Eu me lembro que certa vez numa aula de matemática, eu não conseguia entender a lógica dos números inteiros relativos. Eu não conseguia aceitar meu professor dizer que -1000 era menor que +3, por que eu enxergava apenas a quantidade de algarismos e os valores numéricos diante dos meus olhos, sem dar importância ao sinal positivo ou negativo que vinha na frente e a subjetividade que aquilo representava. O meu preconceito me impedia que eu fizesse uma linha de raciocínio de modo a entender a lógica matemática que aparentemente não tinha lógica.
Eu procurei o professor em varias ocasiões para que ele pudesse me fazer entender o incompreensível e numa dessas muitas tentativas ele já possivelmente de saco cheio da minha dúvida, me disse o seguinte: _Sabe de uma coisa, eu não sei mais como te explicar, se não puderes entender no momento, acredita em mim, uma hora tudo começa a ficar mais claro, por enquanto só acredita em mim!
Eu saí de perto dele indignado e acreditando que nunca mais iria entender de fato aquela parte da matemática, cujo os meus colegas apresentavam habilidade. Os meses foram passando e eu vivia estressado, por que todo o resto daquele bimestre eram conteúdos que usavam números positivos e negativos que eu não conseguia desenvolver. Numa noite eu estava com a cabeça nas nuvens a contar estrelinhas no céu e de repente "BANG", sem mais nem menos, algo na minha cabeça pareceu se abrir e com isto, os números inteiros relativos. Eu mal podia me conter de surpresa e alegria e ao mesmo tempo me questionar como eu pude não ter entendido antes.
Na semana seguinte, após ter passado toda a celeuma pessoal, comecei novamente a me sentir fazendo parte do grupo de colegas. Com isto eu aprendi algumas coisas: Matemática é uma logica subjetiva, mesmo que os entendidos afirmem categoricamente que não, que o professor tinha razão, só o tempo me faria ter mais clareza sobre isto, que o preconceito é uma merda e nos acompanha em todos os âmbitos da vida fazendo-nos enxergar as coisas de um modo imediatista e superficial, (inclusive na matemática), até nos libertarmos dele da forma mais surpreendente ou imbecil posivel.