Puerta de Lã Ciudadela.


Cada vez que eu passava pela Puerta de Lã Ciudadela, antiga porta da época colonial em Montevidéu, me perguntava como ela deveria ser originalmente, antes de ser reconstruída com aqueles tijolos de concreto cinza tão pouco atraentes, mas talvez necessários para fortifica-la e mante-la de pé com o passar do tempo. O baluarte e passagem de entrada para o centro histórico, esse grande portão começou a ser construído em 1742 como fortificação para proteger a então colônia espanhola de ataques que os portugueses pudessem efetuar a partir do Rio da Prata. 


Atualmente o que se pode ver da edificação original, são as pedras da base, das laterais e do centro da porta de quem vem da parte histórica da cidade velha para a nova. Do outro lado, apenas um paredão cinza que sustenta o antigo monumento. 
Andando pelas ruas que circunvizinham o Mercado do Porto, encontrei uma exposição de fotografias muito antigas que me deixou fascinado e ao mesmo tempo matou minha curiosidade de como originalmente era a Puerta deLã Ciudadela.

Na hora de pagar a conta.


Montevidéu continua uma capital cara aos seus visitantes, se compararmos com outras capitais, a exemplo de Buenos Aires, muita mais cheia de atrativos e opções gastronômicas mais diversificadas. Um almoço simples custa em média 200.000 à 300.000 pesos na capital uruguaia, uma cerveja litro 80.000 pesos, uma carteira de cigarros, 75.000 pesos. Se convertermos estes valores para a nossa moeda, cortando os dois primeiros zeros, o valor pago a uma refeição simples e digo simples, por que não vai além de um simples bife de gado ou frango grelhado com arroz branco ou batatas fritas ou purê de batatas é de R$ 20,00 à R$ 30,00. Em contra partida, pagamos por um almoço no nosso pais entre R$ 15,00 à R$ 20,00 acompanhado de arroz, feijão e variadas opções de saladas e outros acompanhamentos. No Uruguay o que acompanha a carne é o arroz branco, ou batatas fritas ou purê de batatas e quando digo "ou" quero dizer: "ou um ou outro". 
O Mercado do Porto, cuja a grande especialidade, são carnes, custa em média $ 450,000 pesos (R$ 45,00) com precário acompanhamento e evidentemente sem bebidas. Churrascarias aqui no Rio Grande do sul costumam cobrar um espeto corrido com bife livre variadíssimo à R$ 30,00. Dá para se perceber a diferença? Apesar da carne uruguaia ser notoriamente mais macia do que a nossa, fica mais duro na hora de pagar a conta.

Na batucada da vida

Dorian Gray existe e fez estragos no fim de semana passada, quando estive em Montevidéu. Suas vitimas foram duas mulheres e só se tornaram potencialmente vitimas, porque não conheciam o romance  de Oscar Wild, (talvez muito antigo para elas), ou suas experiencias de vida eram escassas, desta forma não perceberam que tudo era uma isca, um jogo criado por uma pessoa que tinha conhecimento de sua própria beleza e queria apenas prazer carnal sem se importar com os sentimentos alheios, igualzinho a astucia de Dorian. De cara percebi seus jogos de interesses, seu envaidecimento, sua paixão por si mesmo, sua sedução ainda com técnicas primarias e reticentes sem esconder seu verdadeiro intuito.
Muitas mulheres ainda discursam palavras profundas sobre a importância do conteúdo interior masculino, mas ainda ficam de quatro pela estética, deixando-se arrebatar pelo simples visual de beleza e palavras doces na batucada da vida.


Em Mi Pele.

Mi Niña Lola, Nostalgias, No Habrá Nadie En El Mundo, Jodida Peru Contenta, La  Falsa Moneda, Arboles De Agua, Volver, El Ultimo Trago e Somos, são as faixas do CD de Concha Buika chamado Em Mi Pele, que adquiri em Montevidéu e que selecionei pessoalmente como as melhores. Eu caminhava pelas ruas da Cidadela quando encontrei o CD numa prateleira de uma loja.
Buika é dessas cantoras raras que possui o poder de fundir em sua voz vários estilos musicais como Jazz, rumba, copla Andaluza, flamenco. A musica Por Eu Amor De Amar entrou no filme de Almodovar, A Pele Que habito.

A PIOR COMIDA DE PIRIÁPOLIS


Algum dia você já se sentou num restaurante e se deparou com a pior comida já oferecida diante de si?...Não? Pois saibam, este lugar existe, fica no Uruguay e surpreendeu à todos por simplesmente não apresentar qualquer tipo de tempero que se conhece na face da terra. A impressão que dava é que neste restaurante, eles não conheciam qualquer tipo de tempero ou até mesmo o sal que normalmente as pessoas que habitam este planeta usam para temperar os alimentos. Comer um file de peixe ou um frango grelhado na chapa, era como se estivéssemos comendo um pedaço de isopor, acompanhado de um arroz hiper cozido e também sem nenhum sabor. 
Pois bem, em primeiro lugar o paladar é algo muito particular e cada pessoa forma uma opinião diferente da pessoa que está sentada do lado apreciando do mesmo cardápio. Uns podem achar o tempero mais ou menos salgado, talvez picante ou adocicado, etc. e dai pode surgir varias opiniões diferentes à respeito, baseado na preferencia pessoal de cada um. Mas quando a opinião é unânime, absolutamente reprovável por todos num grupo de pessoas, há de se pensar que algo está errado. Estávamos entre quatro pessoas e mais um que optou pelo bufê, aparentemente diferente e sortido e ainda assim não muito diferente da nossa infeliz escolha.
Eu tomei a iniciativa de chamar a garçonete, que nos atendia e era brasileira de Salvador, e perguntar-lhe a razão para a comida estar absolutamente sem tempero, inclusive sem sal e ela meio sem graça respondeu-me que era um habito local, uma questão cultural, o que não nos convenceu. Nos trouxe de agrado um molho de cebola, alho, pimentão cru e Chumichurri, que pouco adiantou. Eu fiquei tão chocado com a total ausência de bom gosto do cozinheiro, que também fiquei tentado a levantar-me da mesa e ir até a cozinha para conhece-lo pessoalmente e dizer-lhe que fosse cozinhar daquele jeito, no raio que o parta. O Restaurante chama-se Parmenia e fica localizado na Rambla De Los Argentinos, de frente pro mar de Piriapolis. Eu não sei como o estabelecimento ainda sobrevive.

Passionalidade.

De tarde, durante o plantão de ontem, fui solicitado para atender uma mulher baleada na frente de uma lavanderia, onde trabalhava, num bairro nobre aqui da capital. Foi alvejada por um ou mais tiros no pescoço que transfixou seu cranio e já se encontrava morta no cruzamento das ruas Marques do Herval com Félix da Cunha, em frente ao Clube Leopoldina Juvenil, quando cheguei. O responsável pelos disparos, segundo os policiais que ali se encontravam isolando o local, tinha sido o seu ex marido, que estava caído, nas dependências da lavanderia. Disparou contra a própria boca depois que percebeu ter matado a ex companheira. Apesar de ainda estar vivo, possuía poucas chances de sobreviver pela  gravidade do ferimento, vindo a falecer no Pronto Socorro poucas horas depois. Fatos como este são chocantes e nos faz refletir sobre a construção das relações e seus descontroles . Infelizmente isto ainda acontece por sentimentos humanos inaceitáveis como posse, magoa, rancor, vingança e tantas outras coisas que são de difícil entendimento e que os especialistas chamam de passionalidade.

Convite público.

Foi a convite do próprio Caio Martinez, na noite do "Baile da Cidade", ocorrido na ultimo Sábado no Parque da Redenção, aqui em Porto Alegre, que resolvi abrir seu site e descobrir ainda mais seu talento. Dono de uma voz equilibrada, suave o cantor gaúcho chamou a atenção dos espectadores presentes, com musicas conhecidas e de autores feras como os imortais Lupicínio Rodrigues,  Adoniram Barbosa, Ary Barroso, entre outros. Gostei muito desse baião chamado "Fio da Meada" que encontrei em seu site, de composição dele e seu parceiro João Vicente Macedo. A musica me fez lembrar as composições de Guinga e ganhou o terceiro lugar no Musicanto em 2011.

Subjetivo e indireto

A gente vive sob pressão de idéias nestas relações diárias de convivências entre família, amigos, vizinhos, colegas de trabalho e até mesmo o vendedor de pipocas da esquina e quando falo de convivências, não me refiro somente as relações pessoaias que se criam por laços diversos entre os indivíduos, mas todas as outras mazelas que acompanham o pacote nestas relações geradas por expectativas do qual achamos sermos merecedores incondicionais, de amor, carinho, atenção e outros prêmios pessoalmente idealizados que nem sempre vem conforme o esperado. Em contra partida e agora me posicionando do outro lado, pensamos às vezes termos tomado a melhor atitude, dado o de melhor que temos e quando menos se espera o que se achou que seria o melhor, acaba se transformando no pior. Sei que estou sendo subjetivo, mas é assim que quero perecer neste momento: Subjetivo e indireto.

240 anos de Porto Alegre.


Ontem à noite fui convidado para o baile da cidade que fechou as atividades de comemorações dos 240 anos de aniversario de Porto Alegre e que eu nunca tinha ido antes. A minha intenção não era participar do baile, mas assistir ao show de músicos locais que se apresentaram fazendo os gaúchos reviverem  emoções passadas através de musicas que contavam a historia da cidade e com certeza a  historia de cada um ali presente.


Participaram do evento o sambista Caio Martinez e o grupo Gafieira Elétrica com clássicos da MPB, depois, a Banda Municipal de Porto Alegre que acompanhou os músicos Nei Lisboa, Gelson de Oliveira, Gisele de Santi, Vitor Hugo, Raul Ellwanger, Cigano, Lourdes Rodrigues, Ângela Jobim, Luciah Helena, Isabella Fogaça e Kleiton e Kledir. 


Os ponto altos do espetáculo foram as musica Berlim-Bom Fim (Nei Liboa), Pealo de Sangue (Raul Ellwanger), Porto Alegre é Demais (Isabella Fogaça) e Deu Pra ti (Kleiton e Kledir), momentos em que a plateia participou, cantando com bastante empolgação. Outra interpretação musical que na minha opinião marcou a noite, foi Alto da Bronze interpretada por Lourdes Rodrigues, que se desculpou por cantar sentada, em função de uma recuperação cirúrgica recente. Lourdes com sua voz potente e afinada, provou mais uma vez que é a nossa grande dama da musica. 


Trensurb


Faz quase trinta anos que inaugurou o Trensurb aqui na cidade e somente agora, que vim conhece-lo como um usuário diário, em função de um curso que estou fazendo em Niterói durante os cinco dias úteis da semana. Ao contrario de alguns metrôs que conheço como o do Rio de Janeiro, Buenos Aires e Santiago, o de Porto Alegre não possui acesso de trens pelo subterrâneo e percorre a menor distancia das três capitais que mencionei. São 34 quilômetros de trilhos, intercalados por 17 estações com distancias de 2 quilômetros uma das outras, ligando a parte sul à parte norte da região metropolitana da cidade numa velocidade média de 46 à 90km/h., desafogando o trafego e reduzindo principalmente o tempo de locomoção de carro ou ônibus pela BR- 116. 


Não sei se foi por sorte minha, mas nunca peguei o trem com superlotação como acontece em outras metrópoles brasileiras, mas também percebi algumas deficiências no serviço, que julgo necessárias e importantes para o bom funcionamento e satisfação de seus usuários e que resolvi observar aqui.
Por exemplo: os condutores inúmeras vezes não informam a próxima estação em que o trem irá fazer sua parada, isto significa que tenho de contar as estações para saber onde descer. São raros os que informam pelo sistema de comunicação e o painel eletrônico fixado na parede do transporte que serve como identificador do itinerário com suas respectivas estações nunca esta ligado dificultando a o usuário a sua localização, com visão por vezes limitada dentro do trem. 
Não são dadas informações uteis e de segurança dentro do transporte e os passageiros terminam se aglomerando e apoiando-se nas portas que deveriam estar livres ao acesso de quem entra ou sai. Duas ou mais vezes retornando da aula, percebi usuários entrando com bicicletas dentro do trem como se fosse uma atitude normal, será que no trem é permitido? por que em outros coletivos é proibido. 
No metrô do Rio de Janeiro, as informações são claras e dadas em português e inglês, aqui mal se entende o que o condutor está falando. Por que aqui não acontece como nas grandes capitais, por acaso não circulam por aqui estrangeiros? Por que as coisas em Porto Alegre tem este ar provinciano, de quem nem está ai para o que acontece no resto do mundo e tudo vai se acomodando num total desinteresse?

Vida de gado.Povo marcado, povo feliz.

Eu preciso aprender a me ouvir mais, é isto; ficar mais atento a pequenas coisas que não me atenho na hora, por acha-las pouco importante, mas que depois caio em arrependimento por não ter me dado a devida atenção e respeitado uma regra que eu já deveria ter assimilado e pelo menos posto em pratica que é: Respeitar-me. 
Eu já tinha percebido que não gosto de pizza, mas mesmo assim insisto em come-la por simples desatenção ou embaraço diante de pessoas que gostam e ficam me olhando como se eu fosse um ser de outro planeta quando digo com cara de enjoo, que não a aprecio. Na verdade para os comedores  compulsivos de pizzas, assim como para os bebedores de cerveja, é inadmissível alguém lhes dizer que não curte cerveja ou pizza e eu como sabedor disto, me ponho sob a  relevância de querer ser normal e insistir ansiosamente até passar mal. Esta cultura de massa que faz a gente ir em busca de atitudes e gostos tão iguais aos dos outros, dentro dos valores da normalidade social, nos transforma  em seres medrosos e incapazes de assumir a nossa própria vontade e limitações, numa especie de vida de gado, povo marcado, povo feliz e estufado de pizza para não ser excluído...

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...