e banha, para dar mais gosto a o feijão preto, que cozinharei durante a semana.
Na sexta-feira de tarde, dia da rabada, eu e minha prima estávamos sentados na praça, quando ouvimos o rufar de um tambor distante, que nos chamou a atenção e em seguida se silenciou, sem que conseguíssemos localizar de onde partia o som. Ficamos em silencio e pensei aqui com meus botões "Isto é coisa da nossa ancestralidade". Coisa que não se explica!

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