PÉROLAS E MERDA.

Este post surgiu, da minha irritação ao ler algumas asneiras colocadas no Facebook esta semana, por pessoas que se posicionaram contra aos que alteraram a cor de suas fotos de perfil na rede social, em comemoração a decisão da suprema corte americana, em legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em todo o país.
A liberdade de opinar sobre qualquer assunto, é um direito concedido pelo estado, a cada cidadão por legitimidade, mas quando a gente se depara com ideias feito esta, com a imagem de Clodovil, ha que se pensar, no quanto as pessoas ainda estão presas em conceitos ultrapassados e cobertas de preconceitos.


Quem acredita nesta ideia absurda, de que a homossexualidade é igual a roupa intima e por isto deve ser mantida escondida dos olhos alheios, nunca viu ou ouviram falar nos modelitos da Victoria Secrets e deve urgentemente rever seus conceitos e abastecer-se de mais informações, sob o risco de se parecer retrogrado, ignorante e preconceituoso, numa sociedade que está revendo seus valores hipócritas a cada dia que o sol nasce sobre nossas cabeças. 
Homossexualidade também está longe de ser uma simples opção, que pode ser trocada, como se troca roupas ou acessórios, de acordo com o estado de espirito, além do que, se fosse, não seria igual a roupa intima que são guardadas dentro de "armários", cujos os defensores da causa gay, querem manter distancia máxima. 
Outra coisa, assumir para as pessoas a sua condição homossexual na sociedade, está muito mais para uma atitude de cidadania, do que qualquer outra atitude supostamente desrespeitosa como o de esfregar na cara delas ou força-las a ser o que você é. 
O que é nojento nisto tudo, é algumas pessoas abrirem a boca acreditando estarem dizendo pérolas e sair merda de dentro dela. Aliás, isto está cada vez mais comum nas redes sociais.

PARA QUEM DEFENDE ESTA CAUSA JUSTA.


 O Facebook liberou uma ferramenta que permite ao usuário colocar um filtro arco-íris em sua foto de perfil na rede social. A novidade comemora a decisão da Suprema Corte americana, que legalizou nesta sexta-feira, 26/06, o casamento gay em todos os 50 Estados. Eu evidentemente que apoio esta causa justa, providenciei a minha.
O Google também colocou uma homenagem no site de buscas. Quem procurar pelo termo “Gay Marriage” (Casamento Gay, em português) vai encontrar uma página especialmente decorada com as cores da causa. No canto esquerdo, um coração com as mesmas seis tonalidades de vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e roxo. A hashtag #LoveWins também ficou muito popular em toda Internet.
O próprio Presidente americano Barack Obama, comemorou a resolução em seu perfil no Twitter, afirmando que este foi um "grande passo em nossa marcha pela igualdade".


COLAGEM.

Patrick Bremer


COLAGEM

Somos homens sem lugar
Homens velhos com raça.
À espera de algum descuido
E com cuidado gozamos paz.
Somos homens bons demais
Sufocados pelo mal.
Só queremos acreditar
Que isso tudo
Pode acabar.

Este pedacinho de texto, que escolhi colocar nesta pagina do meu blog, faz parte da musica "Colagem", de Cláudio Lucci, gravada por Elis em 1977 e que eu gosto muito de ouvir. É sem duvidas um texto de grande profundidade e beleza e que nos põe a pensar e divagar sobre nossas vidas, além do cunho politico a que se propõe, quando foi feita. Os instrumentos musicais acompanham Elis, numa marcha lenta, como se fosse uma procissão, um lamento sonoro sofisticado e nevrálgico.

COISAS QUE ME FAZEM PERCEBER QUE ESTOU VELHO.


Sabe quando é que tu sentes que realmente está velho? É quando tu abres uma pagina da Internet e descobre que Mary Tyler Moore, que tu assistiu num seriado de TV entre 1970 até 1977, não é mais a mesma, virou uma caricatura do que foi e que todos aqueles diálogos que ouvia e te pareciam tão interessantes  e moderninhos, não cabem mais naquilo que tu te transformou. 


No seriado, Mary era uma mulher de 30 anos, solteira, que trabalhava como produtora de TV, um sonho de consumo para qualquer mulher americana ou não, que acreditava ser isto a liberdade.
Talvez você também seja uma caricatura, daquilo que foi no passado e só se dê por conta disto, quando abrir um álbum de fotografias e te deparar com uma cara branca(ou não) e um corpo desmilinguido(ou não), que já não te pertence mais. De qualquer maneira, não tem como fugir da velhice!..

OS GESTOS DIZEM TUDO?

Nem sempre, mas na grande maioria das vezes...
Acontece que eu estou debruçado na janela do meu quarto, no terceiro andar, observando os moradores de um hostel, abaixo e do lado do meu apartamento. Daqui de cima tenho uma visão privilegiada de tudo e só me falta uma taça de vinho para completar o espetáculo. 
Falam alto e dão muitas gargalhadas, como todos os jovens. Um deles em particular, o que está no meu campo de visão e tem os braços fortes e tatuados, fala e gesticula como se quisesse ter o domínio da conversa e parece conseguir. Por alguns instantes, empolgado, se levanta e gesticula mais. Começa a se movimentar como se estivesse  numa academia, fazendo exercícios físicos. Estica e encolhe os braços, num movimento sincronizado que me parece  também uma técnica para chamar a atenção sobre seu corpo sarado. Mais do que mostra-se aos que estão a sua volta, ele parece se auto seduzir com a imagem que tem se si mesmo.
Isto é verdade ou é apenas preconceito meu?...


Há cerca de um mês fui apresentado para um fisiculturista que ao apertar minha mão, num cumprimento (de macho), me disse:
_Pode se aproximar, não tenha medo! _enquanto me puxava com força na sua direção.
_Mas eu não estou com medo! _respondi  percebendo a sua intenção de se mostrar superior em função de seu porte atlético. _Se precisar de mim para qualquer coisa, é só me chamar, que estamos ai!.. _continuou ele fazendo pose e com ares de Vin Diesel.
Por que iria chama-lo, pensei com meus botões. Estou longe de ser uma pessoa que se mete em encrencas ou que cria desafetos! A atitude do cara foi bem clara pra mim, estava me oferecendo a sua força bruta, se eu necessitasse.
Não, não vou aqui generalizar, mas fico impressionado o quanto algumas pessoas envaidecem o seu ego, por causa de alguns músculos trabalhados, acreditando que tudo pode ser resolvido na força bruta ou na primeira impressão. Chegam a tentar nos passar a ideia de que são sobre-humanos ou super heróis. Raros são os que passam a sensação de que tudo isto não é somente por pura vaidade.


UM LUGAR PARA SER LEMBRADO POR TODA A HUMANIDADE.


Um amigo retornou de Berlim a cerca de 15 dias e com ele, trouxe algumas fotos da cidade e de Sachsenhausen, um dos três maiores campos de concentração do regime nazista na Alemanha.
Para muitas pessoas deve parecer estranho ir para a Europa e conhecer um campo de concentração nazista, onde tantas pessoas inocentes, foram desumanamente exterminadas por uma politica baseada no racismo e no ódio. Mas isto foi um fato verídico que deve ser vivenciado (olhado de perto), para que se elimine qualquer ideia de ficção à respeito do acontecido e se crie uma experiencia real; Tipo: Aquilo que experimentamos através dos nossos olhos, se aprofunda na alma, uma vez que se aprende muito mais visitando o lugar do que lendo em livros ou assistindo em filmes de TV.


Desde de 2009, o governo alemão vem investindo milhões de euros, em seus memoriais históricos, o que pra mim parece uma responsabilidade social do estado.
Quando retornei de Nova Iorque em Janeiro de 2013, lamentei ter passado do lado do memorial 11 de Setembro e seu museu e não ter entrado. Era um dia muito frio, com uma fila interminável e alem de tudo, aquele espaço aberto, onde antes ficavam as duas torres, me causou na época, um desconforto indescritível. Quando cheguei ao Brasil me arrependi de não ter feito a visita.


O Campo de Concentração Sachsenhausen, foi o primeiro campo nazista entre os anos em que os alemães estiveram no seu comando.
Entre 1936 e 1945, foram mortas 200.000 mil pessoas, a sua maioria, judeus, ciganos, homossexuais, pobres e deficientes físicos. Fica a 35 km ao norte de Berlim, na cidade de Oranienburg com visitação gratuita.

SONHANDO ACORDADO.


Haviam muitas folhas de plátanos espalhadas pelo chão e sobre os bancos de madeira, quando cruzei a praça, num dia cinza, desta semana, no centro da cidade.
Por alguns instantes me senti acolhido, mas também tive a sensação de estar em outro lugar e tempo, já conhecido, mas que não era no presente, onde eu realmente me encontrava.
Era outro tempo, outra cidade, outro bairro que eu havia visitado, onde as pessoas também andavam apressadas, cada uma seguindo o seu destino, desconhecido. 
Um homem passou por mim, falando e gesticulando ao telefone e ao perceber que eu o observava curioso, cumprimentou-me como se me conhecesse de algum lugar, desaparecendo na esquina do viaduto. Tudo era tão especialmente conhecido, o homem e seu olhar, a praça, o frio, os plátanos enfeitando o chão. Tudo era tão familiarmente parecido a se repetir e ultrapassar os limites do tempo e da distancia, que eu parecia estar sonhando acordado.


Você que anda pela cidade e que não fica de olho sempre grudado no telefone celular, já percebeu quanta vida existe olhando pra cima, pra baixo, pros lados? E o quanto certos lugares relembram outros que esquecemos o nome, mas que estão guardados em alguma gaveta da memória e que de repente se reacende em flashes?

ABRA OS SEUS CAMPOS DE VISÃO.


Abrir uma janela imaginaria no tempo, é debruçar-se sobre ela, olhar para todos os lados que ela nos permite, com os olhos da lembrança e perceber quantas coisas mudaram a nossa volta e na nossa vida, no decorrer deste tempo. Outras, nem tanto, ficaram iguais, não evoluíram ao curso das novas verdades que vão surgindo, dando a sensação de que serviram apenas de preenchimento para alguns espaços que já não cabíamos mais, por termos nos tornado maiores. 
Rugas, cabelos brancos, alguns esquecimentos, diminuição da resistência e de atividades que antes pareciam que jamais surgiriam,  batem de repente como uma visita inesperada a nossa porta, sem pré anuncio de sua chegada, nos causando susto.
O tempo correu, na velocidade da luz, sem que tirássemos algumas duvidas ou obtivéssemos respostas para que finalidade viemos a este planeta.
E enquanto nos preocupamos com estas alterações físicas e mentais, que nos parecem ser o fim de nosso tempo, deixamos de olhar para dentro de nós e numa breve analise, constatarmos o que aprendemos e evoluímos de fato, com nossos erros e acertos, com aqueles equívocos que persistimos em arrastar pelo resto de tempo que ainda nos resta.
A vida nos põe a todas as provas de resistência, quer na amplitude física, quanto na emocional. Nos dá uma, duas, centenas chances, às vezes nenhuma de nos revisarmos como indivíduos, através de um segundo olhar, sobre o que nos parece imutável em nossos valores morais. Permitir-se mudar de ideia, é olhar a vida por todos os ângulos que a janela nos permite, é deixar de nos sentenciarmos as mesmices, abrindo-nos ao novo, ao que pode nos evoluir como pessoas.
Li neste blog um pequeno texto, que se chama "Janela" e que preenche a minha ideia, sobre isto.

"As janelas exteriores são símbolo da abertura interior. Uma janela é uma sugestão. Em si mesma pode até não significar nada de especial. Especial é o que ela desencadeia, trazendo-nos e levando-nos para lá dos nossos pontos de vista, deslocando os nossos patamares, alargando o nosso campo de visão".

A VERDADE DEVE SER MOSTRADA DOE A QUEM DOER.

Sempre que alguém vem me dizer, com aquela vozinha de condescendência sabia e de salada de chuchu com alface pouco temperada, que aceita a relação entre pessoas do mesmo sexo, mas que isto não deveria ser demonstrado em lugares públicos, eu fico com um pé atrás, pensando que esta pessoa tem coisas pela qual se envergonha e quer esconder. E é verdade, quantos dão pinta de moralistas e entre quatro paredes aprontam coisas que até o diabo se escandaliza?
Este blá blá blá, cheio de desculpas e poréns, é o termômetro que afere um de muitos preconceitos camuflados sob desculpas falsamente civilizadas, de que poderá influenciar na personalidade das crianças, no despreparos dos idosos que arriscam ter um infarto fulminante, ou de que é uma afronta a sociedade que ainda não está preparada. Mas eu pergunto, quando a sociedade estará preparada?
Houve uma época em pessoas mudavam de calçada quando viam casais de raças diferentes de mão dadas ou abraçados. Alguém se lembra disto?
Hoje ninguém mais troca de calçada, embora muitas vezes esteja implícito nos olhares que a motivação daquela união é qualquer coisa que não seja amor.
Outra coisa, nada se tornará comum aos olhos dos outros, enquanto forem testemunhas somente os implicados. O amor deve ser visto pelas pessoas como um sentimento verdadeiramente incondicional, que independe de sexo, raça ou tipo físico. Tô cansado de bater na mesma tecla. Se liguem!

DISCRIMINAÇÃO SOB DISFARCE.


Semana passada, jantei com um amigo que visitou algumas vezes Nova Bassano, um município de colonização italiana, aqui no Rio Grande do Sul. Eu pessoalmente não conheço a cidade, mas algumas revelações feita por ele, a cerca de seus moradores, me deixaram intrigado  e sem nenhuma vontade de conhece-la.
Ele contou que alguns moradores, costumam chamar as pessoas que vem de fora visitar a cidade, e alguns poucos que moram por lá, de "brasileiros". O mais engraçado nisto tudo, é que este chamamento nada tem a ver com o fato deles se sentirem mais italianos do que brasileiros, em razão da sua cultura, mas sim uma maneira disfarçada de discriminar a raça de algumas pessoas que possuem a pele mais escura, que a deles. Ou seja, todo aquele que não for visivelmente branquinho, comprovado na cor da pele alguma origem europeia, é chamado por eles de brasileiro.
Brasileiro na concepção deles, são todos os que possuem a pele mais escura e possivelmente são assim classificados, como uma raça diferente, senão inferior como (negros, mulatos, qualquer coisa misturada), que faz do brasileiro ser realmente um brasileiro.
Esta atitude discriminatória, que causa desconforto para as duas partes, nunca foi nenhuma novidade na maioria das cidades que se visita no interior do estado, mas mostra que em pleno seculo XXI, o preconceito ainda reina de forma dissimulada para demonstrar superioridade sobre as diferenças.
Adieu nouvelle bassano!

NO SUBMUNDO DA CASA.

Algo em mim acha muita graça quando dou de olho numa charge dessas, porem outra parte de mim se coloca preocupado, quando percebo que isto é uma realidade e não uma brincadeira. É com tamanha hipocrisia que as pessoas educam seus filhos, acreditando estar dando uma boa educação.
Erram em acreditar que o mundo, deve girar no mesmo sentido que seus mundinhos particulares. Criar filhos de forma preconceituosa, é dar um tiro no próprio pé. E sobre o discurso de defesa da família, pergunto a você: O que é família? Leia e descubra que essa família como conhecemos surgiu no final do século XVIII e está diretamente relacionada a manutenção da propriedade privada.



Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...