Ai, ai, ai,ai, tá chegando a hora!

Foram quinze dias, de descanço do trabalho e a possibilidade que somente o tempo disponibiliza, o de fazer coisas que normalmente não faria se estivesse trabalhando. Não pude fazer longas viagens, mas fiz planos e compensei com passeios pela cidade como visitar a Feira do Livro e lugares históricos, ir a shows, festas, churrascos, bate papo em bares na noite, rever amigos já esquecidos. Possibilitou-me também revisar minha caixa preta e descobrir que ela é cheia de pequenas gavetas e estas, com minusculas divisões que revelam intenções boas e más, pontos que se contradizem e se contrapõe a mim mesmo, tornando-me tão dual quanto a minha propria natureza e meus principios.

Riponguice

Uma amiga escrafunchando algumas peças de roupas nos cabides de uma loja alternativa aqui em Poa, olhou para uma saia colorida e disse: _Esta não dá, ta muito riponga!.. _Então demos gargalhadas e lhe perguntei o que intuitivamente já sabia o que ela queria dizer: _Como, riponga, o que quer dizer?
_É este estilo aqui! _ disse mostrando-me uma saianha preta com aplicações coloridos.
_Aquele estilo hippie que não combina com nada, meio estravagante, que foge, destoa!..
Talvés quisesse dizer que foge dos padrões mais aceitaveis, mais elegantes e combinativos.
Em casa fui em busca de uma definição maior desta palavra para matar minha curiosidade e encontrei alguns conceitos. No http//wikicionario riponga é mulher feia, mal vestida, (pejorativo) hippie, o que eu descordo plenamente pois não se pode classificar uma pessoa como feia somente por estar usando um estilo de roupa. Uma pessoa feia pode se manter feia com outros estilos e ser feia é um atributo da pessoa e não da roupa que esta usando. Numa pagina de perguntas e respostas do Yahoo uma internauta colocou em pauta no chamado fórum "tira dúvidas" a seguinte questão:
_Qual a diferença entre riponga, baranga, chibunga e mocréia?
Logo abaixo vinha a resposta de outra internauta, considerada a mais coerente das informações postadas:
_A riponga é a garota hippie, a riponga pode ser chibunga, baranga e mocréia essas outras três acho que quer dizer a mesma coisa, que é feia, horrorosa, descompensada e outras coisinhas mais!...
Portanto conclui que, riponga é o estilo hippie de se vestir, apenas um estilo que agrada uns e não agrada outros! As combinações feitas com acessórios, como bolsas, calçados, colares etc., dentro de um estilo próprio, podem também dimensionar o grau de riponguice, transformando a pessoa de uma simples riponga, numa hippie chique ou um ser completamente fora da casinha e daí ser facilmente taxada de baranga, chibunga, mocréia. Afinal moda me parece algo pessoal e intuitivo e se usado com bom senso, não infringindo regras, fica dificil de errar e assim ser confundida. Para as ripongas sobram talvés homens Bichos grilos, para as hippie chiques os de bom gosto, as outras só Deus sabe!..


Não posso perder!!

Ontem á noite aconteceu o show imperdível de Martinalia no Opinião que eu não fui por outros compromissos marcados e falta de "didinho" mesmo. O bar Opinião é uma das, senão a mais importante casa de Shows de Porto Alegre, criado em 1983 por dois estudantes universitários e que abriga cerca de duas mil pessoas. Ao longo de sua existência, sediou apresentações de grandes nomes da música como: Deep Purple, Bob Dylan, Yes, Jethro Tull, Mercedes Sossa e outros. Dia 20 de Novembro às 22 horas é a vez de Maria Gadú que virá a Porto Alegre pela primeira vez, para a estreia de lançamento de seu disco pela Som Livre. Não dá para perder!!

OLHOS FECHADOS E HOMEM DE ÓCULOS

2- Homem de óculos
1- Olhos Fechados

Mas pensando em arte, lembrei-me do Wilson Cavalcanti, ( o Cava), que fazia muitos anos que não o via e que foi possível o encontro, na semana passada por ocasião da apresentação do Melopéia de Arame na Casa de Cultura Mário Quintana. Este encontro ao acaso, fortaleceu-me a ideia de que o mundo não é tão grande assim e que só temos esta ideia errônea, por que tomamos rumos diferentes em nossas vidas. Will ou Cava como é chamado, possui um enorme acervo de trabalhos espalhados por aí neste mundão. Gosto particularmente destes dois trabalhos em pintura feitos por ele: "Olhos fechados" e "Homem de óculos".

Relações Confusas

Disseram-me que as relações não se acabam, elas apenas se transformam em outras relações maiores ou menores e mudam de nome e então posicionamo-nas de acordo com o grau de importância na nossa vida. Ontem ao acaso, encontrei na rua uma pessoa da qual eu pensava que tínhamos uma grande amizade por nos relacionar-mos muito bem no passado e que por pequenas divergências terminei por afastar-me, acreditando que na época ela tinha tido uma atitude que eu achava não ser correta comigo. Insatisfeito com o que eu nunca esperava ter acontecido, decidi dar um tempo o que se prolongou por mais de dez anos. Sempre que nos encontramos, trocamos sorrisos e gentilezas mas que no fundo percebo algum ressentimento que ficou e que mascaramos ora em pequenas explosões de alegria contida, freada, ora em pequenas atitudes de inibição, comandadas por um sentimento maior de orgulho ou qualquer coisa como "não dar o braço a torcer". Assim esta amizade antes maior, passou a ser menor ou outra coisa que não sei o que é, marcada de um certo desconforto causado por um desentendimento nunca esclarecido e que não me importei de dar nome, tranformando-se numa relação confusa e cheia de cuidados.

Velhas novidades

Acordei surpreso ao observar pela janela do quarto que o dia nasceu cinzento e com possibilidades de chuva. Virei-me na cama e liguei a TV com a noticia da chegada de Madona ao Rio, a confusa expulsão e reintegração da agora famosa universitária na Uniban, visual novo nos cabelos de Ana Maria Braga, acidentes, assaltos, balas perdidas. Nossa, como as coisas se repetem e o que parece novidade, já é tão conhecido que tem cara de velho! Desliguei a TV e resolvi continuar a dormir!

Melopéia de Arame


Fui assistir o show do Melopéia de Arame no espaço -Elis Regina na Casa de Cultura Mario Quintana. O grupo possui um repertório rico e singular, surpreende por mostrar algo diferente do que estamos acostumados a ouvir e que por vezes cai nas banalidades musicais. Com arranjos artesanais, passeiam por ritmos como baião, funk, milonga, blues e tantas outras influencias musicais. A banda teve início em 2006 quando Leandro Rodrigues e Michelle Cavalcanti se encontraram nos corredores da graduação em música da Universidade Estadual do RS. Dali em diante, a sensibilidade e criatividade mutuas deram-se as mãos e voz surgindo a necessidade de por prá fora o que alma inquieta precisava dizer. O casamento sonoro foi inevitável e resultou em diversas canções e a certeza de que experimentando mais sons chegariam a um resultado satisfatório. Depois foi a vez do baixista João Rocha e do percussionista Jeferson Moreira aderirem a o grupo. Estava formada a melopéia que é a arte de musicar poesia.
"Ver Michelle no palco cantando musicas cujas as letras fizeram parte da sua vida me emocionou demais por que também fiz parte destas histórias e pude conviver com estes sentimentos que um dia foram de dor e hoje transformados em poesia musicada da melhor qualidade e beleza. Assistindo a o espetáculo pude perceber que a vida nos mostrou caminhos, que crescemos e superamos as dificuldades ("pro peso cinzento que restou...") e estamos aí em busca de melhores dias pras nossas vidas, pros nossos filhos!"
e ouça suas músicas!

Minha preferida:
Goteira:
contatos:
(51)3224.6220
Cel: 9958-8741
Por fora o lado de dentro é tão estranho
Por dentro não há lugar, não há tamanho
Pro peso cinzento que restou
Piso calma, arrebento e vou.

Mas era tanta goteira
Chovia no meu cobertor
E tanta goteira a cidade inteira parou
Deu até pra encher lata d'agua
O barulho não deixa eu dormir
Juntando o restinho de mágoa que eu nunca pude engolir

Vem já raiei meu coração
Já raiei.
(Michelle Cavalcanti)

Morra de rir como eu:

Il Manifesto Dei Buratini


Recebi a informação por e'mail e repasso para quem estiver interessado: Dia 13 e 14 de Novembro, acontece no Centro Cultural da Usina do Gasômetro a apresentação de Il Manifesto Dei Buratini, dedicado ao maestro de Vittorio Zanella, Otello Sarzi Madidini. A Companhia Teatrino Dell'es de Bologna na Itália inicia uma curta turnê pela América Latina a partir de Porto Alegre, com apresentações do seu espetáculo consagrado de teatro de formas animadas. O espetaculo quer abranger, das origens, aos tempos atuais, as diferentes fases do teatro de figura de animação e utilizando técnicas com bonecos forrados, marionetes com fio, objetos animados e uso das mãos. É imperdível!
Sexta-feira: 16h. e 20h.
Sábado: 16h. e 20h.
Faixa etária: Adultos e crianças.
Ingressos: R$ 10,00 (c/vendas no local a partir de 1h. antes).
Duração: 1h. 30min.
Onde: Av. João Goulart 551- Centro Cultural Usina do Gasômetro.

O Sorriso do gato de Alice

E eu ficava pensando com o que se parece o teu sorriso diferente, alargado, que se abre sob os gomos da face, se dobra e quase vence as curvas do rosto. Os olhos deram para Elis, os sonhos para os loucos, mas hoje quando cheguei em casa lembrei-me deste sorriso difuso, o sorriso do gato de Alice!

Da fábula Alice no país das maravilhas:
Alice: _Mas eu só queria saber que caminho tomar!
Gato: _Isto depende do lugar a onde quer ir!
Alice: _Oh, realmente não importa desde que eu chegue!
Gato: _Então não importa que caminho tomar!..
Gato: _Nesta direção, mora um Chapeleiro. E nesta direção, mora uma Lebre de Março. Visite quem você quiser, são ambos loucos!
Alice: _Mais eu não ando com loucos!
Gato: _Oh, você não tem como evitar, somos todos loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca!
Alice: _Como é que você sabe que eu sou louca?
Gato: _Você deve ser, senão não teria vindo para cá!




Esta musica Errática, composta nos anos 90 por Caetano Veloso para Gal no Show O Sorriso do Gato de Alice, talvés tenha sido uma das composições mais bonitas que já ouvi em sua voz!



Erratica:
Nesta melodia em que me perco
Quem sabe, talvez um dia
Ainda te encontre minha musa
Confusa...

Esta estrada me escorre do peito
E tão sem jeito
Se desenha entre as estrelas da galáxia
Em fúcsia...

Bússolas não há na cor dos versos
Usam como senha tons perversos
Busco a trilha certa, matematicamente
Só sei brincar de cabra-cega
Errática
Chega.

Neste descaminho, meu caminho
Te percorre a ausência
Corpo, alma, tudo, nada, musa
Difusa...

O sorriso do gato de Alice se se visse
Não seria menos ou mais intocável
Que o teu, véu
Pausa de fração de semifusa
Pode conter tão grande tristeza...

Busco o estilo exato
A tática eficaz
Do rock ao jazz
Do lied ao samba
Ao brega
Errática
Chega!

(Caetano Veloso)

O QUE EU QUERIA DIZER E NÃO DISSE


Ainda sinto na boca o gosto da ambrosia feita por dona Neuza e que ontem coloquei na lista das melhores ambrosias que já comi, com grumos grandes e sem excesso de açúcar, no ponto! Eu queria ter dito tantas coisas ao marido dela que comemorava ontem seu aniversário, mas minha timidez inicial, e as manifestações de alegria dos convidados que chegavam, acabaram falando mais alto e terminei esquecendo. Eu queria deixar registrado em palavras a importância de se conviver com uma pessoa como ele: Simples, natural, alegre, criativo, sincero, bem humorado e de alma jovem, que declama e faz poesias, que canta canções antigas comigo quando saímos em ocorrências e que eu me sentia um privilegiado de trabalhar ao seu lado . Pensei também que no caso dele, deveria dispensar as palavras, por que o mais importante é o que a gente sente e eu estava muito feliz de estar ali naquele momento confraternizando. 
Nestes últimos meses, aprendi muito com sua convivência, dividindo experiências, discutindo objetivos pessoais, sonhos. Observo suas atitudes, seus momentos de emoção e seu modo criativo de enxergar e se posicionar diante da vida. Não conheço ninguém com 63 anos que possua tamanha grandeza de espirito, energia e disposição para fazer de seus dias momentos de prazer e alegria como ele faz.

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...