Faz quase trinta anos que inaugurou o Trensurb aqui na cidade e somente agora, que vim conhece-lo como um usuário diário, em função de um curso que estou fazendo em Niterói durante os cinco dias úteis da semana. Ao contrario de alguns metrôs que conheço como o do Rio de Janeiro, Buenos Aires e Santiago, o de Porto Alegre não possui acesso de trens pelo subterrâneo e percorre a menor distancia das três capitais que mencionei. São 34 quilômetros de trilhos, intercalados por 17 estações com distancias de 2 quilômetros uma das outras, ligando a parte sul à parte norte da região metropolitana da cidade numa velocidade média de 46 à 90km/h., desafogando o trafego e reduzindo principalmente o tempo de locomoção de carro ou ônibus pela BR- 116.
Não sei se foi por sorte minha, mas nunca peguei o trem com superlotação como acontece em outras metrópoles brasileiras, mas também percebi algumas deficiências no serviço, que julgo necessárias e importantes para o bom funcionamento e satisfação de seus usuários e que resolvi observar aqui.
Por exemplo: os condutores inúmeras vezes não informam a próxima estação em que o trem irá fazer sua parada, isto significa que tenho de contar as estações para saber onde descer. São raros os que informam pelo sistema de comunicação e o painel eletrônico fixado na parede do transporte que serve como identificador do itinerário com suas respectivas estações nunca esta ligado dificultando a o usuário a sua localização, com visão por vezes limitada dentro do trem.
Não são dadas informações uteis e de segurança dentro do transporte e os passageiros terminam se aglomerando e apoiando-se nas portas que deveriam estar livres ao acesso de quem entra ou sai. Duas ou mais vezes retornando da aula, percebi usuários entrando com bicicletas dentro do trem como se fosse uma atitude normal, será que no trem é permitido? por que em outros coletivos é proibido.
No metrô do Rio de Janeiro, as informações são claras e dadas em português e inglês, aqui mal se entende o que o condutor está falando. Por que aqui não acontece como nas grandes capitais, por acaso não circulam por aqui estrangeiros? Por que as coisas em Porto Alegre tem este ar provinciano, de quem nem está ai para o que acontece no resto do mundo e tudo vai se acomodando num total desinteresse?